domingo, 17 de agosto de 2014

Flamengo reduz dívida de R$ 750mm para R$ 610 milhões

Levantamento do blog Sócios pelo Flamengo:

Após a divulgação das Demonstrações Financeiras do Flamengo em 2013 - somadas a um parecer sem ressalvas -, publicadas antes do prazo legal e premiadas pela transparência apresentada, e após a disponibilização no sítio oficial do clube das demonstrações referentes ao 1º trimestre de 2014, pode-se avaliar o sempre debatido endividamento, motivo de preocupação para todos nós rubro-negros.

O cálculo do Endividamento, consagrado pelo mercado, se dá pela soma das diversas obrigações (Passivo) subtraindo-se dos bens e direitos (Ativos) realizáveis, excluindo, portanto, os ativos imobilizados e intangíveis, conforme a Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Cálculo do Endividamento Total (R$ milhões)


Porém, devemos considerar que parte do Passivo do clube se refere a luvas de contratos já assinados e recebidos antecipadamente, especialmente contratos de televisionamento. Não são, portanto, dívidas do clube, mas valores que estão registrados no Passivo para que sejam apropriados corretamente pela vigência (Princípio da Competência).

Tabela 2 – Cálculo do Endividamento Total (R$ milhões)


Portanto, o endividamento real do clube, ao término do primeiro trimestre do ano de 2014, foi de R$ 610 milhões. Em um ano e três meses, o clube não só interrompeu a trajetória de crescimento do endividamento observada nos últimos anos, como o reduziu em 14,6%, R$ 105 milhões de reais.

Cabe ressaltar que é totalmente falaciosa a versão por vezes apresentada em reuniões do Conselho Deliberativo, ou defendida em redes sociais, de que o clube não possui dívida por ter assinado contratos de televisionamento e com a fornecedora de material esportivo cujos recebíveis, somados, são superiores ao montante do endividamento. A assinatura de contratos, tanto de ativos (valores a receber pelo clube), quanto de passivos (valores que serão pagos por ele), por si só, não enseja direitos ou obrigações contabilizáveis no momento de sua assinatura, fato que irá ocorrer de acordo com a vigência pactuada. Esses recebíveis não foram e nunca deveriam ter sido classificados como ativos, assim como não registramos no passivo tudo o que será pago a um determinado jogador quando assinamos com ele um contrato.

Portanto, o endividamento de R$ 610 milhões apresentado nas Demonstrações Contábeis reproduz a realidade do clube, e o sócio e conselheiro deve ignorar e repudiar qualquer tentativa de maquiar esse número - que, apesar de ter sido reduzido a partir de janeiro de 2013, continua situado em elevadíssimo patamar.

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