PARA SER CAMPEÃO: o caminho mais simples estava nos primeiros jogos, logo seria fundamental arrancar muito forte nas 15 primeiras rodadas!
Meta da Rodada 1 à 5 era fazer 13 pontos, e o time fez apenas 5. O Flamengo terminou devendo 8 pontos em relação à Meta.
Meta original para ser feita da Rodada 6 à 10 era de 10 pontos (3 vitórias, 1 empate e 1 derrota). Dado o que ficou devido da Rodada 1 à 5, o time precisava fazer no mínimo 12 pontos para minimizar o início ruim (4 vitórias e 1 derrota).
META ATINGIDA!! Porém, o Flamengo chegava à 10ª rodada ainda devendo 6 pontos em relação ao objetivo inicialmente traçado, dado que teve a pior arrancada dos últimos 5 anos nas cinco primeiras rodadas.
O FLAMENGO IGUALA SEU DESEMPENHO EM DEZ PRIMEIRAS RODADAS AOS DE 2016 E 2017, FICANDO ABAIXO DA ARRANCADA INICIAL DE 2018 e 2019
Em Outro Patamar: o desempenho nas 10 primeiras rodadas nos últimos 5 anos (de 2016 a 2020) foi superior a 11 das 13 primeiras edições em pontos corridos (de 2003 a 2015). Exemplificação máxima do falso dilema "finanças vs futebol". Ajustado financeiramente, o que era esporádico, tournou-se rotina!
A HISTÓRIA NO BRASILEIRÃO 2020
Passo a passo da 1ª à 5ª Rodada
6ª Rodada - 30/08/2020 - Flamengo 1 x 0 Santos
Local: Vila Belmiro (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)
Gol: Gabriel Barbosa (45+5'1T)
O time foi a Santos e conseguiu uma vitória importantíssima para afastar a crise da Gávea. O técnico espanhol voltou a apostar no rodízio e a poupar jogadores, o que foi uma decisão acertadíssima dada a sequência pesadíssima de jogos imposta pela pandemia do coronavírus. Os times que souberam fazer isto melhor, colheriam os frutos mais a frente. A aposta mais ousada foi na lateral-direita. Já com o chileno Maurício Isla a disposição, ele optou por jogar com Renê improvisado. Era arriscado, mas tinha sentido, à medida que o baixinho venezuelano Soteldo era a principal arma ofensiva do alvi-negro praiano, muito rápido. Isla vinha de alguns meses de férias, sem ritmo, e ademais a marcação com perna trocada de Renê dificultaria o ponta santista a cortar para dentro e finalizar. De resto, Willian Arão e Éverton Ribeiro foram os poupados da vez. No meio, Gérson entrou mais recuado, fazendo a função de primeiro volante, e com Thiago Maia mais a frente dele, e no ataque: Bruno Henrique jogou aberto pela esquerda, Gabigol centralizado, e Michael aberto pela ponta-direita.
Pela primeira vez Domenec havia tido uma semana inteira para efetivamente treinar a equipe, dado que antes praticamente só havia viajado e jogado. Por outro lado, o novo técnico do adversário, Cuca, também tinha tido sua primeira semana inteira para efetivamente treinar sua equipe. O início de jogo foi complicado! Michael perdeu uma chance incrível com menos de três minutos, mas com menos de quinze minutos foi o Santos quem teve dois gols anulados pela arbitragem de vídeo por impedimentos milimétricos. Ambas as jogadas saíram de um mano a mano de Marinho sobre Filipe Luís no qual o ponta santista cortou para dentro e se aproveitando da não-marcação em perna trocada como a que Renê fazia sobre Soteldo no outro extremo. Ambas as marcações só foram apontadas após longos cinco minutos de revisão de cada uma pelas duas arbitragens de vídeo.
Após os sustos iniciais, a equipe melhorou, ainda assim era o Santos quem levava muito mais perigo à meta rubro-negra, exigindo boas intervenções de Diego Alves, que acabou escolhido como a melhor figura em campo. Nos acréscimos do 1º tempo, num contra-ataque puxado por Michael, no qual Gabigol ultrapassou-o pela direita e recebeu passe açucarado, não desperdiçado pelo centroavante rubro-negro.
No 2º tempo, ficou mais explícito o toque de Dome no comando da equipe, que se portou totalmente diferente do que fazia com Jorge Jesus quando saía em vantagem, ao invés de manter a posse de bola e a pressão sobre adversário, o time teve uma postura mais similar ao pensamento vigente dos treinadores brasileiros, abrindo mão da posse, esperando o adversário, e buscando sair em contragolpe. O Santos seguia criando mais oportunidades do que o Flamengo.
Pouco depois dos 20 minutos, Dome mexeu no time. Uma substituição forçada, com César entrando no lugar de Diego Alves no gol, e três por opção sua, lançando Isla na lateral, e Arão e Éverton no meio. O lateral chileno entrou muito bem, e logo na sua primeira participação, foi ao fundo e deixou Gabigol livre na pequena área para concluir, mas o artilheiro rubro-negro perdeu um gol inacreditável, tocando para fora. Poderia ter custado caríssimo. O Santos pressionava bastante, mas sem a mesma força física do 1º tempo. O resultado foi mantido até o apito final. Vitória fundamental! O Flamengo estava 7 pontos atrás do então líder, o Internacional; tinha menos 5 pontos do que o vice-líder São Paulo; e apenas 2 pontos a menos do que o terceiro colocado, o Vasco. ocupando a 9ª colocação. Apesar do início turbulento e sob muitas críticas, a distância para a ponta da tabela ainda estava ao alcance, sendo fundamental engrenar uma boa sequência de vitórias nas partidas seguintes contra Bahia, Fortaleza, Fluminense e Ceará. Era uma sequência na qual quem quer ser campeão tem a obrigação de ir bem.
Ficha Técnica:
Fla: Diego Alves (César), Renê (Isla), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Gérson (Willian Arão), Thiago Maia e Arrascaeta; Bruno Henrique, Gabriel Barbosa e Michael (Éverton Ribeiro).
Téc: Domenec Torrent
Santos: João Paulo, Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Ivonei); Jóbson (Jean Mota), Diego Pituca e Carlos Sánchez (Lucas Braga); Marinho, Raniel (Kaio Jorge) e Soteldo.
Téc: Alexi Stival, "Cuca"
7ª Rodada - 02/09/2020 - Flamengo 5 x 3 Bahia
Local: Estádio do Pituaçu, Salvador (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)
Gols: Pedro (1'1T) e (15'1T), Rodriguinho (31'1T), Arrascaeta (36'1T), Élber (41'1T), Éverton Ribeiro (2'2T), Arrascaeta (5'2T) e Daniel (44'2T)
Mais uma importante vitória para acumular pontos e melhorar na classificação. E desta vez com o ataque desandando e pela primeira vez na competição marcando mais de um gol numa partida, e justamente, por ironia, na primeira vez na qual nem Bruno Henrique nem Gabigol, suas duas principais peças ofensivas em 2019, estiveram em campo. Mais importante ainda pela quantidade de imprevistos físicos que o time teve que superar. Do duelo contra o Santos, Diego Alves saiu com uma lesão no ombro, Gérson com um incômodo muscular, e Gabigol com uma torção leve no tornozelo. Bruno Henrique, que saiu com dores no joelho, estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e, para piorar, o goleiro reserva César foi diagnosticado com coronavírus, sendo afastado e posto em quarentena. A proteção ao gol rubro-negro ficou a cargo do terceiro arqueiro, o garoto Gabriel Batista. E para manter a estratégia de poupar jogadores, desta vez ainda optou por tirar Filipe Luís, para descansá-lo.
Mantendo a rotina das partidas anteriores, o Flamengo perdeu um gol incrível logo no início do jogo, desta vez com menos de um minuto de bola rolando, Éverton Ribeiro ficou cara a cara com o goleiro adversário e chutou para fora. A sorte rubro-negra foi a trapalhada na reposição de bola do Bahia na cobrança do tiro de meta, o zagueiro Lucas Fonseca tocou mal para o goleiro, que foi tentar chutar para longe, mas estourou com Pedro, que foi oportunista, e a bola foi parar dentro das redes. Um minuto de jogo, e Flamengo 1 a 0. E com 15 minutos de jogo, Pedro foi oportunista de novo e ampliou: 2 a 0. Vida tranquila dali para frente? Não!
A contenção do meio de campo dava espaços para o Bahia, que começou a criar oportunidades com frequência, e numa destas o camisa 10 Rodriguinho acertou um chute espetacular e marcou um golaço. Mas cinco minutos depois foi a vez do Flamengo fazer um gol mais bonito ainda: Pedro tocou de calcanhar para trás, Isla tocou para Éverton Ribeiro no meio e recebeu um passe suspenso em profundidade espetacular, e cruzou com precisão na cabeça de Arrascaeta, que testou para as redes. Um golaço! E que início do chileno Isla com a camisa rubro-negra, duas atuações muito boas e a saudade de Rafinha acabou muito rápido.
Mais uma vez com dois gols de vantagem no placar. Tranquilidade? Não! Antes ainda do intervalo, uma falha bisonha do goleiro Gabriel Batista e o Bahia voltou a diminuir. No 2º tempo, no entanto, em cinco minutos, primeiro Éverton Ribeiro fez uma excepcional jogada individual e marcou um golaço, depois Pedro Rocha serviu Arrascaeta, que só teve o trabalho de escorar para as redes: 5 a 2. Agora sim, resultado garantido. O resto da partida seguiu em "banho-maria". Mas Domenec voltou a cometer um erro ao insistir na opção de improvisar um zagueiro na lateral-direita, o que já havia sido catastrófico quando usou Rodrigo Caio contra o Atlético Goianiense. Ele tinha Matheuzinho no banco, tinha Filipe Luís para lançar na esquerda e voltar a improvisar Renê na direita, acertou em tirar Maurício Isla, para poupá-lo, mas decidiu lançar Thuler. Não deu certo, e o Bahia voltou a ameaçar exatamente nas costas dele. Nos minutos finais, ele ainda cometeu uma falha individual e o Bahia voltou a marcar. Domenec precisa entender que a função tática dos laterais no futebol brasileiro é completamente diferente de como ocorre na Europa, onde os únicos laterais que atuam ofensivamente são os brasileiros.
Ofensivamente, o Flamengo marcou cinco gols muito mais pelas falhas defensivas do Bahia, ainda que tenha tido visíveis méritos próprios, principalmente errando muito menos passes do que nos primeiros jogos. Defensivamente tomou três gols, mas nem tudo foi caos, já que dois saíram por falhas claramente individuais, e o outro foi um golaço. De qualquer forma, a cabeça de área rubro-negra deu muito mais liberdade ao meio de campo adversário do que o normal, especialmente porque Thiago Maia, que fazia sua terceira partida seguida como titular, começou bem, mas caiu muito de produção no decorrer do jogo. O mais importante de tudo é que a confiança voltou, e que o Flamengo saltou para o 6º lugar na tabela, a uma distância de 5 pontos dos líderes, e com o mesmo número de pontos que Fluminense e Vasco.
Ficha Técnica:
Fla: Gabriel Batista, Isla (Thuler), Rodrigo Caio, Léo Pereira e Renê; Willian Arão, Thiago Maia (Diego), Arrascaeta (Vitinho) e Éverton Ribeiro; Pedro Rocha (Michael) e Pedro (Lincoln).
Téc: Domenec Torrent
Bahia: Anderson, Nino Paraíba, Lucas Fonseca, Juninho e Zeca (Juninho Capixaba); Élton, Daniel e Rodriguinho (Jádson); Élber, Gilberto (Saldanha) e Rossi (Marco Antônio).
Téc: Roger Machado
8ª Rodada - 05/09/2020 - Flamengo 2 x 1 Fortaleza
Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)
Gol: Éverton Ribeiro (5'1T), Juninho (13'1T) e Gabriel Barbosa (41'2T)
O time rubro-negro encaixou sua terceira vitória consecutiva no campeonato, tendo também atingido a marca de seis jogos sem perder (quatro vitórias e dois empates). Conseguiu dois pontos que "caíram do céu". Ainda mais depois que na véspera da partida, Diego Alves também foi diagnosticado com coronavírus, deixando os dois goleiros titulares de fora por causa do covid-19, e assim o garoto Gabriel Batista seguia na meta.
O Fortaleza entrou em campo deixando que o time rubro-negro tivesse a posse de bola. A vontade para criar, nos primeiros minutos o time lembrava a equipe campeã de tudo em 2019, dona do jogo, criando oportunidades sequenciais. Logo aos cinco minutos, Pedro chutou, o goleiro deu rebote, e Éverton Ribeiro fez uma obra de arte, com um leve toque, encobriu ao goleiro, dando-lhe um magistral balãozinho na pequena área e completando de cabeça quase sobre a linha. Tudo levava a crer que seria uma tarde de espetáculo e vitória tranquila após aquele início de partida. O time segui dono do jogo, e parecia ser questão de tempo para sair o segundo tento. Pura ilusão. Oito minutos após o gol rubro-negro, Osvaldo partiu em contra-ataque pela esquerda de ataque e acabou derrubado por Isla dentro da área. Pênalti, que o volante Juninho converteu, empatando a partida. Poucos minutos depois, outra entrada veloz de Osvaldo nas costas de Isla e o ponta encobriu ao goleiro rubro-negro e acertou a trave. A marca do 1º tempo era o Flamengo com mais posse de bola e o tricolor cearense bem armado na defesa, buscando explorar os contra-ataques. Jogo duríssimo para o Flamengo.
Para o 2º tempo, Dome lançou Gabigol no lugar de Pedro logo no intervalo. O ritmo do jogo caiu, e o time criava pouco. Ele tentou mudar a dinâmica lançando Diego no lugar de Gérson, mas pouca coisa mudou. Na terceira e última parada de substituição a que tinha direito, ele mudou o esquema lançando Pedro Rocha e Lincoln e passando a fazer um 4-4-2, com dois centroavantes, e Éverton Ribeiro e Pedro Rocha chegando de trás. Também lançou o garoto Matheuzinho no lugar de um cansado Isla. A sorte não lhe ajudou, já que um minuto depois de entrar em campo, Pedro Rocha sentiu uma contratura muscular e saiu, deixando o time com um a menos, já que não tinha mais direito a parar o jogo para fazer uma quinta mudança. A vitória parecia distante... mas este time do Flamengo sempre achou forças onde parecia já não haver mais. Faltando quatro minutos para o fim do tempo regulamentar, Matheuzinho foi ao fundo e centrou rasteiro para o meio da área, achando Gabigol sozinho para completar de primeira, no canto, e fazer o segundo gol, aquele que fazia surgir dois pontos a mais na tabela que pareciam ter sido um presente dos céus. Saltando a 14 pontos, a diferença para o líder Internacional caiu para três. O pelotão de frente estava embolado, com Inter com 17, São Paulo com 16, Atlético Mineiro com 15, Vasco e Flamengo com 14, e Palmeiras com 13. Depois de um início titubeando, um 5º lugar ao fim da 8ª rodada era uma boa colocação para manter o time em posição para tentar a hora certa de um bote.
Ficha Técnica:
Fla: Gabriel Batista, Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Willian Arão, Gérson (Diego), Arrascaeta (Pedro Rocha) e Éverton Ribeiro; Michael (Lincoln) e Pedro (Gabriel Barbosa).
Téc: Domenec Torrent
Fortaleza: Felipe Alves, Gabriel Dias, Juan Quintero, Paulão e Carlinhos; Juninho, Ronald (Felipe) e Marlon (Romarinho); David (Mariano Vázquez), Éderson (Wellington Paulista) e Osvaldo (Fragapane).
Téc: Rogério Ceni
9ª Rodada - 09/09/2020 - Flamengo 2 x 1 Fluminense
Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)
Gols: Filipe Luís (7'1T), Gabriel Barbosa (33'1T) e Digão (45+2'2T)
Domenec manteve seu rodízio, desta vez poupando Willian Arão (ele não tinha Bruno Henrique e Pedro Rocha, lesionados). Segundo a própria explicação do treinador, em intervalos entre jogos de três dias, a quantidade de poupados seria maior, e em intervalos de quatro dias, seria menor.
E o treinador mexeu taticamente na equipe também, lançando Gérson e Diego juntos no meio de campo, e não trabalhando com pontas avançados. Éverton Ribeiro e Arrascaeta faziam o meio caindo pelas pontas, com Diego centralizado. Também houve uma inversão entre as posições de Thiago Maia e Gérson no meio frente ao utilizado nas vezes anteriores nas quais os dois atuaram juntos, Thiago jogou de primeiro volante, e Gérson a frente dele, fazendo o posicionalmente que habitualmente sempre fez quando jogando junto a Arão. Com o meio de campo mais povoado e sem pontas agudos, ele usou os laterais avançando com mais frequência à linha de fundo, jogando taticamente com um estilo mais brasileiro do que da escola europeia na qual foi formado.
A mudança tática funcionou, o Flamengo foi amplamente dominante no 1º tempo, chegando a dois gols relativamente parecidos, com cruzamentos pela direita - no primeiro feito pelo chileno Isla, e no segundo em cobrança de falta do uruguaio Arrascaeta - rebatidos pela defesa tricolor e encontrando jogadores rubro-negros livres pelo lado esquerdo da grande área para encherem o pé e estufarem a rede. Com certa facilidade, o time rubro-negro fez dois e poderia ter feito ainda mais.
No 2º tempo, o time caiu muito de produção, muito por uma certa acomodação pela vantagem, que poderia ter sido perigosa. Dome ainda tentou mexer no time, primeiro lançando Arão no lugar de Diego e Vitinho no de Arrascaeta. Ao invés de melhorar, o time piorou, sobretudo por Vitinho ter entrado muito mal, sem conseguir dar fluência ao ataque. Depois lançou Michael no lugar de Thiago Mais para tentar puxar contra-ataques, e tirou o cansado Isla, mas as mudanças fizeram muito pouco efeito também. O meio perdeu vigor físico, Éverton Ribeiro, em especial, dava sinais claros de esgotamento físico pela maratona de jogos. No fim, em seu lugar, ainda tentou lançar ao garoto Ramón, lateral-esquerdo de origem, para fazer a função de ligação que havia deixado de existir. Nos acréscimos, o time foi merecidamente castigado com um gol, mas nada que comprometesse o que era mais importante, a conquista dos três pontos. Com o resultado, o Flamengo se alçou à vice-liderança, três pontos atrás do Internacional, e dividindo o 2º lugar com o São Paulo, ambos com 17 pontos. O Palmeiras aparecia com 16 e o Atlético Mineiro com 15 pontos e um jogo a menos. Parecia estar montado o pelotão dos cinco clubes que disputariam o título brasileiro de 2020.
Ficha Técnica:
Fla: Gabriel Batista, Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís; Thiago Maia (Michael), Gérson, Diego (Willian Arão), Arrascaeta (Vitinho) e Éverton Ribeiro (Ramon); Gabriel Barbosa.
Téc: Domenec Torrent
Flu: Muriel, Lucas Calegari, Digão, Luccas Claro e Egídio; Yuri (Yago), Dodi, Michel Araújo (Caio Paulista) e Nenê (Luiz Henrique); Wellington Silva (Marcos Paulo) e Fernando Pacheco (Fred).
Téc: Odair Hellmann
10ª Rodada - 13/09/2020 - Flamengo 0 x 2 Ceará
Local: Castelão, Fortaleza (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)
Gols: Luiz Otávio (4'2T) e Charles (11'2T)
O time teve a volta do goleiro César, recuperado do coronavírus, mas continuou sem o titular Diego Alves, ainda se recuperando da doença. Além disto, Gérson estava suspenso por três cartões amarelos, e Pedro Rocha e Bruno Henrique seguiam entregues ao departamento médico. Em semana que o clube voltaria à Libertadores, e teria que viajar ao Equador para atuar na altitude de Quito, Dome poupou mais três jogadores: Filipe Luís e Arrascaeta, que acusaram desconforto muscular, sequer viajaram ao Ceará, e Rodrigo Caio ficou no banco de reservas. Na linha de frente, o técnico optou por usar um quarteto com Éverton Ribeiro centralizado, Vitinho caindo pela esquerda e Michael pela direita, com Gabigol como centroavante.
No 1º tempo, o time rubro-negro teve maior domínio, criou duas chances bastante claras de gols, ambas com seu 9, e numa das quais, em especial, Gabigol perdeu um gol, chutando para fora, que não costumava perder naquela posição. Porém, o rendimento já se mostrava abaixo do apresentado na sequência de quatro vitórias anteriores. Éverton Ribeiro, mais uma vez, não repetia ao jogar centralizado, na posição de Arrascaeta, o bom desempenho de quando atuou pela meia-direita. Como nas oportunidades que teve nas partidas anteriores, Vitinho errava praticamente tudo que tentava, longe do bom futebol que apresentou nas primeiras rodadas. Gabriel também errava tudo, e Michael não tinha muita efetividade ofensiva, mais preocupado em proteger a defesa. Para piorar, com tantos desfalques, quando se olhava para o banco de reservas, as opções ofensivas para substituição eram muito poucas: Diego, os jovens Pepê e Lincoln, e o centroavante Pedro. Dome, talvez preocupado com o destaque físico de Diego, errou ao não o lançar de início, pois os melhores momentos do time até então no campeonato haviam sido quando Diego esteve em campo mais avançado, junto a uma dupla de cabeças de área. Apesar de todos os desfalques, com Arão, Thiago, Diego é Éverton juntos, Gabriel na frente, e ou Vitinho ou Michael pela esquerda, indiferente qual dos dois, pois a atuação de ambos foi ruim, a escolha teria tido mais chances de ter dado certo.
Na volta para o 2º tempo, outros velhos problemas se repetiram. Ao poupar Rodrigo Caio, Dome optou por lançar Gustavo Henrique e Léo Pereira juntos - apesar de ambos serem mais fortes atuando pelo lado esquerdo - descartando Thuler, mais forte pelo lado direito. Além de que esta dupla de zaga já havia mostrado deficiência em velocidade e em posicionamento quando atuando junta, tendo oferecido chances de gol ao adversário quando este explorava o espaço entre os dois zagueiros. Foi exatamente assim que o Ceará conseguiu marcar dois gols num intervalo de menos de sete minutos, com dois cruzamentos na área explorando a distância de posicionamento entre Gustavo e Léo. Primeiro pelos dois gols de desvantagem, e segundo e sobretudo pela ineficiência de sua atuação, era muito pouco provável que fosse possível reverter aquele resultado. Mas tanto o Flamengo de 2019 quanto o de 2020 ficou marcado por conseguir reversões de resultado que pareciam improváveis.
Dome tentou melhorar a capacidade ofensiva no 2º tempo, primeiro lançando Pedro no lugar de Michael. Ele entrou centralizado, com Gabigol passando a cair pela direita. A segunda tentativa, foi colocando Diego no lugar de Thiago Maia e passando a atuar com um único volante. Melhorou um pouco, mas ainda muito abaixo de poder vir a ameaçar ao Ceará. Na única chance real de gol rubro-negra na etapa final, já perto dos 30 minutos, Vitinho cortou para dentro, pelo lado esquerdo e chutou forte, o goleiro rebateu, e no rebote Diego cabeceou para a bola passar rente à trave. Na última tentativa, Dome fez mais duas mudanças, com Matheuzinho entrando mais uma vez no lugar do cansado Isla, e lançando mais um centroavante, Lincoln. Com três centroavantes juntos em campo - Gabigol, Pedro e Lincoln - e Diego e Éverton na armação, o time ficou taticamente uma completa bagunça, totalmente desordenado, visivelmente cansado, e absolutamente incapaz de ameaçar ao adversário.
A derrota aconteceu num momento de que muitos outros do pelotão de frente também tropeçaram. O líder Internacional perdeu em Goiânia para o último colocado, o Goiás, e São Paulo e Palmeiras empataram. O Flamengo terminou a rodada em 5º lugar, três pontos atrás do líder Internacional, 1 ponto atrás de Atlético Mineiro e São Paulo, e com os mesmos 17 pontos de Palmeiras e Vasco, este, a maior surpresa nas dez primeiras rodadas do Brasileirão 2020.
Ficha Técnica:
Fla: César, Isla (Matheuzinho), Gustavo Henrique, Léo Pereira e Renê; Willian Arão, Thiago Maia (Diego), Éverton Ribeiro e Vitinho (Lincoln); Michael (Pedro) e Gabriel Barbosa.
Téc: Domenec Torrent
Ceará: Fernando Prass, Samuel Xavier, Tiago Pagnussat, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Charles, Ricardinho (Bergson) e Vina (Lima); Fernando Sobral, Cléber (Marthã) e Leandro Carvalho (Mateus Gonçalves).
Téc: Guto Ferreira
Veja mais: METAS PARA o BI... METAS PARA O OCTA... o caminho para o Flamengo ser o Campeão Brasileiro de 2020
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