quarta-feira, 13 de abril de 2016

As oportunidades que o streaming oferecerá ao Flamengo


Streaming, uma das boas novidades do contrato de TV do Flamengo fechado com a Globo recentemente está na possibilidade de sua exploração, tema amplamente debatido e divulgado pelo MKT Esportivo. Frente já explorada no esporte mundial (por NFL, Bundesliga, Twitter, Yahoo e muitas outras), a ressalva está “apenas” na obrigatoriedade do clube em compartilhar a receita com a emissora. O que já era esperado, diga-se.

Esta matéria não tem como objetivo comprar valores e modelos fechados por ligas e equipes estrangeiras, afinal, vivemos um cenário absolutamente distinto dos demais. O que desejamos é mostrar as variadas possibilidades de exploração que se abrirão e como poderá ser uma importante frente para o Flamengo.

Um dos grandes benefícios do streaming é a abertura que ele oferece para um maior alcance do conteúdo, afinal, ao disponibilizar partidas e demais materiais em tablets e smpartphones há um natural movimento de consumo dado o interesse pelo produto e sua facilidade de acesso. Internacionalização? Quem sabe. É apenas uma parte de um grandioso projeto.

A NBA, por exemplo, fechou em 2015 um acordo com a Tencent para transmitir suas partidas para a China através da internet. O valor pago pela emissora apenas pelos direitos digitais – cerca de US$ 140 milhões – é maior que o contrato de televisão da MLS com a Fox e a ESPN (US$ 90 milhões). Saiba: o potencial de geração de receita que o streaming oferece ainda é pouco explorado.

Há ainda um modelo possível de acordo que envolve apenas as regiões de atuação da equipe, como o acordado entre a MLB e a Fox recentemente. Com a notória popularidade do Flamengo, é uma frente absolutamente possível. O contrato fechado pela liga norte-americana de baseball envolve o streaming de 15 equipes, entre elas, o NY Yankees. Pelos próximos três anos, cada equipe terá um incremento de US$ 9 milhões nos direitos de transmissão por conta dos direitos da internet. Os torcedores desembolsam cerca de US$ 20 por mês pelas partidas.

No futebol, Premier League e Bundesliga também apostam na força de suas marcas e chegam a outros mercados através da web. Um dos acordos da liga inglesa é com a Optus, que garantiu os direitos para o mercado australiano por US$ 180 milhões. Já os alemães se utilizam de uma parceria fechada com o YouTube para impactar sua audiência na Nova Zelândia.

Como o contrato entrará em vigência a partir de 2019, até lá, o Flamengo terá tempo de estudar à fundo este emergente segmento de transmissão e encontrar o melhor modelo. E ele não passa unicamente pelo que lhe dará maior retorno financeiro, mas também o que terá o maior potencial de consumo e impacte de maneira relevante uma ampla base de espectadores. Soube do sucesso de audiência obtido pelo Yahoo ao transmitir uma partida da NFL, de graça, pela internet?

Dada a popularidade rubro-negra nas redes sociais, seria interessante um acordo que envolvesse uma delas, ou até mesmo revolucionar e partir para frentes como Amazon ou Netflix (ainda que este insiste em desmentir qualquer participação no esporte). Com Facebook ou Twitter, por exemplo, a distribuição de conteúdo ao vivo do clube seria combustível para uma explosão de interações e engajamento dos torcedores. Fora as oportunidades de publicidade e formatos de anúncios oferecidas por ambas, a partir de um aprimoramento do Facebook Sports Stadium e o know-how que será adquirido pelo microblog com suas transmissões da NFL.

O cenário de mídia está em constante evolução. E muito rapidamente. Ao abrir esta frente do acordo fechado com a Globo, será importante que o Flamengo: detalhe o perfil e comportamento do consumidor na esfera digital, se aprofunde na eficiência que os anúncios em vídeos poderão oferecer, busque informações de acessibilidade nos mais variados devices e troque informações com players já consolidados no segmento, como Apple, Netflix, Google e a própria Globo.

Ao longo dos próximos anos, e especialmente com o sucesso desta frente de negócio, o clube brasileiro pode virar referência e ser percursor de um modelo que tem tudo para dar certo no Brasil. Como se vê, cases não faltarão para o Fla absorver o conceito e melhores modelos até 2019. E cá entre nós, muitos outros surgirão até lá.

Fonte: MKT Esportivo

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