terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tri-campeão Carioca de Basquete em 1933-1934-1935

Assim como foi o campeão do primeiro campeonato de basquete disputado oficialmente em solo brasileiro, a 1ª edição do Carioca de 1919, o Flamengo foi também o campeão da última edição exclusiva da era de amadorismo do basquete do Rio de Janeiro, em 1932. E na virada do esporte totalmente amador para os primordios de um basquete profissional, a equipe rubro-negra construiu uma pequena hegemonia no basquete do Rio.

A era profissional do basquete carioca começou em 1933 e o time Tri-campeão Carioca do Flamengo marcou época, faturando os títulos de 33, 34 e 35. Em 1933 foi campeão, deixando o vice-campeonato com o Riachuelo. Em 1934 faturou o bicampeonato, com o vice ficando com o Clube de Regatas Botafogo. Já na liga amadora (FMB), o Botafogo Futebol Clube ganhou o torneio em 1933, 34, 35, 36 e 37. Em 1935, o Flamengo foi tricampeão, deixando o vice novamente com o Riachuelo.

O processo de segregação dos campeonatos de basquete durante a implementação da fase de profissionalização foi parecido ao que aconteceu no futebol do Rio de Janeiro, com a divisão em duas ligas, uma totalmente amadora e outra profissional, em meio a uma guerra ideológica de princípios. Nos gramados do esporte mais popular da cidade e do país, eis o que aconteceu: "O futebol carioca voltou a se dividir com a implementação do profissionalismo. Fluminense, Vasco, América, Bangu e Bonsucesso fundam a Liga Carioca de Futebol (LCF) e organizam um campeonato independente. Do outro lado, a Associação Amadora (AMEA) reuniu em seu campeonato o Botafogo, campeão de 1932, o Andaraí, o modesto Brasil, e o Olaria (este último que estreara na Primeira Divisão em 1932) e mais um punhado de clubes que jamais haviam disputado a Primeira Divisão: Portuguesa da Ilha, Engenho de Dentro, Confiança, Mavílis, Cocotá e River. Em 1934, o campeonato da LCF ganhou a adesão do São Cristóvão, passando a ter sete equipes. O da AMEA seguiu com os mesmos times de 1933, e, novamente, foi facilmente vencido pelo Botafogo". (A NAÇÃO, pg. 44).

No basquete, foi parecido, a diferença é que ainda haviam dois Botafogos disputando o desporto da bola laranja, o de Regatas e o de Futebol, um em cada campeonato. Só em 1942 é que estes dois clubes vieram a se fundir e formar o Botafogo de Futebol e Regatas. O campeonato amador de basquete ainda foi disputado de 1933 a 1937, organizado pela Associação Metropolitana de Basketball, e tinha além do Botafogo Futebol Clube (campeão destas 5 edições) às agremiações do Andarahy, Brasil, Confiança, Olaria, River, Cocotá, Mavílis e Portuguesa.

O quinteto (o "five") rubro-negro no Carioca de 1933

Na Seletiva para o campeonato de 1933 da LCB (Liga Carioca de Basquete), o time rubro-negro perdeu os dois primeiros jogos, por 11 x 17 para o Carioca e por 11 x 20 para o Clube de Regatas Botafogo. Precisou então disputar uma repescagem "melhor de três" contra o Carioca para assegurar sua participação. Venceu o primeiro duelo por 19 x 5 e no segungo jogo, aquele que difiniu sua entrada na competição, conseguiu uma vitória por 23 x 16 sobre o Carioca no ginásio do Fluminense, fechando a série final por 2-0. Os vinte e três tentos rubro-negros nesta partida, conforme narrado pela edição de 2 de setembro de 1933 do Jornal dos Sports: Haroldo (9), Pitanga (7), Martínez (6) e Waldemar (1). Também entraram em quadra Ádamo e Frederico. A base que dominaria o Rio nas três primeiras edições profisiionais do Campeonato Carioca já estava montada. Haroldo Lobo, Manoel Leite Pitanga e Pedro Martinez eram os principais pontuadores deste time campeão do 1º Campeonato Carioca da Era Profissional.

No Carioca de 1933, o time do técnico Nélson Tinoco Pacheco foi campeão invicto: 20 x 19 e 14 x 11 sobre o América, 16 x 15 e 21 x 10 sobre o Botafogo, 18 x 13 e 13 x 9 sobre o Fluminense, 13 x 8 e 29 x 22 sobre o Grajaú, 15 x 9 e 24 x 20 sobre o São Cristóvão, 19 x 10 e 28 x 17 sobre o Tijuca Tênis Clube, 39 x 18 e 31 x 11 sobre o Vasco da Gama, e 21 x 11 e 43 x 10 sobre o Vila Isabel. Foram, portanto, 16 jogos e 16 vitórias.

No ano seguinte, o time que foi bi-campeão contava com Waldemar, Haroldo e Martínez, e ainda com Pilla, Pereira, Paiva e Pareto. A equipe foi mais uma vez a campeã invicta, de novo com 16 vitórias em seus 16 jogos.

No ano seguinte, mantendo-se como o maior time de basquete do país, uma vez que além de dominar o campeonato da então capital federal, os jogadores rubro-negros eram a base da equipe da LCB que conquistou os Campeonatos Brasileiros de Seleções disputados nestes anos, representando Distrito Federal, o quinteto rubro-negro que conquistou o Tri-campeonato Carioca em 1935 formava Pedro Martinez, Waldemar "Coroa" Gonçalves, Oscar, Ádamo e Monteiro. O craque deste time era Martinez, um jogador que marcou época no basquetebol carioca dos Anos 1930.


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