Seguindo o histórico de análises sempre disponibilizadas aqui no blog (histórico pode ser visto na sessão Transparência Rubro-Negra). O desempenho financeiro segue numa trilha altamente positiva, como veio sendo a tendência já apresentada nos exercícios anteriores.
1) RECEITAS
A receita operacional bruta acumulada até o fim do 3º trimestre foi de R$ 414,078 milhões, bastante inferior aos R$ 529 milhões obtidos até o fim do 3º tri de 2017. Este resultado se dividiu em R$ 382,906 mm obtidos com o futebol (bem inferior aos R$ 491 mm do 3º tri de 2017) e R$ 31,172 mm obtidos com o clube social e os esportes olímpicos (abaixo dos R$ 37,9 mm arrecadados até o 3º tri de 2017).
Descontados os impostos incidentes sobre a movimentação de receita, a receita operacional líquida total até o fim do 3º trimestre de 2018 atingiu R$ 395,155 milhões. Um grande decremento frente aos R$ 510 milhões arrecadados até o mesmo trimestre do ano anterior. O motivo do volume bastante inferior: em 2017 entraram os recursos da venda de Vinícius Júnior ao Real Madrid, uma receita pontual e extraordinária. Pegando uma comparação mais juste, comparando frente ao acumulado nos três primeiros trimestres de 2016 (R$ 288 milhões) o resultado é melhor. As finanças do Flamengo seguem evoluindo num processo contínuo de melhoria de resultados.
O carro-chefe das receitas, obviamente, é o futebol. E onde reside o coração das variações também, com os resultados observados acima ratificados: houve queda de receita frente a 2017 por causa da vende da Vinícius Júnior ao Real Madrid, mas fazendo uma comparação mais justa, frente a 2016, houve um bom incremento. A receita acumulada pelo futebol nos três primeiros trimestres de 2018 ficou em R$ 382,9 milhões, contra R$ 491 mm acumulados no mesmo período de 2017, e de R$ 266,2 mm em 2016.
Detalhado a receita do futebol, iniciando-se pela arrecadação dos Direitos de Transmissão da TV. O resultado do 3º trimestre de 2018 manteve-se melhor do que o observado no mesmo período de 2017. A receita com TV totalizou R$ 175,4 milhões. Melhor do que os R$ 153,45 mm obtidos em 2017.
Sobre as receitas com Patrocínio, uma levíssima piora de resultados no comparativo ao ano anterior, mas um resultado ainda muito bom! O resultado do 3º trimestre de 2018 fechou num acumulado de R$ 64,6 milhões, uma leve queda frente aos R$ 65,9 mm obtidos no ano anterior.
Detalhando as receitas obtidas diretamente com sua Torcida, quebrando entre o arrecadado com Bilheteria e o diretamente obtido com o Programa de Sócio-Torcedor, a primeira caiu e a segunda subiu no comparativo frente ao acumulado até o mesmo trimestre do ano anterior. No saldo das duas, houve queda. A receita com torcida caiu para R$ 73,9 mm no 3º tri de 2018 frente aos R$ 79,0 mm no 3º tri de 2017. A principal responsável pela queda foi a não-arrecadação com bilheteria nas duas primeiras partidas da Libertadores no 1º trimestre de 2018. A Bilheteria caiu em 2018 para R$ 39,9 milhões depois de ter estado em R$ 47,3 mm até o 3º trimestre de 2017. Um prejuízo causado por sua própria torcida nos incidentes externos ao Maracanã ocorridos antes e depois da Final da Copa Sul-Americana 2017.
Com o Sócio-Torcedor, a receita subiu. O Flamengo se desligou do Movimento por um Futebol Melhor, e o forte decremento de STs verificado no site do movimento contrasta com a expressiva melhora de arrecadação. Em resumo, a leitura foi a de que os descontos em produtos lá cadastrados eram praticamente indiferentes na capacidade de atrair STs. O Flamengo então partiu para oferecer suas próprias vantagens, e o resultado é bom. O aumento comparativo na arrecadação acumulada nos três primeiros trimestres de cada ano subiu de R$ 31,7 mm em 2017 para R$ 34,0 mm em 2018.
2) RESULTADO FINANCEIRO
Com a expressiva queda de receitas, o resultado operacional do exercício ficou bem abaixo frente a 2017, mas ainda assim com superávit, o que é o principal. Menos exposto a dívidas, faz toda a lógica trabalhar com um superávit mais baixo, em decorrência também de um aumento na capacidade de investimentos na qualidade do time de futebol, o que naturalmente aumenta as despesas. Até o 3º trimestre de 2018 o resultado ficou acumulado em R$ 40,2 milhões, muito abaixo dos R$ 184,8 mm que tinham sido acumulados até o 3º tri de 2017.
Descontando-se as despesas financeiras, chegou-se a um resultado líquido também muito positivo, ainda que bem inferior ao do mesmo período do ano anterior. O superávit acumulado até o 3º trimestre de 2018 foi de R$ 28,5 milhões, bem inferior ao superávit de R$ 156,2 mm acumulado até o 3º tri de 2017.
Descontando-se as despesas financeiras, chegou-se a um resultado líquido também muito positivo, ainda que bem inferior ao do mesmo período do ano anterior. O superávit acumulado até o 3º trimestre de 2018 foi de R$ 28,5 milhões, bem inferior ao superávit de R$ 156,2 mm acumulado até o 3º tri de 2017.
3) DÍVIDAS
A dívida rubro-negra voltou a apresentar um viés de alta!
A dívida bruta fechou o 3º trimestre de 2018 em R$ 466,6 milhões. Acima dos R$ 390,3 milhões em que havia fechado o 3º tri de 2017 e bem acima dos R$ 334,7 milhões do fechamento de 2017. Retirados ao adiantamentos de contrato, que agregam valor contábil, mas não são verdadeiramente dívida, a dívida líquida do Flamengo fechou o 3º trimestre de 2018 em R$ 347,1 milhões, acima do valor em que fechou 2017 (R$ 262 milhões).
A razão Dívida / Receita Anual fechou em 0,66 vez. Um indicador que aponta uma boa saúde financeira frente a qualquer instituição do sistema financeiro, de qualquer segmento da economia (se quiser fazer o cálculo considerando a dívida bruta e não a líquida, o resultado aponta 0,89, um resultado com viés de alta mas ainda saudável).
O total de empréstimos voltou a subir, como já era esperado. No 2º trimestre, o Flamengo votou junto ao Conselho um novo empréstimo que levou a um frenesi de notícias mentirosas na imprensa esportiva e em canais de comunicação de torcidas rivais. Falou-se que o Flamengo estaria quebrado, e só realizando contratações por adiantamentos de contratos de TV. Pura mentira! A notícia falsa, cujo principal alardeador sensacionalista foi o blog do jornalista Renato Maurício Prado (um nome há muito tempo não empregado por nenhum dos principais veículos esportivos) levou a uma situação ridícula, com a FOX Sports precisando fazer uma retratação ao vivo em um de seus programas, constatando a inveracidade e o absurdo da informação antes mesmo do fim do seu programa no qual alguns de seus jornalistas fizeram seus alardes sensacionalistas). O novo empréstimo executou um giro sob uma taxa de juros menor à quitação de empréstimos por hora em vigor a uma taxa de juros superior à deste.
No resultado da conta "Empréstimos", o Flamengo terminou o 3º trimestre mais uma vez sem empréstimos com vencimento superior a um ano. O volume de Empréstimos de Curto Prazo (vencimento inferior a uma ano), o mais importante indicador da saúde financeira, teve um nível de empréstimos tomados junto a bancos privados ainda abaixo do que era verificado ao fim do 2º trimestre de 2017, um quadro significativamente melhor: R$ 27,9 milhões contra R$ 62,1 milhões que haviam no ano anterior.
Na lista de instituições nas quais o Flamengo tinha recebido empréstimos nos últimos anos mas cujos valores já foram totalmente quitados, não havendo nenhuma dívida, estão: Confederação Brasileira de Futebol - CBF, Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro - FERJ, Consórcio Maracanã (Odebrecht), Caixa Econômica Federal, Banco Bradesco, Banco BIC, Banco Modal, Banco Brasil Plural, Banco Inermedium (Banco Inter) e Fundo Pólo Capital.
As instituições com as quais o Flamengo ainda tinha empréstimos por quitar no fim do 3º trimestre de 2018: Banco BMG (R$ 6,5 milhões), Banco Daycoval (R$ 27,0 milhões) e Banco Lecca (R$ 2,7 milhões).
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