Muito bom o texto do Felipe Foureaux no site Falando de Flamengo. Segue a íntegra abaixo:
O homem tem uma necessidade incessante de ter respostas pra tudo. Muitas vezes, na falta de uma resposta correta, o homem procura uma resposta alternativa. Outras vezes, nem existe uma resposta exclusivamente certa. E em algumas vezes, a resposta mais fácil de se digerir se torna a mais usada, mesmo não sendo a verdadeira.
Se você aturou os devaneios filosóficos do primeiro parágrafo e chegou até aqui, deve estar desconfiado que irei fazer uma pergunta que, provavelmente, não tem uma resposta única, nem certa, nem verdadeira: Por que os jogos do Flamengo no Carioca não estão recebendo um grande público? E para seguir o script lá de cima, existe uma resposta mais usada: Porque os ingressos são caros.
Poderia tentar explicar, matematicamente, que o Flamengo precisa faturar. Mas isso eu já fiz em textos passados. Poderia, ainda, argumentar que nas antigas alguns jogos também não enchiam, assim como hoje. Porém, isso o Urublog, do Arthur Muhlemberg, no texto de Walter Monteiro já o fez de maneira brilhante, nos levando a repensar em quais jogos o Maraca deve ser utilizado.
Minha opinião é bastante simples, objetiva e direta: Os jogos do Flamengo no Carioca não enchem porque não tem o menor caráter de decisão e a mínima atratividade.
Se observarmos o regulamento do campeonato, percebemos que a Taça Guanabara é um modorrento torneio de pontos corridos que classificará 4 equipes para as semifinais, com 16 times. Desses, apenas 4 são grandes (os nossos rivais ainda se enquadram nessa faixa). Os outros 12 lutam para permanecer na primeira divisão e, quem sabe, fazer uma graça. A distância técnica entre os grandes e os pequenos é colossal.
Dessa forma, não precisa ser nenhuma Mãe Dinah para perceber no que vai dar. Os quatro grandes tendem a se classificar. Isso só muda de figura se algum deles decidir não dar muita atenção ao campeonato, exatamente como o Botafogo está fazendo. E, se bobear, mesmo dando muito mole, ainda pega a quarta vaga. Ou seja, perde-se a curiosidade de se saber o que vai acontecer, pois todos conhecem os prováveis resultados. Fato!
Imaginem um Campeonato Carioca com apenas 8 clubes: os grandes e mais 4. Como o número total de jogos é muito menor (apenas 7 para cada clube), tudo muda de figura: para começar, qualquer tropeço de um grande pode ser irrecuperável. Dessa forma, todo jogo é praticamente decisivo. Outro ponto é que, dos 28 jogos, 6 seriam clássicos. Teríamos praticamente um clássico por rodada. Por fim, com menos datas, o torcedor poderia se programar melhor para acompanhar o seu time de coração. Será que a média de público não seria muito maior?
Não sou tão presunçoso ou inocente a ponto de achar que esse modelo nunca foi pensado antes. Sei que vários fatores e grandes interesses impedem um campeonato mais enxuto. Também não acho que esta seja a única solução ou a resposta definitiva. Mas, enquanto não existe a coragem de se buscar a resposta certa, vamos discutindo as respostas alternativas, falsas e mais fáceis de se digerir. E segue o jogo.
Para os que chegaram até aqui na leitura, vale relembrar o texto do Rica Perrone sobre este Campeonato Carioca 2014 que eu também republiquei aqui no blog de A NAÇÃO: Gênios!
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