sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Uma vitória com a cara do Flamengo!


"E ela veio, materializada na vitória por 2 a 1, em que o time esbanjou garra, superou suas limitações e controlou inteiramente o adversário, como conta O Imparcial: “No team vencedor houve bravura individual de todos os jogadores, sem excepção, de modo que a actuação de conjuncto resultou enthusiasta, impectuosa, digna da velha, tradicional coragem flamenga”... crônica de 1927 sobre uma vitória sobre o Vasco em São Januário




"Quando enfim foi a ela permitido competir, andou desacreditada desde o início, inferiorizada, sofrendo goleada que quase arrasou seu terreno. Que perdeu seus principais nomes em momentos cruciais da campanha, mas nem assim esmoreceu – apenas para vê-los retornar na hora mais crucial de todas. Essa equipe, por fim, foi campeã na raça, no coração, chegando junto, com os jogadores se multiplicando em campo. Um título de lutadores"... por Mário Filho sobre o título de Campeão Carioca de 1927


"E o Flamengo joga, hoje, com a mesma alma de 1911. Admite, é claro, as convenções disciplinares que o fute­bol moderno exige. Mas o comportamento interior, a gana, a garra, o élan são perfeitamente inatuais. Essa fixação no tempo explica a tremenda força rubro-negra. Note-se: — não se trata de um fenômeno apenas do jogador. Mas do torcedor também. Aliás, time e torcida completam-se numa integração definitiva"... por Nélson Rodrigues


"O Flamengo, era o que dizia grave e enfaticamente o pessoal do Café Rio Branco, tradicional reduto rubro-negro no centro da cidade, não precisava de time para conquistar o campeonato. Bastava-lhe a camisa. Onze paus de vassoura com camisa do Flamengo seriam irresistíveis"... por Mário Filho


"Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo, a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte: — quando o time não dá nada, a camisa é içada, des­fraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juizes, bandeirinhas tremem então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável"... por Nélson Rodrigues


"Ao apito final, os vencedores não se contiveram. De desacreditados, eram agora vencedores. O Flamengo dera uma lição ao futebol carioca com sua “bravura moral, tenacidade, alegria de querer e de lutar” que eram “patrimônio e tradição” do clube, como citou O Imparcial. Com tudo contra, bastou erguer a camisa rubro-negra como uma bandeira de batalha. Puída, esfarrapada que fosse, foi ela quem prevaleceu no fim da história fabulosa e épica"... crônica de 1927




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