segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: LIMINHA


LIMINHA: o Carregador de Piano

Carreira: 1962 Comercial de Tietê (SP); 1963-1964 Corinthians de Presidente Prudente (SP); 1965-1967 Votuporanguense (SP); 1968-1975 Flamengo; 1976 Operário de Campo Grande (MS)

Com mais de 500 partidas jogadas com a camisa rubro-negra, o volante fazia o "trabalho sujo" na contenção do meio de campo. Por isso, ganhou de radialistas os apelidos de "Carregador de Piano" e "Motorzinho da Gávea". Muitos eram os que diziam que sem o incansável Liminha, o time do Flamengo perdia sua alma de time guerreiro.

Como jogador do Flamengo, ele fez 512 jogos e marcou 29 gols.


Abaixo, um texto sobre a carreira do jogador publicado no site "Tardes de Pacaembu":

O paulista João Crevelim, sempre lembrado como Liminha, marcante meio-campista do Clube de Regatas do Flamengo, nasceu na cidade de Tietê, no estado de São Paulo, no dia 15 de junho de 1944. De família humilde, teve que encarar o batente ainda menino, como lavador de garrafas em uma destilaria para ajudar sua família nas despesas domésticas. Sua trajetória pelos gramados começou aos 14 anos de idade no quadro infantil do Comercial Futebol Clube, da própria cidade de Tietê.

Depois de passar pelas categorias amadoras, foi aproveitado no time principal que conquistou o título da Terceira Divisão do Campeonato Paulista em 1962. Dono de um futebol de pura dedicação, Liminha despertou o interesse de outras equipes e assim chegou ao Esporte Clube Corinthians de Presidente Prudente, onde jogou ao lado do atacante Benê, que fez algum sucesso pelo Corinthians Paulista nos Anos 1960. Em seguida, jogou pelo Clube Atlético Votuporanguense e disputou muito bem os compromissos da sempre desafiadora Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Naquela equipe da Votuporanguense, dois jogadores se destacavam, Cardosinho por seu talento e Liminha, que sempre apresentava muita disposição nas tarefas de marcação. E foi nesse período que um dos olheiros do Flamengo assistiu a uma partida do modesto time paulista e prontamente indicou a contratação de Cardosinho. Encontrando algumas dificuldades naquela negociação, o Flamengo acabou concordando em pagar um pouco a mais e incluir mais um jogador na transação. Foi assim que o desconhecido Liminha chegou à Gávea, sem muito alarde, em 1968.

Enquanto Cardosinho disputou 24 partidas em pouco mais de um ano, seguindo depois sua carreira longe da Gávea, o "contra-peso" Liminha colocou seu nome na história do clube mais querido do Brasil. Por atuar ao lado de Carlinhos, que era chamado de "Violino", Liminha foi apelidado de "O Carregador de Piano". Jogando na meia cancha ou ainda como volante, Liminha não demorou para conquistar aos torcedores. Do locutor Waldir Amaral, Liminha também recebeu o apelido de "Motorzinho da Gávea". Extremamente eficiente e muito raçudo, participou de várias conquistas pelo Flamengo: Campeão Carioca de 1972 e 1974, Campeão da Taça Guanabara de 1970, 1972 e 1973, Campeão do Torneio Internacional de Verão em 1970 e 1972, e Campeão do Torneio do Povo em 1972.

Ao todo, o “Motorzinho da Gávea” anotou 29 gols pelo Flamengo, sendo o primeiro deles em sua segunda partida pelo clube, na derrota pelo placar de 5 x 2 para o Guarani. Seu gol mais importante foi o primeiro que abriu a goleada por 5 x 2 sobre o Fluminense, em jogo que deu ao Flamengo o título da Taça Guanabara de 1972. Liminha também foi fundamental na orientação dos talentos mais jovens que surgiram naquele período, como Júnior, Geraldo e Zico.

Contou o lateral Júnior em entrevista ao jornal carioca O Dia, dada em 19 de novembro de 2017: "No Flamengo, eu aprendi com o Liminha lá atrás em 1974, na minha primeira partida, quando entrei no segundo tempo contra o Madureira no Maracanã, e fui dividir e perdi a dividida. Aí o Liminha chegou no final do jogo e me disse: ‘Só vou te dizer um negócio, jogador de defesa do Flamengo que perde dívida, não faz carreira aqui não’, entendeu?". A lição do que era jogar no Flamengo estava dada ao garoto.

Depois que completou 30 anos de idade Liminha iniciou seu calvário na Gávea. Considerado velho, teve que se contentar em aceitar os baixos valores oferecidos em sua última renovação de contrato e ainda ser colocado no banco de reservas depois da chegada do meio-campista capixaba Pedro Omar. O valente Liminha permaneceu no Flamengo até 1975, quando foi defender ao Operário de Campo Grande, sagrando-se Campeão Mato-Grossense de 1976, antes de pendurar definitivamente suas chuteiras.

Na seqüência da carreira, iniciou seu trabalho como treinador nas categorias de base do próprio Flamengo, função que ocupou em diversas categorias por décadas.

O motorzinho Liminha faleceu no dia 1º de novembro de 2013, quando contava com 69 anos de idade. Ele estava internado no CTI do Hospital TotalCor, em Ipanema, no Rio de Janeiro, depois que um problema dentário se transformou em uma infecção generalizada.



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