sábado, 12 de abril de 2014

Já aconteceu várias vezes: quando o time não dá nada, a camisa é içada, des­fraldada por invisíveis mãos!

"E o Flamengo joga, hoje, com a mesma alma de 1911. Admite, é claro, as convenções disciplinares que o futebol moderno exige. Mas o comportamento interior, a gana, a garra, o élan são perfeitamente inatuais. Essa fixação no tempo explica a tremenda força rubro-negra. Note-se: — não se trata de um fenômeno apenas do jogador. Mas do torcedor também. Aliás, time e torcida completam-se numa integração definitiva". - Nélson Rodrigues

Os títulos mais falados da sequência do Tetra-Tri são os de 2001, com o antológico gol de epopéia de Dejan Petkovic, e o de 1999, por tudo de surpreendente e improvável que cercava a bola de Rodrigo Mendes que estufou as redes do Maracanã. Mas muito provavelmente o mais surpreendente de todos é o do meio, e menos badalado, o título do Campeonato Carioca de 2000.

No fim de 1999, Romário foi mandado embora do Flamengo após a polêmica da Festa da Uva, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, no dia em que o time rubro-negro perdeu para o Juventude e acabou eliminado no Brasileiro de 1999. Ele saiu do Flamengo e foi para o Vasco, que já tinha um timaço, que no começo de 2000 disputou o Mundial de Clubes da FIFA, do qual acabou vice-campeão, perdendo a final para o Corinthians em pleno Maracanã.

Para ilustrar o quão superior aquele time do Vasco era em relação ao time rubro-negro bastava revisitar o resultado da final da Taça Guanabara daquele ano: Vasco 5 x 1 Flamengo.

Nestas condições, parecia óbvio que o Vasco era favorito absoluto a conquistar o título carioca de 2000. Mas o primeiro dos dois jogos da final reservou um novo destino para aquele troféu, e o Flamengo foi Bi-campeão! A vitória avassaladora no primeiro jogo, levou à demissão do treinador do Vasco e a uma reformelaão da equipe que entraria em campono segundo jogo. Tita, que havia dirigido o Americano, de Campos, durante aquele Carioca, assumiu como treinador para o segundo jogo, tendo treinado o Vasco apenas em dois jogos, o segundo da final e um amistoso pouco depois. Desnorteado, o Vasco foi mais uma vez vice-campeão para o Flamengo.

O engraçado é que, recentemente, vendo na televisão (Rede Globo) uma matéria sobre a final do Carioca 2014, na qual relembravam-se as finais anteriores, a mídia - covarde, sensacionalista e irresponsável, como sempre - mencionava: "em 2000, com gol em posição de impedimento de Tuta, o Flamengo foi Bicampeão". Fato que Tuta estava ligeiramente a frente do zagueiro quando, dentro da pequena área concluiu a gol, mas quando aquela bola entrou, o placar acumulado dos dis jogos apontava 4 x 1 a favor do Flamengo. A siuação já estava completamente finalizada! Mas o babaca irresponsável que eaborou o texto para a televisão, prefere contar com a falta de detalhes na memória daqueles que vêem a TV, para insinuar que o Flamengo só foi campeão porque foi beneficiado naquele ano.



Ficha dos jogos

1º Jogo - 11/junho/2000
Flamengo 3 x 0 Vasco
Público: 38 mil pagantes
Gols: Athirson (16'2T), Fábio Baiano (41'2T) e Beto (44'2T)

Flamengo: Clemer, Maurinho, Fabão, Juan e Athirson; Leandro Ávila, Mozart, Fábio Baiano e Iranildo (Beto); Reinaldo (Lúcio) e Tuta (Rodrigo Mendes). Téc: Carlinhos.

Vasco: Hélton, Felipe Alvim, Odvan, Mauro Galvão e Gilberto (Felipe); Amaral, Nasa, Paulo Miranda (Válber) e Pedrinho (Alex Oliveira); Edmundo e Romário. Téc: Alcir Portela


2º Jogo - 17/junho/2000
Flamengo 2 x 1 Vasco
Público: 68 mil pagantes
Gols: Viola (41'1T), Reinaldo (4'2T) e Tuta (11'2T)

Flamengo: Clemer, Maurinho, Juan, Fabão e Mozart; Leandro Ávila (Lúcio), Rocha, Fábio Baiano e Iranildo (Beto); Reinaldo e Tuta. Téc: Carlinhos.

Vasco: Hélton, Odvan, Mauro Galvão e Fabiano Eller; Paulo Miranda (Rogério), Amaral, Felipe, Juninho Pernambucano e Pedrinho; Alex Oliveira e Viola. Téc: Tita.

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