HENRIQUE FRADE: o Farejador do Gol
Carreira: 1954-1963 Flamengo; 1963 Nacional (Uruguai); 1964 Portuguesa de Desportos (SP); 1965-1966 Atlético Mineiro; 1966-1967 Formiga (MG)
Henrique Frade é o 3º maior artilheiro da história do Flamengo. Só Zico e Dida fizeram mais gols com a camisa rubro-negra do que ele. E a propósito, embora tenha jogado num intervalo de anos no qual o clube conquistou poucos títulos, o que com certeza faz com que seu nome não seja lembrado com mais força na galeria de maiores jogadores a terem atuado em vermelho e preto em todos os tempos, foram anos em que a dupla Henrique e Dida, usando respectivamente as camisas 9 e 10, jogaram num nível altíssimo, pois os dois atuavam juntos, e estão entre os três em toda a história a terem feitos mais gols, só Zico balançou as redes mais do que esta dupla usando o Manto Sagrado.
Como jogador do Flamengo, ele fez 411 jogos e marcou 216 gols.
Abaixo, sobre a carreira do jogador, texto publicado por José Carlos de Oliveira no site "Memórias do Esporte", acrescentado por trechos extraídos de outros sites na internet:
Henrique Frade nasceu dia 3 de agosto de 1934 na cidade de Formiga, estado de Minas Gerais. Foi um excelente centroavante do Flamengo nos anos 1950 e 60, marcando época no rubro-negro carioca com sua camisa 9. Jogou no Mengão de 1954 até 1963 e é o terceiro maior artilheiro do clube da Gávea, atrás somente de Zico e Dida.
Henrique foi revelado nas categorias de base do Flamengo. Sua estreia na equipe principal aconteceu no dia 19 de fevereiro de 1954, quando o clube derrotou ao Esperança por 2 a 1. E já em seu primeiro ano como profissional, sagrou-se Campeão Carioca. No ano seguinte, o Flamengo sagrou-se Bi-Campeão Carioca com praticamente os mesmos jogadores do ano anterior. Henrique era o reserva imediato de Índio. O técnico era Fleitas Solich.
Henrique se firmou como titular da equipe com as saídas de Índio para o Corinthians e de Evaristo para o Barcelona. Formou uma grande dupla de área com Dida, que é o segundo maior artilheiro do Flamengo na história. Com este título de 1955, o Flamengo conquistou o seu segundo Tri-campeonato Carioca, uma vez que antes já havia conquistado em 1942/43/44. Henrique voltou a se sagrar campeão pelo Flamengo em 1961 no Torneio Rio-São Paulo e em 1963 no Campeonato Carioca. Foram nove anos vestindo a camisa do Flamengo.
Centroavante de área, com boa capacidade física, Henrique foi o ponto de referência de um ataque que marcou época no Flamengo, junto com Joel, Zagallo, Moacir e Dida - este último, seu principal parceiro. O curioso é que deste quinteto, ele foi o único a não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1958, a primeira conquistada pela Seleção Brasileira.
Em 1963 foi emprestado ao Nacional, do Uruguai, onde sagrou-se Campeão Uruguaio. No ano seguinte foi emprestado à Portuguesa de Desportos. E como a Lusa tinha um lateral-esquerdo chamado Henrique Pereira, o ex-flamenguista passou a ser chamado de Henrique Frade.
Em 1963 foi emprestado ao Nacional, do Uruguai, onde sagrou-se Campeão Uruguaio. No ano seguinte foi emprestado à Portuguesa de Desportos. E como a Lusa tinha um lateral-esquerdo chamado Henrique Pereira, o ex-flamenguista passou a ser chamado de Henrique Frade.
Na Lusa, Henrique chegou em 1964 para encontrar de novo ao seu parceiro de tempos de Flamengo, o meia Dida. A Portuguesa tinha um grande time, e brigou pelo título paulista daquele ano até o final, ficando em terceiro lugar, somente quatro pontos atrás do Santos que foi o campeão. A Portuguesa era comandada por Aymoré Moreira e jogava com: Orlando, Jair Marinho, Ditão, Wilson Silva e Edílson; Pampolini e Nair; Almir, Henrique, Dida e Ivair.
Com a Seleção Brasileira, mesmo com Henrique tendo atuado muito pela Seleção em 1956 e 1957, foi o único atacante do Flamengo que não foi convocado por Vicente Feola para a Copa do Mundo de 1958, pois o treinador levou Joel, Moacir, Dida e Zagallo (este último que trocou o Flamengo pelo Botafogo às vésperas daquela Copa), mas para o posto de centroavante Feola optou por Mazzolla (Palmeiras) e Vavá (Vasco).
Em 1959, ele participou de uma partida que entrou para a história do futebol brasileiro. Era o dia 13 de maio de 1959, dia no qual o Brasil, recém campeão mundial, recebia à Inglaterra para um amistoso no Maracanã. O técnico Vicente Feola deixou Garrincha no banco de reserva e escalou Julinho Botelho com a camisa 7, que ao entrar em campo recebeu uma das maiores vaias que o Maracanã já presenciou. No entanto, com cinco minutos de jogo Julinho fez jogada na ponta-direita e marcou o primeiro. Dez minutos depois, deu passe para Henrique fazer o segundo. Final: Brasil 2 a 0. Julinho saiu aplaudido pela mesma torcida que não o queria em campo e, na manhã seguinte, os jornais ingleses anunciavam: "O Brasil agora tem dois Garrinchas".
Ainda pela Seleção Brasileira, Henrique disputou o Campeonato Sul-Americano de 1959, formando dupla com Pelé, e ficando com o vice-campeonato invicto – o Brasil empatou na final com a Argentina. Em 1961, num jogo amistoso contra o Paraguai, Henrique marcou um dos gols na vitória brasileira por 3 a 2. O jogo foi no Maracanã no dia 29 de junho, tendo os outros dois gols brasileiros sido anotados por Dida e Joel; portanto, naquele dia, todos os três gols foram marcados por jogadores do Flamengo.
No total, com a camisa da Seleção Brasileira, Henrique disputou 4 partidas e marcou 2 gols.
No final de 1965, Henrique foi jogar no Atlético Mineiro. Sua estreia aconteceu no dia 5 de novembro de 65, quando o Galo derrotou ao Renascença, de Belo Horizonte, por 3 a 0. Sua última partida com a camisa do Atlético aconteceu no dia 13 de fevereiro de 1966, quando o time perdeu para o Siderúrgica por 3 a 2. Ao todo Henrique disputou somente 14 partidas pelo clube mineiro e marcou três gols. Depois foi jogar no Formiga, de sua cidade natal, onde conquistou o Campeonato Mineiro do Interior em 1967. Logo em seguida encerrou sua carreira no próprio Formiga.
Depois de encerrar a carreira, ele passou a trabalhar como treinador no próprio Formiga em 1968. Era extremamente competente na direção do Formigão, que tinha, dentre outros: Carlos Cobra, Halle, Gilson, Sudaco, Coutinho, Cristóvão e Adnan (emprestado pelo Corinthians). Dirigiu também o América Mineiro, onde se sagrou campeão em 1971. Depois trabalhou no Democrata de Governador Valadares e a partir de 1982 passou a trabalhar num projeto na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, visando encaminhar jovens às categorias de base do Flamengo.
Durante sete anos Henrique sofreu com problemas nas pernas, devido a uma fratura mal calcificada. Realizou seis cirurgias, algumas nos quadris e outras no fêmur. Depois disso passou a ter muitas dificuldades na locomoção e passou a utilizar muletas, as quais as acompanharam até o final de sua vida. As injeções, as infiltrações de antigamente, junto ao reumatismo em gota, mais um pouco de bebida, acabaram por fragilizar seus ossos, e tudo isto fez com que ele ficasse muito debilitado. Henrique Frade faleceu dia 15 de maio de 2004, no Rio de Janeiro, onde morava desde 1997. Era viúvo desde 1998, e deixou um casal de filhos e três netos.
Henrique Frade foi um centroavante de boa técnica, apesar do estilo rompedor. Além disso, era dotado de grande velocidade, coragem e visão de gol. Marcou época no ataque do Flamengo. Fez uma dupla histórica com Dida, até hoje recordada pelos rubro-negros. Fez parte do elenco rubro-negro nas conquistas dos Cariocas de 1954 e 1955, da Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo em 1955, do Octogonal Sul-Americano de Verão de 1961, do Torneio Rio-São Paulo de 1961 e do Campeonato Carioca de 1963.
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