sábado, 23 de julho de 2011

Cadê os PATROCINADORES? O tempo para se ajustar a novas tendências sempre é breve

Onde estarão as razões que estão levando o Flamengo a ter tanta dificuldade em obter patrocinadores para seus uniformes? Desde 31 de janeiro o patrocínio master da camisa de futebol está vago. Em 2010, a Brasil Foods pagou R$ 22 milhões para estampar a marca Batavo. Em 2011, esperava-se inicialmente conseguir um contrato de R$ 35 milhões. Sem interessados, a proposta caiu para R$ 30 milhões. Ainda sem interessados, os valores devem ser bem menores. O fato é que 7 meses se passaram e o lugar continua vago.

Um fato que merce reflexão: o Flamengo parece não estar tendo a mesma capacidade do Corinthians para alavancar contratos multi milionários.

A dificuldade não está só no futebol. No basquete, a SKY também anunciou sua saída da camisa rubro-negra na temporada 2011-12. O Flamengo ainda não conseguiu um substituto.

Algumas das argumentações para a dificuldade soam ridículas: a exigência de que o contrato tenha que passar pelos Conselhos do clube antes de assinado (quais seriam as intenções verdadeiras de quem pensaria assim?); no basquete, fatos isolados como a confusão entre Marcelinho e jogadores do Franca na semi-final do NBB são postos na balança (imagem afetada por isso? torcidas organizadas de São Paulo provocam intensas confusões e isto não pesa, e algum patrocinador largou o Palmeiras por jogadores se esbofetearem dentro de campo ou pela falta de fair play do Kléber?). As bandeiras erguidas constantemente pela mídia paulista de que no Rio de Janeiro não há organização, não há estrutura, não há profissionalismo teriam um peso nestas decisões?

Patrocinadores na história do uniforme rubro-negro

O fato é que o Flamengo vai ter que ser rápido em se posicionar. Há uma guerra declarada em jogo. A ânsia de Corinthians e São Paulo em destronar o Flamengo em seu estado de grandeza é imperativa, organizada e estratégica. E tem complacência da imprensa esportiva e dos interesses de divisão e repartição do mercado de midia nacional.

Uma guerra na qual o Flamengo é ao mesmo tempo ator principal - por sua grandeza de dimensões únicas e verdadeiramente nacionais - e coadjuvante - os verdadeiros interesses estão em outros mercados fora do futebol -. Mas se o caldeirão alquímico da Gávea não for feliz em suas decisões e ágil nas implementações, os respingos cairão por lá, com perda de capacidade de aquisição de grandes jogadores e disparidades na capatação de recursos junto a patrocinadores.

Como não podia deixar de ser, neste espaço, vou buscar palavras na páginas de A NAÇÃO para reforçar o diagnóstico: "O futebol tornou-se um grande negócio, um dos maiores do mundo. A insistência em não aceitar as tendências impostas pelas grandes mudanças ocorridas só veio a provocar o atraso na adoção das escolhas necessárias para o clube se fortalecer nesta conjuntura. O exemplo serve tanto para o Flamengo como para qualquer outro clube de futebol. É preciso que se faça o melhor possível, o que estiver ao alcance, para a captação de receitas suficientes e adequadas à montagem de equipes fortes. Afinal, nos negócios, o tempo de que se dispõe para ajustar-se às mudanças sempre é breve. Em conjunturas altamente competitivas, na maioria das vezes é preciso correr para continuar no mesmo lugar. Quem vacila, fica para trás". (A NAÇÃO, pg. 198)

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