sexta-feira, 18 de junho de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: JURANDIR


JURANDIR: goleiro seguro e arrojado

Carreira: 1930-1933 A. A. São Bento (SP); 1934 Fluminense; 1934 São Paulo da Floresta (SP); 1935-1939 Palestra Itália (SP); 1939-1940 Ferro Carril Oeste (Argentina); 1941 Gimnasia La Plata (Argentina); 1942-1946 Flamengo; 1946 Corinthians; 1947-1948 Comercial (SP)

O goleiro do primeiro grande equadrão da história rubro-negra, o time que dominou o Rio de Janeiro por três anos consecutivos entre 1942 e 1944.

Pelo Flamengo fez 107 jogos.


Abaixo, texto sobre a carreira do jogador extraído do site "Heróis do Mengão":

Jurandir foi um goleiro que fez fama no Palestra Itália, mas que se consagrou definitivamente no Flamengo. Defendeu o clube em 107 jogos, de 1942 até 1946, sendo importante peça da equipe que conquistou o Tricampeonato Carioca de 1942/43/44. Apelidado de "O Rei dos Pênaltis", comandou com Domingos da Guia e Newton Canegal uma das mais eficientes zagas da história do clube.

Jurandir Corrêa dos Santos nasceu em São Paulo, no ano de 1912. Iniciou sua carreira em 1930, na Associação Atlética São Bento, da capital paulista, clube onde ficou até 1933. Em 1934, transferiu-se para o São Paulo da Floresta, clube em que ficou por pouco tempo, pois logo em seguida foi para o Fluminense. No entanto, é no Palestra Itália, hoje Palmeiras, que ele chama a atenção do público e faz fama. Chega em 1935 e fica até 1939, conseguindo o Campeonato Paulista de 1936 e a convocação para a Seleção Brasileira. Defendeu a Seleção em oito jogos, disputando inclusive o Campeonato Sul-Americano de 1937. O sucesso lhe rendeu um convite para jogar no futebol argentino em 1940, onde jogou pelo Ferro Carril Oeste, e pelo Giminasia Y Esgrima de La Plata, em 1941.

Em 1942, o então treinador do Flamengo Flávio Costa pede à direção que contrate um goleiro para ser reserva de Yustrich, então titular do clube. O nome sugerido por ele era o do ídolo do Palmeiras, Jurandir. A diretoria do clube atendeu ao pedido do treinador e o contratou. Inicialmente reserva, Jurandir acabou barrando ao titular na estreia do 2° turno do Campeonato Carioca, na vitória de 4 x 2 sobre o Canto do Rio. Daquele jogo em diante, Jurandir assumiu a titularidade e não saiu mais do time até 1946.

Goleiro seguro e arrojado, o jogador obteve um recorde (só igualado quase 70 anos depois por Felipe) só sofrendo a sua primeira derrota em seu 25º jogo pelo clube. Foi em 3 de março de 1943, na derrota por 3 x 0 num amistoso contra o Palmeiras. Durante esse período, levou 30 gols.

Após sair do clube, em 1946, jogou por um ano no Corinthians. Em 1947, transferiu-se para o Comercial, da capital paulista, não o de Ribeirão Preto, onde se aposentou em 1948. O jogador veio a falecer em 1972.

De sua passagem na Argentina, um belo registro contado pelo autor de nome Laércio no site "Recanto das Letras": "Por volta de 1939, Jurandir, para não desmentir uma tradição, estava saindo do Palestra Itália para ir jogar na Argentina, terra de grandes goleiros. Lá, Jurandir foi jogar por um clube médio de Buenos Aires e foi morar numa pensão muito popular, onde moravam muitos jogadores, principalmente do Boca Juniors. Era a pensão da Dona Rosa, a torcedora símbolo do Boca.

E como o time em que Jurandir jogava iria enfrentar o Boca no domingo, durante toda a semana Jurandir teve de aguentar as brincadeiras dos outros jogadores dentre os quais existiam vários do Boca Juniors, como Cassam e Massantonio, grandes artilheiros portenhos. No domingo, dia do jogo, Dona Rosa chegou perto de Jurandir e, carinhosamente, lhe disse: 'meu filho, eu tenho pena de você. Mas nada posso fazer, pois o meu time é mais forte e precisa vencer. Até estou pensando que você irá buscar a bola no fundo das redes muitas vezes'. E saiu para La Bombonera para assistir à partida.

No final da partida, a equipe de Jurandir venceu o Boca Juniors por 1 x 0. Jurandir "fechou o gol" e o seu time fez o que parecia impossível: derrotar o gigante de Dona Rosa. Depois de ser muito festejado pela sua pequena torcida, Jurandir saiu com os seus companheiros de time para comemorar a vitória em um bom restaurante de Buenos Aires. Já tarde da noite, rumou para a pensão de Dona Rosa. Estava deserta. Apenas o velho Emílio Mendes, que era o vigia da casa e torcedor fanático do River Plate, estava por ali. Jurandir recebeu dele os maiores elogios pela partida disputada naquela tarde. Quando entrou em seu quarto, notou que em cima de sua cama havia um buquê de rosas e um bilhete: 'Estou triste pelo Boca ter perdido, mas muito feliz, pois aqui em minha casa mora o melhor goleiro do mundo'. Ass. Rosa Benítez".


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