segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Passo a passo da caminhada do Flamengo no Brasileirão 2020: da 1ª à 5ª rodada


PARA SER CAMPEÃO: o caminho mais simples estava nos primeiros jogos, logo seria fundamental arrancar muito forte nas 15 primeiras rodadas!


Meta da Rodada 1 à 5 era fazer 13 pontos (4 vitórias e 1 empate)

Com a derrota para o Atlético Mineiro no Maracanã no 1º jogo, esta meta já não era alcançável. Com a segunda derrota seguida na 2ª rodada, o Flamengo precisaria compensar a perda de pontos com vitórias em sequências mais difíceis a frente.


FOI O PIOR INÍCIO DO FLAMENGO EM UM CAMPEONATO BRASILEIRO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS!!


A HISTÓRIA NO BRASILEIRÃO 2020


1ª Rodada - 09/08/2020 - Flamengo 0 x 1 Atlético Mineiro

Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gol: Filipe Luís (contra, 23'1T)

Na primeira partida sem Jorge Jesus após sua ida para o Benfica, técnico que em 34 jogos disputados no Maracanã não havia perdido nenhum, o Flamengo perdeu sua invencibilidade no estádio. Sob enorme expectativa pela estreia do novo técnico, o espanhol Domenec Torrent, e sob a expectativa de um duelo tático contra o técnico argentino Jorge Sampaoli, o Flamengo não começou bem. Acabou prejudicado por sua própria guerra política de antecipar a volta do futebol durante a pandemia do coronavírus, pois como o Carioca voltou antes dos demais Estaduais, o time ficou mais tempo sem jogar, desde que venceu o Fluminense e se sagrou Campeão Carioca, sentiu o ritmo contra um Atlético que havia entrado em campo nas semanas anteriores.

Com menos de uma semana inteira para treinar o time desde sua chegada ao Rio de Janeiro, Domenec mostrou poucas novidades. Entraram em campo os mesmos titulares de Jorge Jesus. O Atlético entrou com uma formação com três zagueiros e com uma marcação "alta" sobre a saída de bola rubro-negra, tirando o time rubro-negro de sua zona de conforto, impedindo que o time jogasse com maior posse de bola, sua principal característica desde o vitorioso ano de 2019. Logo no início de jogo, Bruno Henrique entrou em velocidade, passou pelo goleiro, mas perdeu um gol incrível, chutando na trave. Foi castigado quando um cruzamento despretensioso de Arana foi chutado para dentro das redes por Filipe Luís, que entrava correndo pelo meio da área sem sequer ser pressionado por um atacante adversário. A trapalhada custou caro. Pouco depois Arrascaeta perdeu uma chance clara de gol, desperdiçando a possibilidade de conseguir o empate. No fim do 1º tempo, aos 38, uma desordem defensiva propiciou que o venezuelano Savarino entrasse cara a cara com Diego Alves, numa chance claríssima de gol que ele chutou em cima do arqueiro. 

No 2º tempo o Atlético mudou o esquema, com um volante no lugar de um zagueiro, e isto dificultou ainda mais a vida do Flamengo, que também se mostrava mais limitado fisicamente. Domenec tentou mudar para forçar o adversário num mano a mano na pressão de saída de bola, mas não funcionou. Primeiro pôs Pedro no lugar de Arrascaeta, abrindo Bruno Henrique e Gabigol pelas pontas com Pedro centralizado. Sem ver efeitos, pôs Michael no lugar de Éverton Ribeiro, passando a jogar com dois pontas abertos e Pedro e Gabigol juntos no centro da área, com Gérson, que não fazia um bom 2º tempo, sozinho armando no meio. Ainda sem conseguir resultados, foi ainda mais ousado, lançando Vitinho no lugar de Gérson, deixando Arão sozinho no meio de campo. Montou uma linha de cinco atacantes pressionando os cinco defensores atleticanos. Também não deu certo, perdendo a capacidade de criação no meio. Num 2º tempo sem quase terem havido chances de gol de lado a lado, o Atlético chegou mais vezes e foi melhor em campo.

Início com derrota indigesta. Mas a verdade é que Sampaoli - vice-campeão brasileiro de 2019 com o Santos, tendo inclusive imposto uma goleada de 4 a 0 sobre o Flamengo de Jorge Jesus na última rodada, quando o time rubro-negro já era campeão - de tanto estudar o time rubro-negro para tentar vencê-lo no ano anterior, conhecia mais ao time do Flamengo do que o recém chegado técnico espanhol. Assim, soube drenar os principais pontos fortes de seu adversário e vencer a partida. De positivo: o novo treinador rubro-negro pode ser tudo, menos covarde, assim como Jorge Jesus não era, impondo um meio campo sem um cabeça de área truculento e exclusivamente marcador como era dogma no futebol brasileiro. Quem parte com cinco atacantes logo na primeira rodada, medroso e covarde definitivamente não é.

Ficha Técnica:

Fla: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson (Vitinho), Arrascaeta (Pedro) e Éverton Ribeiro (Michael); Bruno Henrique e Gabriel Barbosa.

Téc: Domenec Torrent

Atlético: Rafael, Guga, Igor Rabello, Gabriel (Jair), Júnior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Alan Franco (Hyoran) e Nathan (Keno); Jéfferson Savarino (Bueno) e Marquinhos (Marrony).

Téc: Jorge Sampaoli


2ª Rodada - 12/08/2020 - Flamengo 0 x 3 Atlético Goianiense

Local: Estádio Olímpico Pedro Ludovico, Goiânia (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Hyuri (15'1T), Jorginho (31'1T) e Gustavo Ferrareis (15'2T)

Escalação desastrosa do espanhol Domenec Torrent em seu segundo jogo e após uma semana de trabalho no Flamengo. Chegou afirmando que mexeria o mínimo possível num time vencedor e que colocaria suas ideias aos poucos. Enorme distância entre o discurso e a prática! Quando anunciada a escalação, com Gustavo Henrique e Vitinho nos lugares de Rafinha e Arrascaeta, as primeiras perguntas na mente eram como se encaixariam os três zagueiros juntos, e como se equilibraria uma escalação que a princípio pendia toda para a esquerda? Se já parecia desequilibrada, quando a bola começou a rolar, o que se viu em campo foi ainda pior: não haveria esquema com três zagueiros, com Rodrigo Caio jogando efetivamente improvisado como lateral-direito, e com Vitinho jogando na ponta-direita, com Éverton Ribeiro mais centralizado fazendo a função de Arrascaeta. Foi um desastre tático, defensivamente e ofensivamente.

Com poucos minutos de jogo o meio de campo goianiense já pode explorar a desorientação da linha de zagueiros rubro-negra, com um lançamento em profundidade nas costas de Léo Pereira deixando Hyuri cara a cara com o goleiro Diego Alves. Por sorte, o atacante desperdiçou. Na frente, nenhuma capacidade de criação: Vitinho estava perdido e desorientado pela direita, e Bruno Henrique, em um dia bisonho, errava tudo pelo lado esquerdo. O problema maior, no entanto, é que Rodrigo Caio levava um baile pelo lado direito. A improvisação fez o time perder seu melhor zagueiro e obter um lateral sem absolutamente nenhuma vocação para a posição. O ataque do Atlético entrava fácil pelo lado direito. E foi por este buraco na defesa que um cruzamento encontrou Hyuri na pequena área em meio aos dois zagueiros rubro-negros, que o acompanhavam (os dois ao mesmo tempo!) mas não lhe marcavam (Gustavo Henrique e Léo Pereira só olharam). Ele escorou para as redes, abrindo o placar. Com 15 minutos de jogo, um gol e uma chance clara desperdiçada. O quadro era absolutamente caótico.

O time seguiu desorientado, incapaz de mostrar qualquer reação. Aos 31, novamente explorando o desorganizado lado direito, o meia Jorginho cortou para o meio e acertou um chutaço de fora da área, sem chance de defesa para Diego Alves. Na saída de bola, menos de um minuto depois, o Flamengo conseguiu dar seu primeiro chute a gol, aos 32 minutos do 2º tempo, com Gabigol desperdiçando da marca do pênalti uma chance claríssima de diminuir a vantagem atleticana (o que tenderia a mudar o jogo). Antes do intervalo, num contra-golpe nas costas de Léo Pereira, o rubro-negro goiano ainda chegou o terceiro gol, que acabou corretamente anulado pela arbitragem de vídeo por um impedimento de poucos centímetros. No fim do 1º tempo, não se sabe se por orientação do treinador ou por iniciativa dos próprios jogadores em campo, a organização defensiva melhorou, com Vitinho jogando na ponta-esquerda, Bruno Henrique passando a fazer papel de centroavante e Gabriel Barbosa caindo pela ponta-direita. Porém, apesar e melhor organizado, o time não foi capaz de criar qualquer oportunidade de gol.

Atordoado e sem reação, Domenec só mexeu no time no intervalo, voltando com Rafinha para a lateral-direita, e lançando Pedro no lugar de Vitinho. O time ficou bem mais organizado defensivamente, mas não deu certo a escolha ofensiva. Sem conseguir ter o controle da posse de bola, o time precisava sair em velocidade, característica que Pedro não tem. Ainda assim, melhor em campo, o Flamengo enfim passou a ter o domínio da partida, com Gabigol desperdiçando duas chances claríssimas, numa dela com uma intervenção espetacular do goleiro Jean. Mas foi o Atlético, na única chance real que teve no 2º tempo, quem ampliou, com mais um chutaço certeiro de fora da área. Na reta final de jogo, com Arrascaeta no lugar de Éverton Ribeiro o time tinha mais domínio, ainda assim, afoito e desconfortável em campo, o time deixava buracos atrás que poderiam ter acarretado num quarto gol. Em um chute muito bem dado de fora da área por Bruno Henrique, Jean voltou a fazer uma defesa magistral. Diego Alves ainda acabou expulso por agressão, fechando a pavorosa e horripilante noite do Flamengo. A criatividade tática de Domenec e o catastrófico resultado, fizeram lembrar a 5ª partida de Jorge Jesus a frente do Flamengo, curiosamente também envolvendo Rafinha e uma escolha infeliz para a lateral-direita, quando o time tomou um baile do Emelec no Equador que quase lhe custou a eliminação da Libertadores. JJ entendeu rápido seu erro, e ainda que tenha levado um outro baile do Bahia em sua 8ª partida, a partir de seu 9º jogo encaixou de vez o time e se seguiu uma sequência de vitórias e a invencibilidade que levaram aos títulos do Brasileiro e da Libertadores. Restava aguardar quanto tempo levaria - e se conseguiria! - para que Domenec encontrasse sua química. Ele não estava mais no futebol dos Estados Unidos, no Brasil os times adversários têm qualidade técnica e capacidade de leitura tática para explorar muito rápido equívocos tão grandes quanto os cometidos por ele neste jogo.

Enquanto isso, após terminar o 1º tempo perdendo por 2 x 0 para o Corinthians, o Atlético Mineiro marcou três gols em menos de vinte minutos, virando para 3 x 2 no Mineirão e abrindo uma vantagem de seis pontos na tabela. Jorge Sampaoli mostrava a Domenec que se ele não se adaptasse muito rápido, não lhe daria qualquer oportunidade de lutar pelo título.

Ficha Técnica:

Fla: Diego Alves, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique (Rafinha), Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson, Vitinho (Pedro) e Éverton Ribeiro (Arrascaeta); Bruno Henrique e Gabriel Barbosa (César).

Téc: Domenec Torrent

Atlético: Jean, Dudu (Moacir), Éder, Gilvan e Nicolas; Édson, Marlon Freitas, Jorginho (Willian Maranhão) e Éverton Felipe; Gustavo Ferrareis (Chico) e Hyuri (Matheus Vargas).

Téc: Vágner Mancini


3ª Rodada - 15/08/2020 - Flamengo 1 x 0 Coritiba

Local: Estádio Couto Pereira, Curitiba (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gol: Arrascaeta (27'1T)

Dias agitados. Depois da trégica derrota para o Atlético Goianiense, os jogadores fizeram uma reunião privada com a comissão técnica e pediram para não haver mudanças de sistema sem que tenha havido treinamento específico. Em paralelo, Rafinha anunciou que aceitou proposta do Olympiakos, da Grécia, e se desligou do clube. Muita pressão após duas derrotas seguidas.

Sem Diego Alves, expulso na partida anterior (primeiro cartão vermelho em toda sua carreira) e tendo perdido seu lateral-direito, a escalação voltou a ser a mesma dos títulos anteriores, só que com César no gol e João Lucas na lateral-direita, sem variações táticas. O adversário também havia perdido nas duas primeiras rodadas e estava pressionado.

O jogo começou com o gramado muito molhado, após um intenso dia de chuva. Nos primeiros quinze minutos o time rubro-negro estava nervoso e afoito, errando muito. O garoto João Lucas, muito nervoso, não se achava em campo. Quando o time se tranquilizou, tomou conta do jogo, passando a ter o domínio da posse de bola, e passando a criar sequenciais oportunidades de gol. Gabigol perdeu uma frene a frente ao goleiro. Mas nãr tardou muito a sair o gol, em passe de Bruno Henrique para o meio que Gabriel não proveitou, por sorte a bola sobrou para Giorgian De Arrascaeta, e o uruguaio teve rapidez de pensamento para driblar o marcador e concluir para o gol. O time suportou a tentativa de reação do time paranaense, não correu muito perigo, teve tranquilidade e foi para o intervalo em vantagem.

No segundo tempo, o time rubro-negro continuava dominante. Ainda mais após a expulsão do volante Renê Júnior por uma falta que lhe rendeu um segundo cartão amarelo. Pressionado e ousado, o técnico do Coxa tirou um meia e um atacante e colocou dois atacantes. Partiu com tudo e abriu espaço na sua defesa. O Flmengo ampliou o domínio, e quase marcou de novo com Bruno Henrique e Gabigol entrando em velocidade em dois contra um, mas com BH errando o passe.

Domenec mexeu no 2º tempo colocando Pedro no lugar de Bruno Henrique, que estava muito mal e errando tudo. A segunda modificação foi mais ousada, mexendo de uma forma diferente do que o time estava acostumado, colocando Diego no lugar de Gabigol, e e fazendo assim que Gérson e Diego jogassem juntos no meio pela primeira vez, com Éverton Ribeiro aberto pela direita e Arrascaeta pela esquerda, e Pedro centraliado. Deu bastante certo, e o time melhorou. Pedro marcou de cabeça, mas o gol foi anulado por um impedimento milimétrico, e Arrascaeta quase fez o segundo após uma bonita troca de passes da linha ofensiva.

No fim, quase foi castigado pela sequenciais oportunidades seguidas de matar o jogo, vendo uma bola acertar sua trave. Foi uma vitória magra e aquém da capacidade do time, mas muito importante para dar tranquilidade psicológica para a sequência do trabalho. Mas a distância para o líder se mantinha em 6 pontos, tendo o Atlético Mineiro sido o único a vencer três vezes nas três primeiras rodadas.

Durante a partida, chegou a notícia de que a diretoria havia agido rápido e em menos de 48 horas após a confirmação da saída de Rafinha, fechado com seu substituto, o chileno Maurício Isla, sem clube desde o fim, algumas semanas antes, do Campeonato Inglês, que disputou pelo WEst Ham. Ele tinha propostas do Boca Juniors, da Argentina, e do Bétis e do Valencia, da Espanha, mas preferiu a oferta rubro-negra.

Ficha Técnica:

Fla: César, João Lucas, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique (Pedro) e Gabriel Barbosa (Diego).

Téc: Domenec Torrent

Coritiba:Wilson, Jonathan, Rhodolfo, Sabino e Willian Matheus; Nathan Silva (Ruy), Renê Júnior, Matheus Galdezani e Yan Sasse (Neílton); Igor Jesus (Matheus Bueno) e Róbson (Sassá).

Téc: Eduardo Barroca


4ª Rodada - 19/08/2020 - Flamengo 1 x 1 Grêmio

Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Pepê (44'1T) e Gabriel Barbosa (42'2T)

A partida se iniciou com o Grêmio fazendo uma marcação por pressão muito forte na saída de bola rubro-negra, fazendo com que o time do Flamengo tivesse muita dificuldade para jogar. Ainda assim, o time se saiu bem e teve amplo domínio de posse de bola nos primeiros trinta minutos. Com o decorrer do jogo, a pressão diminuiu, pelo desgaste físico, e o domínio do jogo passou a ser todo rubro-negro, com a equipe bem postada e com o controle tático da partida. Numa maravilhosa jogada individual, Éverton Ribeiro teve boa chance de abrir o placar, mas desperdiçou. Arrascaeta, após ter feito uma excelente partida contra o Coritiba, errava tudo que tentava e quase não se movimentava. Bruno Henrique e Gabriel Barbosa continuavam sem acertar absolutamente nada do que tentavam, como acontecia desde a primeira rodada. Sem suas principais peças ofensivas, o time dominava, mas não criava absolutamente nenhuma chance de gol.

O castigo veio no finzinho do 1º tempo. Pepê atravessou a defesa rubro-negra em diagonal, e João Lucas o acompanhou, deixando um buraco no lado direito da defesa, forçando Rodrigo Caio se deslocar para tentar fechá-lo. Ao mesmo tempo Rodrigo Caio alertou João Lucas do buraco que ele havia deixado, fazendo o lateral parar sua movimentação atrás de Pepê no meio da área. Assim nem o lateral nem o zagueiro central acompanharam a movimentação do ponta tricolor, que passou pelas costas de Léo Pereira, que estava preso à marcação corpo a corpo com Diego Souza que o impedia de fazer qualquer outra cobertura. Alisson viu a movimentação de Pepê e o lançou, inteligentemente entre Léo Pereira e Filipe Luís, deixando-o frente a frente a Diego Alves, para vencê-lo com um petardo fulminante no alto do gol. Assim como no duelo contra o Atlético Mineiro, do outro lado estava um dos melhores treinadores do campeonato e que conhecia as fortalezas e fraquezas do time rubro-negro melhor do que o próprio recém-chegado Domenec, pois havia passado o ano anterior inteiro estudando como parar esta equipe. Assim como no jogo contra o Atlético, Flamengo melhor no 1º tempo e num detalhe o adversário saiu na frente.

Para o 2º tempo, Renato Portaluppi mexeu taticamente em sua equipe, fechando-se na defesa, dando a posse de bola, e esperando o time rubro-negro atacar para matar o jogo num contra-ataque. E quase conseguiu! Mas Diego Souza, frente a frente a Diego Alves, chutou para fora, rente à trave.

Logo aos 10 minutos, o time perdeu o jovem lateral João Lucas por lesão. Ele não fazia uma boa partida, diferentemente de sua atuação contra o Coritiba. Domenec tinha o jovem Matheuzinho no banco, mas preferiu lançar o lateral-esquerdo Renê improvisado.

A primeira alteração tática foi colocando Vitinho no lugar de Éverton Ribeiro. Não foi uma boa escolha, pois tirou do time aquele que era o melhor rubro-negro em campo. O time passou a ter ora Vitinho pela esquerda, BH centralizado e Gabigol pela direita, e ora Vitinho pela direita, BH pela esquerda e Gabigol centralizado. Mas Bruno Henrique e Gabriel continuavam errando tudo que tentavam. E De Arrascaeta não conseguia armar pelo meio. Domenec tentou então sua segunda cartada, repetindo a ousadia tentada contra o Atlético que não tinha dado muito certo de manter cinco peças ofensivas juntas para pressionar o adversário. Ele lançou Pedro no lugar de Gérson. Se na 1ª rodada a tentativa foi lanças Michael, Vitinho, Pedro, Gabigol e BH juntos, desta vez ele foi ligeiramente menos ousado e pôs Vitinho, Arrascaeta, Pedro, Gabigol e BH juntos, preocupando-se em ter Vitinho e Arrascaeta como opção de recomposição do meio de campo.

O Flamengo não fez um bom segundo tempo, não tendo criado nenhuma chance de gol (mais uma vez tendo que dizer: "assim como contra o Atlético Mineiro). Desta vez, porém, numa bola que Vitinho pegou na direita, cortou para o meio e chutou, a bola acertou claramente na mão do argentino Kannemann, que tinha o braço aberto. O árbitro não marcou nada, mas foi chamado pela arbitragem de vídeo. A revisão não deu margem a qualquer dúvida, e o pênalti foi assinalado. Gabigol bateu e converteu. Fim de jogo, e um empate que não era bom para nenhuma das duas equipes. A boa notícia da rodada foi a derrota do Atlético Mineiro para o Botafogo no Engenhão. Com este resultado, o Flamengo passava a estar 5 pontos atrás dos líderes da tabela, as duas equipes comandadas por técnicos argentinos, o Atlético de Jorge Sampaoli e o Internacional de Eduardo Coudet, e o líder nos critérios de desempate, o Vasco, com três vitórias nas três primeiras rodadas. O Flamengo terminava a 4ª rodada na 17ª colocação, na Zona de Rebaixamento, a frente apenas de Goiás, Ceará e Coritiba. Na rodada seguinte, clássico contra um motivado Botafogo, que vinha de uma heroica vitória sobre o forte time do Atlético Mineiro.

Ficha Técnica:

Fla: Diego Alves, João Lucas (Renê), Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luis; Willian Arão, Gérson (Pedro), Arrascaeta e Éverton Ribeiro (Vitinho); Bruno Henrique e Gabriel Barbosa.

Téc: Domenec Torrent

Grêmio: Vanderlei, Orejuela, Geromel, Kannemann e Bruno Cortêz; Matheus Henrique (David Bráz), Maicon (Lucas Silva) e Jean Pyerre (Thiago Neves); Alisson (Thaciano), Diego Souza (Isaque) e Pepê.

Téc: Renato Gaúcho


5ª Rodada - 23/08/2020 - Flamengo 1 x 1 Botafogo

Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Pedro Raul (45+2'2T) e Gabriel Barbosa (45+10'2T)

Pressionado, o time rubro-negro entrou em campo num domingo às 11h da manhã com o técnico tendo poupado a Gérson e Arrascaeta, e com o jovem Matheuzinho na lateral-direita. Em campo, durante o 1º tempo, o ataque jogou com Pedro Rocha pela esquerda, Bruno Henrique centralizado e Gabigol pela direita, e com Éverton Ribeiro centralizado. Sem conseguir pressionar a saída de bola rubro-negra, o Botafogo deixava o time do Flamengo jogar no estilo que o consagrou em 2019, com muita posse de bola e ditando o ritmo de jogo. Porém, com uma grande quantidade de erros de passe e de domínio, especialmente de BH e Gabigol, a equipe não conseguia tirar qualquer proveito (e o gramado do Maracanã mais uma vez atrapalhava).

A melhor opção rubro-negra era com Pedro Rocha sobre Kevin pelo lado esquerdo de ataque. E foi numa destas que o ponta cruzou na cabeça de Bruno Henrique, que subiu sozinho na pequena área, mas cabeceou em cima do paraguaio Gatito, perdendo uma chance claríssima de gol. Mas quem perdeu a chance mais clara da primeira etapa foi o Botafogo, que na primeira vez que chegou quase marcou, com Luís Henrique chutando por cima de dentro da pequena área. Na defesa rubro-negra, a recomposição defensiva de Matheuzinho era muito lenta, e era por onde os alvi-negros passaram a explorar e encontrar espaços nos minutos finais.

No 2º tempo, o ataque rubro-negro mudou, com Pedro Rocha passando a jogar pela direita, com Gabigol centralizado e Bruno Henrique na ponta-esquerda. O time caiu de rendimento, assim como o jogo como um todo, tendo havido pouquíssimas oportunidades de gol de lado a lado.

Domenec foi forçado a mexer quando Rodrigo Caio sentiu a musculatura, e ele lançou Thuler em seu lugar. Aproveitou também para lançar Vitinho no lugar de Pedro Rocha, que não repetia na segunda etapa a boa atuação da primeira. O meio dava muito espaço para o Botafogo explorar, e o técnico resolveu lançar Thiago Maia no lugar de Diego para corrigir. Mas ao contrário do que seria esperado, com Thiago fazendo o primeiro volante, avançando Arão, esta inversão não foi feita. O time melhorou. Bruno Henrique, em especial, foi quem subiu de produção, deixando de errar tanto. Foi dele a jogada em que Gabigol converteu, porém anulado pela arbitragem de vídeo pelo toque involuntário na mão de BH quando o zagueiro alvi-negro tentou espanar. Apesar do gol, a atuação rubro-negra era muito ruim, com muita lentidão na transição de defesa para o ataque.

O empate sem gols era muito ruim. A situação ficou ainda pior quando Pedro Raul marcou aos 47 minutos. O árbitro tinha apontado seis minutos de acréscimo. E foi quando o relógio estava prestes a marcar 51 minutos, que a história da partida contra o Grêmio se repetiu: BH chutou e a bola bateu no zagueiro, o árbitro nada viu, mas a arbitragem de vídeo chamou para revisão, e ficou claro que o zagueiro havia interceptado pelo braço aberto, pênalti marcado, e convertido por Gabigol. Um empate muito negativo, de um time que apresentava um futebol bem ruim. O Flamengo terminou a 5ª rodada estando 7 pontos atrás do líder Internacional, 5 atrás do Vasco, 4 atrás do Atlético Mineiro de Jorge Sampaoli, e 3 atrás do Palmeiras. Estes clubes formando o G-4 do momento. Quando tempo o espanhol Domenec Torrent necessitaria para se adaptar? Quanto tempo o Flamengo lhe daria para isto?

Ficha Técnica:

Fla: Diego Alves, Matheuzinho, Rodrigo Caio (Thuler), Léo Pereira e Filipe Luís; Willian Arão, Diego (Thiago Maia) e Éverton Ribeiro (Pedro); Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e Pedro Rocha (Vitinho).

Téc: Domenec Torrent

Botafogo: Gatito Fernández, Kevin (Federico Barrandeguy), Marcelo Benevenuto, Rafael Forster (Pedro Raul), Kanu e Guilherme Santos; Caio Alexandre (Danilo Barcelos), Keisuke Honda (Luiz Otávio) e Bruno Nazário; Luís Henrique e Matheus Babi (Rhuan).

Téc: Paulo Autuori



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