O Flamengo chegou à Taça Libertadores da América de 2017 após ter terminado o Campeonato Brasileiro de 2016 em 3º lugar, atrás de Palmeiras, campeão, e Santos, mas fazendo sua maior pontuação em pontos corridos de sua história até então, superando até mesmo a pontuação obtida em 2009, quando foi campeão.
Chegava para sua 13ª participação na Libertadores, da qual se sagrou campeão em 1981, em sua primeira participação, 36 anos antes. Nas suas seis primeiras participações, foi uma vez campeão (1981), chegou duas vezes à semi-final (1982 e 1984), duas vezes às quartas de final (1991 e 1993) e foi uma vez eliminado na 1ª fase. Nas suas seis últimas, chegou uma vez às quartas de final (2010), duas vezes às quartas de final (2007 e 2008), e foi três vezes eliminado na 1ª fase (2002, 2012 e 2014). Era hora para se começar um capítulo novo!
Clube e torcida conviviam com o fantasma de duas eliminações precoces seguidas logo na 1ª Fase.
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Libertadores 2017 - Jogo a Jogo:
Rodada 1
Rodada 1
O futebol do Rio de Janeiro vivia o imbróglio em torno do Maracanã, fechado havia meses, desde o fim das Olimpíadas de 2016, foi aberto apenas para os jogos finais do Flamengo no Brasileiro, com o clube tendo que pagar pelo gramado e pela infra-estrutura. O Consórcio Maracanã, liderado pela Odebrecht, não queria reassumir o estádio e alegava que o Comitê Olímpico não o devolveu corretamente, o Governo do Estado não queria reassumir a administração, dois grupos disputavam assumir o estádio - CSM e Lagardere - a decisão de venda da concessão se arrastava. Em paralelo, o Flamengo assinou um contrato de três anos com a Portuguesa para reforma utilização do Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governado, que havia sio usado pelo Botafogo no Brasileiro 2016. Há uma semana da estréia, o Flamengo anunciou acordo para utilização do Maracanã, assumindo os gastos de R$ 1,8 milhões para colocar campo e estádio em condições de receber equipes e público. A torcida se empolgou, lotou o estádio, fez uma festa linda, com um mosaico fantástico na entrada das equipes em campo, era hora da bola rolar!
1ª Rodada - 08/03 - Flamengo 4 x 0 San Lorenzo (Argentina)
Local: Maracanã
Gols: Diego (3'2T), Trauco (16'2T), Rômulo (24'2T) e Gabriel (42'2T)
O Flamengo entrava em campo invicto em jogos oficiais. Já os argentinos, faziam sua primeira partida oficial na temporada, em função de uma greve no futebol do país. O San Lorenzo aguentou bem no 1º tempo. O Flamengo, com toque de bola, dominava. Logo no comecinho do 2º tempo, Diego, cobrando falta desarmou as defesas adversárias e abriu a porteira. O Flamengo então meteu quatro, e podia ter feito mais, não só porque Guerrero perdeu um pênalti quando o placar apontava 3 x 0 quanto por diversas oportunidades desperdiçadas. Melhor estréia do Flamengo em Libertadores em suas 13 participações. Um bom começo.
No outro jogo do grupo, o Atlético Paranaense fez 2 x 0 na Universidad Católica em Curitiba, mas permitiu a reação dos chilenos, que marcaram dois gols seguidos nos cinco minutos finais: 2 x 2. O Flamengo saltava na liderança do grupo ao fim da 1ª rodada.
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Rômulo (Márcio Araújo), Willian Arão, Diego e Mancuello (Berrio); Everton (Gabriel) e Paolo Guerrero.
No outro jogo do grupo, o Atlético Paranaense fez 2 x 0 na Universidad Católica em Curitiba, mas permitiu a reação dos chilenos, que marcaram dois gols seguidos nos cinco minutos finais: 2 x 2. O Flamengo saltava na liderança do grupo ao fim da 1ª rodada.
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Rômulo (Márcio Araújo), Willian Arão, Diego e Mancuello (Berrio); Everton (Gabriel) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
2ª Rodada - 15/03 - Flamengo 0 x 1 Universidad Católica (Chile)
Local: Estádio San Carlos de Apoquindo, Santiago, Chile
Gol: Santiago Silva (29'2T)
O Flamengo foi ao Chile lutar contra um histórico bastante negativo diante da Católica, em quatro confrontos, uma vitória rubro-negra, na Libertadores 2010, e três vitórias do rival (duas na Libertadores 2002 e uma na de 2010). Desfalcado de Mancuello, que sofreu uma concussão por um choque de cabeça contra o San Lorenzo, o Flamengo mudou o esquema tático, dominou totalmente o 1º tempo, com Guerrero mandando uma bola na trave e cobrando uma falta que exigiu elasticidade do goleiro chileno, e Willian Arão perdendo um gol incrível. A Católica perdeu um gol, quando Vaz recuou mal e deixou Santiago Silva cara a cara com Muralha. No 2º tempo, Zé Ricardo mandou o time para cima, mas quem passou a ter domínio foi o adversário, ainda assim sem criar chances claras de gol. Diego ainda acertou a trave em cobrança de falta. Na hora de decidir o jogo, porém, na única chance efetivamente criada em todo o jogo, quem fez o gol foi a Universidad Católica. Em falta cobrada sobre a área, o uruguaio Santiago Silva subiu mais que todo mundo e deu uma linda cabaçada no canto. Zé Ricardo então pôs o time com quatro atacantes: Gabriel e Berrio abertos nas pontas, e Guerrero e Damião na área. Pressão que não furou a retranca chilena. Berrio ainda foi expulso por agressão no final.
No outro jogo, o Atlético Paranaense foi a Buenos Aires e venceu o San Lorenzo por 1 x 0, gol do meia argentino Lucho González, dividindo a ponta do grupo com a Católica. O Flamengo tinha dois jogos seguidos contra o Atlético, o primeiro no Rio e o segundo em Curitiba. Era a decisão pela classificação! Era preciso no mínimo quatro pontos nestes dois jogos, ou a reta final seria um sufoco.
No outro jogo, o Atlético Paranaense foi a Buenos Aires e venceu o San Lorenzo por 1 x 0, gol do meia argentino Lucho González, dividindo a ponta do grupo com a Católica. O Flamengo tinha dois jogos seguidos contra o Atlético, o primeiro no Rio e o segundo em Curitiba. Era a decisão pela classificação! Era preciso no mínimo quatro pontos nestes dois jogos, ou a reta final seria um sufoco.
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Márcio Araújo, Rômulo (Berrio), Willian Arão e Diego; Everton (Gabriel) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
Téc: Zé Ricardo
3ª Rodada - 12/04 - Flamengo 2 x 1 Atlético Paranaense
Local: Estádio Luso-Brasileiro, Rio de Janeiro
Gols: Guerrero (5'1T), Diego (14'1T) e Nikão (13'2T)
Era como uma final de campeonato. Era clima total de decisão. Maracanã com 58 mil pessoas. Valia a vida do Flamengo na Libertadores 2017, uma derrota deixaria o time em situação complicada, com sério risco de eliminação na 1ª fase. Sem Rômulo e Everton, machucados, com Berrio suspenso, e a perda no vestiário de Mancuello, com indisposição estomacal, Zé Ricardo improvisou, entrando com dois laterais-esquerdos. Funcionou taticamente. Inflamado, o Flamengo começou arrasador. Numa jogada toda peruana, logo no início do jogo, Miguel Trauco fez lançamento magistral e Guerrero, numa jogada de muita fibra e raça, abriu o marcador. Antes dos 15 minutos, o camisa 10 rubro-negro Diego, maestro regente do meio-campo, ampliou com muito oportunismo e precisão, com um chutaço de primeira no ângulo. Daí para frente o Atlético passou a ter mais posse de bola e o Flamengo ficou armado para tentar matar o jogo no contra-ataque. Diego ainda acertou uma bola no travessão. Os paranaenses não conseguiam uma ameaça concreta. No 2º tempo, numa falha de Renê, o Atlético diminuiu. Pouco depois, Diego saiu lesionado. O resto do jogo foi de pura tensão. Mas o Flamengo conseguiu segurar a importante vitória.
No outro jogo do grupo, em Santiago, Universidad Católica e San Lorenzo empataram em 1 x 1. Excelente resultado. O Flamengo saltou então à liderança do grupo, com 6 pontos. A Católica tinha 5 e o Atlético Paranaense tinha 4. Em último, o San Lorenzo, em situação dificílima, tinha apenas 1.
Time titular: Alex Muralha, Pará (Cuéllar), Donatti, Réver e Renê; Márcio Araújo, Willian Arão, Trauco e Diego (Matheus Sávio); Gabriel (Marcelo Cirino) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
Uma vitória rubro-negra representaria praticamente a classificação antecipada. Mas o time sofria o importantíssimo desfalque de Diego, que sofreu lesão no joelho no jogo anterior e passou por cirurgia, além de Éverton, e do zagueiro argentino Donatti, ambos com incômodos musculares. Ainda havia a ausência do colombiano Berrio, expulso na 2ª rodada, e que cumpria seu segundo dos três jogos da suspensão que lhe foi imposta.
O Atlético Paranaense começou dominando o jogo e assustando, logo aos 7 minutos, uma bomba explodiu na trave do goleiro Muralha. Daí para frente o Flamengo cresceu. Teve uma excelente oportunidade de abrir o marcador com Paolo Guerrero. Porém, quem saiu na frente, após falha de Alex Muralha, foi o Atlético. O zagueiro Thiago Heleno deu uma cabeçada despretensiosa, após cobrança de escanteio, que atravessou a pequena área em diagonal, entrando no canto oposto, sem que o goleiro flamenguista conseguisse cortá-la. Daí para frente, o time atleticano recuou, na busca de explorar os contra-ataques, e deu a posse de bola ao Flamengo, que dominava mas não ameaçava. Aos 29 minutos do 2º tempo, uma testada violente de Leandro Damião explodiu no travessão. Era a chance do empate. O Atlético não conseguiu encaixar qualquer contra-ataque. A medida que o fim do jogo se aproximava, o time do Flamengo passava a correr riscos maiores, no anseio de conseguir o empate. Numa dessas, o rubro-negro paranaense conseguiu em fim um contra-ataque mortal e ampliou. Num golpe de sorte, logo depois, após um bate-rebate depois de um escanteio, o Flamengo diminuiu. Poderia ter tido a mesma sorte alguns minuto antes, um empate teria sido um excelente resultado.
No outro jogo do grupo, o San Lorenzo venceu a Universidad Católica em Buenos Aires, com o gol de desempate saindo nos minutos finais. Agora, o líder era o Atlético Paranaense com 7 pontos, seguido pelo Flamengo com 6, pela Católica com 5, e pelo San Lorenzo com 4. Uma vitória na rodada seguinte, no Maracanã, frente aos chilenos, praticamente garantia a classificação, assegurava-a matematicamente, se Atlético e San Lorenzo empatassem em Curitiba, ou se os atleticanos vencessem. A missão não parecia difícil. Seria uma nova decisão!
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Renê (Matheus Sávio); Márcio Araújo (Mancuello), Rômulo (Leandro Damião), Willian Arão e Trauco; Gabriel e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
Era uma decisão. O fantasma das duas eliminações precoces logo na 1ª fase ocorridas em 2012 e 2014 assombrava os corações rubro-negros. Uma derrota implicaria estar ao borde de dar adeus ao torneio, uma vitória, com outro resultado que não uma vitória do San Lorenzo em Curitiba, significava a classificação antecipada matematicamente garantida. Pela terceira vez na Libertadores 2017, Maracanã com ingressos esgotados. A festa estava pronta.
Após um primeiro tempo muito movimentado, no qual o Flamengo teve diversas oportunidades de abrir o marcador, a principal delas numa falta muito bem cobrada por Guerrero, mas também correu o risco de sair atrás no marcador, já que deu duas oportunidades claras de gol à Católica, foi no 2º tempo que o placar se construiu. O destino mudou quando o time voltou para o 2º tempo com o lateral-direito Rodinei no lugar de Mancuello. E logo após entrar em campo, foi ele quem pegou o rebote de uma falta cobrada por Guerrero sobre a barreira e acertou o ângulo. Susto porém aos 22, quando o centroavante Santiago Silva aproveitou cruzamento de cabeça para balançar as redes, no único ataque chileno na etapa final. Apreensão no estádio e diante das telas de TV. Mas levou apenas sete minutos, pois o peruano Paolo Guerrero fez um giro sobre o zagueiro para bater cruzado e desempatar. Houve tempo ainda para Zé Ricardo colocar o lateral-esquerdo Renê no lugar de Gabriel e, de forma ousada, ficar com os quatro laterais do elenco ao mesmo tempo dentro de campo. E foi dos pés do lateral-esquerdo peruano Miguel Trauco, numa jogada de muita raça e persistência, que chegou o alívio derradeiro, a quatro minutos do fim.
Vitória importantíssima, mas que não garantiu matematicamente a classificação. Em Curitiba, o San Lorenzo venceu o Atlético Paranaense por 3 x 0. Mas o Flamengo voltou à liderança do grupo, com 9 pontos (três vitórias nos três jogos disputados no Maracanã), seguido por San Lorenzo e Atlético Paranaense, ambos com 7, e a Universidad Católica com 5. O time rubro-negro superou a ausência de seu principal jogador, Diego, lesionado, e se pôs no topo a uma rodada do fim. Um empate na Argentina, na última rodada, garantia a classificação. A eliminação só aconteceria com uma combinação de resultado possível na última rodada, uma derrota em Buenos Aires combinada a uma vitória paranaense em Santiago.
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Márcio Araújo, Willian Arão, Mancuello (Rodinei) e Everton (Cuéllar); Gabriel (Renê) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
O Flamengo não só segurou a pressão inicial do San Lorenzo, como conseguiu abrir o placar. Enquanto que em Santiago, a Universidad Católica saltava a frente do Atlético Paranaense. Era importante segurar a vantagem até o intervalo, e depois era importante suportar a pressão nos vinte minutos iniciais da segunda etapa, para jogar a pressão para o lado do adversário. O Flamengo conseguiu tudo isso. E ao mesmo tempo, na capital chilena tudo continuava na mesma sintonia. Tudo parecia rumar para uma classificação tranquila. Mas há que se saber sempre que uma Libertadores é uma Libertadores!
Aos 29 minutos do 2º tempo, o garoto Matheus Sávio, que acabara de entrar no jogo, não cortou uma bola que recuperou na lateral do campo e deveria ter espanado para longe, permitiu a recuperação e o cruzamento feito pelo baixinho Cristian Barrios, que também havia acabado de entrar em campo, e encontrou a cabeçada para as redes de Marcos Angeleri. Empate. E quase ao mesmo tempo, já na segunda metade da segunda etapa, em Santiago, o Atlético também empatou, gol do ex-jogador do Flamengo Eduardo da Silva, aos 31.
A temperatura subiu. O risco aumentou. E subiu ainda mais quando aos 37 minutos, Douglas Coutinho virou o jogo para o Atlético Paranaense. Enquanto isto, no Estádio Nuevo Gasometro, tome pressão do San Lorenzo na área rubro-negro, sempre espanada para longe na base do chutão, sem conseguir ter posse de bola. Dois minutos depois do gol atleticano, a Universidad Católica voltou a empatar o jogo. Aos 40 do 2º tempo, era preciso um gol do Atlético e um do San Lorenzo para a eliminação do Flamengo acontecer. O gol paranaense não tardou, o veterano meia Carlos Alberto, aos 41 minutos do 2º tempo colocou Atlético 3 x 2 no placar em Santiago. Este resultado ia eliminando aos argentinos. O estádio em Buenos Aires já se mostrava mais atônito e apreensivo.
Se o Flamengo segurasse o empate, iria se classificar. O time do San Lorenzo seguiu pressionando, e o sistema defensivo rubro-negro seguia espanando para longe, e a bola voltava, e era espanada, e voltava, e o fantasma das eliminações precoces nas Libertadores de 2012 e 2014 atordoava, e todos os rubro-negros parados diante da TV se lembravam que aquele era o evento mais importante do ano, que não haveria finanças sanadas, vitórias políticas frente às corruptas instituições brasileiras, ou o título carioca conquistado dez dias antes, nada seria capaz de minimizar o impacto de voltar a ser eliminado na 1ª fase da Libertadores.
Relógio marcando 45, o juiz sinaliza mais três minutos de acréscimo. Corações a mil, respirações tensas, fantasmas de Libertadores passadas atormentando a mente e a alma. O cronômetro chega a 47 minutos quando a bola atravessa a área e encontra Fernando Belluschi, que avança e bate cruzada, a bola passa por baixo de Alex Muralha e estufa as redes. O jogo sequer é reiniciado depois disto, as arquibancadas do Nuevo Gasometro, em polvorosa, haviam explodido de emoção: San Lorenzo 2 x 1 Flamengo. A Libertadores, mais uma vez, acabava precocemente para o time da Gávea. Décima terceira participação rubro-negra no torneio continental, quinta eliminação ainda na fase de grupos, o nome do Flamengo se apequenava na América do Sul. Nada seria capaz de mudar o sentimento de fracasso total no projeto 2017.
Time titular: Alex Muralha, Rodinei, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Márcio Araújo, Willian Arão, Gabriel (Matheus Sávio) e Everton (Juan); Berrio (Rômulo) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
Era como uma final de campeonato. Era clima total de decisão. Maracanã com 58 mil pessoas. Valia a vida do Flamengo na Libertadores 2017, uma derrota deixaria o time em situação complicada, com sério risco de eliminação na 1ª fase. Sem Rômulo e Everton, machucados, com Berrio suspenso, e a perda no vestiário de Mancuello, com indisposição estomacal, Zé Ricardo improvisou, entrando com dois laterais-esquerdos. Funcionou taticamente. Inflamado, o Flamengo começou arrasador. Numa jogada toda peruana, logo no início do jogo, Miguel Trauco fez lançamento magistral e Guerrero, numa jogada de muita fibra e raça, abriu o marcador. Antes dos 15 minutos, o camisa 10 rubro-negro Diego, maestro regente do meio-campo, ampliou com muito oportunismo e precisão, com um chutaço de primeira no ângulo. Daí para frente o Atlético passou a ter mais posse de bola e o Flamengo ficou armado para tentar matar o jogo no contra-ataque. Diego ainda acertou uma bola no travessão. Os paranaenses não conseguiam uma ameaça concreta. No 2º tempo, numa falha de Renê, o Atlético diminuiu. Pouco depois, Diego saiu lesionado. O resto do jogo foi de pura tensão. Mas o Flamengo conseguiu segurar a importante vitória.
No outro jogo do grupo, em Santiago, Universidad Católica e San Lorenzo empataram em 1 x 1. Excelente resultado. O Flamengo saltou então à liderança do grupo, com 6 pontos. A Católica tinha 5 e o Atlético Paranaense tinha 4. Em último, o San Lorenzo, em situação dificílima, tinha apenas 1.
Time titular: Alex Muralha, Pará (Cuéllar), Donatti, Réver e Renê; Márcio Araújo, Willian Arão, Trauco e Diego (Matheus Sávio); Gabriel (Marcelo Cirino) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
4ª Rodada - 26/04 - Flamengo 1 x 2 Atlético Paranaense
Local: Arena da Baixada, Curitiba
Gols: Thiago Heleno (35'1T), Felipe Gedoz (42'2T) e Willian Arão (44'2T)Uma vitória rubro-negra representaria praticamente a classificação antecipada. Mas o time sofria o importantíssimo desfalque de Diego, que sofreu lesão no joelho no jogo anterior e passou por cirurgia, além de Éverton, e do zagueiro argentino Donatti, ambos com incômodos musculares. Ainda havia a ausência do colombiano Berrio, expulso na 2ª rodada, e que cumpria seu segundo dos três jogos da suspensão que lhe foi imposta.
O Atlético Paranaense começou dominando o jogo e assustando, logo aos 7 minutos, uma bomba explodiu na trave do goleiro Muralha. Daí para frente o Flamengo cresceu. Teve uma excelente oportunidade de abrir o marcador com Paolo Guerrero. Porém, quem saiu na frente, após falha de Alex Muralha, foi o Atlético. O zagueiro Thiago Heleno deu uma cabeçada despretensiosa, após cobrança de escanteio, que atravessou a pequena área em diagonal, entrando no canto oposto, sem que o goleiro flamenguista conseguisse cortá-la. Daí para frente, o time atleticano recuou, na busca de explorar os contra-ataques, e deu a posse de bola ao Flamengo, que dominava mas não ameaçava. Aos 29 minutos do 2º tempo, uma testada violente de Leandro Damião explodiu no travessão. Era a chance do empate. O Atlético não conseguiu encaixar qualquer contra-ataque. A medida que o fim do jogo se aproximava, o time do Flamengo passava a correr riscos maiores, no anseio de conseguir o empate. Numa dessas, o rubro-negro paranaense conseguiu em fim um contra-ataque mortal e ampliou. Num golpe de sorte, logo depois, após um bate-rebate depois de um escanteio, o Flamengo diminuiu. Poderia ter tido a mesma sorte alguns minuto antes, um empate teria sido um excelente resultado.
No outro jogo do grupo, o San Lorenzo venceu a Universidad Católica em Buenos Aires, com o gol de desempate saindo nos minutos finais. Agora, o líder era o Atlético Paranaense com 7 pontos, seguido pelo Flamengo com 6, pela Católica com 5, e pelo San Lorenzo com 4. Uma vitória na rodada seguinte, no Maracanã, frente aos chilenos, praticamente garantia a classificação, assegurava-a matematicamente, se Atlético e San Lorenzo empatassem em Curitiba, ou se os atleticanos vencessem. A missão não parecia difícil. Seria uma nova decisão!
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Renê (Matheus Sávio); Márcio Araújo (Mancuello), Rômulo (Leandro Damião), Willian Arão e Trauco; Gabriel e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
5ª Rodada - 03/05 - Flamengo 3 x 1 Universidad Católica (Chile)
Local: Maracanã
Gols: Rodinei (5'2T), Santiago Silva (21'2T), Guerrero (28'2T) e Trauco (41'2T)Era uma decisão. O fantasma das duas eliminações precoces logo na 1ª fase ocorridas em 2012 e 2014 assombrava os corações rubro-negros. Uma derrota implicaria estar ao borde de dar adeus ao torneio, uma vitória, com outro resultado que não uma vitória do San Lorenzo em Curitiba, significava a classificação antecipada matematicamente garantida. Pela terceira vez na Libertadores 2017, Maracanã com ingressos esgotados. A festa estava pronta.
Após um primeiro tempo muito movimentado, no qual o Flamengo teve diversas oportunidades de abrir o marcador, a principal delas numa falta muito bem cobrada por Guerrero, mas também correu o risco de sair atrás no marcador, já que deu duas oportunidades claras de gol à Católica, foi no 2º tempo que o placar se construiu. O destino mudou quando o time voltou para o 2º tempo com o lateral-direito Rodinei no lugar de Mancuello. E logo após entrar em campo, foi ele quem pegou o rebote de uma falta cobrada por Guerrero sobre a barreira e acertou o ângulo. Susto porém aos 22, quando o centroavante Santiago Silva aproveitou cruzamento de cabeça para balançar as redes, no único ataque chileno na etapa final. Apreensão no estádio e diante das telas de TV. Mas levou apenas sete minutos, pois o peruano Paolo Guerrero fez um giro sobre o zagueiro para bater cruzado e desempatar. Houve tempo ainda para Zé Ricardo colocar o lateral-esquerdo Renê no lugar de Gabriel e, de forma ousada, ficar com os quatro laterais do elenco ao mesmo tempo dentro de campo. E foi dos pés do lateral-esquerdo peruano Miguel Trauco, numa jogada de muita raça e persistência, que chegou o alívio derradeiro, a quatro minutos do fim.
Vitória importantíssima, mas que não garantiu matematicamente a classificação. Em Curitiba, o San Lorenzo venceu o Atlético Paranaense por 3 x 0. Mas o Flamengo voltou à liderança do grupo, com 9 pontos (três vitórias nos três jogos disputados no Maracanã), seguido por San Lorenzo e Atlético Paranaense, ambos com 7, e a Universidad Católica com 5. O time rubro-negro superou a ausência de seu principal jogador, Diego, lesionado, e se pôs no topo a uma rodada do fim. Um empate na Argentina, na última rodada, garantia a classificação. A eliminação só aconteceria com uma combinação de resultado possível na última rodada, uma derrota em Buenos Aires combinada a uma vitória paranaense em Santiago.
Time titular: Alex Muralha, Pará, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Márcio Araújo, Willian Arão, Mancuello (Rodinei) e Everton (Cuéllar); Gabriel (Renê) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
6ª Rodada - 17/05 - Flamengo 1 x 2 San Lorenzo (Argentina)
Local: Estádio Nuevo Gasometro, Buenos Aires
Gols: Rodinei (14'1T), Marcos Angeleri (29'2T) e Fernando Belluschi (47'2T)
O Mengo jogava em Buenos Aires contra o San Lorenzo por um empate para depender só de si; em caso de derrota, o Atlético não poderia vencer a Católica em Santiago. O cenário se mostrava um tanto favorável. Em nove possíveis combinações de resultado, só uma eliminava o Flamengo. Então...
O Flamengo não só segurou a pressão inicial do San Lorenzo, como conseguiu abrir o placar. Enquanto que em Santiago, a Universidad Católica saltava a frente do Atlético Paranaense. Era importante segurar a vantagem até o intervalo, e depois era importante suportar a pressão nos vinte minutos iniciais da segunda etapa, para jogar a pressão para o lado do adversário. O Flamengo conseguiu tudo isso. E ao mesmo tempo, na capital chilena tudo continuava na mesma sintonia. Tudo parecia rumar para uma classificação tranquila. Mas há que se saber sempre que uma Libertadores é uma Libertadores!
Aos 29 minutos do 2º tempo, o garoto Matheus Sávio, que acabara de entrar no jogo, não cortou uma bola que recuperou na lateral do campo e deveria ter espanado para longe, permitiu a recuperação e o cruzamento feito pelo baixinho Cristian Barrios, que também havia acabado de entrar em campo, e encontrou a cabeçada para as redes de Marcos Angeleri. Empate. E quase ao mesmo tempo, já na segunda metade da segunda etapa, em Santiago, o Atlético também empatou, gol do ex-jogador do Flamengo Eduardo da Silva, aos 31.
A temperatura subiu. O risco aumentou. E subiu ainda mais quando aos 37 minutos, Douglas Coutinho virou o jogo para o Atlético Paranaense. Enquanto isto, no Estádio Nuevo Gasometro, tome pressão do San Lorenzo na área rubro-negro, sempre espanada para longe na base do chutão, sem conseguir ter posse de bola. Dois minutos depois do gol atleticano, a Universidad Católica voltou a empatar o jogo. Aos 40 do 2º tempo, era preciso um gol do Atlético e um do San Lorenzo para a eliminação do Flamengo acontecer. O gol paranaense não tardou, o veterano meia Carlos Alberto, aos 41 minutos do 2º tempo colocou Atlético 3 x 2 no placar em Santiago. Este resultado ia eliminando aos argentinos. O estádio em Buenos Aires já se mostrava mais atônito e apreensivo.
Se o Flamengo segurasse o empate, iria se classificar. O time do San Lorenzo seguiu pressionando, e o sistema defensivo rubro-negro seguia espanando para longe, e a bola voltava, e era espanada, e voltava, e o fantasma das eliminações precoces nas Libertadores de 2012 e 2014 atordoava, e todos os rubro-negros parados diante da TV se lembravam que aquele era o evento mais importante do ano, que não haveria finanças sanadas, vitórias políticas frente às corruptas instituições brasileiras, ou o título carioca conquistado dez dias antes, nada seria capaz de minimizar o impacto de voltar a ser eliminado na 1ª fase da Libertadores.
Relógio marcando 45, o juiz sinaliza mais três minutos de acréscimo. Corações a mil, respirações tensas, fantasmas de Libertadores passadas atormentando a mente e a alma. O cronômetro chega a 47 minutos quando a bola atravessa a área e encontra Fernando Belluschi, que avança e bate cruzada, a bola passa por baixo de Alex Muralha e estufa as redes. O jogo sequer é reiniciado depois disto, as arquibancadas do Nuevo Gasometro, em polvorosa, haviam explodido de emoção: San Lorenzo 2 x 1 Flamengo. A Libertadores, mais uma vez, acabava precocemente para o time da Gávea. Décima terceira participação rubro-negra no torneio continental, quinta eliminação ainda na fase de grupos, o nome do Flamengo se apequenava na América do Sul. Nada seria capaz de mudar o sentimento de fracasso total no projeto 2017.
Time titular: Alex Muralha, Rodinei, Rafael Vaz, Réver e Trauco; Márcio Araújo, Willian Arão, Gabriel (Matheus Sávio) e Everton (Juan); Berrio (Rômulo) e Paolo Guerrero.
Téc: Zé Ricardo
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