terça-feira, 10 de julho de 2012

Maiores Jogos da História do Flamengo: 08/11/09 - Flamengo 3 x 1 Atlético Mineiro




Jogos Inesquecíveis: 
08/11/2009 - Flamengo 3 x 1 Atlético Mineiro

"mais uma atuação épica, contra o Atlético Mineiro, então terceiro colocado, com uma vitória por 3 a 1 em pleno Mineirão lotado, e com direito a novo gol olímpico de Petkovic". (A NAÇÃO, pg. 246)


A peça fundamental desta vitória rubro-negra, que silenciou o Mineirão e derrubou um adversário direto, havendo poucas rodadas para o fim, no Brasileirão de 2009 foi, como havia sido contra o Palmeiras, algumas rodadas antes, o sérvo Petkovic. Foi ele que abriu o placar com um magistral gol olímpico. Depois, ainda no primeiro tempo, o cabeça-de-área chileno Maldonado ampliou. No segundo tempo, o Atlético ameaçou uma reação quando diminuiu o placar. Mas um cruzamento feito pelo chileno Gonzalo Fierro na cabeça de Adriano fez o Imperador colocar números finais na partida. Uma atuação espetacular e um soberbo 3 a 1.




Ficha Técnica
08/11/2009 - Flamengo 3 x 1 Atlético Mineiro
Local: Mineirão, Belo Horizonte (Público: 63.285 pagantes)
Gols: Petkovic (9'1T), Maldonado (39'1T), Ricardinho (4'2T) e Adriano (36'2T)
Fla: Bruno, Leonardo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Airton (Toró), Willians e Dejan Petkovic (Gonzalo Fierro); Zé Roberto (Welinton) e Adriano.
Téc: Andrade
Atlético: Fabián Carini, Carlos Alberto, Pedro Benítez, Werley e Thiago Feltri; Jonílson, Renan (Evandro), Correa (Serginho) e Ricardinho; Éder Luís (Wason Rentería) e Diego Tardelli.
Téc: Celso Roth




A História do Jogo

O Flamengo estava em ascensão no Campeonato Brasileiro de 2009. Tinha emplacado uma sequência de 10 jogos sem perder, incluindo uma vitória sobre o então líder Palmeiras dentro de São Paulo, e havia entrado na briga pelas primeiras posições, surpreendendo a ampla maioria dos analistas esportivos, que em nenhum momento cogitaram que o time rubro-negro fosse um aspirante ao título. Na 32ª rodada, porém, havia sido derrotado pelo Grêmio Barueri, no interior de São Paulo. Recuperou-se na rodada seguinte com uma vitória em casa, no Maracanã, sobre o Santos, partida na qual o goleiro Bruno defendeu dois pênaltis, desperdiçados por Paulo Henrique Ganso. E assim o time chegou à 34ª rodada para enfrentar ao Atlético Mineiro em Belo Horizonte.

A situação que o Flamengo enfrentava no campeonato já era outra, a vantagem do Palmeiras na liderança havia se esfarelado, e a disputa pelo título embolou. Ao final da 33ª rodada, Palmeiras e São Paulo tinham 58 pontos, seguidos pelo Atlético Mineiro com 56, pelo Flamengo, que ocupava a 4ª colocação com 54 pontos, e por Internacional com 52 e Cruzeiro com 51. A aposta maior seguia sendo de que a luta rubro-negra se resumia a buscar a classificação para a Copa Libertadores da América de 2010, porém alcançar à liderança já se manifestava como algo alcançável. E ficou mais ainda depois que o Flamengo venceu aquela tarde de domingo no Mineirão, saltando para a 3ª colocação e deixando para trás um adversário direto na luta pelo título.

E quando os dois adversários entraram em campo no Mineirão, já sabiam que o São Paulo havia empatado com o Grêmio em Porto Alegre. No mesmo momento, em paralelo, o Fluminense ia derrotando ao Palmeiras no Maracanã. Assim, se o Atlético vencesse, teria assumido a liderança do campeonato, e aberto uma considerável diferença de pontos para o Flamengo. Era jogo muito decisivo aquele que se desenrolava no Mineirão!

E se quatro rodadas antes, na vitória marcante diante do Palmeiras dentro do Parque Antárctica, o meia Petkovic havia sido decisivo com dois gols derivados de seu brilhantismo em jogadas individuais, um deles tendo sido um gol olímpico, em Belo Horizonte ele decidiu repetir a dose, e apresentou seu cartão de visitas logo aos nove minutos do primeiro tempo: escanteio pelo lado esquerdo, e o sérvio cobrou fechado, na primeira trave, colocando a bola por cima da cabeça do zagueiro que protegia o primeiro poste, e fazendo a curva antes de que o goleiro uruguaio Carini conseguisse cortar com um soco. Bola direto para dentro do gol, da marca de escanteio para dentro da rede. Gol olímpico! De novo! Flamengo 1 a 0!

O primeiro tempo foi caracterizado pelo confronto entre a maior posse de bola nos pés do time do Galo, e pela maior objetividade ofensiva do time do Flamengo. O Atlético era empurrado por sua torcida, que lotou o Mineirão, e tentava pressionar, mas esbarrava numa forte marcação rubro-negra, que, por sua vez, levava perigo sempre que partia em contra-ataques.

Aos trinta minutos, o cabeça de área Correa fez um bom lançamento longo para Diego Tardelli, o goleiro Bruno saiu da área e afastou, mas a bola sobrou para Éder Luís, que tentou encobrir o goleiro, mas tocou por cima do travessão. A resposta rubro-negra veio aos trinta e nove minutos. O Flamengo retomou uma bola em sua defesa e partiu em contra-ataque com Zé Roberto, que atravessou à intermediária pelo lado esquerdo do campo e rolou para o meio, onde encontrou a entrada do cabeça de área chileno Cláudio Maldonado, que não perdoou, livrando-se de um marcador e batendo forte e colocando a bola dentro da rede: Flamengo 2 a 0! Que vitória se desenhava!

Antes do fim do primeiro tempo, o Galo ainda teve outra oportunidade, tendo Éder Luís, nos acréscimos, recuperado uma bola pelo lado direito e cruzado rasteiro para trás, encontrando Correa livre, mas ele bateu por cima do travessão. Após o apito do árbitro Leonardo Gaciba, Petkovic definiu em entrevista à Rede Globo na saída para o intervalo, à beira do campo: "Foi um gol importante e bonito. O importante é que o time está jogando muito bem, está de parabéns". Um primeiro tempo agitado e sem que a partida fosse catimbada, sob um certo clima de tranquilidade, tanto que na etapa inicial nenhum cartão amarelo foi aplicado, e apenas oito faltas foram marcadas, cinco contra o Flamengo e três contra o Atlético.

Na volta para o segundo tempo, o Atlético voltou com tudo, inflamando a sua torcida, para buscar a reação no jogo. O time voltou com o meia Evandro no lugar do volante Renan, uma substituição com a intenção de tornar a equipe mais ofensiva. E surtiu efeito: logo com cinco minutos, Thiago Feltri cruzou da esquerda, Evandro desviou, e Ricardinho tocou para marcar e diminuir. O gol atleticano, rápido, alimentava a esperança de uma reação. E a partir de então, o time da casa pressionou muito, enquanto o Flamengo se defendia e demonstrava pouca pressa, procurando paralisar o jogo sempre que encontrava uma oportunidade.

Tentando cortar o ímpeto atleticano, aos quinze minutos o Flamengo teve outra boa oportunidade: em contra-ataque rápido, Zé Roberto arrancou pela esquerda, passou por três adversários e chutou, tendo a bola ido para fora, mas com perigo. Dez minutos depois foi o Galo quem criou boa oportunidade, após um bate-rebate, o meia Evandro girou e bateu forte, mas para fora.

Depois das substituições feitas pelo técnico Andrade, o time rubro-negro se revigorou, e com energia renovada voltou a ter mais dinamismo no meio de campo, conseguindo escapadas pelo lado direito através do chileno Gonzalo Fierro. E foi justamente numa jogada assim que o Flamengo matou o jogo, aos trinta e seis minutos do segundo tempo. Fierro foi lançado pela direita, foi à linha de fundo e cruzou com perfeição, encontrando a entrada de Adriano livre pelo meio da área, o cruzamento foi certeiro e a bola caiu exatamente onde precisava cair, sem piedade, Adriano testou no canto e matou o jogo: Mengão 3 a 1!

Com o gol da vitória, o atacante Adriano Imperador igualava-se a Diego Tardelli no alto da tabela de artilharia, com 18 gols. E Adriano era quem profetizava à saída do campo: "Temos possibilidade de título sim, não há nada definido!". E a tabela mostrava que obviamente já era para qualquer um acreditar nessa possibilidade. Com a vitória, o Flamengo terminou a rodada em 3º lugar, mas apenas dois pontos atrás do líder. Em 1º lugar, o São Paulo tinha 59 pontos, seguido por Palmeiras com 58, Flamengo com 57, Atlético Mineiro com 56, Cruzeiro com 54, e Internacional com 53. Uma disputa acirradíssima. E uma vitória épica, sem a qual os flamenguistas não teriam entrado definitivamente na briga por ser o campeão daquela edição do Brasileirão.







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