As experiências com estrangeiros que não da América do Sul no futebol brasileiro são bem pouco comuns. Na década de 1970, dois jogadores de Portugal: o meia Peres vestiu a camisa do Vasco e o meia Jacinto João a camisa da Portuguesa de Desportos. Em 1988 e 1989 a novidade veio do Japão, o atacante Kazu jogou por Santos e depois Coritiba. Nos anos 90, entre 1994 e 1996 o goleiro Andem, de Camarões, defendeu o Cruzeiro.
Aumentaram as experiências também, com passagens curtas. Uma delas, de um europeu, Marco Ósio, atacante vindo da Itália teve passagem relâmpago no Palmeiras, então patrocinado pela italiana Parmalat. Também aconteceu com dois jogadores vindos dos EUA, o lateral Armstrong defendeu o Santos em 1991 e o meia Cobi Jones defendeu o Vasco em 1995. Outros foram os japoneses Sugawara e Maezono, ambos no Santos.
O europeu que marcou uma Era veio da Sérvia, o meia Dejan Petkovic chegou ao Brasil em 1997 para defender o Vitória, depois passou por Flamengo, Vasco, Fluminense, Goiás, Santos e Atlético Mineiro. Abriu as portas para experiências com outros sérvios no Brasil: o atacante Osmanovic defendeu o Vitória em 2000, em 2001 o goleiro Nikola e o zagueiro Andjel jogaram no Fluminense e o zagueiro Vladi Petkovic no Botafogo, em 2004 o goleiro Tadic chegou a ser titular no arco do Vasco.
Antes de Petkovic, no entando, a passagem de dois europeus marcaram o futebol brasileiro, numa experiência inovadora. Os poloneses Mariusz Piekarski (meia de contenção) e Krzysztof Nowak (atacante) destacaram-se em 1996 com a camisa do Atlético Paranaense e chamaram a atenção do futebol brasileiro. Nowak fez três gols e Pierkarski um gol no Brasileiro de 96. O Flamengo então decidiu contratar Piekerski em 1997. Com a camisa rubro-negra, ele jogou 13 jogos, sem nunca ter feito um gol.
Piekarski
Carreira: 1990–93 Jagiellonia Bialystok (Polônia), 1993–95 Gdansk (Polônia), 1995–96 Zaglebie Lubin (Polônia), 1996–97 Atlético Paranaense, 1997 Flamengo, 1998 Mogi Mirim, 1998–99 Bastia (França), 1999–02 Legia Varsóvia (Polônia) e 2002–03 Anorthosis Famagusta (Chipre).
Piekarski
O primeiro jogo dele pelo Flamengo foi em 19 de julho de 1997, numa derrota por 3 x 0 para a Portuguesa, no Canindé, pelo Campeonato Brasileiro. Ele entrou no 2º tempo, no lugar de Sávio. Duas rodadas depois, entrou no 2º tempo novamente, desta vez no lugar de Evandro, numa derrota por 1 x 0 para o Sport, em Recife. No terceiro jogo começou como titular, um empate com o Olimpia, do Paraguai, em amistoso pelo Torneio Centenário de Belo Horizonte. O time que entrou em campo aquela tarde: Clemer, Fábio Baiano, Júnior Baiano, Fabiano e Gilberto, Jorginho, Jamir, Bruno Quadros e Piekarski, Lúcio e Sávio. O polonês acabou substituído no 2º tempo por Iranildo.
Voltou a ser titular num amistoso contra o Palmeiras pelo Torneio Palma de Mallorca, na Espanha (deu lugar no 2º tempo a Maurinho). Depois ficou 2 meses ausente do time. Seu quinto jogo pelo Flamengo foi só no fim de outubro, quando voltou a ser titular numa vitória por 3 x 0 sobre o Vélez Sarsfield, da Argentina, em Buenos Aires, pela Supercopa dos Campeões da Libertadores. No jogo seguinte, uma vitória sobre o Vitória, da Bahia, no Maracanã, ele entrou no 2º tempo no lugar de Jamir. Jogou como titular numa vitória sobre o Coritiba, numa derrota para o Corinthians e numa vitória sobre a Portuguesa. Até então, eram 9 jogos com a camisa rubro-negra, dos quais 6 como titular.
Veio então um Flamengo x Vasco no Maracanã. O polonês entrou como titular. Mas o calor escaldante daquela tarde de domingo o derrubou. No campo, a sensação térmica era de 50º Celsius. Piekarski pediu para ser substituído no intervalo, quando o jogo já estava 1 x 1, placar final. O time rubro-negro neste clássico: Clemer, Leandro, Juan, Luís Alberto, Júnior Baiano e Athirson, Jamir, Bruno Quadros, Iranildo e Piekarski, Lúcio. O polonês deu lugar a Lê no intervalo.
Em seus 3 últimos jogos pelo Flamengo: titular numa derrota e numa vitória no Juventude, e titular num empate com a Portuguesa. Piekarski jogou 13 jogos com a camisa do Flamengo, tendo iniciado 10 deles como titular. Mas ao fim da temporada a diretoria decidiu não seguir com ele, que acabou indo para o Mogi-Mirim, por quem jogou o Campeonato Paulista de 1998.
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