terça-feira, 4 de abril de 2017

Zé Ricardo, meu caro, vem aqui e vamos conversar...

Após o Fla-Flu, faço a combinação de dois textos que refletem muito do que tenho pensado sobre o time de Zé Ricardo... em tempo, Foda-se o Carioca, eu estou preocupado é com as duas decisões seguidas contra o Atlético Paranaense. Temos até lá para consertar.

Primeiro reproduzo a integra do texto publicado ontem por Jerônimo Simeão Júnior sob o título "A Fórmula do Fracasso", no site Coluna do Flamengo. Concordo com tudo que ele falou, por isto reproduzo todas as palavras dele:

Fracasso: Falta de êxito; malogro; derrota.

Você já teve em mãos todos os ingredientes necessários para fazer uma bela receita e devido a algum ingrediente mal utilizado a receita desandou?

Já esteve próximo de passar em uma prova, com todo o conteúdo bem estudado, porém naquela questão que você tinha o maior domínio, por desatenção ou displicência, você errou.

Uma lástima, mas esse gosto amargo é o gosto do fracasso.

O fracasso está muito atrelado à expectativa gerada em cima do seu objetivo.  E o Flamengo esse ano tem objetivos bem claros e definidos: Títulos!

Porém… O Flamengo de Zé Ricardo flerta com o fracasso.

Ainda não assumiu o namoro, e espero que ainda tenha tempo de fugir disso.

O problema do fracasso é que ele as vezes parece muito claro para quem está de fora, e cega quem está dentro. E aí, quando se nota, já é tarde demais.

Com os ingredientes mais preparados, refinados e valiosos, nossa receita está desandando graças à ingredientes que já havíamos mapeado não serem dignos de passarem pela mão do chefe.

Um dos erros recorrentes e básicos de projetos de engenharia mal sucedidos, é a utilização de materiais de baixa qualidade junto com materiais de alta tecnologia. A corrente sempre arrebenta no elo mais fraco. É física. É evidente.

Grandes times foram montados na história do futebol mundial e falharam por causas que não são novidades para quem está no meio: Erros individuais, falta de grupo ou falta de comando.

Esses três fatores juntos, resultam em fracasso. E como já disse, começam a aparecer com cada vez mais frequência no Flamengo de Zé Ricardo.

Erros individuais primários, e uma certa teimosia em não notar o óbvio e continuar insistindo no erro, começam a minar um grupo que outrora era fadado ao sucesso.

Insatisfações como de Cuéllar, Donatti e Ronaldo, mesmo que veladas, estão começando a se tornar mais frequentes. O jogador quer ser aproveitado, porém é relegado por outro que não detém qualidade para ocupar seu lugar.

E aí, a omelete tem os ovos, mas não dá liga. Como se um ovo podre estivesse no meio, o qual contamina e estraga toda a omelete.

O fracasso é um risco inerente ao caminho do sucesso, ou seja, um risco do qual não dá para fugir, quando se almeja coisas grandes. Mas em determinados momentos fica claro qual caminho você está rumando.

É hora de mudar o rumo. Colocar o trem novamente nos trilhos. Rever a rota que está sendo tomada. Provar a receita e recomeçar. Ainda tem tempo.

Na verdade, agora é a hora! Temos jogos importantíssimos pela frente. Acabaram os testes. A receita já está escrita. É hora de preparar e servir.

Sucesso ou fracasso? Tá na hora de definir o futuro desse Flamengo. É hora de separar meninos e homens.

O futuro é alegria de uma Nação inteira está nas suas mãos Zé. Não nos decepcione.

Complemento este magistral texto acima com a excepcional análise técnica de André Amaral, do blog Ninho da Nação, um excelente trabalho analítico! Destaco alguns trechos do belo artigo que ele publicou após o Fla-Flu:

O Flamengo chega às partidas decisivas nesse começo de temporada com muitos questionamentos e problemas a serem resolvidos, apesar do retrospecto de uma derrota em 18 jogos e 41 gols marcados, com apenas 11 sofridos neste ano.

A marca serve apenas como amuleto para um trabalho que por ora parecia evoluir, mas que nos últimos jogos tem demonstrado uma queda acentuada de atuação do time, justamente na véspera do decisivo confronto contra o Atlético Paranaense pela Libertadores, na quarta-feira que vem.

São vários os problemas: a volta injustificável do Márcio Araújo, a problemática saída de bola, que tem sido responsabilidade do Rafael Vaz, e sua displicência com misto de soberba tem prejudicado a equipe. Ontem, as duas primeiras jogadas de perigo do Fluminense foram graças às saídas erradas de bola dos dois jogadores acima.

E porque não discutir o Arão? Suas atuações ruins não podem ser ofuscadas pelos dos dois gols nos dois últimos clássicos.

Sem a transição correta da defesa pro meio de campo o Flamengo vai continuar abusando do chutão. O time do ano passado sempre cruzou muito, bem mais do que o Palmeiras, mas acertava muito também, foi o terceiro melhor do campeonato (números do Footstats):


Porém, esse ano deu uma degringolada. Não pode 57 cruzamentos contra o Bangu:


Em lançamentos, apesar da quantidade alta, o número de acertos era maior do que o número de erros, especialmente após a estreia do Diego, contra o Grêmio, na segunda rodada do segundo turno:


Claramente o time tinha uma forma de jogar e dava certo, porém esse ano perdeu-se a identidade:


A partir de agora Zé Ricardo não terá mais opções de errar e terá muita coisa pra corrigir até quarta-feira que vem. Os jogadores também precisa assumir a responsabilidade e entrar com nível de concentração lá em cima, pois, a partir de agora, não existe mais jogo-treino.

Para concluir, meus próprios comentários finais:

- Não há mais dúvidas em relação ao que já se mostrava claro: Orlando Berrio é pior do que Marcelo Cirino, Orlando Berrio é o pior investimento feito pelo Flamengo nos últimos anos!

- Cafu começando titular? Já começa a dar sinais de estar perdido... não tem nível técnico sequer para jogar no time de reservas!

- Todos reclamam que o calendário impede a realização de treinos técnicos-táticos. A temporada começa repleta de oportunidades para usar times reservas e ter a semana inteira para descansar e treinar os titulares. E cadê a evolução? O padrão tático tem piorado!

SRN
Marcel Pereira


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