GARCIA: a grande muralha paraguaia
Carreira: 1944 Atlético Corrales (Paraguai); 1945-1948 Cerro Porteño (Paraguai); 1949-1958 Flamengo
Com 19 partidas disputadas pela Seleção Paraguaia em diferentes edições de Copa América, foi o goleiro que mais disputou partidas pelo Paraguai na história do torneio continental, tendo disputado os Campeonatos Sul-Americanos de 1946, 1947 e 1949. Foi extamente o desempenho excepcional no torneio de 1949, jogado no Brasil, que levou o Flamengo a contratá-lo.
Goleiro de alta técnica e capaz de fazer defesas arrojadas, García foi o segundo goleiro estrangeiro a defender o Flamengo (o primeiro foi Juan Caballero, o Talladas, que defendeu o Flamengo em 1937). García foi muito importante na conquista do Tri-campeonato Carioca de 1953, 1954 e 1955.
Pelo Flamengo, ele fez 273 jogos.
Abaixo, estão combinados os textos de diversos sites falando da carreira do goleirão, entre eles "Flamengo Eternamente", "Trivela", "Heróis do Mengão" e "Tardes de Pacaembu":
Sinforiano García nasceu no dia 22 de agosto de 1924 em Puerto Pinasco no Paraguai. Ele começou sua carreira defendendo ao Atlético Corrales, mas logo se transferiu para o Club Cerro Porteño. Em 1945, foi convocado pela primeira vez para a Seleção Paraguaia, pela qual disputou um total de 20 partidas em sua cerreira.
Entre 1945 e 1949, García era o titular absoluto do gol da Seleção Paraguaia que ficou duas vezes seguidas com o vice-campeonato, em 1947 e 1949. O melhor resultado paraguaio dos Anos 1940 aconteceu em 1949. Aquele Campeonato Sul-Americano, que novamente voltava a ser disputado no Brasil, não teve a Argentina e viu o Uruguai enviar um time enfraquecido, após a greve de jogadores que aconteceu em ambos os países. Desta forma, o Paraguai se tornou o principal rival dos brasileiros.
Na última partida da fase única da competição, realizada em 8 de maio de 1949, o anfitrião Brasil foi derrotado pelo Paraguai, resultado que provocou uma partida "extra" para decidir o título. Foi um baque no Estádio de São Januário. Durante a última rodada do Octogonal, disputado em sistema de pontos corridos, com dois pontos a mais, a Seleção Brasileira de Flávio Costa precisava apenas de um empate para erguer o troféu. De virada, os guaranis triunfaram em pleno Rio de Janeiro por 2 a 1. O goleiro Sinforiano Garcia foi o destaque na vitória paraguaia que forçou a realização de um jogo-desempate para decidir o título. Foi essa atuação no Sul-Americano de 1949 que chamou a atenção dos dirigentes rubro-negros e, assim, ele acabou migrando para defender ao Flamengo naquele mesmo ano.
Foi em 8 de maio de 1949. A Seleção Brasileira atuou com Barbosa, Augusto, Wilson (Mauro Ramos), Eli do Amparo, Danilo e Bigode; Tesourinha, Zizinho, Octávio, Jair Rosa Pinto e Simão. O Paraguai, do técnico Fleitas Solich, atuou com Garcia, González, Casiano Céspedes, Gavilán, Pedro Nardelli e Castor Cantero; Fernández (Ávalos), César López, Dionisio Arce, Benitez e Félix Vázquez (Barrios). O Paraguai teve uma atuação surpreendente naquele dia. O goleiro Sinforiano García, então jogador do Cerro Porteño, fechou a meta da alvi-rubra. Resistia bravamente às investidas dos brasileiros e adiou o primeiro tento até que Tesourinha finalmente o vencesse, aos 33 minutos. Contudo, o arqueiro permaneceu intransponível. E, nos 15 minutos finais, após a lesão de Wilsinho, que desmontou o sistema defensivo brasileiro, os guaranis arrancaram a virada. O gol de empate veio com Enrique Ávalos. Já aos 40, Dionisio Arce fez a jogada e passou para Jorge Duilio Benítez. O atacante percebeu a saída de Barbosa e deu um toque por cobertura, na saída do goleiro. Para espanto da torcida em São Januário, o título não viria naquela tarde. Os times voltariam a se encarar três dias depois, no mesmo estádio.
Com a igualdade em pontos, haveria outro jogo-desempate entre as duas seleções. No dia 11 de maio, a Seleção Brasileira confirmou seu favoritismo e conquistou o título goleando ao Paraguai no mesmo gramado de São Januário por 7 a 0. Nada que abalasse o que os dirigentes do Flamengo já tinham visto. Eles estavam determinados a contratá-lo para defender o clube.
Em carro aberto, o guarda-metas paraguaio foi recebido com muito entusiasmo pelos torcedores no Rio de Janeiro. Sem muito tempo para descansar, o goleiro foi rapidamente apresentado ao elenco.
Ele estreou com a camisa rubro-negra na vitória (3 x 1) em amistoso com o Arsenal, de Londres, num domingo, 30 de maio de 1949, no mesmo Estádio de São Januário onde fizera história. Neste jogo, o time inglês saiu na frente com Goring, mas o Flamengo reagiu e empatou com gol de Jair da Rosa Pinto. Graças à grande atuação de Garcia, o primeiro tempo da partida terminou empatado em 1 a 1. No segundo tempo, o Flamengo virou o jogo com mais um gol de Jair da Rosa Pinto. Durval também marcou e o Mengão venceu aos ingleses do Arsenal.
Em 1950, uma fratura na clavícula quase liquidou com sua trajetória no futebol. Felizmente, o goleiro passou bem pelo período de recuperação da cirurgia e continuou sua carreira, voltando à camisa 1 rubro-negra. Porém, a fratura na clavícula o impediu de disputar a Copa do Mundo de 1950.
García foi titular no gol rubro-negro na conquista dos títulos cariocas de 1953 e 1954. Em 1953, o time rubro-negro realizou uma campanha espetacular, ganhando 21 jogos e sendo derrotado apenas duas vezes. Na penúltima rodada, o Flamengo venceu ao Vasco por 4 a 2 com gols de Esquerdinha, Índio e dois gols de Benitez, e conquistou o título carioca. Na última rodada, o Mengão venceu o Botafogo por 1 a 0 com gol de Rubens coroando a brilhante campanha.
Em 1954, o Flamengo continuou avassalador e obteve 19 vitórias em todo o campeonato, sendo derrotado apenas duas vezes e confirmando o título ao vencer o Vasco por 2 a 1 (gols de Índio e Paulinho). Antes da última rodada do campeonato, o Flamengo fez um amistoso contra o Estrela Vermelha e venceu por 4 a 1 com dois gols de Evaristo, um de Zagallo e outro de Babá. Na última rodada, com direito a Carnaval em pleno Maracanã, o Flamengo derrotou ao Bangu por 5 a 1 com gols de Benitez, Paulinho, Índio, Evaristo de Macedo e Édson (contra), conquistando o Bi-campeonato Carioca.
Durante o ano de 1955, o desempenho de García caiu e ele perdeu a vaga de titular na equipe rubro-negra, primeiro para Ari e Aníbal, que se revezavam no gol rubro-negro. No Campeonato Carioca de 55, quem acabaria com a titularidade seria o argentino Chamorro. O Flamngo conquistaria o Campeonato Carioca. Na final desta competição realizada somente em 1956, o Flamengo venceu o América por 1 a 0 no primeiro jogo (gol de Evaristo), perdeu por 5 a 1 no segundo e venceu por 4 a 1 na terceira partida com três gols de Dida e um de Duca, sagrando-se Tri-Campeão Carioca pela segunda vez em sua história.
Considerado um dos maiores goleiros da história do clube, Garcia era um goleiro grandalhão, pouco ágil, mas de excelente colocação e reflexo apurado. Saía do gol com perfeição e com suas defesas seguras e muitas vezes arrojadas, caiu nas graças da torcida rubro-negra.
Deixou de jogar pelo Flamengo em 1958. Ao longo de quase 10 anos no clube, Garcia conquistou um total de 12 títulos. Após se aposentar como jogador, ele foi treinador, tendo trabalhado no Cerro Porteño e no Coritiba.
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