sábado, 12 de fevereiro de 2022

Hall da Fama do C.R. Flamengo: FÁBIO LUCIANO


FÁBIO LUCIANO: o Capitão do Tri

Carreira: 1996-1999 Ponte Preta (SP); 2000 Corinthians; 2001 Internacional; 2002-2003 Corinthians; 2003-2006 Fenerbahce (Turquia); 2007 Colônia (Alemanha); 2007-2009 Flamengo

O capitão do Penta Tri. O jogo do Quinto Tri-Campeonato Carioca rubro-negro foi o último da carreira de Fábio Luciano, que naquele dia se aposentou dos gramados. Com grande liderança dentro e fora de campo, caiu no gosto da torcida rubro-negra, que o alçou à condição de ídolo.

Como jogador do Flamengo, ele fez 93 jogos e marcou 7 gols.


Abaixo, a combinação de trechos de dois textos sobre a carreira do jogador, escritos por José Carlos de Oliveira para o site "Memórias do Esporte", e por Ariovaldo Izac para o site "Futebol Interior":

Fábio Luciano nasceu dia 29 de abril de 1975 na cidade de Vinhedo, no estado de São Paulo. Quando foi treinar nos juvenis (sub-17) da Ponte Preta, ele sonhava em se realizar no futebol como ponta-de-lança, aquele boleiro que cria jogadas ofensivas, e igualmente deixa a sua marca de goleador. Em tempo observaram que mantê-lo na posição seria "malhar em ferro frio", considerando-se tratar de jogador lento para a função. Deduziram que o aproveitamento mais adequado dele seria no miolo de zaga, aproveitando a estatura de 1,90m de altura.

Na nova função, mostrou predicados de descoberta da posição correta, principalmente respaldado na época pelo experiente quarto-zagueiro Ronaldão, com quem passou a formar dupla de zaga em 1996, quando passou a atuar no time profissional da Ponte. Foi aí que a porta do sucesso lhe escancarou de vez. E veio a graduação no Corinthians, quando integrou o time que foi Campeão Mundial de Clubes em 2000, vencendo ao Vasco nos pênaltis no Maracanã.

Neste início no Corinthians, provou o veneno do sobe e desce: sofrendo críticas de parte da torcida, acabou emprestado ao Internacional, onde foi treinado por Carlos Alberto Parreira. O retorno ao Corinthians só foi possível quando o ambiente ficou desanuviado no clube. De volta à equipe paulista, foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 2002 e Campeão da Copa do Brasil de 2002, e no ano seguinte foi Campeão Paulista de 2003.

Em 2003, após a eliminação do time paulista na Copa Libertadores da América, passou por outro momento de turbulência, e acabou cedido ao Fenerbahçe, da Turquia. Lá, ele continuou a marcar muitos gols de cabeça, tendo ajudado sua equipe a ser campeã. Foi Bi-Campeão Turco nas temporadas 2003/04 e 2004/05 (Turkish Super League).

Em 2006, retornou ao Brasil e ao Corinthians, machucado com uma lesão no púbis, que já o havia tirado de boa parte da temporada 2005/06 do Campeonato Turco. Enquanto esteve treinando e se recuperando no Parque São Jorge, não voltou a atuar e ficou recuperando-se até o ano seguinte, quando acertou sua transferência para o futebol alemão, para defender ao Colônia, tendo jogado apenas 12 partidas durante a temporada 2006/07 da Bundesliga.

Após uma temporada no Campeonato Alemão, recebeu uma proposta do Flamengo e aceitou o chamado para regressar ao Brasil. Juntou-se ao elenco rubro-negro na metade do Campeonato Brasileiro de 2007 e, rapidamente, assumiu um papel de liderança no grupo. Foi um dos destaques da equipe que naquele ano teve uma reação impressionante, saindo da Zona de Rebaixamento e, com uma sequência incrível de vitórias se alçando do 19º para o 3º lugar, conseguindo a classificação para a Copa Libertadores da América de 2008.

Em 2008, foi Campeão Carioca com o Flamengo. Já o segundo semestre daquele ano foi bastante conturbado, com muitos problemas financeiros no clube, e problemas de atraso de salários, cuja regularização foi uma exigência do capitão para continuar no clube no ano seguinte. Após não ter certeza se iria continuar a jogar futebol em 2009, já que pensava em se aposentar, resolveu continuar a defender o Flamengo por mais um tempo e assim se sagrou Campeão Carioca de 2009, mantendo sua qualidade e o posto de xerife do time. No dia 3 de abril de 2009, anunciou que se retiraria do futebol após o fim do Campeonato Carioca. Assim, em seu último jogo, levantou a sua última taça e aposentou as chuteiras com a conquista do Carioca de 2009, sendo considerado um dos melhores zagueiros da história do Flamengo.


Com a camisa rubro-negra foi um relacionamento relativamente curto, mas bastante intenso. As três camisas que mais vestiu em sua carreira: com o Corinthians disputou 167 jogos e marcou 15 gols; na Turquia, com o Fenerbahce foram 114 jogos e 25 gols; e no Flamengo foram 93 jogos e 7 gols. Pelas palavras do próprio Fábio Luciano: "a torcida do Flamengo me ama e a do Corinthians me respeita". E como declarou numa entrevista ao jornal esportivo "Lance!": "Eu comecei na Ponte. Tive uma trajetória de três anos no Corinthians. Já o Flamengo me marcou muito porque foi a minha despedida. Marcou porque foi o último clube que joguei. A última lembrança que eu tenho de um jogo de futebol foi o Maracanã lotado em uma final de campeonato com a torcida pedindo pra eu ficar. Eu digo que tenho três filhos e divido meu amor igualmente entre eles, da mesma forma acontece com Ponte Preta, Corinthians e Flamengo".

O forte laço construído com os rubro-negros pelas palavras do próprio jogador: "Minha família é toda corintiana, mas eu não consigo deixar de lado o Flamengo. Foi um momento marcante na minha vida. Acho que, naquela situação conturbada, minha figura foi importante porque tenho uma forma de pensar diferente do pensamento do Rio. Uma forma mais séria de encarar as coisas, achando que é sempre possível vencer, independentemente de estar bagunçado ou com o salário atrasado. Eu fui muito bem aceito por isso. Minha passagem pelo Flamengo foi marcante. Fui um líder ali dentro. No Corinthians havia o Marcelinho, Rincón, Ricardinho, Vampeta, Ricardinho... a gente dividia a liderança, e eu era um garoto. No Flamengo, eu era a cabeça central do grupo".

Após retirar-se dos campos de futebol, foi comentarista esportivo da ESPN Brasil a partir de 2018.



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