sexta-feira, 11 de maio de 2018

O assalto do Consórcio Maracanã aos cofres do Flamengo


O jornal esportivo Lance! fez um interessantíssimo levantamento consolidado das rendas obtidas pelos clubes até a 4ª rodada do Campeonato Brasileiro 2018, tendo, portanto, todos os clubes jogado como mandante duas vezes.

O Flamengo tem a 2ª Maior Renda Bruta do Brasil. E tem tão só a 6ª Maior Renda Líquida do Brasil, o recursos que sobram da bilheteria e que efetivamente aparecem nos cofres do clube. É um assalto alarmante!


Propondo-se a assinar um contrato de 4 anos com o Consórcio cujas estimativas apontam uma redução de 20% nos custos de operação cobrados por jogo no estádio, a situação melhoraria um pouco, mas continuaria assombrosamente pior do que a de outros clubes.

Se tivesse tido 20% a menos nos custos de operação no Maracanã neste início de Campeonato Brasileiro 2018, ao invés da 6ª Maior Renda Líquida do Brasil, o Flamengo teria tido a 4ª Maior Renda Líquida do Brasil!


Já foi feita a análise aqui no blog de Como a falta de um estádio próprio custa ao Flamengo: analisando os resultados do Balanço Financeiro Consolidado de 2017 concluiu-se que dos "R$ 62,3 milhões com bilheteria, sobraram só R$ 17,2 milhões líquidos (descontadas as despesas) nos cofres rubro-negros. Ou seja, 27,6%. Nos jogos no Maracanã pela Libertadores, sobrou 29% da receita com bilheteria no resultado final do exercício (renda bruta de R$ 10,339 milhões em três jogos e lucro de R$ 3,036 milhões). Os números do Campeonato Carioca foram os piores: o Flamengo ficou só com 17% da bilheteria de seus jogos. Para efeito de comparação, Corinthians e Palmeiras, com seus estádios novos, têm lucro superior a 60% da renda bruta. Se ficasse com 60% e não 27,6% do que arrecada, o Flamengo teria mais R$ 20 milhões por ano. Isto é, em 10 anos deixa-se de se ter R$ 200 milhões!".



Veja outras análises publicadas aqui no blog, algumas republicações de análises de terceiros, referentes a este tema:

Análises sobre preço:
Monitor de Preços dos Jogos do Flamengo (análises feitas entre abril 2014 e agosto 2015)

* muitos dos pontos levantados pelos autores do trabalho citados neste post já estavam identificados nestas análises: diferença de valor entre quarta-quinta e sábado-domingo; diferença de valor por atratividade para jogos contra G-12 do Brasil, demais da Série A, e jogos do Carioca; diferença de preço por estádio; e o "efeito-novidade" das novas arenas recém-inauguradas. Vale a ressalva de que na época (2014-2015) imperava uma corrente na política interna do clube, liderada pelo VP de Marketing, BAP, que defendia que a demanda nos estádios de futebol era inelástica.


Análises sobre estádio publicadas aqui:






E mais: Todos os capítulos do Escândalo de Corrupção Maracanã-Engenhão


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