O que vi de melhor na imprensa esportiva sobre a saída de Mano Menezes do Flamengo foi escrito por gente que não gosto de ler em veículos de mídia que não gosto muito de frequentar. Mas as palavras de Mauro Cézar Pereira, Milton Neves e Bruno Voloch resumem bem tudo que pensei quado m deparei com a notícia do pedido de demissão de Mano.
Voloch, então, usou a mesma expressão do breve post que coloquei aqui no blog assim que tomei conhecimento do acontecido: COVARDIA.
13 razões para estranhar a demissão - por Mauro Cézar Pereira, da ESPN Brasil
O vice-presidente de futebol do Flamengo, Wallim Vasconcellos, deixou o Maracanã após a derrota para o Atlético Paranaense e soube pelo rádio que Mano Menezes pedira demissão. O presidente Eduardo Bandeira de Mello também. Os dirigentes rubro-negros não costumam ir ao vestiário após as partidas, independentemente dos resultados.
A postura é inspirada num conselho de Txiki Begiristain. O ex-jogador basco, ex-dirigente do Barcelona e atual diretor de futebol do Manchester City para onde foi levado por Ferran Soriano; disse a cartolas flamenguistas que o ambiente é dos jogadores. E que se fossem até os camarins após vitórias, deveriam voltar sempre, mesmo depois das piores derrotas.
Eles também não frequentam o Centro de Treinamentos, onde o ex-artilheiro Nunes foi barrado recentemente. O futebol fica nas mãos de Paulo Pelaipe, executivo contratado para tocar o departamento. Wallim, inclusive, nem sempre aparece no CT. Pelaipe foi o único com quem Mano falou que estava se demitindo. Os demais dirigentes não receberam sequer um telefonema.
Nos minutos seguintes à surpreendente demissão de Mano, os cartolas se comunicavam por e-mail, atônitos, tentando compreender o que se passava. Um questionamento que deverá crescer envolve a autonomia dada a Pelaipe, alvo da ira da torcida nos 4 a 2 impostos pelo Furacão. A saída do técnico foi mesmo estranhíssima, por motivos como os que seguem abaixo:
1) Mano sabia das dificuldades que enfrentaria e os salários estão em dia.
2) Alegar que não conseguiu "passar para esse grupo" o que pensa sobre futebol é pouco para justificar a demissão.
3) Foi a primeira derrota do time no Rio de Janeiro.
4) A fragilidade do elenco é notória e foi reconhecida pelo próprio técnico em entrevistas.
5) O time não está na zona de rebaixamento.
6) O próximo adversário é o lanterna, Náutico, ou seja, em tese a chance de recuperação na rodada seguinte não poderia ser maior.
7) O Flamengo tem um jogo importantíssimo na quarta-feira, contra o Botafogo, pela Copa do Brasil.
8) Os rubro-negros venceram o Santos e empataram com a Ponte Preta, fora de casa, mesmo atuando bom tempo com menos um jogador, ou seja, o retrospecto recente era aceitável.
9) Em Campinas, Mano comemorou uma "pequena evolução" do Flamengo — clique aqui e confira.
10) A atuação do Flamengo foi excelente por cerca de 20 minutos, talvez a melhor com ele.
11) Se o time foi capaz de atuar bem no primeiro quarto da peleja, é evidente que, com Mano, em jogos futuros, poderia render mais.
12) No dia 3 de setembro, Mano escreveu no twitter: "Estamos nos primeiros passos de uma reestruturação e sabemos que a parte inicial é a mais complicada".
13) Na véspera da derrota para o Atlético Paranaense, Mano disse sobre a equipe que comandava: "Temos condição de vencer todos".
Diante dessas nítidas demonstrações de confiança na evolução do time e sem explicações e motivos minimamente convincentes para a decisão tomada por Mano, não é absurdo algum imaginar que o técnico observe perspectivas melhores no mercado. E é o que muita gente começou a fazer imediatamente após o anúncio do treinador, que fazia um ótimo trabalho nas atuais circunstâncias.
O pronunciamento após a derrota e as frases no twitter pouco depois em nada reduzem a sensação de que ele pulou fora sem motivos que sustentem tal decisão. O ex-técnico do Grêmio, do Corinthians, da Seleção e do Flamengo colocou sua própria credibilidade na berlinda. Até que apresente argumentos melhores para justificar o abandono do barco. Se é que os tem.
A saída de Mano Menezes - por Milton Neves, da BANDEIRANTES
Durou pouco a passagem de Mano Menezes pelo Flamengo.
Após a derrota de virada para o Atlético-PR, por 4 a 2, jogando no Maracanã, o treinador decidiu pedir demissão, depois de apenas três meses no cargo.
A escolha de Mano surpreendeu a diretoria do Fla, que realmente parecia querer seguir contando com os seus serviços.
Agora, cá entre nós: Corinthians em crise, Tite balançando no cargo, Mano pedindo para ser desligado do Fla…
Não está soando um tanto quanto estranha esta história?
Será que o ex-treinador da seleção não está de olho na vaga do ameaçado Tite?
Sei não, hein?
A covardia de Mano Menezes - por Bruno Voloch, do UOL
Ninguém no Flamengo entende a demissão de Mano Menezes. Nem jogadores, muito menos os dirigentes. Existe uma profunda sensação de decepção e covardia na atitude do ex-treinador.
Mano, menos de 24 horas antes do jogo contra o Atlético-PR, esbanjava otimismo e garantia que o Flamengo não seria rebaixado. Em 45 minutos, segundo tempo da partida, tudo mudou e o mundo desabou na cabeça de Mano.
Por mais que tente convencer as justificativas alegadas são pouco inteligentes e não servem como desculpa.
Mano acabou se contradizendo. O treinador cansou de falar que a reestruturação seria demorada e o trabalho a longo prazo. O Flamengo está próximo, mas não na zona de rebaixamento. Mano sempre deixou claro ‘sinais de evolução’ nas coletivas. A Copa do Brasil, mesmo diante do cenário caótico é uma realidade e o próximo jogo é contra o virtual rebaixado Náutico, ou seja, existia ainda relativamente ainda um panorama favorável.
A fragilidade do elenco foi reconhecida pelo próprio técnico em diversas oportunidades.
Mano viveu uma gangorra interminável nos 4 meses no comando do Flamengo. Quase nunca repetia a escalação e conviveu, isso é fato, com problemas de contusão e cartões.
Tudo citado porém é pouco para Mano jogar a toalha.
Algo de muito estranho aconteceu no intervalo e depois do jogo contra o Alético-PR. Não seria uma derrota de virada em casa que selaria o destino Mano. O técnico tinha o respaldo da diretoria. Aliás, diga-se de passagem, sumiram todos quando mais precisavam aparecer.
Mano deixa a impressão de que foi covarde ao tomar a decisão de deixar o Flamengo. Para muitos, Mano Menezes era maior que o atual momento do Flamengo. Não.
A ‘fuga’, propõe que Mano não aguentou a pressão e nenhuma das desculpas apresentadas isenta o técnico.
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