Coluna de Eduardo Vieira da Costa na Folha de São Paulo, em 29 de maio de 2009:
"Tenho simpatia verdadeira pelo Obina. Apesar de ser um jogador que tem um apelo pop inacreditável, o que é divertidíssimo, ele mantém uma humildade que parece sincera nas entrevistas e, ao que tudo indica, em seu jeito de ser. Está sempre sorrindo, sempre alegre. Mesmo que as infinitas "homenagens" a ele que proliferam na web sejam, muitas vezes, muito mais sarcásticas e irônicas do que propriamente elogiosas.
Ele não liga. E inclusive embarca na brincadeira. Quando ganhou dos torcedores do Flamengo o coro das arquibancadas que dizia "Obina é melhor que o Eto'o", ele até adotou o bordão e vendeu camisetas em seu site oficial com a frase. Tinha também uma outra versão com a inscrição "Anjo Negro da Gávea", outra brincadeira-homenagem da torcida.
Mesmo descontando o período de seis meses sem marcar um mísero gol, basta assistir a um jogo dele para ver que sua intimidade com a bola não é das maiores.
Ele fez gols importantes pelo Flamengo, sim, e teve uma boa fase. Mas nunca fez nada demais com a camisa rubro-negra.
A idolatria, falsa ou verdadeira, teve sempre muito mais a ver com o folclore criado em torno do jogador. Os gols em momentos decisivos ajudaram, como na Copa do Brasil de 2006 e nos Estaduais de 2007 e 2008. Mas ele tem uma média bem baixa para um atacante com a camisa do Flamengo. Não chega a 0,26 por partida (33 em 124 jogos)".
Obina, o Anjo Negro
Samuel Eto'o, craque de Camarões, era o principal goleador e um dos principais jogadores do Barcelona à época que Obina fazia seus gols pelo Flamengo. Ninguém nunca considerou a comparação realmente válida, era um ironia, mas ao mesmo tempo uma homenagem. Deu ao baiano Obina uma dimensão diferenciada. A música cantada nas arquibancadas pela torcida do Flamengo, no Maracanã, entrou para o folclore do futebol brasileiro: "Ôôôôô, o Obina é melhor que o Eto'o".
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