O time ainda está longe do ideal, ainda oscila, ainda peca, perde-se em vários momentos, tem lampejos. Tudo muito natural, afinal é apenas um começo de trabalho, cujo objetivo é atingir o ápice no final da temporada, lutando por vaga em Libertadores, títulos de Copa do Brasil e/ou Brasileiro. E o baixo nível técnico do Campeonato Carioca também não é parâmetro, pode produzir falsas referências, induzir ilusões.
Ainda assim, com todas estas ponderações feitas, o que se pode dizer é que o visto até agora permite otimismo em vários aspectos. Não pelos 4 a 0 sobre o Barra Mansa ou os 5 a 1 sobre a Cabofriense, mas pelo todo, pela movimentação, pelos indícios de um padrão tático que desenha-se promissor, e pela diversidade de opções que se tem a disposição. Falta um articulador mais cerebral no meio do campo? Sim, sem dúvidas falta. Mas nem um goleador, que outrora parecia necessário, parece mais uma prioridade.
Com Paulo Victor e César no gol, estamos bem servidos pelo menos para os próximos 5 anos. Com Wallace, Samir, Bressan, Marcelo e Frauches na zaga, não temos esplendor, mas temos segurança suficiente ao que se tem apresentado no futebol brasileiro nos últimos anos. Nas laterais é preciso atenção. Por hora, Léo Moura e Pará atendem, Anderson Pico e Thallyson deixam um pouco de insegurança no ar. Mas se ajeitar o resto do time, não será esta uma debilidade que nos impediria de sonhar.
No meio, Canteros e Márcio Araújo tem ido muito bem, o argentino em especial é excelente. Se precisar apertar, o paraguaio Victor Cáceres fecha muito bem a proteção à zaga, e ainda tem o elogiado Jonas, que até mostrar em campo se de fato é digno dos elogios recebidos, é uma incógnita, mas é uma aposta, ser der certo é bônus. Até aqui a opinião é um tanto consenso para quase todos os rubro-negros. E é daqui para frente que vou me atrever um pouco a brincar de Vanderlei Luxemburgo.
Não só pelo visto no Carioca, mas pelos amistosos contra Shakthar, Vasco e São Paulo, gostei muito da postura tática de Luiz Antônio bem aberto pela direita e Everton bem aberto pela esquerda. Os dois tanto alimentam bem o ataque quanto compõem bem a proteção aos laterais. Para deixar esta fluidez ainda mais mortal, colocaria o Paulinho com liberdade de movimentação, caindo ora pela direita ora pela esquerda, para bagunçar a defesa adversária e abrir espaço para uma mobilidade de Marcelo Cirino, entrando e saindo da área, e exercendo melhor a função que o Luxemburgo enxergou para ele.
Na hora que o posicionamento do adversário exigisse uma centralização maior, entrariam Arthur Maia ou Lucas Mugni para centralizar o jogo. Gabriel é a opção para repor Luiz Antônio pela direita, e Nixon para repor Everton pela esquerda. E ainda tendo a opção de oferecer uma variação tática com Eduardo da Silva ou Alecsandro entrando no meio quando for necessária uma maior força de finalização. E espero que ele já tenha abandonado a idéia de fazer de Eduardo da Silva um "falso 10", o negócio dele é a capacidade de concluir a gol.
Tem coisa boa se desenhando por aí. Parece faltar pouco para atender nossas expectativas.
SRN
Marcel Pereira
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