sexta-feira, 16 de julho de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: DURVAL


DURVAL: o goleador quase esquecido

Carreira: 1943-1947 Madureira; 1947-1951 Flamengo; 1951-1953 São Paulo

Durval atuou no clube por apenas 4 anos. Nesse período, de 1948 a 1951, alcançou a incrível marca de 125 gols em 130 jogos, sendo um dos grandes ídolos de sua época. Título oficial, conquistou apenas um Torneio Início, em 1951.


A matéria abaixo foi publicada na sessão Histórias da Bola, do Jornal de Brasília, em 22 de março de 2017:

O Flamengo já teve vários atletas que marcaram 3, 4, 5 e 6 gols em uma mesma partida, casos de Jarbas, Sá, Benítez, Hermes, Alfredo, Pirilo, Perácio, Leônidas da Silva, Nélson, Evaristo de Macedo, Índio, Dida e até Zizinho e Gérson, que não eram goleadores. No entanto, ninguém, nem Zico, o maior goleador e maior ídolo da história do clube - que deixou meia-dúzia, em Flamengo 7 x 1 Goytacaz (29/03/1979) pelo Estadual, a maior marca de um prélio no Maracanã - mandou mais bola na rede com a camisa rubro-negra do que Durval em um só dia: 7.

Durval Correa Nunes, alagoano, nascido em 4 de agosto de 1925, em Maceió, capital do estado de Alagoas, esteve flamenguista, entre 1948 e 1951, disputando 130 jogos, em 73 vitórias, 25 empates e 32 derrotas. Antes de ser o primeiro e até hoje único jogador da história centenária do Clube Mais Querido do Brasil a ser o autor de mais gols (7) em um só jogo, Durval viveu infância e juventude desfrutando de boas peladas e bons mergulhos na praia de Pajuçara, e ouvindo retretas nos fins de semana na Praça do Pirulito, no Centro de Maceió.

Ele aparece, pela primeira vez, em uma escalação, em 14 de janeiro de 1948 em Flamengo 3 x 4 Seleção Universitária do Chile, no Estádio Nacional, em Santiago. E prosseguiu até Índio (Aluísio Francisco da Luz) tomar-lhe a posição e tornar-se um dos responsáveis pela classificação da Seleção Brasileira à Copa do Mundo de 1958, quando o time canarinho buscou, na Suécia, o primeiro dos seus cinco canecos mundiais.

Durval começou a chamar a atenção ao marcar quatro gols em Flamengo 5 x 3 Olaria, amistosamente, em 20 de março de 1949, na Rua Bariri. Adiante, deixou três, em Fla 4 x 4 Brasil de Pelotas (RS), amistoso, em 11 de junho de 1940, e Fla 6 x 0 Canto do Rio, pelo Campeonato Carioca, em 10 de julho. E fechou a temporada de 1949 marcando cinco vezes, em Flamengo 6 x 2 Corinthians, em 22 de dezembro pelo Torneio Rio-São Paulo.

O grande feito de Durval, no entanto, aconteceu em 30 de abril de 1950, no caça níquel Flamengo 13 x 1 Campos, na cidade do mesmo nome, quando fez sete. Um pouco depois, ele marcou quatro, em Flamengo 6 x 2 São Cristóvão, pelo Estadual, em 2 de setembro, no Maracanã. Mas foi em 14 de janeiro de 1951, em Flamengo 5 x 2 Fluminense, que viveu a sua maior tarde de glória, com três tentos no Fla-Flu no "Maraca", pelo Campeonato Carioca. Um feito raro, mas que não garantiu-lhe nada. Pouco mais de dois meses depois, em 18 de março, ele faria a sua última partida rubro-negra, em Flamengo 4 x 2 São Paulo pelo Torneio Rio-São Paulo, no mesmo gramado que o consagrara, tendo por companheiros Pavão, Bria, Bigode e Esquerdinha, entre outros. Durval ficou esquecido e perdido na história do Flamengo.

Morreu no Rio de Janeiro em 19 de julho de 1982, pouco antes de completar 57 anos.



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