quinta-feira, 6 de junho de 2013

O desafio de auto-sustentabilidade do basquete rubro-negro

"O desafio de gestão do Flamengo: ser auto-sustentável"
por Fábio Balassiano no Blog Bala na Cesta, no UOL.

Todo mundo aqui sabe que o Flamengo foi sucesso de público, resultados e crítica nesta temporada do basquete que terminou no sábado. Ganhou o NBB com méritos, foi bem na Liga Sul-Americana e ficou perto das finais da Liga das Américas. Se não foi uma temporada perfeita, foi bem ótima, digamos assim.
 
E qual é o tamanho da missão da diretoria do Flamengo para a próxima temporada? Na minha opinião não é uma missão esportiva, técnica, mas sim de gestão, de administração mesmo. É “simples”: transformar o basquete do atual campeão do NBB em algo auto-sustentável.
 
Coloquei o simples entre aspas porque sei que não é moleza, obviamente, mas esta é a missão de Marcelo Vido, diretor de esportes olímpicos do clube cuja competência é imensa e tem sido vista nos primeiros meses de mandato (gestão racional, transparente, sem sobressaltos). Ele mesmo me disse isso em Brasília, no Jogo das Estrelas (releiam a entrevista, por favor), e é exatamente por aí que passa o sucesso do Fla nos próximos anos – conseguir fazer a conta fechar apenas e tão somente com verbas de patrocínio, bilheteria, produtos e qualquer coisa do basquete e somente do basquete.
 
O time rubro-negro hoje é caro, todo mundo sabe, e infelizmente o clube não consegue pagá-lo só com a grana dos patrocinadores apenas do basquete. Parte do dinheiro vem do futebol, e é algo que pode, e deve, ser revisto urgentemente para o bem do clube, do NBB e do esporte de modo geral.
 
O Flamengo encheu o Tijuca na fase de classificação, a HSBC Arena nos playoffs e estreitou ainda mais os laços com uma torcida que, apaixonada ao cubo, abraçou o basquete faz tempo. Os consumidores, portanto, são conhecidos e muitos (alguns que jamais foram ao ginásio estiveram lá pra apoiar o clube em uma época de vacas magras no futebol – o que é bom pra modalidade acariciar os mais carentes e ávidos por vitórias). Dá pra pensar, como João Henrique Areias já pensou, em promoções, camisas e formas de equacionar o orçamento sem precisar da grana do futebol.
 
O Flamengo é grande, imenso, esta nova diretoria está fazendo um grande trabalho, e será um presente muito grande pro basquete brasileiro se ela conseguir fazer do atual campeão do NBB um modelo de gestão sólido, auto-sustentável e virtuoso.
 
Talento na quadra o Fla mostrou que tem. Torcida fora dela para “bancar” o time, também. É hora de fechar o cerco e amarrar as contas para as próximas temporadas serem ainda melhores do que esta que terminou no sábado.

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