segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Diante do Botafogo, o Flamengo pagou o preço por suas limitações



Não é justo dizer que o Flamengo jogou mal. Não é justo dizer que o time só teve fôlego no 1º tempo e cansou no 2º tempo. Por que então o Flamengo perdeu para o Botafogo? Perdeu pelos detalhes do futebol, porque não aproveitou algumas chances claríssimas de gol (embora é verdade que foi uma bola na trave para cada lado) e porque vacilou na marcação em momentos cruciais. Flamengo e Botafogo fizeram um bom jogo, agradável de se ver, e a vitória alvi-negra foi justa, justa pelo melhor aproveitamento nos detalhes que decidem um jogo de futebol.

O caminho da derrota rubro-negra passou todo ele pelo lentíssimo Chicão, péssimo na marcação (a zaga titular deveria ser Samir e González, e o técnico só é poupado de críticas pela contusão do primeiro e pelo segundo estar jogando as Eliminatórias pelo Chile). Chicão estava fora da posição onde deveria estar no lance do primeiro gol, atrapalhando Wallace, que ficou vendido no lance tentando fazer a cobertura do lado da área onde o camisa 3 deveria estar. E no lance do segundo gol, não há detalhes a serem ditos: lento, Chicão deixou Rafael Marques tomar-lhe a frente e concluir a queima-roupa.

O Flamengo começou o jogo melhor e dominou todo o primeiro tempo,só no finalzinho, depois de conseguir o empate é que o Botafogo teve superioridade, porque o time do Flamengo ficou visivelmente abatido em ceder o empate na primeira chance real de gol do Botafogo. Léo Moura, Elias, André Santos controlavam a troca de passes no meio de campo, Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane se movimentavam bem na frente. As sobras eram todas bem cobertas por Amaral, que era um cão de guarda no meio-campo. Numa bela troca de passes dento da área, Hernane foi certeiro para abrir o placar, o controle do jogo era todo vermelho e preto; ainda assim era assustador quando Wallace, Chicão e João Paulo começavam a trocar passes entre si na intermediária de defesa.

O time rubro-negro dominava o jogo. De repente, despretensiosamente, numa bola recebida na esquerda de ataque do Botafogo, Clarence Seedorf fez um verdadeiro "Carrossel Holandês", fez um estrago no meio de vários rubro-negros e meteu para Gegê penetrar pela área e bater cruzado e empatar o jogo.

No segundo tempo o jogo voltou a se equilibrar, Seedorf, mais uma vez caindo pela esquerda de ataque do Botafogo, nas costas de Léo Moura, cruzou para Rafael Marques pegar um lindo chute de primeira que estourou na trave de Felipe. O Flamengo caiu visivelmente de produção quando André Santos e Carlos Eduardo cansaram. Jayme notou e Luiz Antônio estava parado na linha lateral, esperando para entrar no lugar de André Santos, quando Rafael Marques fez 2 x 1. O jogo a partir daí ficou aberto. Elias perdeu cara a cara com Renan. Depois Elias cabeceou na trave e Bruninho, que substituiu Carlos Eduardo, quase fez no rebote. Paulinho também perdeu boa chance. Mas ficou no 2 x 1. Depois de 13 anos, vitória botafoguense sobre o Flamengo em um jogo de Campeonato Brasileiro.

O time rubro-negro tem uma visível evolução nas mãos de Jayme de Almeida. O conjunto joga melhor, principalmente porque consegue melhor aproximações e trocas de passe. Carlos Eduardo também está melhor, mas ainda aquém do que se esperaria do jogador mais caro do elenco. Se ele custasse por mês metade do que custa, suas atuações estariam à altura. Para o que ele custa, teria que desequilibrar, e não desequilibra, ainda que contribua para o time.

O Flamengo está onde está - 10º lugar com 37 pontos - porque não tem um jogador que faça a diferença entre o meio e o ataque e porque não tem uma boa zaga. Se estes dois setores fossem só um pouquinho melhores, estaríamos brigando por vaga na Libertadores.


Um comentário:

  1. Não concordo quanto ao González, ele é muito fraco. A zaga titular é Wallace e Samir, não que o primeiro seja grande coisa, mas é melhor que o chileno e deu certo com o Samir.

    ResponderExcluir