JADIR: o Rei das Divididas
Carreira: 1952-1961 Flamengo; 1962 Cruzeiro; 1962-1963 Botafogo
É um dos jogadores a mais terem vestido a camisa rubro-negra na história. Longe de ter sido um craque de bola, era um defensor raçudo, eficiente no jogo aéreo, de muita força física, que sempre o levava a ter vantagem nas bolas divididas com os atacantes adversários. Foram 10 temporadas vestindo vermelho e preto, praticamente em todas como o titular de sua posição.
Pelo Flamengo, ele fez 499 jogos e marcou 8 gols.
Abaixo, estão combinados três textos, publicados nos sites "Flamengo Alternativo", este escrito por Emmanuel do Valle, "Tardes de Pacaembu" e "Heróis do Mengão":
Jadyr Egídio de Souza, nascido na cidade de São Paulo em 9 de abril de 1930, foi um quarto-zagueiro que marcou época defendendo o Flamengo entre os anos de 1952 e 1962, período em que entre outros títulos, conquistou o segundo Tri-campeonato Carioca da história do clube em 1953/54/55 e o Torneio Rio-São Paulo de 1961.
Paulistano nascido e criado no bairro do Jaçanã, quando começou a trabalhar na adolescência, exercendo os mais variados ofícios (foi tecelão, gráfico, feirante, mecânico, pintor e marceneiro) arrumava um jeito de atuar pelos times de empresas das quais era funcionário, e foi assim que surgiu a chance da carreira de jogador profissional. Até que uma nova proposta – esta, sim, irrecusável – deu o pontapé inicial definitivo na carreira de jogador profissional. Os dirigentes do Atlético Brasil Clube, um pequeno clube da cidade de Paraguaçu Paulista, queriam contratá-lo oferecendo, além do salário de Cr$ 4 mil, um emprego na Prefeitura da cidade e uma casa para morar. Numa coincidência do destino, o Atlético Brasil tinha como uniforme camisas rubro-negras idênticas à do Flamengo.
Em Paraguaçu, ele conheceria um certo Antônio Mendes, cujo irmão tinha ligações na Gávea. Até que um dia, ele receberia um telegrama de Mendes: o clube carioca procurava um médio para o lugar do veterano Bria, cuja aposentadoria já se aproximava. Era fim do ano de 1951 quando Jadir tomou uma condução para a então capital do país e bateu à porta do Flamengo. Levado à concentração rubro-negra, foi apresentado ao técnico Flávio Costa e aguardou sua chance. Depois de impressionar num treino com os juvenis (sub-20), acabou contratado e escalado num time misto rubro-negro que disputaria o Torneio Municipal. Aos 22 anos de idade fez sua estreia como profissional, num time que tinha grandes nomes como Zagallo, Dequinha e Jordan, tendo a ingrata tarefa de substituir ao paraguaio Modesto Bria, ídolo do clube que havia se aposentado. Aproveitado no time principal em 1952, Jadir foi campeão do Torneio Início do campeonato carioca.
Em Paraguaçu, ele conheceria um certo Antônio Mendes, cujo irmão tinha ligações na Gávea. Até que um dia, ele receberia um telegrama de Mendes: o clube carioca procurava um médio para o lugar do veterano Bria, cuja aposentadoria já se aproximava. Era fim do ano de 1951 quando Jadir tomou uma condução para a então capital do país e bateu à porta do Flamengo. Levado à concentração rubro-negra, foi apresentado ao técnico Flávio Costa e aguardou sua chance. Depois de impressionar num treino com os juvenis (sub-20), acabou contratado e escalado num time misto rubro-negro que disputaria o Torneio Municipal. Aos 22 anos de idade fez sua estreia como profissional, num time que tinha grandes nomes como Zagallo, Dequinha e Jordan, tendo a ingrata tarefa de substituir ao paraguaio Modesto Bria, ídolo do clube que havia se aposentado. Aproveitado no time principal em 1952, Jadir foi campeão do Torneio Início do campeonato carioca.
Jadir era um zagueiro forte, raçudo e eficiente no jogo aéreo, sendo conhecido pelo seu empenho exagerado dentro de campo. Era um marcador duro, apesar de jamais ser desleal com os adversários, sendo um dos grandes representantes da famosa raça rubro-negra. Bom marcador, ele ficou conhecido por seu empenho um tanto exagerado nas divididas. Formava com Dequinha e Jordan uma linha média defensiva intransponível pelos adversários.
Quando o paraguaio Fleitas Solich assumiu a equipe no lugar de Flávio Costa, ele começaria a implementar novidades táticas no time. Uma delas envolvia o posicionamento do paulistano, que passou de vez a fazer a função de zagueiro – um quarto-zagueiro – ao lado do central Pavão, no 4-2-4 introduzido pelo técnico na Gávea. Porém, essa novidade só seria notada quando Jadir teve de deixar o time, após fraturar a perna numa dividida com o reserva Cido, num treino em setembro. A perna fraturada o tirou do campeonato de 1953. Para o seu lugar, Solich mandou buscar Servílio, zagueiro do XV de Jaú. Antes de ficar de fora, porém, Jadir já deixara sua grande contribuição na campanha do título carioca de 1953, marcando com um chute de longe, aos 40 minutos da etapa final, o único gol da suada vitória sobre uma retrancada Portuguesa dirigida por Zoulo Rabelo no Maracanã.
Quando o paraguaio Fleitas Solich assumiu a equipe no lugar de Flávio Costa, ele começaria a implementar novidades táticas no time. Uma delas envolvia o posicionamento do paulistano, que passou de vez a fazer a função de zagueiro – um quarto-zagueiro – ao lado do central Pavão, no 4-2-4 introduzido pelo técnico na Gávea. Porém, essa novidade só seria notada quando Jadir teve de deixar o time, após fraturar a perna numa dividida com o reserva Cido, num treino em setembro. A perna fraturada o tirou do campeonato de 1953. Para o seu lugar, Solich mandou buscar Servílio, zagueiro do XV de Jaú. Antes de ficar de fora, porém, Jadir já deixara sua grande contribuição na campanha do título carioca de 1953, marcando com um chute de longe, aos 40 minutos da etapa final, o único gol da suada vitória sobre uma retrancada Portuguesa dirigida por Zoulo Rabelo no Maracanã.
O Flamengo foi Campeão Carioca de 1953. No ano seguinte, Jadir voltou ao time, e com ele como titular se sucederam os campeonatos de 1954 e 1955, que representariam o segundo Tri-campeonato Carioca do Flamengo.
A plena recuperação física e técnica exibida por ele durante o Torneio Rio-São Paulo de 1957 valeria a lembrança na Seleção Brasileira. Em junho, quando Silvio Pirilo foi apontado como técnico do escrete no lugar de Osvaldo Brandão, Jadir estava entre os nomes convocados para o par de amistosos que o Brasil faria contra Portugal (um no Maracanã e outro no Pacaembu) e, no mês seguinte, voltaria a ser chamado para os confrontos contra a Argentina válidos pela Copa Roca. Pela Seleção Brasileira atuou por 6 jogos entre os anos de 1957 e 1961, sem marcar nenhum gol. Na Copa de 1958, cinco zagueiros estavam na disputa por quatro vagas: Bellini, Orlando Peçanha, Zózimo, Mauro Ramos e Jadir, que, às vésperas do Mundial, acabou descartado pelo técnico Vicente Feola.
Comentou-se que sua dispensa não teria sido motivada por eventuais más atuações, que não chegaram a ocorrer. Mas sim por motivos táticos, que envolviam posicionamento. Orlando, que fazia dupla de zaga com Bellini no Vasco, tinha mais facilidade de atuar pelo lado esquerdo, ao passo que o rubro-negro atuava mais do lado direito, com Pavão, seu companheiro de miolo de defesa, um pouco mais recuado. Foi o que o tirou do Mundial.
Em fevereiro de 1959, ele seria um esteio da defesa rubro-negra que levantou a "Gran Serie Suramericana Inter Clubs", torneio também conhecido como Hexagonal de Lima e que contou ainda com River Plate, Peñarol, Colo Colo e os peruanos Alianza e Universitario. A conquista aconteceu em plena sexta-feira de Carnaval e garantiu aos torcedores um motivo a mais para festejar.
Em 1961 o Flamengo perdeu o título carioca para o Botafogo, mas antes disto levou vantagem no Torneio Rio-São Paulo, quando ficou com o título. Logo no início de 1961, Jadir foi campeão do Torneio Octogonal de Verão, no qual enfrentou a Vasco da Gama, São Paulo, Corinthians, River Plate (Argentina), Boca Juniors (Argentina), Nacional (Uruguai) e Cerro (Uruguai).
Na sequência, fez parte do time rubro-negro que foi campeão do Torneio Rio-São Paulo, faturando o título com uma vitória sobre o Corinthians no Maracanã. Logo depois desta conquista do torneio interestadual, ele seria chamado pela última vez para a Seleção Brasileira, num amistoso contra o Paraguai no Maracanã em 29 de junho de 1961. Num time formado basicamente por jogadores de Flamengo e Palmeiras, ele teria como companheiros os rubro-negros Joel, Henrique, Dida e Babá e jogaria o primeiro tempo, sendo substituído no intervalo pelo beque palmeirense Aldemar. O Brasil venceria por 3 a 2.
Jadir nunca tinha pensado em deixar o Flamengo, ou mesmo abandonar o convívio amigável de Jordan e Dequinha, companheiros inseparáveis de clube. Em 10 anos, ele conquistou títulos, amigos e muito respeito dos torcedores. Mas seu destino fora da Gávea já estava escrito desde 1948, com uma estranha superstição marcada pelo interesse do Botafogo em jogadores do Flamengo.
Tudo começou com o atacante Silvio Pirilo. Considerado como velho e cansado dentro da Gávea, Pirilo foi campeão carioca pelo Botafogo em 1948, uma conquista que não acontecia desde 1935. Então, outra estiagem de títulos aconteceu entre 1949 e 1956, o que levou os dirigentes do Botafogo ao consenso de que seria necessário outro jogador do Flamengo. Como a diretoria rubro-Negra não admitia vender Servílio ao time da "Estrela Solitária", uma trama bem armada de bastidores levou o jogador primeiramente ao Sport Club do Recife. Pouco depois, lá estava Servílio no Botafogo para faturar o título carioca de 1957.
Anos mais tarde, o script de superstição foi bem diferente. Campeão carioca de 1961, o Botafogo queria outro jogador do Flamengo para chegar ao bi-campeonato. O escolhido foi Jadir, que jogou apenas uma partida pelo Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte. Logo em seguida, o experiente zagueiro assinou com o Botafogo e fez parte do elenco que faturou o caneco de 1962.
É pelo clube alvi-negro que ele encerra a sua carreira de jogador, no ano de 1963, com 33 anos de idade. Morador do bairro do Jaçanã, Jadir Egídio de Souza faleceu na cidade de São Paulo em 13 de agosto de 1977.
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