domingo, 10 de outubro de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: CARLINHOS


CARLINHOS: o Violino

Carreira: 1958-1969 Flamengo

O Mestre Violino, um dos maiores meio-campistas da história rubro-negra. O regente do meio de campo do Flamengo nos Anos 1960. Posteriormente, como treinador, foi um dos mais vitoriosos técnicos a comandar o time do Flamengo, tornando-se aquele que mais títulos relevantes conquistou no clube. Tão identificado com o Flamengo, jamais conseguiu construir a carreira de treinador fora da Gávea.

Como jogador do Flamengo, ele fez 515 jogos e marcou 23 gols.


Abaixo, o texto sobre a carreira do jogador escrito por José Carlos de Oliveira no site "Memórias do Esporte":

Luís Carlos Nunes da Silva nasceu dia 19 de novembro de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Nos meios futebolísticos ficou conhecido por Carlinhos. Foi jogador e treinador do Flamengo. como jogador foram inúmeros os títulos entre 1958 e 1969, época em que defendeu o clube, tendo conquistado o Rio-São Pulo de 1961 e os Cariocas de 1963 e 1965. Como técnico conquistou os títulos nacionais de 1987 e 1992, a Mercosul de 1999, e os Cariocas de 1991, 1999 e 2000.

Começou a carreira de jogador nos infantis do Flamengo. Foi sem dúvida alguma um dos maiores jogadores que já vestiram a camisa rubro-negra em todos os tempos. Foi um dos poucos jogadores a ganhar o Prêmio Belfort Duarte, por nunca ter sido expulso de campo. Sua forma de jogar com grande classe e o toque de bola refinado o valeram o apelido de "Violino".

O meio-campista, apesar de sua qualidade, foi um dos atletas injustiçados por nunca terem tido uma sequência na Seleção Brasileira, tendo disputado apenas uma partida com a camisa canarinho, no ano de 1964 contra a Seleção de Portugal, em uma época onde a maior parte dos craques da seleção jogavam em Santos e Botafogo. Fez o meio de campo com Gérson, que então já era do Botafogo, e com quem havia atuado no Flamengo, e jogou todos os 90 minutos. Na referida partida, outro rubro-negro esteve em campo junto com Carlinhos, Aírton Beleza, centroavante que fez dupla central de ataque com Pelé. A Seleção Brasileira saiu vitoriosa do Maracanã naquele dia.

Dois anos antes, nos preparativos para a Copa do Mundo de 1962, o então treinador da Seleção Brasileira, Aimoré Moreira, convocou 41 jogadores para a pré-preparação, dos quais apenas 22 iriam ao Chile. Ocorre que, para dar equilíbrio entre os selecionados do Rio e de São Paulo, a comissão técnica preferiu levar, como reserva de Zito, a Zequinha, do Palmeiras, ao invés de Carlinhos Violino, a grande sensação do momento. Segundo o próprio Carlinhos, essa foi, no fundo, a única mágoa verdadeira que guarda de seus anos de futebol. Julga que foi vítima de uma injustiça e de uma arbitrariedade motivada pela politicagem dos dirigentes esportivos.

Um dos grandes momentos de Carlinhos como jogador foi o Fla-Flu decisivo do Campeonato Carioca de 1963, quando liderou o time no empate de 0 x 0 que deu o título ao Flamengo. Naquele jogo, no dia 15 de dezembro, registrou-se o maior público em um jogo oficial entre dois clubes no futebol mundial: 177.020 pagantes e 16.947 não pagantes são os números registrados daqueles que lotaram o Maracanã.

Quando parou nos gramados, ganhou um jogo de despedida, no dia 16 de junho de 1970, numa partida em que o Flamengo, no Maracanã, venceu por 1 x 0 à Seleção Carioca. Antes do jogo, Carlinhos entregou suas chuteiras, como ato simbólico, para um menino que era considerado a grande promessa das categorias de base daquele momento, ninguém menos do que Zico, que pouco mais de um ano depois entraria em campo pela primeira vez numa partida oficial vestindo ao Manto Sagrado.



Como treinador, Carlinhos chegou a treinar outros clubes, porém, a sua paixão pelo Flamengo resultaria em, nada mais, nada menos, do que 7 passagens pela Gávea. Carlinhos sempre foi um dos profissionais mais queridos na história do Flamengo. O jeito tranquilo, pacato e amigo, muitas vezes serviu para "apagar incêndios" na Gávea. É verdade que muitas vezes foi usado como um técnico "tampão". Em 1987, Carlinhos dirigiu a equipe por apenas seis partidas como técnico interino, e não sofreu derrotas (duas vitórias e quatro empates). No mesmo ano, ele foi novamente chamado. Conseguiu bons resultados e foi efetivado no cargo. Assumiu o time na 2ª rodada da Copa União de 1987, levando o time que tinha a Zico, Andrade, Leandro, Edinho, Jorginho, Leonardo, Zinho, Renato Gaúcho e Bebeto ao título de Campeão Brasileiro. Ficou como treinador rubro-negro até 1988, quando após a perda do título carioca para o Vasco, foi substituído por Candinho. Neste período, ele dirigiu a equipe em 55 partidas (29 vitórias, 15 empates e 11 derrotas). Como era conhecedor dos talentos que brotavam nas categorias de base do Flamengo, Carlinhos foi responsável direto pela efetivação de Leonardo, Zinho, Ailton e Aldair na equipe principal.


Entre 1991 e 1993, começou a ganhar respeito ao trazer para a Gávea um improvável troféu de campeão brasileiro em 1992, o quinto do Flamengo. Vale lembrar que Carlinhos foi o técnico do último título brasileiro do século XX do Flamengo e da última conquista internacional naquele século, a Copa Mercosul (em 1999). Sua última passagem pelo Flamengo como técnico ocorreu entre maio e outubro de 2000, época em que conquistou a Taça Rio e logo depois o bicampeonato estadual. Ao todo dirigiu o Flamengo em 313 oportunidades.

Entre 1987 e 2000, o Flamengo conquistou 8 títulos e em 6 deles quem estava no banco de reservas como técnico da equipe foi Carlinhos.

Em 12 de fevereiro de 2011, ele foi homenageado pelo Flamengo com a inauguração de um busto e uma praça na sede social do clube, na Gávea. No Brasil, dirigiu também ao Guarani de Campinas e ao Remo, do Pará.


Anos antes de falecer, Carlinhos já sofria com problemas de saúde. A elevação da taxa de ácido úrico causou problemas de cicatrização, obrigando a amputação de um dedo do pé e gerando complicações no sistema circulatório, perda de memória e, além disso, complicações na carótida e a necessidade de colocar pontes de safena. Ele faleceu no dia 22 de junho de 2015 em função destes problemas, aos 77 anos de idade.



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