Jogos Inesquecíveis: 27/11/2013 - Flamengo 2 x 0 Atlético Paranaense
Final da Copa do Brasil de 2013, o primeiro título de um clube no Novo Maracanã depois de concluída a obra para a Copa do Mundo de 2014. Flamengo e Atlético Paranaense haviam empatado em 1 x 1 no Estádio Durival de Brito, na Vila Capanema, em Curitiba. Com isto, um empate em 0 x 0 dava o título ao Flamengo. Mas do outro lado estava uma equipe que àquele momento era a vice-líder do Campeonato Brasileiro, que já estava definido e tinha o Cruzeiro como campeão.
O empate sem gols se arrastou até os 42 minutos do segundo tempo, quando Paulinho penetrou pela direita e cruzou para Hernane que, cara a cara, chutou em cima do goleiro atleticano, no rebote ele voltou a lançar Paulinho na ponta, ele driblou o marcador e tocou para o meio onde Elias chutou para as redes. Gol do Flamengo!
Ainda houve tempo para mais. os 49 minutos do segundo tempo, Luiz Antônio penetrou pela esquerda e tocou para o meio, Hernane escorou e tocou fora do alcance do goleiro. O Flamengo conquistava, pela terceira vez em sua história, o título da Copa do Brasil.
Ainda houve tempo para mais. os 49 minutos do segundo tempo, Luiz Antônio penetrou pela esquerda e tocou para o meio, Hernane escorou e tocou fora do alcance do goleiro. O Flamengo conquistava, pela terceira vez em sua história, o título da Copa do Brasil.
Ficha Técnica
27/11/2013 - Flamengo 2 x 0 Athlético Paranaense
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (Público: 57.991 pagantes; 68.857 presentes)
Gols: Elias (42'2T) e Hernane (45+4'2T)
Fla: Felipe, Leonardo Moura (Marcos González), Samir, Wallace e André Santos; Amaral, Luiz Antônio, Elias (João Paulo) e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho e Hernane.
Téc: Jayme de Almeida Filho
Atlético: Wéverton, Juninho (Cléberson), Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Deivid, Zezinho, Paulo Baier e Felipe (Delatorre); Marcelo Cirino e Éderson (Ciro).
Téc: Vágner Mancini
A História do Jogo
No ano de 2013 a Copa do Brasil voltou a ter todos os times do país, voltando a ter a participação daqueles que também disputavam a Copa Libertadores da América. E com uma campanha excepcional, na qual eliminou o campeão brasileiro Cruzeiro, goleou o Botafogo por 4 a 0, e bateu ao Goiás na semi-final, o time rubro-negro chegou à final para enfrentar ao Atlético Paranaense. Foi uma campanha brilhante do Flamengo, que teve embates contra quatro das cinco equipes melhor posicionadas no Campeonato Brasileiro daquele ano: Cruzeiro, Botafogo, Goiás e o próprio Atlético Paranaense.
Depois de um empate por 1 a 1 em Curitiba no primeiro jogo da final, o Maracanã lotou para ver o embate no qual o vencedor sairia campeão, e no qual o Flamengo entrava em campo com a vantagem de poder ser campeão com um empate por 0 a 0, pelo critério de gol marcado como visitante; só um novo empate por 1 x 1 levaria a decisão para os pênaltis. Foi uma noite de quarta-feira na qual a torcida do Flamengo deu mais um espetáculo nas arquibancadas. Esperava-se a resposta do time em campo.
Na escalação rubro-negra o time do Flamengo teve uma mudança, na zaga, com a entrada do zagueiro Samir no lugar de Chicão, desfalque por ter sofrido uma lesão na coxa. No Atlético, Vágner Mancini não pode contar com o meia Éverton Cardoso e nem com o lateral-direito Léo, ambos suspensos, tendo colocado Juninho e Felipe na equipe. Curiosamente, alguns meses depois, no início do ano seguinte Éverton e Léo seriam contratados pelo Flamengo e chegariam como reforços à Gávea.
O time do Flamengo tentou ir para cima dos paranaenses desde o início do jogo, mas não conseguia exercer a pressão que se esperava, errando muitos passes e encontrando uma boa marcação no meio-campo atleticano. Do outro lado, o Atlético também não tinha inspiração para criar jogadas, e tentava assustar com a velocidade do atacante Marcelo Cirino em contra-ataques. Mas o goleiro Felipe não fez sequer uma defesa antes do intervalo.
Os três únicos lances de perigo no primeiro tempo foram todos em chutes de fora da área do volante Luiz Antônio. No primeiro, aos seis minutos, ele avançou com espaço pelo centro da intermediária e arriscou um chute de fora da área, de longe, mas que obrigou Wéverton a se esticar para espalmar a escanteio. Era um jogo cheio de erros e nervosismos dos dois times. Aos trinta e quatro minutos, o camisa 15 do Flamengo, Luiz Antônio, tentou de novo de fora, e a bola passou ao lado do gol. Aos quarenta e um minutos, ele de novo, na melhor oportunidade da primeira etapa: ele cobrou falta e acertou o travessão e a trave, próximo ao ângulo, quase abrindo o placar. Mas o primeiro tempo terminou mesmo no empate sem gols que ia momentaneamente dando o título para o Flamengo.
Apesar do fraco futebol apresentado, os treinadores não mexeram no intervalo. O início do segundo tempo seguiu no mesmo ritmo da primeira etapa, um duelo bastante pegado e com poucas boas jogadas ofensivas. Precisando de um gol para ficar com o título, Vágner Mancini foi o primeiro a mexer na equipe, trocando o meia Felipe por Dellatorre. Logo depois, foi a vez de Jayme de Almeida fazer uma alteração, tirando o apagado meia Carlos Eduardo para a entrada do volante Diego Silva, com Elias passando a atuar mais avançado no meio de campo.
Após as alterações, o jogo deu uma esquentada. O Flamengo teve uma boa oportunidade com Hernane aos dezenove minutos, após este receber um passe de Elias, mas a bola parou nas mãos de Wéverton. Logo depois, aos vinte e dois minutos, mais uma vez Hernane, o "Brocador", apareceu na área, mas não conseguiu cabecear firme a bola cruzada por Leonardo Moura. Acuado, o Atlético voltou a mexer, desta vez com duas substituições ao mesmo tempo, as entradas de Ciro e Cléberson nos lugares de Éderson e Juninho, com seu treinador tentando dar mais ofensividade à sua equipe. E à medida que o Atlético corria atrás do gol que lhe daria o título, e ia ficando mais desesperado com o avançar do relógio, a equipe paranaense dava espaços para o Flamengo contra-atacar.
O jogo inteiro tinha sido tenso, mas quando faltavam quinze minutos para o fim, isto ficou ainda mais evidente, refletido em confusão: Dellatorre chutou a bola em Samir e levou um tapa de Luiz Antônio. O juiz Pedro Vuaden deu cartões amarelos e deixou a partida seguir. O Atlético precisava do gol, tentava criar uma pressão, mas quem era perigoso em campo era o Flamengo. Aos trinta e quatro minutos, o ponta Paulinho aplicou um chapéu dentro na área e teve o chute travado quando tentou completar ao gol. Aos trinta e oito minutos, Hernane arriscou um belo voleio, mas Wéverton evitou aquele que teria sido um belo gol.
A torcida nas arquibancadas demonstrava tensão a cada subida ao ataque dos atleticanos. O relógio avançava pelos quarenta e um minutos altos quando o Flamengo conseguiu encaixar mais um contra-ataque: Paulinho recebeu pela esquerda da área e deu um belo drible em Deivid, entrando pla área e rolando para Elias, que não vacilou, chutando para dentro do gol: Mengão 1 a 0! O Maracanã explodia em alegria!
Com o gol aos 42 minutos do 2º tempo, o título já estava praticamente sacramentado. E a temperatura subiu! Antes da saída de bola para o reinício do jogo, André Santos e Ciro discutiram e se estapearam, tendo ambos sido expulsos pelo árbitro. A torcida, festejando, mal viu e percebeu as expulsões. Cartões vermelhos que acabaram criando uma imensa polêmica dias depois, pois o tribunal entenderia que como não haveria mais partida da Copa do Brasil, a suspensão referente à expulsão de André Santos teria que ser cumprida na última rodada do Campeonato Brasileiro. O departamento e futebol "comeu mosca" e o colocou em campo contra o Cruzeiro, numa partida na qual o Flamengo já não tinha qualquer pretensão no Brasileirão. Em decorrência da desatenção, o Flamengo foi punido com a perda de 6 pontos.
Mas a torcida do Flamengo só queria saber de festejar. Ainda estava eufórica, quando, nos acréscimos, aos 49 minutos, novamente num contra-ataque, Luiz Antônio escapou em velocidade pelo lado esquerdo e serviu a Hernane, que soube aproveitar o passe para colocar a bola mansinha no canto, marcando o segundo: 2 a 0! O volume da festa aumentou ainda mais nas arquibancadas. A conquista estava sacramentada!
Não foi fácil. Não teve show dentro de campo. Mas a festa foi completa e merecida. Jogo tenso, com cara de decisão, e Mengão Campeão da Copa do Brasil de 2013, a terceira vez copa conquistada pelo clube, que a havia conquistado antes em 1990 e em 2006. Mais uma vez o Flamengo mostrava, como tantas outras, a sua força em momentos decisivos.
Decisivos na final, os heróis rubro-negros foram Elias, que já tinha marcado no fim na emocionante classificação diante do Cruzeiro pelas oitavas de final, Hernane, que se firmou como o artilheiro isolado da competição com oito gols, e Luiz Antônio, escolhido o melhor em campo naquela decisão.
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