"Motivado pela conquista do penta-tri, o Flamengo se encheu ainda mais de esperanças para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2009 após acertar com o atacante Adriano, o Imperador.
(...) A história rubro-negra naquele ano, entretanto, começou a mudar na 22ª rodada, passando por três personagens em especial, contratados ao fim do primeiro turno. O primeiro deles foi o zagueiro Álvaro, contratado ao Internacional, que chegava para tentar suprir a ausência de Fábio Luciano. O segundo foi o cabeça de área chileno Maldonado, ex-jogador de São Paulo, Cruzeiro e Santos, e que estava jogando no Fenerbahce, da Turquia. O terceiro foi o meia sérvio Petkovic, herói do quarto tricampeonato rubro-negro em 2001.
(...) O time titular arquiteto de tal façanha tinha: Bruno, Leonardo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Aírton, Willians e Petkovic; Zé Roberto e Adriano.
A campanha rubro-negra teve atuações memoráveis da dupla Petkovic e Adriano, que obtiveram resultados gloriosos, dentre os quais o mais reluzente foi a vitória por 2 a 0 sobre o então líder Palmeiras, dentro do Parque Antarctica, em São Paulo, com dois gols do meia sérvio, um dos quais tendo sido um gol olímpico. Uma rodada antes, os rubro-negros já haviam batido os são-paulinos, de virada, por 2 a 1 no Maracanã.
A sequência de bons resultados rubro-negros foi interrompida na 32ª rodada, quando o time foi derrotado por 2 a 0 pelo Barueri em São Paulo. Com a derrota, o time caiu para a sexta posição, não tendo sido poucos aqueles que afirmaram que o resultado tirava o clube da briga por uma vaga na Taça Libertadores do ano seguinte (os quatro primeiros garantiriam presença). O líder Palmeiras estava seis pontos à frente; o vice-líder, São Paulo, quatro.
Na sequência vieram três vitórias rubro-negras para calar os críticos. Na primeira, o time superou o Santos no Maracanã. Em seguida, mais uma atuação épica, contra o Atlético Mineiro, então terceiro colocado, com uma vitória por 3 a 1 em pleno Mineirão lotado, e com direito a novo gol olímpico de Petkovic.
(...) A briga estava extremamente acirrada. O líder agora era o São Paulo, com 59 pontos, seguido por Palmeiras com 58, Flamengo com 57, Atlético Mineiro com 56, Cruzeiro com 54 e Internacional com 53. Na rodada seguinte, mais uma vitória fora de casa, sobre o Náutico, em Pernambuco, e o Flamengo então ultrapassou o Palmeiras, assumindo a vice-liderança, dois pontos atrás do líder a três rodadas do término da competição. A chance de conquistar o sexto título brasileiro estava muito próxima, como jamais esteve antes.
(...) A partida transcorria e a ansiedade era cada vez maior. O time, em campo, mostrava-se afoito. A torcida, na arquibancada, exalava angústia. Pelos bares da cidade, milhões de pessoas viviam a expectativa de ver a rede balançando para colocar aquela nação dentro da nação na liderança do campeonato. Os goles de cerveja buscavam hidratar a secura na garganta pelo grito de gol que bradava por sair. Corações mais nervosos até evitavam assistir à transmissão, mas ficavam mais acelerados a cada vez que o barulho emanado das ruas, de dentro dos bares, indicava uma chance de gol. Só que ele não saiu. O empate sem gols impediu que o Flamengo assumisse a liderança faltando apenas duas rodadas para o término da competição. O desafio seguinte seria enfrentar o Corinthians no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, para onde o encontro entre as duas maiores torcidas do Brasil foi transferido, a pedido da polícia militar de São Paulo, que tinha outro jogo decisivo para cuidar no mesmo horário, entre Palmeiras e Atlético Mineiro. Em Goiânia, o mesmo Goiás que quitara pontos rubro-negros teria pela frente o líder São Paulo, que tinha um ponto de vantagem. A penúltima rodada, no domingo seguinte, prometia fortíssimas emoções. Todos os jogos começariam no mesmo horário, com quatro clubes na luta direta pela glória. A missão em vermelho e preto ficou mais inglória quando foi anunciado, no fim da tarde de sexta-feira, que Adriano, o artilheiro do campeonato, estava fora do jogo por causa de uma queimadura no pé sofrida num acidente doméstico.
Iniciada a partida, não tardou a vir a notícia de que havia saído o primeiro gol são-paulino no estádio Serra Dourada. As possibilidades rubro-negras naquele momento pareciam a caminho da ruína. Porém, alguns minutos depois veio o empate do Goiás. As chances ficaram grandes quando Toró fez lançamento para Zé Roberto aos 26 minutos do primeiro tempo; este ganhou do zagueiro, penetrou a área e bateu cruzado à queima-roupa. O Flamengo abria o placar e, naquele momento, tornava-se líder do campeonato, já que levava vantagem sobre o tricolor paulista nos critérios de desempate. Antes ainda do fim do primeiro tempo, a equipe goiana virou o jogo. A vantagem na tabela se ampliava, mas só se sustentaria se o time rubro-negro vencesse o jogo. O primeiro tempo terminou e os primeiros 45 minutos da rodada faziam a torcida sonhar. No decorrer do segundo tempo, mais razões para comemorar, o Goiás fez 3 a 1 em Goiânia. Alguns minutos depois, nova apreensão: 3 a 2. Até que Léo Lima sacramentou 4 a 2. Leonardo Moura ainda fez um segundo gol rubro-negro já nos acréscimos. A uma rodada do fim do Brasileiro, o Flamengo, pela primeira vez na competição, assumia a liderança, e agora dependeria apenas de suas próprias forças para sacramentar o título. No domingo seguinte, o adversário era o Grêmio, no Maracanã.
A 37ª rodada terminou com o líder Flamengo com 64 pontos, seguido por um tríplice empate nos 62 pontos entre Internacional, Palmeiras e São Paulo. A turma da Gávea não podia nem cogitar em empatar, pois estava em desvantagem em relação a Internacional e Palmeiras nos critérios de desempate. Já fora da luta pelo título estavam os rivais de Belo Horizonte, o Cruzeiro com 59 pontos e o Atlético, 56.
A ansiedade daquele confronto de duas semanas antes frente ao Goiás voltaria a se repetir? O Maracanã, lotado, ficou ainda mais tenso e ansioso quando o Grêmio abriu o marcador, aos 21 minutos do primeiro tempo. O time do Flamengo jogava mal e de forma displicente. A torcida tentava empurrar, a equipe se jogava para o ataque. Oito minutos depois do gol gremista, o zagueiro David, que substituía Álvaro, suspenso por ter tomado o terceiro cartão amarelo no jogo anterior, aproveitou bate-rebate na área e empatou o jogo. Mas o resultado ainda não era suficiente porque Internacional e São Paulo goleavam em seus jogos. Só a vitória faria o troféu ir parar na Gávea. Até que, aos 26 minutos do segundo tempo, Petkovic cobrou escanteio e o zagueiro Ronaldo Angelim subiu mais do que todos e testou para as redes: 2 a 1. Mengão hexacampeão!!!!!!" (A NAÇÃO, pgs. 245-249)
Veja mais: A Temporada do Flamengo em 2009
Veja ainda: Ficha Técnica - Campeão Brasileiro de 2009 - 1º Turno
Veja ainda: Ficha Técnica - Campeão Brasileiro de 2009 - 2º Turno
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