A sequência de artigos de Rodrigo Capelo sobre os números financeiros dos rivais do Flamengo no Rio de Janeiro é uma constatação fria de uma realidade que a cada dia que passa fica mais difícil de esconder: o futebol do Rio de Janeiro faliu. Não é uma novidade, embora discursos de negação sempre tiveram e ainda tem dificuldade de aceitar isto. É um quadro que vem avançando há muito tempo. Um buraco no qual o Flamengo esteve muito perto de cair junto (ainda não está totalmente livre deste risco!). Consequência da resistência filosófica de se adequar a novas realidades, enganando-se como se a grandeza do passado bastasse para construir o futuro. Uma falência que nasce lá atrás, nos tempos dos desmandos da presidência de Eduardo Viana na FERJ, passando pela "era" do atual presidente Rubens Lopes, por diversos casos da "filosofia Eurico Miranda" de levar o futebol muitas vezes para ser resolvido extra-campo, atitude muitas vezes celebradas por muitos, banhando-se sempre no jeitinho de camuflar problemas, e usando a imprensa como alto-falante para muitas bravatas. As palavras de Rodrigo Capelo na coluna Época Esporte Clube, da Revista Época, mostra racionalmente os números.
FLUMINENSE
"As finanças do Fluminense: o clube das Laranjeiras está à beira do colapso financeiro": Pedro Abad recebe de Peter Siemsen um time que, apesar de receita recorde, disparou despesas e dívidas. A necessidade de vender jovens promessas em 2017 é inevitável
Pedro Abad, presidente do Fluminense desde o início de 2017, afirmou em entrevista recente a ÉPOCA que tem uma prioridade clara: sanar as finanças do clube a ponto de, em 2019, começar o ano com um orçamento empatado – as receitas precisam ser suficientes para pagar as despesas. Sem a necessidade de vender atletas. Sem a perspectiva de novos prejuízos. Habituado a uma década de investimentos superiores à real capacidade financeira do time, graças ao antigo patrocínio da Unimed, o torcedor talvez não tenha a dimensão do tamanho do desafio que o cartola assumiu.
A situação financeira tricolor vai de mal a pior. O faturamento do clube subiu em 2016, sim, de R$ 180 milhões para R$ 293 milhões. Mas por um motivo só. A negociação antecipada dos direitos de transmissão das temporadas de 2019 a 2024 com a TV Globo rendeu luvas, um prêmio pela assinatura do contrato. Foram R$ 80 milhões de uma vez. O valor recorrente recebido da TV também subiu em relação ao ano anterior. E as boas notícias param por aí. O departamento comercial e de marketing gerou menos dinheiro, as bilheterias caíram, o programa de sócios-torcedores também.
Mais grave do que as receitas estagnadas são as crescentes dívidas. Nunca antes o Fluminense deveu tanto na praça. O endividamento disparou e bateu em R$ 434 milhões. Nós podemos olhar para essas dívidas de duas maneiras para compreender a gravidade delas. O primeiro modo é o prazo que o clube tem para pagá-las, e isso piorou. Abad começa seu mandato com 37% de suas dívidas em curto prazo, com vencimentos de até um ano, equivalentes a R$ 163 milhões. Para um clube que fatura coisa de R$ 160 milhões, sem considerar receitas não recorrentes, como luvas de novos acordos de televisão e transferências de jogadores, isso significa que o time está inviável.
O que se pode fazer numa situação dessas? Ou vender atletas, uma solução amarga, ou tomar mais empréstimos em bancos. Foi o que fez Siemsen. Aqui entra o segundo modo de encarar as dívidas tricolores. Se considerarmos apenas empréstimos bancários, o clube saltou de R$ 39 milhões devidos em 2015 para R$ 81,5 milhões em 2016. O problema disso é que, como sabe todo cidadão que já pegou dinheiro emprestado em banco, o crédito vem acompanhado de juros. E cada centavo gasto com juros é um centavo a menos em investimentos na equipe. No mais, todas as dívidas do clube também subiram: tanto a fiscal (com o governo), quanto a trabalhista (com atletas que ficaram sem receber e acionaram o time na Justiça).
Uma das explicações para o caos financeiro nas Laranjeiras, ironicamente, é a Unimed. Celso Barros, ex-presidente da empresa de convênios médicos no Rio de Janeiro, injetava dinheiro no clube à sua maneira: boa parte do patrocínio correspondia a salários que a companhia pagava diretamente aos jogadores. Conforme a patrocinadora pulou fora, gradativamente o clube passou a assumir esses gastos. O indício disso está nas remunerações tricolores, que rondaram os R$ 40 milhões de 2011 a 2014 e saltaram para R$ 100 milhões em 2016. Sem que nenhum grande jogador, a exemplo do investimento que a Unimed fez em Fred nos tempos de gastança, tenha sido contratado nesse período. O doping, enfim, acabou.
VASCO
"As finanças do Vasco: afundado em dívidas, um clube em estado de falência": Sem dinheiro sequer para honrar despesas e dívidas de curto prazo, Eurico Miranda terá problemas para cumprir promessa de “brigar pelas cabeças” no Campeonato Brasileiro
Eurico Miranda tem o defeito de tentar mostrar força só no gogó. Quando a realidade dá as caras, a frase de efeito constrange – como quando o Vasco foi rebaixado à segunda divisão, em 2015, apesar de o presidente ter garantido que se mudaria para a Sibéria se isso acontecesse. “O Vasco vai brigar nas cabeças, com certeza”, dizia o cartola em entrevista coletiva que havia convocado, em 20 de dezembro de 2016, para falar sobre as finanças vascaínas. Meses depois, após publicado o balanço financeiro do clube, chega a realidade.
Antes de nos aprofundarmos nos números, um alerta. Tudo o que você lerá aqui foi extraído do balanço financeiro vascaíno. Mas há razões para desconfiar do documento. A auditoria independente Anend, contratada por Eurico para verificar as contas de 2016, como manda a lei, expressou em seu relatório que não pôde checar todos os dados. Os auditores não conseguiram confirmar se havia dinheiro em caixa, por exemplo, nem uma série de outros indicadores cujos valores foram apresentados pela direção cruz-maltina. A auditoria avaliou as finanças com o que tinha e responsabilizou a administração do time pelo que viu, mas não pôde testar.
Dito isso, comecemos pelo dinheiro que entra no caixa. O Vasco faturou R$ 213 milhões em 2016, o maior valor de sua história, mas com um enorme asterisco. A maior parte do aumento se deve aos R$ 60 milhões em luvas que recebeu da TV Globo por vender, antecipadamente, os direitos de transmissão para as temporadas de 2019 a 2024. O faturamento recorrente, sem as luvas, está na casa dos R$ 150 milhões. Outras fontes de receitas mostram performances preocupantes. O Vasco teve em 2016 as piores rendas de sua história recente – desde 2010, quando passou a detalhá-las – em bilheterias, patrocínios e transferências de atletas. O que segura as pontas é a TV.
Depois vem o dinheiro que sai do caixa. Apesar de jogar a Série B, campeonato no qual a competitividade é menor, os gastos aumentaram para quase R$ 200 milhões. Repare o descompasso entre quanto o Vasco arrecada e quanto o Vasco gasta. Faltaram R$ 50 milhões para que o clube conseguisse apenas fechar a conta – sem que pagasse um centavo sequer das dívidas que acumulou ao longo dos últimos anos, assunto para o parágrafo seguinte. Eurico só terminou o ano no azul porque recebeu as luvas pelo contrato de 2019 a 2024. Uma receita que não se repetirá nem em 2017, nem tão logo.
Se o problema fosse pontualmente o descompasso entre receitas e despesas, estaria tudo certo. O Vasco tem condições de, na primeira divisão, elevar suas receitas com bilheterias e patrocínios para tentar fechar a conta. Mas não é o caso. O resultado das trágicas gestões de Roberto Dinamite e do próprio Eurico é um endividamento maior do que o Vasco. O clube possui R$ 205 milhões em dívidas de curto prazo, que precisam ser pagas no decorrer de 2017, equivalentes a 40% de todo o seu endividamento. Você não precisa de calculadora para chegar à conclusão. Se o Vasco fatura coisa de R$ 150 milhões, mas gasta R$ 200 milhões com despesas e tem R$ 205 milhões a pagar em dívidas, faltam R$ 255 milhões apenas para que o clube termine 2017 no zero a zero.
Eurico alega que a situação hoje é melhor do que quando reassumiu o time, no fim de 2014. É verdade. O endividamento foi reduzido de R$ 653 milhões naquele ano para R$ 517 milhões em 2016. Mas a razão precisa ser colocada em contexto. A direção vascaína abateu R$ 113 milhões de sua dívida com o governo, via renegociação do Profut, graças a descontos em juros, multas e encargos. Não há dúvida de que a diminuição e o alongamento da dívida fiscal foram uma vitória. Isso destravou os pagamentos do patrocínio estatal da Caixa, que exige lisura nas obrigações com o governo para pôr o dinheiro na conta do clube. Só não dá para se apegar à redução de uma dívida de longo prazo para colar a versão de que as coisas melhoraram.
BOTAFOGO
Em 2014 a equipe foi rebaixada pela segunda vez à Série B e indicadores financeiros apontavam para a falência – as dívidas chegaram a R$ 795 milhões sem que houvesse dinheiro suficiente para pagar nem sequer uma fração disso. Em campo, o time foi campeão da segunda divisão em 2015 e surpreendeu ao ficar em quinto lugar na elite em 2016. Nos aspectos administrativo e financeiro, a tempestade continua.
A herança de administrações anteriores é nefasta e ainda ameaça a existência do Botafogo, mas Carlos Eduardo Pereira fez alguns avanços significativos. Um deles, raro no futebol brasileiro, foi adequar os gastos do clube às receitas. O faturamento alvinegro em 2016, de R$ 218 milhões, é um ponto fora da curva. Os direitos de transmissão de 2019 a 2024, negociados antecipadamente com a TV Globo, renderam R$ 58 milhões em luvas – um prêmio pelo acerto. Uma receita que não se repetirá tão logo. Consideremos, então, as receitas recorrentes, sem considerar luvas nem transferências de jogadores. O Botafogo é um clube cuja arrecadação está na casa dos R$ 150 milhões. As despesas, entre remunerações de atletas e gastos administrativos, somam quase R$ 140 milhões. A conta fecha. Esse é o primeiro passo para solucionar a trágica situação botafoguense porque as dívidas só podem ser pagas quando sobra algum dinheiro na operação do time.
No campo das dívidas, o primeiro movimento positivo foi concluído na transição do antecessor Maurício Assumpção para Pereira, em dezembro de 2014. O Botafogo foi inserido no Ato Trabalhista. Isso permitiu ao clube pegar boa parte de suas dívidas trabalhistas, produto da negligência de administrações anteriores em uma década, e entrar no seguinte acordo: o time paga uma quantia mensal, que aumenta com o tempo, e os credores fazem uma fila para receber os valores devidos em dez anos. Assim o passivo trabalhista botafoguense foi reduzido de R$ 285 milhões em 2014 para R$ 253 milhões em 2016. Mais importante do que isso, o acordo alivia o fluxo de caixa do clube. Em vez de perder receitas constantemente, como bilheterias e patrocínios penhorados pela Justiça para pagar ex-atletas e outros credores, a direção passa a honrar com os pagamentos acordados de modo previsível e controlado.
O segundo movimento veio já em plena gestão de Pereira. O time alvinegro, como dezenas de adversários no país inteiro, aderiu ao Profut, a lei federal instituída em 2015 pelo governo de Dilma Rousseff que permitiu aos clubes refinanciar suas dívidas fiscais em até 20 anos. Uma vantagem, aí, foi o desconto de percentuais consideráveis em juros, multas e encargos. Com isso o Botafogo reduziu seu endividamento fiscal de R$ 386 milhões em 2014 para R$ 314 milhões em 2016. Repare que o valor, assim como no caso das dívidas trabalhistas, ainda é assustador. A equipe não gera dinheiro suficiente para pagar tudo de uma vez. Nem perto disso. Mas a dívida fiscal foi equacionada. Desde que não deixem de pagar as parcelas mensais referentes ao Profut, bem como as do Ato Trabalhista, os dirigentes alvinegros não criarão mais problemas.
Resta, ainda, a dívida bancária. Antes de Pereira chegar ao comando do Botafogo, em 2014, essa parcela do endividamento somava R$ 119 milhões. O problema nesse caso é que os empréstimos de instituições financeiras vêm acompanhados de juros, e isso continua a pesar sobre os ombros do cartola. Dois anos depois, as dívidas bancárias continuam a ser problemáticas, com R$ 115 milhões devidos, a maior parte disso em curto prazo. Mas há dois asteriscos a serem colocados aqui. O primeiro é que R$ 35 milhões desse montante correspondem a uma dívida com a Odebrecht que a construtora não cobra. A tendência é que esse número aumente, aumente, aumente... e prescreva. Não é, portanto, algo com que a diretoria financeira tenha de se preocupar. O segundo asterisco, por sua vez, aponta um comportamento único entre dirigentes da primeira divisão: Pereira praticamente não toma novos empréstimos bancários. Em 2016 foram só R$ 2,4 milhões, enquanto rivais cariocas contaram com dezenas de milhões de reais emprestados.
Ainda há alguns bons motivos para ânimo nos lados de General Severiano. Diferentemente de rivais como Vasco e Fluminense, o Botafogo tem o estádio Nilton Santos sob seu comando. Isso lhe abre possibilidades em termos de bilheterias, como o pacotes de ingressos para a temporada inteira que começaram 2017 com boas vendas, e também comerciais. A direção alvinegra tem mais facilidade para vender camarotes e patrocínios num estádio moderno do que, de novo, o Vasco com num estádio envelhecido e menor como São Januário. A boa performance em campo, com a participação na Libertadores de 2017, torna possível um aumento relevante no faturamento botafoguense nesta temporada. Desde que os gastos sigam controlados, há potencial para redução de dívidas.
Nada do que foi descrito até aqui é suficiente para euforia. Com R$ 172 milhões em dívidas de curto prazo e um orçamento apertado para 2017, o time enfrenta problemas maiores do que o seu porte financeiro. Na condição atual o torcedor pode contar com duas situações ingratas: jogadores terão de ser vendidos no decorrer da temporada e grandes reforços continuam a ser inviáveis. Mais acordos com credores são necessários para aliviar o endividamento que vence no decorrer de 2017. Não tem jeito. Não se resolvem R$ 700 milhões em dívidas em somente duas temporadas. Além disso, qualquer deslize ou extravagância pode tirar o clube do eixo. A tempestade continua. Mas há um punhado de motivos para crer que Pereira começou a tirar o Botafogo debaixo dela.
A herança de administrações anteriores é nefasta e ainda ameaça a existência do Botafogo, mas Carlos Eduardo Pereira fez alguns avanços significativos. Um deles, raro no futebol brasileiro, foi adequar os gastos do clube às receitas. O faturamento alvinegro em 2016, de R$ 218 milhões, é um ponto fora da curva. Os direitos de transmissão de 2019 a 2024, negociados antecipadamente com a TV Globo, renderam R$ 58 milhões em luvas – um prêmio pelo acerto. Uma receita que não se repetirá tão logo. Consideremos, então, as receitas recorrentes, sem considerar luvas nem transferências de jogadores. O Botafogo é um clube cuja arrecadação está na casa dos R$ 150 milhões. As despesas, entre remunerações de atletas e gastos administrativos, somam quase R$ 140 milhões. A conta fecha. Esse é o primeiro passo para solucionar a trágica situação botafoguense porque as dívidas só podem ser pagas quando sobra algum dinheiro na operação do time.
No campo das dívidas, o primeiro movimento positivo foi concluído na transição do antecessor Maurício Assumpção para Pereira, em dezembro de 2014. O Botafogo foi inserido no Ato Trabalhista. Isso permitiu ao clube pegar boa parte de suas dívidas trabalhistas, produto da negligência de administrações anteriores em uma década, e entrar no seguinte acordo: o time paga uma quantia mensal, que aumenta com o tempo, e os credores fazem uma fila para receber os valores devidos em dez anos. Assim o passivo trabalhista botafoguense foi reduzido de R$ 285 milhões em 2014 para R$ 253 milhões em 2016. Mais importante do que isso, o acordo alivia o fluxo de caixa do clube. Em vez de perder receitas constantemente, como bilheterias e patrocínios penhorados pela Justiça para pagar ex-atletas e outros credores, a direção passa a honrar com os pagamentos acordados de modo previsível e controlado.
O segundo movimento veio já em plena gestão de Pereira. O time alvinegro, como dezenas de adversários no país inteiro, aderiu ao Profut, a lei federal instituída em 2015 pelo governo de Dilma Rousseff que permitiu aos clubes refinanciar suas dívidas fiscais em até 20 anos. Uma vantagem, aí, foi o desconto de percentuais consideráveis em juros, multas e encargos. Com isso o Botafogo reduziu seu endividamento fiscal de R$ 386 milhões em 2014 para R$ 314 milhões em 2016. Repare que o valor, assim como no caso das dívidas trabalhistas, ainda é assustador. A equipe não gera dinheiro suficiente para pagar tudo de uma vez. Nem perto disso. Mas a dívida fiscal foi equacionada. Desde que não deixem de pagar as parcelas mensais referentes ao Profut, bem como as do Ato Trabalhista, os dirigentes alvinegros não criarão mais problemas.
Resta, ainda, a dívida bancária. Antes de Pereira chegar ao comando do Botafogo, em 2014, essa parcela do endividamento somava R$ 119 milhões. O problema nesse caso é que os empréstimos de instituições financeiras vêm acompanhados de juros, e isso continua a pesar sobre os ombros do cartola. Dois anos depois, as dívidas bancárias continuam a ser problemáticas, com R$ 115 milhões devidos, a maior parte disso em curto prazo. Mas há dois asteriscos a serem colocados aqui. O primeiro é que R$ 35 milhões desse montante correspondem a uma dívida com a Odebrecht que a construtora não cobra. A tendência é que esse número aumente, aumente, aumente... e prescreva. Não é, portanto, algo com que a diretoria financeira tenha de se preocupar. O segundo asterisco, por sua vez, aponta um comportamento único entre dirigentes da primeira divisão: Pereira praticamente não toma novos empréstimos bancários. Em 2016 foram só R$ 2,4 milhões, enquanto rivais cariocas contaram com dezenas de milhões de reais emprestados.
Ainda há alguns bons motivos para ânimo nos lados de General Severiano. Diferentemente de rivais como Vasco e Fluminense, o Botafogo tem o estádio Nilton Santos sob seu comando. Isso lhe abre possibilidades em termos de bilheterias, como o pacotes de ingressos para a temporada inteira que começaram 2017 com boas vendas, e também comerciais. A direção alvinegra tem mais facilidade para vender camarotes e patrocínios num estádio moderno do que, de novo, o Vasco com num estádio envelhecido e menor como São Januário. A boa performance em campo, com a participação na Libertadores de 2017, torna possível um aumento relevante no faturamento botafoguense nesta temporada. Desde que os gastos sigam controlados, há potencial para redução de dívidas.
Nada do que foi descrito até aqui é suficiente para euforia. Com R$ 172 milhões em dívidas de curto prazo e um orçamento apertado para 2017, o time enfrenta problemas maiores do que o seu porte financeiro. Na condição atual o torcedor pode contar com duas situações ingratas: jogadores terão de ser vendidos no decorrer da temporada e grandes reforços continuam a ser inviáveis. Mais acordos com credores são necessários para aliviar o endividamento que vence no decorrer de 2017. Não tem jeito. Não se resolvem R$ 700 milhões em dívidas em somente duas temporadas. Além disso, qualquer deslize ou extravagância pode tirar o clube do eixo. A tempestade continua. Mas há um punhado de motivos para crer que Pereira começou a tirar o Botafogo debaixo dela.
Veja aqui também: Transparência Rubro-Negra
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