sexta-feira, 21 de abril de 2023

O HEXA-TRICAMPEONATO CARIOCA: marca histórica!


Um tema que já gerou muita confusão na história rubro-negra foram as estrelas utilizadas no peito ao lado do CRF durante as décadas de 1980 e 1990. Muitos acreditavam que as estrelas eram referência aos títulos de Campeão Brasileiro, mas não eram. Tanto que em 1981, primeiro ano na história do clube em que as estrelas foram utilizadas, quando o Flamengo foi Campeão da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, já eram 3 estrelas, e o Flamengo só havia sido Campeão Brasileiro até então uma única vez, em 1980.

Se fossem utilizadas hoje, teriam que ser 6 estrelas, pois o Flamengo foi 6 vezes Tri-Campeão Carioca. Eis os Heróis destas conquistas:


1º TRI: 1942-1943-1944

Time: JURANDIR, BIGUÁ, DOMINGOS DA GUIA (QUIRINO), NEWTON CANEGAL e JAYME DE ALMEIDA; MODESTO BRIA (CARLOS VOLANTE) e ZIZINHO; VALIDO, PIRILO, PERÁCIO e VEVÉ.
Técnico: FLÁVIO COSTA
 
O time do primeiro tri tinha vários nomes históricos, como não poeria deixar de ser. Desde o goleiro paulista Jurandir, passando pelos laterais Biguá e Jayme, que eram considerados meio-campistas na disposição tática da época. A histórica zaga formada por Domingos da Guia e Newton Canegal, ainda que no último ano deste Tri este já tivesse rumado para o Corinthians e sido substituído por Quirino. No meio, primeiro o argentino Volante e depois o paraguaio Bria faziam a marcação, com a criação sob a responsabilidade do genial Zizinho. No ataque, o argentino Agustín Valido, autor do heroico gol do Tri-campeonato sobre o Vasco, com uma forte dupla de área formada pelo gaúcho Pirilo e por Perácio, e na ponta-esquerda complementada pelo arisco Vevé. Em 1939 o Flamengo já havia sido campeão com um baita time, mas este foi certamente o primeiro grande esquadrão da história rubro-negra!




2º TRI: 1953-1954-1955

Time: GARCIA (CHAMORRO), TOMIRES, PAVÃO, JADIR e JORDAN; DEQUINHA e RUBENS; JOEL, ÍNDIO, BENÍTEZ (EVARISTO) e ZAGALLO.
Técnico: FLEITAS SOLICH

O segundo esquadrão da história rubro-negra foi justamente a esquipe do 2º Tri-campeonato, ainda que com formações que variaram ao longo destes três anos. O grande arquiteto destas conquistas foi o treinador paraguaio Manuel Fleitas Solich, que chegou ao clube depois de ter sido Campeão do Campeonato Sul-Americano de 1953 a frente da Seleção do Paraguai. E foi com o trabalho dele, e o foco que tinha em utilizar jogadores da base, que uma nova leva de jogadores históricos deixaram suas marcas com a camisa rubro-negra. No gol, dois estrangeiros, no início o paraguaio Garcia, e no último ano o argentino Chamorro (antes reserva de Garcia). Na defesa a segurança de Pavão, complementada com a eficiência de Tomires e a força de marcação de dois jogadores que estão entre os que mais utilizaram a camisa do Flamengo na história, o viril quarto-zagueiro Jadir e o lateral-esquerdo Jordan, considerado por Garrincha o melhor marcador que ele teve na vida. No meio de campo, a forte marcação de Dequinha e a genialidade de Rubens, o "Dr. Rúbis". Nas pontas, o poder ofensivo de Joel e a capacidade de fechar o meio de Zagallo, acompanhados no comando de ataque pelo jovem Índio e ora pelo paraguaio Jorge Duilio Benítez e ora pelo craque Evaristo de Macedo. Entre outros que também fizeram parte destas campanhas, o goleador ponta de lança Paulinho, e o jovem Dida, também foram nomes representativos na história rubro-negra.




3º TRI: 1978-1979.I-1979.II

Time: CANTARELI, TONINHO BAIANO, RONDINELLI, MANGUITO (NÉLSON) e JÚNIOR; CARPEGIANI, ADÍLIO e ZICO; TITA, CLÁUDIO ADÃO e JÚLIO CÉSAR (REINALDO).
Téc: CLÁUDIO COUTINHO

A geração do 3º Tri-campeonato foi a que deu o ponta-pé inicial para a maior fase de glórias da história rubro-negra. Largou com o histórico gol de cabeça do zagueiro Rondinelli e dominou absolutamente por completo o Rio de Janeiro, vencendo sequencialmente todos os turnos disputados como nunca antes se havia visto e como nuca mais voltou a acontecer. Tudo sob a regência do estrategista Cláudio Coutinho. O titular no gol era Cantareli, com Raul como seu reserva. As laterais tinham selo de qualidade "Seleção Brasileira", com Toninho e Júnior. A zaga era voluntariosa, com o "Deus da Raça" Rondinelli e a virilidade de Manguito, que juntos viraram até verso em música de Jorge Ben Jor ("Aí que saudade de Manguito e Rondinelli, só eles seriam capazes de marcar Umbabaraúma"). No meio, as genialidades de Paulo César Carpegiani, Adílio e Zico, o maior de todos os rubro-negros em todos os tempos. E no ataque tinha Tita, Cláudio Adão e ora Júlio César "Uri Geller" ora Reinaldo, ponta contratado ao América. Um time repleto de jogadores formados nas divisões de base da Gávea.




4º TRI: 1999-2000-2001

Time: CLEMER, MAURINHO, JUAN, LUIZ ALBERTO e ATHIRSON; LEANDRO ÁVILA (JORGINHO), ROCHA (FÁBIO BAIANO), BETO (IRANILDO) e RODRIGO MENDES (PETKOVIC); REINALDO e LEANDRO MACHADO.
Técnicos: CARLINHOS / ZAGALLO

O histórico Tri-campeonato conquistado sobre o favoritismo em todos os anos do Vasco da Gama. Uma geração jovem que se sobressaiu mais pela força de vontade e pela raça do que pela sua qualidade técnica. Jovens comandados nos dois primeiros anos pelo fabuloso Carlinhos "Violino" e no último por Mário Jorge Lobo Zagallo. Do gol de Rodrigo Mendes em 1999 ao gol do sérvio Petkovic em 2001. Uma mescla de talentos revelados na base rubro-negra, com destaque para o zagueiro Juan e o lateral-esquerdo Athirson, os dois maiores deles, junto a peças como Luiz Alberto, Rocha, Fábio Baiano, Rodrigo Mendes e Reinaldo. Junto a nomes que chegaram de fora sem tanto destaque, como Clemer, Maurinho, Jorginho (contratado ao Olaria) e Leandro Machado. AS contratações mais badaladas foram a do sérvio Dejan Petkovic, a do cabeça-de-área Leandro Ávila e as de Beto e Iranildo, tirados do Botafogo. Conquistas de afirmação!




5º TRI: 2007-2008-2009

Time: BRUNO, LEONARDO MOURA, FÁBIO LUCIANO, RONALDO ANGELIM e JUAN; JAÍLTON, TORÓ, IBSON e KLÉBERSON (RENATO AUGUSTO); OBINA e SOUZA.
Técnicos: NEY FRANCO / JOEL SANTANA / CUCA

O quinto Tri-campeonato foi conquistado por três times bastante diferentes entre eles, sob o comando de um treinador diferente em cada ano. Entre os nomes mais marcantes se firmavam desde um "herói para er esquecido", como o goleiro Bruno, condenado por feminicídio e assassinato, até os inesquecíveis laterais Léo Moura e Juan Maldonado, as grandes forças qualitativas destas equipes, e presentes em todos os títulos de forma diferenciada. Na zaga, a liderança de Fábio Luciano e a simplicidade de Ronaldo Angelim, o "Magro de Aço", herói da conquista do Campeonato Brasileiro de 2009. No meio, crias da base como Ibson e Renato Augusto, o experiente Kléberson, titular da Seleção Brasileira Campeã da Copa do Mundo de 2002, junto ao poder de marcação do mineiro Jaílton e de Toró. E atacantes folclóricos, como o inesquecível baiano Obina, e o provocador Souza, o "Caveirão". Uma geração histórica, ainda que não fosse tecnicamente muito diferenciada.




6º TRI: 2019-2020-2021

Time: DIEGO ALVES, MATHEUZINHO, RODRIGO CAIO, LÉO PEREIRA (GUSTAVO HENRIQUE) e RENÊ (FILIPE LUÍS); WILLIAN ARÃO, DIEGO RIBAS (GÉRSON), ARRASCAETA (VITINHO) e ÉVERTON RIBEIRO; BRUNO HENRIQUE (MICHAEL) e GABIGOL.
Técnicos: ABEL BRAGA / JORGE JESUS / ROGÉRIO CENI

Mais uma vez um Tri-campeonato conquistado por três times bastante diferentes entre eles e sob o comando de um treinador diferente em cada ano. O mais destacado na história rubro-negra, sem dúvidas, sendo o português Jorge Jesus, a frente do time na campanha de 2020. A geração histórica que levantou títulos da Copa Libertadores da América e que fez um ano de 2019, em especial, como jamais visto na história do futebol brasileiro até então. Uma geração recheada de nomes que deixaram seus nomes registrados na história do clube. Principalmente o centroavante Gabriel Barbosa, o Gabigol, autor de gols mais inesquecíveis na história rubro-negra. O "quadrado mágico" junto a meias de criação como o uruguaio Giorgian De Arrascaeta e Éverton Ribeiro, e o velocíssimo Bruno Henrique. Nomes que eternamente esquentarão e gerarão imensas saudades nos corações rubro-negros!




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