segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: DIDA


DIDA: a Pérola de Alagoas

Carreira: 1950-1954 CSA (AL); 1954-1963 Flamengo; 1964-1965 Portuguesa de Desportos (SP); 1966-1968 Junior de Barranquilla (Colômbia)

Dida foi o grande ídolo do Flamengo, sobretudo entre 1955 e 1963. É o segundo maior artilheiro da história rubro-negra, atrás apenas de Zico. Portanto, quando se aposentou era o maior goleador que já havia vestido a camisa rubro-negra. Por isso, foi o grande ídolo e a grande referência de Zico, um garoto que recém dava seus primeiros chutes numa bola de futebol quando Dida era o principal craque rubro-negro. Dida foi um jogador de talento e habilidade rara. Um dos maiores camisas 10 da história do Flamengo.

Como jogador do Flamengo, ele fez 358 jogos e marcou 264 gols.


Abaixo, sobre a carreira do jogador, uma combinação de textos publicados em diversos diferentes sites na internet:

Edivaldo Alves de Santa Rosa, conhecido como Dida, nasceu em Maceió, capital do estado de Alagoas, em 26 de março de 1934. Ele começou a jogar futebol no CSA, time da sua cidade-natal, com apenas 16 anos. Logo se tornou destaque pela rapidez, inteligência, posicionamento e passes milimétricos. Campeão Alagoano de 1952 com o CSA, título que evitou o tri-campeonato do rival CRB, suas grandes atuações o fizeram ser convocado para a Seleção Alagoana. E dirigentes rubro-negros, que participavam de uma excurção a Maceió da delegação de vôlei do Flamengo, assistiram a um jogo entre as seleções de futebol de Alagoas e da Paraíba, e ficaram impressionados com o camisa 10 do time alagoano, que marcou três gols na partida. Um representante do time da Gávea voltou então ao Nordeste e levou o jovem talento para o Rio de Janeiro, onde se apresentou para treinamentos em abril de 1954. Na Gávea, os primeiros exames médicos atestaram um quadro clínico de desnutrição, o suficiente para artigos provocadores nas colunas esportivas: "o grande Flamengo aposta tudo em um talento mirradinho". Aproveitado inicialmente no quadro de aspirantes, Dida entrou em forma rapidamente e foi relacionado no elenco principal pelo técnico Fleitas Solich. Franzino e muito tímido, não escancarava na aparência a enorme qualidade com a bola no pé que o transformaram no maior artilheiro da Gávea antes da "Era Zico". Sua marca de gols feitos com a camisa rubro-negra só seria superada pelo "Galinho de Quintino" em 1979.

Na campanha do Campeonato Carioca de 1954, Dida esteve em campo em apenas três compromissos, justamente nos clássicos contra o Botafogo, Fluminense e Vasco da Gama. Ele jogou pela primeira vez graças às contusões de Evaristo e Benítez num jogo contra o Vasco, que o Flamengo venceu por 2 x 1.

Em 1955, já no time principal, ainda continuava na reserva, mas era o substituto natural de qualquer atacante titular que se ausentasse. Mas na dramática decisão do Campeonato Carioca daquele ano, contra o América, ele não jogou nem a primeira partida (vitória rubro-negra por 1 x 0) nem a segunda (uma humilhante derrota rubro-negra por 5 x 1). No jogo-extra, foi escalado como salvação, e não decepcionou. Fez três gols na goleada de 4 x 1 que garantiu o título, e nunca mais saiu do time titular.

Baixo, com apenas 1,61m de altura, Dida era dotado de grande habilidade e uma arrancada incomum. O reconhecimento não tardou e ele foi lembrado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 1956. Na seleção, Dida era o camisa 10, titular absoluto, até a Copa do Mundo de 58. Ele embarcou com uma lesão no tornozelo, mas mesmo assim esteve em campo na vitória sobre a Áustria por 3 x 0. Esta contusão o deixou no banco de reservas e abriu vaga para o jovem Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, que encantaria o mundo com seu futebol. Dida poderia ter tido uma trajetória igualmente brilhante na Seleção Brasileira se não fosse contemporâneo de Pelé. Do banco de reservas, viu o Brasil ganhar o seu primeiro Mundial e nunca mais teve grandes oportunidades com a camisa canarinho. Foram 8 jogos (7 vitórias e 1 empate) e 5 gols com a camisa do Brasil.

Com o Flamengo, Dida foi o principal nome do time na conquista pelo clube do Torneio Rio-São Paulo de 1961. Não conquistou mais títulos do Campeonato Carioca, sobretudo, porque o Botafogo de Garrincha, Amarildo, Didi e Zagallo dominava o cenário estadual no início dos Anos 1960. Já sem conseguir ser tão decisivo quanto foi em seu auge com a camisa rubro-negra, era titular quando o Flamengo foi Campeão Carioca de 1963, tendo, entretanto, disputado apenas metade das partidas rubro-negras naquela campanha.


Depois da chegada do técnico Flávio Costa, um antigo desafeto, Dida foi parar na ponta-esquerda e depois no banco de reservas. Triste, o craque alagoano não sentia mais prazer em jogar pelo Flamengo. Entre amigos, ou mesmo nas declarações para os jornais e revistas da época, Dida afirmava que buscava contratos mais vantajosos, talvez uma forma tardia de compensar o tempo em que assinava qualquer coisa na base da paixão pela camisa.

Em 1964, o craque deixou o Flamengo e foi para o futebol paulista tentar a sorte na Portuguesa de Desportos. Foi um dos escolhidos pelo técnico Aymoré Moreira, e chegou na Lusa ao lado de Henrique Frade, com quem formou uma inesquecível dupla na Gávea. Os dois brilharam com a camisa rubro-verde e entraram para a história do clube. Naquele mesmo ano, não fosse prejudicada por uma arbitragem desastrosa de Armando Marques, a Portuguesa teria chegado à final do Campeonato Paulista contra o Santos de Pelé. O meia jogou em um time de ídolos como Félix, Orlando, Ditão, Pampolini, Nair, Lorico e Ivair.

Em 1966, já experiente, foi para a Colômbia defender ao Atlético Júnior de Barranquilla. Foi lá que Dida encerrou a carreira. Fez 54 gols pela equipe paulista e 46 pela colombiana. Pelo CSA, onde iniciou a carreira, fez 42 gols. Após deixar os gramados, em 1968, retornou ao Flamengo para trabalhar como auxiliar-técnico e com o time de juvenis (sub-20). Dono de vários apartamentos e de uma casa lotérica no Rio de Janeiro, suas economias foram minguando com o passar dos anos, assim como seu entusiasmo pelas coisas do futebol, ele perdeu grande parte do dinheiro que tinha e morreu na pobreza. Faleceu em 17 de setembro de 2002, aos 68 anos, vítima de insuficiência hepática e respiratória, após ter estado internado por uma semana no Hospital Miguel Couto, na Gávea.



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