quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A tal Nação Rubro-Negra

Uma seita chamada Flamengo

Como num ritual, tiraram suas camisas do armário, pintaram a cidade em 2 cores e esbanjaram fé.

Faz 1 mês. Em nenhum momento desde então, ouvi rubro-negros dizendo que não se classificariam ou que tinham medo do jogo.

Flamenguistas gostam de jogo grande. Se preparam pra ele, o encara como ninguém e quase sempre confirma a inabalável previsão otimista.

Do outro lado, dúvida. Medo de “mais um fracasso”, o que o torna óbvio diante de tanta certeza de “mais uma vitória” do outro lado.

Petulante por vocação, o Flamengo parece hipnotizar massas. Se ao seu lado, te apaixona. Se contra, te aterroriza.

Não foi o clássico que nós, cronistas, esperávamos. Longe disso. Foi, porém, o jogo que todo rubro-negro acreditou que seria.

Um absoluto e previsível ritual de conquista que começou as 8 da manhã, quando a cidade mudou de cor, foi tomando forma durante o dia onde a certeza era maior que o medo e se confirmou naquele mar rubro-negro dentro do Maracanã, contrariando a CBF e esclarecendo que havia sim mandante e visitante.

O Flamengo ganha de véspera. Da fila pra comprar ingressos antes mesmo do primeiro setor adversário ter alguém na bilheteria a insuportável massa vermelha e preta que já vai minando o adversário pela cidade rumo ao Maracanã.

São um só. Se misturam, formam uma inabalável corrente de orações e fé em busca de dizer que “já sabiam”.

Arrogantes. Se garantem. Prometem, cumprem. Irritam.

O Botafogo tem mais time que o Flamengo mas, me perdoe a sinceridade, o Flamengo é mais time que o Botafogo.

Você sabe, eu sei. É uma merda dizer. Mas as vezes a verdade escapa forçada pelos fatos.

Não há como relutar. O ritual rubro-negro é quase infalível quando não tem a obrigação de vencer.

E lá vão eles, felizes da vida, descolorindo a cidade de vermelho e preto e enchendo as ruas de sorrisos.

Uns com mais dentes, outros com menos. Todos partes iguais da mesma seita.

A tal nação rubro-negra.

abs, RicaPerrone


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Complementando, artigo de Bruno Voloch no UOL:

O futebol é mesmo inexplicável. O Flamengo idem.

Se repetir o desempenho do jogo de volta contra o Cruzeiro e os 90 minutos da segunda partida diante do Botafogo, o Flamengo passa a ser o grande favorito para conquistar a Copa do Brasil.

Quem diria. Não se trata de ironia ou provocação, mas uma constatação.

O time foi rigorosamente impecável contra o Botafogo. Jogou como se fosse uma autêntica decisão e honrou a história vitoriosa do clube. Diante de mais de 50 mil rubro-negros, o Flamengo massacrou o Botafogo na melhor atuação de 2013.

Hernane estava inspiradíssimo, mas não foi só ele que jogou bola. Léo Moura e André Santos jogaram muito bem, a zaga foi firme e os volantes não deixaram os meias do Botafogo pensarem.

Elias manteve a regularidade de sempre. Paulinho foi perfeito taticamente e destruiu Gilberto. Apenas Carlos Eduardo ficou abaixo da média o que não chega a ser nenhuma novidade.

A torcida fez novamente a diferença ocupando 80% do estádio e os jogadores corresponderam plenamente dentro de campo.

Não preciso ter um time brilhante tecnicamente. O Flamengo é assim e se deixarem chegar…

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