quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Flamengo do tamanho que ele é. O Rio de Janeiro do tamanho que ele deve ser.

Todos os adjetivos que poderiam ser empregados para o que aconteceu na Vila Belmiro nesta 12ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2011 já foram empregados. Um jogo para ser colocado no hall dos maiores da história do Flamengo. Uma partida que deveria ser posta em DVD para ser vendida nas prateleiras das livrarias e bancas de jornais, para que estivesse eternizada para sempre nas casas de flamenguistas espalhados pelo Brasil.

Um dia, sem dúvidas, em que o time do Flamengo foi do mesmo nível daquele eterno time de Zico, Júnior, Andrade e Leandro. Um épico do esporte bretão à altura de espetáculos dados em velhos tempos. Um 3 a 0 que vira 3 a 3. E que se não bastasse haver chegado até aí, ainda reservou mais uma virada. Um 5 a 4 histórico.

Se não bastasse o título de Campeão Carioca Invicto. Se não bastasse chegar em Agosto com apenas uma derrota no ano, e ainda assim uma derrota ocorrida no primeiro jogo depois da festa do título carioca (em circunstâncias distintas, dificilmente a história daquele jogo teria sido a mesma). Enfim ... Ronaldinho Gaúcho já teve várias grandes exibições neste ano. Não é o mesmo do auge atingido com a camisa do Barcelona, e muito provavelmente em nenhum momento voltará a ser. Não precisa. Com menos que isso, já tem condições de se eternizar com o vermelho e o preto.

Flamengo é Flamengo. RG já sabia disto antes de chegar. Se alguém não conseguia entender o que ele quis dizer nesta frase, também deveria providenciar o jogo de ontem pra prateleira de seus DVDs domésticos.

O Rio de Janeiro também vai mostrando o tamanho que sempre deveria ter tido. Quando comecei a acompanhar futebol, nos anos 80, eu me habituei a ver sempre os quatro grandes do Rio entre os oito melhores do campeonato. Símbolo de uma campanha catastrófica era terminar o Campeonato Brasileiro fora dos 10 primeiros. Um 12º ou 13º lugar era coisa humilhante. Talvez os anos 80, auge da história do futebol carioca, tenham me deixado mal acostumado. Mas o desempenho carioca nos campeonatos de 2010 e 2011 vem re-solidificando a grandeza que outrora se havia perdido nestas terras.

No período entre 1996 e 2006 a colocação por volta do 12º ou 13º lugar era quase motivo de alívio. O futebol carioca vivia daí para baixo: não por coincidência no período que representa a maior crise social, política e econômica do Rio de Janeiro. Os que leram A NAÇÃO conhecem bem esta história, por mim descrita no livro.

A reconstrução - também descrita no livro - é algo do qual se alguém duvidava, cada vez mais têm sinais clariando o cenário, mostrando que veio para ficar, é reconstrução sólida.

Não dá para se deixar iludir por rivalidades clubísticos. Para uma cidade e um povo que passou pelo que passou, dá gosto olhar pra tabela e ver os quatro grandes metidos entre os dez primeiros. O Rio de Janeiro voltou!

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