FLAMENGO: Resultado Financeiro do 1° Trimestre 2020
Seguindo o histórico de análises sempre disponibilizadas aqui no blog (todo o histórico está na sessão Transparência Rubro-Negra): o desempenho financeiro se mantém numa trilha altamente positiva. Mas há que se dobrar a atenção em relação ao aumento do endividamento!
1) RECEITAS
A receita operacional bruta do 1º trimestre foi de R$ 259,6 milhões, significativamente superior aos R$ 242,6 milhões obtidos no 1º tri de 2019. O resultado se divide em R$ 247,4 mm obtidos com o futebol (superior aos R$ 233,7 mm do 1º tri de 2019) e R$ 12,2 mm obtidos com o clube social e os esportes olímpicos (também superior aos R$ 8,9 mm arrecadados no 1º tri de 2019). Há que se manter a atenção pelo fato deste bom resultado estar muito sustentado na contabilização das vendas de jogadores para o futebol europeu. Mas houve ganho de receita na comparação frente ao mesmo trimestre do ano anterior em todos os quesitos!
Descontados os impostos incidentes sobre a movimentação de receita, a receita operacional líquida total do 1º trimestre de 2020 atingiu R$ 256,7 milhões, um novo aumento frente ao valor de R$ 239,7 mm arrecadado no mesmo trimestre do ano anterior, que já havia sido recorde histórico para um primeiro trimestre.
Detalhado a receita do futebol, iniciando-se pela arrecadação dos Direitos de Transmissão da TV. O resultado do 1º trimestre de 2020 foi de R$ 21,0 milhões. Dado que o Flamengo optou por não assinar com a Rede Globo para a transmissão dos jogos do clube no Carioca 2020, este valor só se manteve no mesmo patamar do ano anterior em função da disputa das finais da Supercopa do Brasil e da Recopa Sul-Americana.
Sobre as receitas com Patrocínio, elas voltaram a crescer no comparativo com o ano anterior. O resultado do 1º trimestre de 2020 fechou em R$ 23,8 milhões, um belo incremento frente aos R$ 14,0 mm obtidos no ano anterior.
Detalhando as receitas obtidas diretamente com sua Torcida, quebrando entre o arrecadado com Bilheteria e o diretamente obtido com o Programa de Sócio-Torcedor, ambas tiveram um incremento impressionante! Um desempenho fantástico! No embalo das conquistas do Brasileiro e da Libertadores no fim de 2019, estádio cheio e torcida engajada! A torcida rubro-negra continua sendo quem está pagando a conta e financiando sua felicidade! A receita com torcida subiu de R$ 23 mm para R$ 45 mm no comparativo entre 1º tri de um ano e de outro. Em só um trimestre, já arrecadou, por exemplo, 69% do total arrecadado em todo o ano de 2016!
A Bilheteria subiu para R$ 27 milhões depois de ter estado em R$ 12 mm no 1º trimestre de 2019. Um salto impressionante!
Com o Sócio-Torcedor, a receita subiu para R$ 21 milhões depois de ter estado em R$ 11 mm no 1º trimestre de 2019. Outro salto impressionante!
2) RESULTADO FINANCEIRO
O resultado operacional do exercício foi bem melhor do que o do 1º trimestre de 2019, muito sustentado ainda pelas vendas de jogadores. O resultado do 1º Tri de 2020 foi de R$ 70,4 milhões, superior aos R$ 53,4 milhões acumulados no primeiro trimestre do ano anterior. O principal fator a ser avaliado nisto, é que o clube segue fazendo grandes investimentos lastreados em receitas reais, já realizadas! É o grande diferencial tanto frente a seu passado quanto frente ao que a maioria de seus principais rivais no futebol brasileiro têm feito.
Descontando-se as despesas financeiras, chegou-se a um resultado líquido também muito positivo e muito superior ao do mesmo período do ano anterior. O superávit do 1º trimestre de 2020 foi de R$ 54,0 milhões, também superior ao superávit de R$ 43,3 milhões acumulado no mesmo período do ano anterior. Um resultado muito bom!
3) DÍVIDAS
A dívida bruta fechou o 1º trimestre de 2020 em R$ 600,3 milhões. Bem acima dos R$ 540,5 milhões que havia fechado o 1º Tri de 2019, e muito mais acima dos R$ 420,9 milhões em que havia fechado o 1º Tri de 2018. Um movimento de aumento que tem acontecido trimestre a trimestre há algum tempo e precisa ser monitorado muito de perto!
Retirados os adiantamentos de contrato, a dívida líquida do Flamengo - que é o valor real de endividamento do clube - fechou o 1º trimestre de 2020 em R$ 434,7 milhões, o que é superior aos R$ 375,2 em que se encontrava no 1º Tri de 2019, e aos R$ 273,3 em que se encontrava no 1º Tri de 2018. Este volume precisa voltar a cair!
Após todos os investimentos realizados ao longo de 2019, é imperativo que este volume de endividamento volte a ser reduzido para dar continuidade de longo prazo na capacidade de investimento do clube. Principalmente estando as receitas infladas por vendas de jogadores que ninguém pode garantir que se repetirão nas próximas temporadas!
A razão Dívida / Receita Anual fechou o trimestre em 0,42 vez. Muito bom, mas sob a mesma ressalva já feita para o resultado da receita, sustentada por números obtidos com venda de jogadores que não são fáceis de serem repetidos!
O volume de Empréstimos de Curto Prazo voltou a subir frente ao fechamento de 2019, saltando para R$ 26,5 mm. Com a pandemia do coronavírus tendo paralisado o futebol no 2º Trimestre de 2020, a tendência é de que voltem a ocorrer aumento dos empréstimos tomados ao setor bancário privado, tanto de curto quanto de longo prazo.
Ainda mais porque o resultado de Contas a Pagar do 1º Trimestre de 2020 já indicava uma significativa pressão sobre o fluxo de caixa antes mesmo da chegada da pandemia e da paralisação não só do futebol como de toda a economia.
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