quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Hall da Fama do C.R. Flamengo: TITA


TITA: o craque vira-casaca

Carreira: 1977-1982 Flamengo; 1983 Grêmio; 1983-1985 Flamengo; 1985-1986 Internacional; 1987 Vasco; 1987-1988 Bayer Leverkusen (Alemanha); 1989 Pescara (Itália); 1989-1990 Vasco; 1991-1994 León (México); 1994-1995 Puebla (México); 1996-1997 León (México); 1997 Comunicaciones (Guatemala)

Foram quase 400 jogos com a camisa rubro-negra e mais de 130 gols marcados. Personagem das históricas conquistas da Libertadores e do Mundial em 1981. O Flamengo foi o clube que ele mais vezes defendeu em sua carreira, ainda assim, após sair do clube, passou a ter uma relação mais íntima com o Vasco da Gama.

Como jogador do Flamengo, ele fez 389 jogos, e marcou 135 gols.


Abaixo, o texto sobre a carreira do jogador escrito por José Carlos de Oliveira para o site "Memórias do Esporte", complementado por alguns pequenos trechos extraídos de outros sites:

Milton Queiroz da Paixão, mais conhecido como Tita, nasceu no dia 1 de abril de 1958 na cidade do Rio de Janeiro. Ele entrou para jogar futebol nas divisões de base do Flamengo em 1970, quando tinha 12 anos de idade. Destacou-se no sub-20 rubro-negro num time que tinha Andrade, Adílio e Júlio César "Urigeller", e em 1977 jogou pela primeira vez na categoria profissional. E seu primeiro ano foi muito desafiador.

Imagina errar um pênalti em um Flamengo x Vasco sob os olhares de 152 mil torcedores no Maracanã? Foi o que aconteceu com o garoto Tita, um juvenil de apenas 19 anos, na decisão do 2º turno do Campeonato Carioca de 77. Após um empate em 0 x 0 no tempo normal, a decisão foi para a disputa de penalidades máximas. Todos acertaram, menos a promessa rubro-negra, que chutou nas mãos do goleiro Mazaroppi. O título, então, foi parar em São Januário, já que o Vasco também havia conquistado o primeiro turno. Pelo depoimento do próprio Tita: "Depois que perdi o pênalti, os meus companheiros vieram me proteger, pois todos achavam que minha carreira, ainda curta, acabaria ali, naquele momento".

Depois do jogo, todo o elenco se reuniu no bar Barril 1800, em Ipanema, e fez um pacto de união em torno de Tita. Para muitos jogadores que estavam no grupo em 77 e viveram todas as conquistas dos anos seguintes, foi ali, naquele encontro, que nasceu a era mais vitoriosa da história rubro-negra.

A posição de origem de Tita era a de armador no meio-de-campo, um típico camisa 10. Contudo, como o Flamengo já tinha um meio com Andrade, Adílio e Zico, Tita acabou improvisado na ponta-direita, usando a camisa 7. Jogador versátil, não teve dificuldade em se adaptar à nova posição. Mas o jogador nunca se sentiu confortável fora de posição, já que a 10 era de Zico e não havia como concorrer. Isso certamente foi o principal fator que encurtaria sua carreira em vermelho e preto.


Mas Tita viveu todo o ciclo de grandes conquistas daquele período, sendo Campeão Carioca de 1978, 1979.I, 1979.II e 1981, Campeão Brasileiro de 1980 e 1982, e Campeão da Copa Libertadores da América e do Mundial em 1981. Em 1983, ele foi emprestado ao Grêmio, ajudando a equipe gaúcha em sua conquista da Copa Libertadores da América de 1983. Mas depois que Zico foi vendido à Udinese, Tita regressou à Gávea, para enfim vestir a camisa 10 do Flamengo. Tendo retornado, ficou de fora da final do Mundial, quando o Grêmio derrotou ao Hamburgo, da Alemanha.

Mas o Flamengo não conseguiu manter o ritmo de conquistas após a saída de Zico, e a pressão aumentou. As cobranças por resultado só cresciam. Tita então deixou definitivamente a Gávea em 1985 para ir jogar no Internacional, indo defender ao principal rival do Grêmio em Porto Alegre.

O passo seguinte na carreira seria para defender ao principal rival do Flamengo no Rio de Janeiro. Em 1987 vestiu a camisa do Vasco da Gama durante seis meses. O time do Vasco já contava com nomes como Acácio, Paulo Roberto, Mazinho, Roberto Dinamite, Geovani e Romário, e disputou a Final do Campeonato Carioca contra o Flamengo. Ironicamente, Tita foi o autor do gol que deu o título ao Vasco na vitória por 1 a 0.

A primeira passagem por São Januário, foi curta, embora marcante. Sua técnica atraiu a atenção do futebol europeu. Fora do Brasil, Tita atuou no Bayer Leverkusen, da Alemanha, aonde conquistou a Copa da UEFA de 1988 em cima do Espanyol. Depois jogou no Pescara, da Itália, para onde foi a convite do amigo Júnior. O Pescara era um clube recém-promovido à Série A, após oito anos na Segunda Divisão do Calcio. O time do Abruzzo era comandado pelo técnico Giovanni Galeone, reconhecido como o principal da história biancoazzurra. Logo na volta à elite, o time conseguiu uma histórica permanência na Série A, pois nas duas outras vezes anteriores que havia disputado o principal campeonato do país, havia voltado à Série B. Tita chegou para aquela que era a segunda temporada seguida do Pescara na Primeira Divisão. Porém, o tripé brasileiro formado por Júnior, Tita e Edmar não conseguiu evitar a queda à Segunda Divisão no fim daquela temporada.

Tita então voltou ao Brasil para defender novamente ao Vasco, que para o Brasileiro de 1989 contratou além dele a Andrade. O Vasco foi o Campeão Brasileiro de 1989. Em 1990, ainda como jogador vascaíno, e já com 32 anos de idade, ele foi convocado para sua primeira e única Copa do Mundo, na Itália (ficou no banco de reservas e não disputou nenhuma partida).

Em 1991, Tita foi jogar no México, aonde permaneceu pelos seis anos seguintes. Milton Queiroz da Paixão entrou para a história do León, tendo - com a camisa 10 do clube - sido o principal jogador da campanha que lhe deu o título de Campeão Mexicano da temporada 1991/92. Virou ídolo e herói do clube, que tinha quatro títulos nacionais (1947/48, 1948/49, 1951/52 e 1955/56) mas estava havia mais de três décadas sem ser campeão. Após uma longa passagem pelo futebol mexicano, encerrou sua carreira em 1998 jogando na Guatemala.

Dois anos após encerrar a sua carreira como jogador, Tita fez a transição para o cargo de treinador e assumiu o comando do Americano, de Campos, estado do Rio de Janeiro. Após um trabalho que recebeu elogios no Campeonato Carioca de 2000, ele foi contratado pelo Vasco para a reta final daquele mesmo Carioca, mas sua passagem pelo banco de reservas seria relâmpago, perdendo o título para o Flamengo. Trabalhou então no futebol japonês e no norte-americano, voltou ao Rio, onde treinou a América, Bangu, Americano, Olaria, Macaé e Volta Redonda. Fora do Rio, treinou a Caxias, Remo, Campinense e América de Natal.

Em 2008, Tita foi contratado pelo seu ex-companheiro de equipe, então presidente do Vasco, Roberto Dinamite, para assumir o comando da equipe no Campeonato Brasileiro daquele ano. No dia 17 de setembro, após a eliminação da Copa Sul-Americana e uma série de maus resultados no Brasileirão, Tita foi demitido pelo Vasco. Tentou a carreira como treinador também no México entre 2010 e 2012, primeiro do León e depois do Necaxa. Mas nunca repetiu à beira do campo o sucesso que teve dentro dele.


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