Por Rafael Strauch, vice-Presidente de Administração do Flamengo:
O Flamengo nunca assinou com a Odebrecht para a utilização do Maracanã por 30 anos! Agora, há uma oportunidade de se corrigir um erro histórico, deixar com quem usa e paga! Se for para dar para outro, TCHAU!
1) A Lagardère não comprou o Maracanã como alguns repórteres vêm falando. Eles assinaram um MoU (Memorandun of Undertending) com a Odebrecht AS.
2) Quem trabalha com M&A (Fusão e Aquisição) sabe que isso (MoU) e nada juridicamente é a mesma coisa! O que a Lagardère faz hoje é jogo de narrativa.
3) O Estádio é um dos pilares mais importantes para o Departamento de Futebol! É a fronteira de crescimento de receitas do Flamengo.
4) O Flamengo não quis assinar com a Odebrecht SA nem em 2013. Já escrevi sobre isso! Assinamos com o Botafogo e FECHARAM o Engenhão.
5) O Maracanã está pronto! Está lá! E até cego vê que o único que sustenta e mantém o estádio é o Flamengo. Sem o Clube o Maracanã MORRE!
6) Há uma chance extraordinária para consertar um erro histórico! Uma nova licitação onde o Estado coloque no papel o que realmente quer.
7) Já se passaram 4 anos, os dois principais Eventos (Copa e Olimpíadas) e todos já sabem do que é o Maracanã sem o Flamengo.
8) Não é espuma! Podem puxar TUDO da campanha de 2015 e em NENHUM momento prometemos construir Estádio (comentamos sem um pequeno na Gávea).
9) Mas dado o atual cenário. Em se concretizando essa PIADA que é a venda para a Lagardère, o Flamengo vai partir para uma solução definitiva.
10) Por que piada? Porque a Lagardère não tem NEM o capital mínimo necessário para suceder o atual concessionário! Está com pires na mão!
11) A concessão atual do Maracanã está mais suja que "pau de galinheiro": Odebrecht SA, Sergio Cabral e TCE.
Abaixo, matéria do blog de Rodrigo Mattos, do Portal UOL, publicada em 13 de abril de 2017: "Executivo do Maracanã negociou propina para gerir estádio, aponta delação"
O ex-presidente da Maracanã S/A João Borba Filho participou do pagamento de propinas para liberar a concessão do estádio e pelas obras do complexo. Essa informação consta do inquérito revelado no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o Maracanã – essa investigação deve ir para o STJ. Borba negociava questões da gestão do estádio justamente com os políticos com quem tinha acertado pagamentos ilícitos.
O inquérito sobre obras e concessão do Maracanã tem base em oito depoimentos de cinco ex-executivos da Odebrecht. São eles: Benedicto Junior, Leandro Azevedo Soares, Luiz Eduardo Soares, Marcos Vidigal Amaral e João Borba.
Depoimentos de Benedicto Junior e João Borba apontam o pagamento de propina para o ex-governador do Rio Sergio Cabral pela obra do Maracanã. Inicialmente, ele teria pedido 5%, mas foram feitos pagamentos menores e que também se relacionavam a outras obras.
Em uma de suas delações, Benedicto Junior afirmou que houve propina de R$ 4 milhões em relação à obra do estádio. Outro ex-executivo da Odebrecht Marcos Vidigal Amaral apontou que Cabral recebeu vantagem indevida para ”restringir a competitividade da licitação da obra da Maracanã”. Ou seja, pagou para armar a concorrência e depois na realização da obra.
Esses pagamentos por obras, em parte, foram feitos por meio de João Borba, o gestor do Maracanã. Em outro depoimento, ele afirmou que acertou com Wilson Carlos, então secretário do governo do Rio, o pagamento da propina a Cabral. Depois, os dois negociavam questões da concessão do Maracanã.
”No período em que eu estava no Maracanã, quando a concessão deu problema, muitas vezes tinha reunião com ele. Totalmente republicana”, afirmou Borba em sua delação, alegando que não havia irregularidades nestas conversas posteriores. Ele era o presidente da Maracanã SA, empresa da Odebrecht, neste momento.
Além disso, o próprio João Borba Filho admitiu participação no pagamento de propina ao Tribunal de Contas do Estado para liberar a concessão do Maracanã.
”No Termo de Depoimento no 7 de JOÃO BORBA FILHO há a afirmação de que WILSON CARLOS CORDEIRO DA SILVA CARVALHO, então Secretário do Governo de SERGIO CABRAL FILHO, avisou-lhe que a Odebrecht precisaria ”acertar” a quantia acordada com o Tribunal de Contas no rio de Janeiro (TCE-RJ) para a liberação do edital.”, diz trecho do inquérito sobre o Maracanã.
Em seguida, há o depoimento de Leandro Azevedo Soares sobre a solicitação de vantagem indevida por parte do conselheiro Jonas Lopes relacionada a obras do Maracanã.
Como gestor do Maracanã, Borba negociou contratos com clubes para a utilização do estádio, além de conversas com o governo do Estado.
Atualmente, a Odebrecht fechou um acordo com a Lagardère para repassar a concessão do estádio com recebimento de cerca de R$ 20 milhões, fora despesas. O negócio depende do aval do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, também envolvido em delações da Odebrecht.
Matéria de Rodrigo Carro no jornal Valor Econômico em 13 de abril de 2017: "Odebrecht pagou R$ 1 mi para liberar edital do Maracanã, diz delator"
A Odebrecht pagou R$ 1 milhão em março de 2014 ao então presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes, para garantir a liberação do edital de concessão do estádio do Maracanã, segundo informou o ex-diretor-superintendente da empresa Leandro Andrade Azevedo em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), como parte de uma delação premiada.
De acordo com Azevedo, foi Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho - então secretário de Governo de Sérgio Cabral - quem lhe avisou que a Odebrecht deveria entrar em contato com o TCE-RJ para discutir assuntos relacionados à liberação do edital, que se encontrava sob análise do tribunal. "Eu já era diretor-superintendente da empresa quando, em 2013, meu líder Benedicto [Júnior] me chamou para uma reunião junto com João Borba [também executivo da Odebrecht]", lembrou Azevedo. No encontro, Benedicto Júnior comunicou que haveria necessidade de pagamento ao TCE-RJ para liberação do edital do Maracanã.
Posteriormente, em conversa com Jonas Lopes, então presidente da casa, Azevedo diz ter acertado o pagamento de R$ 4 milhões, divididos em quatro parcelas. Em depoimento gravado em vídeo, o ex-executivo da Odebrecht disse ainda que a data e o local para a entrega da primeira parcela, no valor de R$ 1 milhão, foram acertadas numa troca de mensagens com Jonas Lopes Neto, filho do então presidente do TCE.
Após esse primeiro pagamento em dinheiro, feito no escritório de Lopes Neto em 17 de março de 2014, não foram feitos mais repasses, informou o ex-diretor-superintendente da Odebrecht, porque começaram as prisões da Operação Lava-Jato. Por conta da suspensão dos pagamentos, Jonas Lopes teria chamado Azevedo a seu gabinete no TCE-RJ no fim de 2014 e cobrado o restante das parcelas. "É que estou sendo muito pressionado pelos outros conselheiros", justificou Lopes na época, sem revelar nomes, segundo depoimento de Azevedo. Mesmo assim, não ocorreram novos pagamentos, garantiu o delator.
O diretor-superintendente da Odebrecht conheceu Lopes após a companhia ganhar concorrência para reforma do prédio do TCE, semanalmente o executivo tinha de acompanhar vistorias às obras feitas pelo presidente do tribunal.
Segundo Azevedo, a Odebrecht já havia pago anteriormente a conselheiros do TCE-RJ para liberar em 2007 o edital de uma parceria público-privada na cidade de Rio das Ostras (RJ), na Região dos Lagos. O repasse do dinheiro (o delator não lembra quanto) teria sido intermediado por Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, então chefe de gabinete do conselheiro Marco Antonio Barbosa de Alencar. Antes do pagamento, Azevedo e Benedicto Júnior almoçaram com conselheiros do tribunal (Jonas Lopes, Marco Antonio Alencar) e com o então presidente José Gomes Graciosa, o que (na interpretação do ex-diretor-superintendente) sugere que todos tinham conhecimento do acordo, embora nenhum deles tenha se manifestado sobre o processo da PPP de Rio das Ostras.
O depoimento está anexado à petição número 6.860, assinada pelo relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, em que ele determina o repasse dos documentos para o Superior Tribunal de Justiça.
Matéria de 15 de abril do Portal UOL, intitulada "Odebrecht moldou edital para ganhar licitação da reforma do Maracanã", complementa detalhes do esquema, explicitando como o Engenhão entrava nesta inescrupulosa relação:
"Amparada por um total de R$ 120 milhões em propinas ao ex-governador Sérgio Cabral e a campanha de Luiz Fernando Pezão, a Odebrecht se considerou autorizada a exigir mudanças no edital de licitação da reforma do Maracanã. A empreiteira tinha razão em se sentir tão poderosa e o governo do Rio de Janeiro atendeu o pedido publicando um edital sob medida para a empresa.
A revelação das exigências foi feita pelo delator Marcos Vidigal do Amaral, executivo da Odebrecht. Ele comunicou a Hudson Braga, que já foi secretário de Obras do Rio de Janeiro, como o texto deveria ficar para favorecer a empreiteira.
"O edital foi publicado e antes de ser publicado eu apresentei algumas exigências no papel para Hudson Braga, que essas exigências fizessem parte do edital. E ele se comprometeu a dar segmento e, de fato, isto ocorreu".
O artigo 9.3 do edital foi redigido sob encomenda da Odebrecht. Este item estipulava que a empreiteira vencedora deveria ter construído um complexo esportivo com pelo menos 30 mil lugares, instalado 20 mil assentos e ter experiência em obras de acesso a estádios.
Como era antes da Copa do Mundo, nenhum concorrente atendia os requisitos, somente a Odebrecht. "Eram restrições próprias para quem tinha executado um estádio e nós tínhamos no acervo recente a conclusão do Engenhão e estávamos garantidos"."
Veja também aqui no blog: Operação Teto do Engenhão 2
E aparecem indícios que o Botafogo recebeu R$ 30 milhões da Odebrecht pelo fechamento do Engenhão no exato momento que a empresa negociava com Fla e Flu um contrato de longo prazo pelo Maracanã. É um sinal do que são capazes... E sempre com cumplicidade do Governo e plantando notícias na imprensa. Obviamente pingando um por fora aqui outro ali. Essa notícia dá cratera é posta propositalmente com um viés negativo quando não deveria ser assim, é uma obra simples e de precaução...
ResponderExcluirE a imprensa? Tenho ouvido muito mais comentários a favor de que o Flamengo ceda e negocie com a Lagardere, do que comentários escandalizados com o Consórcio Maracanã... E os R$ 30 MM da Operação Engenhão? Falar do Botafogo realmente não dá Ibope nenhum. Se este dinheiro tivesse parado nas contas do Flamengo, era barulheira todo dia!!! Já no Botafogo... Cri, cri, cri... E o escândalo na Arena Corinthians!? Tô achando a imprensa bairrista paulista bem tímida nas "escandalizacoes"... Imagina se fosse numa Arena Flamengo!!! Já estariam pedindo para implodir...
ResponderExcluir