sábado, 22 de dezembro de 2012

Casas do Flamengo: Juiz de Fora, Taguatinga e Mané Garrincha

100 Anos de Futebol do Flamengo

Mais uma série aqui no blog, extraída das páginas de A NAÇÃO, para celebrar o Centenário do Futebol Rubro-Negro: Casas do Flamengo.

Sem casa própria, o Flamengo viveu 100 anos de futebol em muitas casas, fossem emprestadas, alugadas, cedidas pelo poder público. A história do Flamengo começou sem haver sequer campo para treinar, os jogadores treinavam em praça pública, na Praia do Russel. O primeiro campo foi a na Rua Paissandu, naregião limítrofe entre os bairros do Flamengo e Laranjeiras. Depois foi o modesto campo da Gávea. Nenhuma delas, propriedade à altura do C.R. Flamengo. Vamos visitar cada uma destas casas.
Serão 6 capítulos:
Maracanã, o Templo Maior / Estádios dos Rivais / A Rua Paissandu / A Gávea / Juiz de Fora e Taguatinga / Arena da Ilha, Raulino e Moacirzão
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Flamengo em Juiz de Fora e em Brasília

"A seguir, outro campo que o Flamengo utilizou como alternativa – mais uma casa alugada – foi o estádio municipal de Juiz de Fora, com capacidade para 35 mil torcedores. Entre 1988 e 1990, atuou lá em cinco oportunidades como mandante (cinco vitórias e duas derrotas). Depois disso, entre 1995 e 2001, ainda o usou outras nove vezes em jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil (três vitórias e seis empates)".  (A NAÇÃO, pg. 201)

Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, Juiz de Fora, Minas Gerais,
reinaugurado em 1988, com capacidade para 15 mil torcedores  

"O final do ano de 1989 marcou a despedida de Zico. Seu último jogo oficial pelo Flamengo foi marcante, uma goleada de 5 a 0 sobre o Fluminense, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, disputada no estádio municipal de Juiz de Fora. Neste jogo, Zico, de falta, fez o primeiro gol do Flamengo". (A NAÇÃO, pg. 155)

Estádio de Juiz de Fora

"O que ficou mesmo para a história naquele ano foi a conquista da Copa do Brasil, levantada após um magro empate sem gols contra o Goiás, jogando no estádio Serra Dourada. O rubro-negro venceu a segunda edição do torneio depois de eliminar Capelense, de Alagoas; Taguatinga, de Brasília; Bahia e Náutico, até chegar à final frente ao Goiás. Venceu a primeira partida da finalíssima no estádio municipal de Juiz de Fora, por 1 a 0, gol de cabeça do zagueiro Fernando. Depois, só administrou o resultado em Goiânia". (A NAÇÃO, pg. 158)

Em Juiz de Fora, o Flamengo enfrentou o Argentinos Juniors pela Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1988 (venceu por 2 a 1). No Brasileiro de 1989, jogou lá na despedida oficial de Zico, com goleada por 5 a 0 sobre o Fluminense. Em 1990, jogou lá em 2 jogos da Copa do Brasil, incluindo a Final, e em 3 do Brasileiro (Fluminense, São Paulo e Grêmio). Entre 1995 e 1997, mais 5 jogos no estádio. No Brasileiro de 2001, usou o estádio 3 vezes. E mais uma vez no Brasileiro de 2007 para cumprir uma punição.

"O Flamengo, com um time que custou caro, buscou financiar-se vendendo, literalmente, os jogos pelo Campeonato Brasileiro no qual tinha mando de campo. Assim, o time atuou poucas vezes no Rio de Janeiro. Teve Flamengo e Guarani em Brasília; jogo contra o Grêmio em Florianópolis; clássico contra o Botafogo em Fortaleza; jogo frente ao Vitória, de Salvador, na cidade de Vitória, no Espírito Santo; teve Fla-Flu em Campina Grande, na Paraíba; Flamengo e Cruzeiro em Cariacica, no Espírito Santo; e jogo contra o São Paulo em Juiz de Fora, Minas Gerais. O time viajou muito, não teve apoio de sua torcida, e conviveu com uma pressão enorme por resultados. Talvez sejam essas algumas das razões que o levaram ao fracasso. Além, é claro, do já citado completo desmonte do elenco feito após a perda do título carioca de 1995". (A NAÇÃO, pgs. 179-180)

"Os problemas salariais provocaram baixas importantes no elenco naquele ano. Para o Campeonato Brasileiro de 2001, o Flamengo perdeu Gamarra, melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1998. Apostou então numa zaga formada nas divisões de base, com Juan e Fernando, e reforçou o meio de campo com o cabeça de área Vampeta. Tudo foi em vão, os problemas de salário atrasado e mau relacionamento entre os principais astros do elenco cobraram a conta. Entre 28 participantes, o time acabou o campeonato na 24ª colocação, ficando à frente apenas dos quatro rebaixados. O Flamengo esteve muito perto de cair para a Segunda Divisão! Safou-se matematicamente, três rodadas antes do fim do campeonato, após uma vitória por 1 a 0, gol de Felipe Melo – promovido dos juniores e que fazia sua estreia – sobre o Palmeiras no estádio municipal de Juiz de Fora". (A NAÇÃO, pgs. 214-215)

"Outra casa alugada pelo Flamengo foi o estádio Serejão, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, onde seu time entrou em campo como mandante em cinco partidas em 2001 (três vitórias, um empate e uma derrota)". (A NAÇÃO, pg. 201)

Estádio Serejão, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília

Em 2001, o Flamengo mandou 5 jogos em Taguatinga, 3 do Brasileiro e 2 da Copa Mercosul.

Serejão: capacidade para 28 mil torcedores

A maior relação com o Distrito Federal, no entanto, foi construída com o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A primeira vez no estádio sem ser para enfrentar uma equipe da cidade ocorreu num duelo contra o Bella Vista, do Uruguai, pela Libertadores de 1991. Voltou ao estádio naquele mesmo ano para enfrentar o Estudiantes de La Plata pela Supercopa. Dois jogos, e dois empates. No Brasileiro de 1995 usou o estádio como mandante num jogo contra o Guarani, mais um empate.

Em 1996 usou o estádio mais duas vezes, desta vez com duas vitórias: contra o Linhares, do Espírito Santo, pela Copa do Brasil, e contra o Independiente de Avellaneda, pela Supercopa. No Torneio Rio-São Paulo de 1998 jogou duas vezes contra o Fluminense lá, em dois empates. Na Copa Mercosul de 1991 ganhou ao Nacional de Montevidéu lá também. Em sete jogos oficiais, três vitórias e quatro empates. Nenhuma derrota!

Após as obras que o estádio sofreu para a realização da Copa do Mundo de 2014, quando foi completamente revitalizado e modernizado, o Flamengo passou a utilizá-lo com mais intensidade. Em 2013 jogou 8 jogos do Campeonato Brasileiro por lá, com duas vitórias (Vasco e Atlético Mineiro), cinco empates (Santos, Coritiba, Portuguesa de Desportos, São Paulo e Vasco), e apenas uma derrota (por 1 x 0 para o Grêmio).

No Brasileiro de 2014 jogou no Mané Garrincha só uma vez, um empate contra o Goiás. Pegando o histórico até então, a frequência de empates era impressionante: 16 jogos, com 5 vitórias, 10 empates e só 1 derrota. Podia perder pouco, mas também vencia pouco.

Em 2015, fez um amistoso contra o Shaktar, da Ucrânia, mais um empate, e mandou dois jogos do Brasileiro no estádio, uma derrota para o Coritiba e um empate contra a Ponte Preta. No Carioca 2016 usou o estádio duas vezes, uma vitória sobre o Fluminense e um empate contra o Vasco. Na Copa da Primeira Liga do mesmo ano, empatou com o Figueirense por lá. E no Brasileiro de 2016, perdeu para o Palmeiras e empatou contra o São Paulo, mantendo o desempenho por lá muito abaixo do desejável: em 24 jogos até então, haviam sido 6 vitórias, 15 empates e 3 derrotas.

Para melhorar este desempenho ruim, venceu as duas últimas partidas pelo Brasileiro de 2016 que disputou por lá, contra Atlético Mineiro e Grêmio.

Mané Garrincha, capacidade para 70 mil torcedores


Estádio Nacional Mané Garrincha, Brasília, Distrito Federal
 

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