sábado, 18 de maio de 2019

E as finanças seguem bem, obrigado!


FLAMENGO: Resultado Financeiro do 1° Trimestre 2019

Seguindo o histórico de análises sempre disponibilizadas aqui no blog (histórico pode ser visto na sessão Transparência Rubro-Negra): o desempenho financeiro segue numa trilha altamente positiva, como veio sendo a tendência já apresentada nos exercícios anteriores.

Mas é preciso analisar os números do 1º Trimestre de 2019 com um pouco mais de atenção do que os exercícios financeiros anteriores...


1) RECEITAS

A receita operacional bruta do 1º trimestre foi de R$ 242,6 milhões, muito superior aos R$ 133,8 milhões obtidos no 1º tri de 2018. O resultado se divide em R$ 233,7 mm obtidos com o futebol (bem superior aos R$ 123 mm do 1º tri de 2018) e R$ 8,9 mm obtidos com o clube social e os esportes olímpicos (decremento frente aos R$ 10,9 mm arrecadados no 1º tri de 2018). Há que ter cuidado e atenção porém, porque o bom resultado se sustenta na contabilização das vendas de jogadores para o futebol europeu acertadas no fim de 2018. Nos demais quesitos, há notícias boas e ruins.

Descontados os impostos incidentes sobre a movimentação de receita, a receita operacional líquida total do 1º trimestre de 2019 atingiu R$ 239,7 milhões, um grande aumento frente aos R$ 127,3 mm arrecadados no mesmo trimestre do ano anterior.



Detalhado a receita do futebol, iniciando-se pela arrecadação dos Direitos de Transmissão da TV. O resultado do 1º trimestre de 2019 foi de R$ 21,6 milhões. Uma arrecadação bastante baixa. Analisando pela "ótica do copo meio cheio": prova o qualto as finanças do Flamengo se sustentam, e não são mais completamente dependentes da grana da TV.


Sobre as receitas com Patrocínio, uma leve piora de resultados no comparativo ao ano anterior. O resultado do 1º trimestre de 2019 fechou em R$ 14 milhões, uma queda frente aos R$ 15,7 mm obtidos no ano anterior.


Detalhando as receitas obtidas diretamente com sua Torcida, quebrando entre o arrecadado com Bilheteria e o diretamente obtido com o Programa de Sócio-Torcedor, a primeira subiu muito (excepcional notícia!) e a segunda caiu um pouco no comparativo frente ao mesmo trimestre do ano anterior, mas ainda apresenta um desempenho fantástico. No saldo das duas, um expressivo aumento: é a torcida rubro-negra quem está pagando a conta e financiando sua felicidade! A receita com torcida subiu de R$ 17 mm para R$ 23 mm no comparativo entre 1º tri de um ano e de outro.


A Bilheteria subiu para R$ 12 milhões depois de ter estado em R$ 6 mm no 1º trimestre de 2018. No início de 2018, o resultado havia sido baixo pelos dois jogos com portões fechados nas duas primeiras partidas da Copa Libertadores (um prejuízo causado por sua própria torcida nos incidentes externos ao Maracanã ocorridos antes e depois da Final da Copa-Sul-Americana 2017). Outro fator a inflar os resultado do 1º Tri de 2019 foi a presença na Final do Campeonato Carioca, que não aconteceu em 2018.


Com o Sócio-Torcedor, a receita caiu bem levemente no comparativo entre os mesmos trimestres de 2018 e de 2019, tendo fechado este último trimestre em R$ 11 milhões.



2) RESULTADO FINANCEIRO

O resultado operacional do exercício foi bem melhor do que o do 1º trimestre de 2018, mas está sustentado na contabilização das vendas de jogadores acertadas no fim de 2018. O resultado do 1º Tri de 2019 foi de R$ 53,5 milhões, só um pouco abaixo dos R$ 63,6 milhões acumulados em todo o ano de 2018. É um resultado bom, mas que pelo fator descrito deve ser visto com ressalvas.


Descontando-se as despesas financeiras, chegou-se a um resultado líquido também muito positivo e muito superior ao do mesmo período do ano anterior. O superávit do 1º trimestre de 2019 foi de R$ 43,3 milhões, só um pouco abaixo do superávit de R$ 45,9 milhões acumulado em todo o ano de 2018. Excepional, mas, de novo: sob as mesmas ressalvas!



3) DÍVIDAS

A dívida bruta fechou o 1º trimestre de 2019 em R$ 540,5 milhões. Bem acima dos R$ 420,9 milhões que havia fechado o 1º Tri de 2018. Um movimento de aumento que tem acontecido trimestre a trimestre há algum tempo e precisaser muitomonitorado, bem de perto. No 1º Trimestre de 2019, após os grandes investimentos feitos nas aquisições de Giorgian De Arrascaeta, Bruno Henrique e Rodrigo Caio, este aumento já era mais que esperado. Não há expectativa de queda volumosa da dívida ao longo de 2019, o momento é de aposta na conquista de títulos expressivos no futebol. Daqui para frente, é necessária muita atenção para não haver um novo descontrole na gestão do nível de endividamento do clube.

Retirados ao adiantamentos de contrato, a dívida líquida do Flamengo fechou o 1º trimestre de 2019 em R$ 375 milhões. É a metade do valor em que se encontrava em dezembro de 2012!


A razão Dívida / Receita Anual fechou o trimestre em 0,39 vez. Muito bom, mas sob a mesma ressalva já feita para o resultado da receita, que, inflado, jogou o resultadopara baixo.


Ratificando o movimento consolidado em 2018: o volume de Empréstimos de Curto Prazo com significativo e expressivo viés de queda. O nível de empréstimos tomados junto a bancos privados terminou o 1º Tri de 2019 em R$ 17 milhões. E o clube segue sem nenhum empréstimo de longo prazo (com vencimento superior a doze meses).



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