terça-feira, 6 de maio de 2014

Alô Alô Seu Jayme!

Chega de testes, todos os que haviam para serem feitos já foram neste ano de 2014. É hora de Jayme parar com as rotatividades no meio-campo e insistir numa formação. Fato que as contusões tem atrapalhado, mas nem isto é mais motivo. Principalmente porque independente do jogador a ser utilizado, o que precisa ser definitivamente escolhido é um padrão tático definitivo.

Olhando o elenco, há direito para se falar em algumas limitações, mas colocando no papel, fica claro que não são tantas limitações assim. O elenco tem limitações mas tem qualidade. A babaquice padrão do jornalismo esportivo, que não consegue propor nada, só sabe fazer crítica, sempre vai induzir à opinião de que só contratando 6 ou 7 haveria jeito. Não é verdade!

A defesa não é problema. Felipe no gol, e Wallace e Samir na zaga não são o esplendor máximo, não é uma defesa de Seleção Brasileira, mas seria mais do que suficiente para conquistar um Campeonato Brasileiro. É só ver a média de gols sofridos em 2013. Atende perfeitamente. E dizer que precisa mudar é sempre mais fácil do que arriscar ver virtudes. E ainda tem Chicão na reserva.

Nas laterais, Leonardo Moura e André Santos, por mais que não tenham a plena vitalidade de chegar ao fundo toda hora, acrescentam e muito na qualidade de passe e toque de bola. Ainda há as opções no elenco de usar Léo no lugar de Léo Moura ou pôr João Paulo e avançar André para o meio. João Paulo, a propósito, é um bom reserva.

Na contenção do meio, o pitbull da marcação é ou Victor Cáceres ou Amaral, e pelo que jogou em 2014, o paraguaio é o titular. A frente, fazendo a ligação, Márcio Araújo pode não ter a mesma qualidade de Elias em 2013, mas é uma boa via de ligação entre o sistema defensivo e o ofensivo. Poderia ser melhor? Sim, poderia, mas se fosse para investir não seria esta a posição prioritária que faria a diferença. A peça de reposição aí seria Muralha, que deveria ser considerado única e exclusivamente para fazer esta função, e jamais numa ala direita para municiar o ataque como tentou usá-lo Jayme este ano.

O ponto nevral de qualidade é o meio de armação. Lucas Mugni está longe de ser a solução para todos os problemas, porque ainda é muito jovem, em formação, podendo vir a ser muito promissor, tem qualidade, mas ainda não está totalmente pronto. Mas precisa que lhe seja dada uma sequência de jogos! Jayme lhe põe um jogo de titular, depois não lhe deixa nem no banco. Ele não vai resolver todos os problemas, possivelmente depois de uns quatro ou cinco jogos de sequência até estará sendo questionado, é preciso ter paciência com ele. Mas o fato é que o time precisa de alguém fixamente distribuindo o jogo no meio, e Mugni tem estas características.

Se não for com Mugni, tem que ser com Elano, que não tem mais vigor físico para ser o ala direito que Jayme tentou fazer dele. Elano tem que ser um cadenciador de jogadas no meio-campo, como Mugni. São as duas peças no elenco com estas características atualmente.

O resto do sistema ofensivo tem que jogar com dois alas cobrindo os laterais e apoiando o ataque. Pela esquerda, Everton e Negueba tem qualidades que atendem esta necessidade. Pela direita, Paulinho e Luiz Antônio são dois jogadores que mais do que atendem e terão certamente um futuro promissor, pois ambos tem muita qualidade. Eventualmente, Paulinho também pode jogar pela esquerda se necessário, pois já provou ter qualidade para isto. E ainda tem a opção do Gabriel. O Flamengo está bem servido nestas posições.

Por fim, o centroavante. Pelo que mostrou até aqui em 2014, hoje o titular é Alecsandro, com Hernane no banco. São dois matadores, que atendem à função de empurrar a bola para as redes. Não são padrão de qualidade "Seleção Brasileira", mas nem precisa. Ambos tem condição de ser o "Nunes" deste time. Faltaria um 10 para elevar eles definitivamente a este papel.

O elenco é bom sim. Deveria haver um investimento maior para dar-lhe a qualidade que falta para ter condições de brigar na parte de cima da tabela do Brasileiro. Mas não seria contratando 5 ou 6. Um nome de peso para ser o 10 já daria uma outra cara a esta equipe. Mas Jayme precisa ajudar: parar de inventar, definir um padrão de jogo definitivo, não tentar inovar colocando jogadores em posições que não são aquelas onde eles rendem melhor. Chega de testes!






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