A temporada 2009 foi cheia de emoções. Foi um ano especial, com a conquista do Tri-campeonato Carioca, a chegada de Adriano, o Imperador, e a conquista do título brasileiro, que, num jejum de 16 anos, não era conquistado desde 1992.
Em 26 de abril e 3 de maio, os dois jogos da final do Campeonato Carioca, contra o Botafogo, ambos terminaram empatados em 2 x 2. O Flamengo venceu nos pênaltis por 4 x 2, levantou seu quinto Tri, no dia que marcou a despedida do futebol de seu capitão, o zagueiro Fábio Luciano, que optou pela aposentadoria dos campos de futebol.
Uma semana depois da conquista estadual, o Flamengo fez sua estréia no Campeonato Brasileiro 2009, num jogo que perdeu por 2 x 0 para o Cruzeiro no Mineirão. Envolvido ainda na disputa das quartas de final da Copa do Brasil, na quarta-feira seguinte à estreia, o time acabou eliminado pelo Internacional, graças a um gol de falta marcado por Andrezinho no finzinho do jogo.
Para o início do Brasileiro, o elenco sofreu pouquíssimas mudanças. Além de Fábio Luciano, saiu também o atacante Obina, negociado ao Palmeiras. Para compor elenco, foram contratados dois atacantes desconhecidos, Arthuro e Aleílson. E ainda houve a volta de empréstimo do zagueiro Fabricio, cria das divisões de base da Gávea, que estava emprestado ao Hoffeinheim, da Alemanha.
O elenco do técnico Cuca, no qual a diretoria apostava:
BRUNO - DIEGO
LÉO MOURA - EVERTON SILVA
WELINTON - FABRÍCIO
RONALDO ANGELIM - MARLON
JUAN - JORBISON
AIRTON - TORÓ
WILLIANS - FIERRO
IBSON - ERICK FLORES
KLÉBERSON - EVERTON
ZÉ ROBERTO - MAXI BIANCUCCHI
EMERSON SHEIK - JOSIEL - ALEÍLSON
Sem dúvidas, um elenco com carência, tanto em qualidade quanto em quantidade, de peças de reposição. Mas sabendo que precisava se mover, a diretoria fez uma grande aposta, investindo na contratação do atacante Adriano, que havia abandonado a Internazionale meses antes, afirmando que precisava repensar sua vida e sua carreira. A aposentadoria durou pouco, ele apostou que reencontraria sua felicidade trocando Milão pelo Rio de Janeiro, para a sorte do Flamengo.
Depois da derrota para o Cruzeiro, o time empatou sem gols com o Avaí, de Santa Catarina, em pleno Maracanã. O time se recuperou ao bater o Santo André por 2 x 1 fora de casa. E na 4ª rodada aconteceu a estreia de Adriano, numa grande festa no Maracanã, numa tarde de domingo na qual o Flamengo venceu por 2 x 1 ao Atlético Paranaense, com gol da vitória marcado pelo Imperador.
O time sofreu então duas derrotas acachapantes, em dois jogos fora de casa, perdeu por 4 x 2 pelo Sport e foi goleado por 5 x 0 pelo Coritiba. Recuperou-se goleando o Internacional por 4 x 0 no Maracanã. A campanha irregular e turbulenta continuou com um empate sem gols com o Fluminense, um 2 x 1 no Vitória e um empate em 2 x 2 com o São Paulo, no Morumbi.
Fora de campo, o clima azedou quando a diretoria acertou o retorno ao clube do veterano sérvio Dejan Petkovic, herói da conquista do Tri-campeonato Carioca em 2001. O jogador queria encerrar a carreira no Flamengo, e ofereceu um vantajoso abatimento na dívida que o clube tinha com ele para que ficasse na Gávea até o fim do ano. O presidente aceitou pelo lado financeiro, e desagradou ao vice-presidente de futebol, Kléber Leite, e ao técnico Cuca.
Mais três jogos, uma derrota por 2 x 1 para o Palmeiras no Maracanã, um empate em 2 x 2 com o Botafogo e outro empate, este em 1 x 1, com o Grêmio Barueri, fora de casa, e o treinador acabou sendo demitido. Após 13 rodadas, o time estava em crise, sem treinador, e mal posicionado na tabela de classificação. Pouquíssimos acreditavam que a aposta em colocar o auxiliar-técnico Andrade para comandar o time seria uma aposta confiável. Mas foi o que foi feito.
O time reagiu, vencendo duas seguidas, bateu o Santos por 2 x 1 na Vila Belmiro, e o Atlético Mineiro por 3 x 1 no Maracanã. Mas não sustentou uma recuperação, empatando em 1 x 1 com o Náutico em casa, perdendo por 3 x 2 para o Goiás, vencendo o Corinthians por 1 x 0 no Rio, e sofrendo três derrotas seguidas: goleada de 4 x 1 para o Grêmio no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, 2 x 1 para o Cruzeiro em pleno Maracanã, e 3 x 2 para o Avaí, em Florianópolis. O time iniciava o 2º turno muito mal. Para agravar a pressão, o time acabou eliminado pelo Fluminense, após dois empates, logo na 1ª fase da Copa Sul-Americana.
Na virada do 1º para o 2º turno, a diretoria precisou fazer uma total reformulação do elenco. Primeiro porque perdeu Emerson Sheik, que aceitou uma proposta do Al Ain, dos Emirados Árabes. Liberou o atacante Josiel, que foi para o Al Wahda, também dos Emirados Árabes. E vendeu o meia Ibson para o Spartak Moscou, da Rússia. Dispensou Arthuro, que sequer entrou em campo com a camisa do clube, e Aleílson. E partiu para fortalecer o elenco. Apostou na contratação de dois veteranos, o zagueiro Álvaro, ex-Internacional, e o volante chileno Maldonado, ex-São Paulo, Cruzeiro e Santos. Fechou também com o zagueiro David Bráz, ex-Palmeiras, que estava no Panathinaikos, da Grécia. Ainda contratou duas peças de ataque, o veterano Gil, ex-Corinthians, que estava no Internacional, e o centroavante Dênis Marques, que tinha tido algum destaque no Atlético Paranaense, e chegava do Omiya Ardija, do Japão. Um novo elenco construído em pleno campeonato:
Goleiros: Bruno e Diego
Laterais: Leonardo Moura e Juan; Everton Silva e Jorbison
Zagueiros: Álvaro e Ronaldo Angelim, David Bráz e Fabrício
Volantes: Airton, Maldonado, Willians e Toró
Meias: Kléberson, Petkovic, Éverton e Fierro
Atacantes: Zé Roberto e Adriano; Gil, Maxi Biancucchi e Dênis Marques
A reformulação surtiu efeito, principalmente após a entrada de duas peças, Álvaro e Maldonado, e com participação importante também de Dênis Marques, que, sempre entrando no 2º tempo, fez alguns gols importantes. Quem carregava o time, porém, era Adriano. Foram vários jogos vencidos com gol dele no 2º tempo. Petkovic, surpreendentemente, também encaixou bem no time, fazendo o papel do "camisa 10" que o elenco não tinha.
Goleiros: Bruno e Diego
Laterais: Leonardo Moura e Juan; Everton Silva e Jorbison
Zagueiros: Álvaro e Ronaldo Angelim, David Bráz e Fabrício
Volantes: Airton, Maldonado, Willians e Toró
Meias: Kléberson, Petkovic, Éverton e Fierro
Atacantes: Zé Roberto e Adriano; Gil, Maxi Biancucchi e Dênis Marques
A reformulação surtiu efeito, principalmente após a entrada de duas peças, Álvaro e Maldonado, e com participação importante também de Dênis Marques, que, sempre entrando no 2º tempo, fez alguns gols importantes. Quem carregava o time, porém, era Adriano. Foram vários jogos vencidos com gol dele no 2º tempo. Petkovic, surpreendentemente, também encaixou bem no time, fazendo o papel do "camisa 10" que o elenco não tinha.
O Flamengo encaixou uma sequência de 10 jogos sem derrota. Bateu o Santo André por 3 x 0 no Maracanã, empatou sem gols com o Atlético Paranaense em Curitiba, ganhou mais duas vezes por 3 x 0 no Maracanã, desta vez do Sport e do Coritiba, empatou sem gols com o Internacional no Beira-Rio, fez 2 x 0 no Fluminense, e empatou em 3 x 3 com o Vitória, em Salvador. Deu uma arrancada, ganhando várias posições e entrando na luta pelo G-4, grupo que garantia vaga na Libertadores de 2010.
O ponto de inflexão chave para a conquista do Hexacampeonato veio com a sensacional sequência de três vitórias que se seguiram: 2 x 1 no São Paulo, no Maracanã, 2 x 0 no líder Palmeiras, no Parque Antárctica, em São Paulo, com dois gols antológicos do camisa 43, Petkovic, tendo o segundo sido um gol olímpico, e 1 x 0 no Botafogo, no Engenhão. Daí em diante a briga rubro-negra deixou de ser pelo G-4 e o título já aparecia como algo alcançável.
Na única derrota que sofreu nas 17 rodadas finais, o time caiu por 2 x 0 para o Grêmio Barueri, o que poderia ter sido uma ducha de água fria nas pretensões rubro-negras.
Porém, o time encaixou uma nova sequência de três vitórias consecutivas que o aproximou da 1ª colocação. Venceu ao Santos por 1 x 0 no Maracanã, numa tarde na qual o goleiro Bruno defendeu dois pênaltis cobrados por Paulo Henrique Ganso, conseguiu uma vitória magistral sobre um concorrente direto na luta pelo título e pelo G-4, quando bateu o então líder Atlético Mineiro em pleno Minerão por 3 x 1, com nova atuação soberba de Petkovic, que abriu o placar naquela tarde de domingo com mais um gol olímpico, cobrando escanteio direto para dentro das redes. Para fechar, uma vitória por 2 x 0 sobre o Náutico, em Recife.
Faltando três rodadas para o fim, o Flamengo perdeu chance de assumir a liderança quando, na última partida da rodada, na noite de domingo, empatou sem gols com o Goiás num Maracanã lotado. O mesmo Goiás que na rodada seguinte venceu o então líder São Paulo jogando em casa, permitindo ao Flamengo, com uma vitória por 2 x 0 sobre o Corinthians, em jogo realizado em Campinas, estado de São Paulo, assumir, pela primeira vez em todo o campeonato, a liderança da competição, e quando faltava apenas uma rodada para o campeonato acabar. O último jogo era contra o Grêmio, no Maracanã. Uma vitória gremista daria o título a seu rival gaúcho, o Internacional.
A polêmica já começou quando o Grêmio decidiu viajar ao Rio de Janeiro sem seus titulares. O Flamengo não tinha nada com isso, precisava apenas vencer, num Maracanã em que não cabia mais nenhuma alma. Logo no começo do jogo, quem abriu o marcador foi o tricolor gaúcho. Tensão total. Os dezesseis anos de jejum pesavam mais do que nuca nos ombros de todos os rubro-negros. No fim do 1º tempo, o zagueiro David Bráz, que substituía o suspenso Álvaro, empatou. No 2º tempo, Petkovic cobrou escanteio, Ronaldo Angelim entrou como um raio entra os zagueiros adversários, e testou para as redes: 2 x 1. Um gol de cada zagueiro. O herói improvável era o "Magro de Aço", do Sertão do Ceará para o coração da Nação Rubro-Negra. Flamengo: Hexacampeão!
Foi uma temporada salva por um sprint final espetacular, após um 1º turno caótico. Sem muitas condições financeiras para ter um elenco encorpado, condição que todos pensavam ser a única capaz de ganhar um campeonato de pontos corridos com 38 rodadas, a grande lição que ficou foi a capacidade que peças individuais com qualidade acima da média, como, sobretudo, Adriano e Petkovic, têm para fazer a diferença. Uma vitória não do planejamento, mas sim do talento.
O ponto de inflexão chave para a conquista do Hexacampeonato veio com a sensacional sequência de três vitórias que se seguiram: 2 x 1 no São Paulo, no Maracanã, 2 x 0 no líder Palmeiras, no Parque Antárctica, em São Paulo, com dois gols antológicos do camisa 43, Petkovic, tendo o segundo sido um gol olímpico, e 1 x 0 no Botafogo, no Engenhão. Daí em diante a briga rubro-negra deixou de ser pelo G-4 e o título já aparecia como algo alcançável.
Na única derrota que sofreu nas 17 rodadas finais, o time caiu por 2 x 0 para o Grêmio Barueri, o que poderia ter sido uma ducha de água fria nas pretensões rubro-negras.
Porém, o time encaixou uma nova sequência de três vitórias consecutivas que o aproximou da 1ª colocação. Venceu ao Santos por 1 x 0 no Maracanã, numa tarde na qual o goleiro Bruno defendeu dois pênaltis cobrados por Paulo Henrique Ganso, conseguiu uma vitória magistral sobre um concorrente direto na luta pelo título e pelo G-4, quando bateu o então líder Atlético Mineiro em pleno Minerão por 3 x 1, com nova atuação soberba de Petkovic, que abriu o placar naquela tarde de domingo com mais um gol olímpico, cobrando escanteio direto para dentro das redes. Para fechar, uma vitória por 2 x 0 sobre o Náutico, em Recife.
Faltando três rodadas para o fim, o Flamengo perdeu chance de assumir a liderança quando, na última partida da rodada, na noite de domingo, empatou sem gols com o Goiás num Maracanã lotado. O mesmo Goiás que na rodada seguinte venceu o então líder São Paulo jogando em casa, permitindo ao Flamengo, com uma vitória por 2 x 0 sobre o Corinthians, em jogo realizado em Campinas, estado de São Paulo, assumir, pela primeira vez em todo o campeonato, a liderança da competição, e quando faltava apenas uma rodada para o campeonato acabar. O último jogo era contra o Grêmio, no Maracanã. Uma vitória gremista daria o título a seu rival gaúcho, o Internacional.
A polêmica já começou quando o Grêmio decidiu viajar ao Rio de Janeiro sem seus titulares. O Flamengo não tinha nada com isso, precisava apenas vencer, num Maracanã em que não cabia mais nenhuma alma. Logo no começo do jogo, quem abriu o marcador foi o tricolor gaúcho. Tensão total. Os dezesseis anos de jejum pesavam mais do que nuca nos ombros de todos os rubro-negros. No fim do 1º tempo, o zagueiro David Bráz, que substituía o suspenso Álvaro, empatou. No 2º tempo, Petkovic cobrou escanteio, Ronaldo Angelim entrou como um raio entra os zagueiros adversários, e testou para as redes: 2 x 1. Um gol de cada zagueiro. O herói improvável era o "Magro de Aço", do Sertão do Ceará para o coração da Nação Rubro-Negra. Flamengo: Hexacampeão!
Foi uma temporada salva por um sprint final espetacular, após um 1º turno caótico. Sem muitas condições financeiras para ter um elenco encorpado, condição que todos pensavam ser a única capaz de ganhar um campeonato de pontos corridos com 38 rodadas, a grande lição que ficou foi a capacidade que peças individuais com qualidade acima da média, como, sobretudo, Adriano e Petkovic, têm para fazer a diferença. Uma vitória não do planejamento, mas sim do talento.
Veja também: Ficha Técnica - Campeão Brasileiro de 2009
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