quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Hall da Fama do C.R. Flamengo: LEONARDO MOURA


LEONARDO MOURA: a Energia do Moicano

Carreira: 1999 Botafogo; 2000 Germinal Beer (Bélgica); 2000-2001 Ado Den Haag (Holanda); 2001 Botafogo; 2002 Vasco; 2002 Palmeiras; 2003 São Paulo; 2004 Fluminense; 2005 Braga (Portugal); 2005-2015 Flamengo; 2015 Fort Lauderdale Strikers (EUA); 2015 Goa (India); 2016 Metropolitano (SC); 2016 Santa Cruz (PE); 2017-2019 Grêmio; 2020 Botafogo da Paraíba (PB)

Leonardo Moura pertence a um seletíssimo grupo de pouquíssimos jogadores que já vestiram a camisa do Flamengo mais de 500 vezes na história. Ele foi o 9º jogador em todos os tempos a alcançar esta marca, tendo Júnior, Zico, Adílio, Jordan, Andrade, Cantareli, Carlinhos e Liminha sido os outros oito a fazê-lo antes dele. Ainda teve uma trajetória extremante vencedora na Gávea: 5 vezes Campeão Carioca, 2 vezes Campeão da Copa do Brasil e 1 vez Campeão Brasileiro. Oito conquistas expressivas nos 9 anos em que foi o titular absoluto da lateral-direita e ostentou a camisa 2 do Flamengo.

Como jogador do Flamengo, ele fez 519 jogos e marcou 47 gols.


Abaixo, um texto sobre a carreira do jogador escrito por James Thiele e publicado no blog "A Nação com Amor", e complementado por trechos extraídos de diversos outros sites da internet:

Leonardo da Silva Moura nasceu em 23 de outubro de 1978 em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira no futebol jogando nas categorias de base do Botafogo de Futebol e Regatas jogando como meio-campista. Torcedor rubro-negro na sua infância, ele só foi parar nas categorias de base botafoguense após ser rejeitado num teste para as divisões inferiores do Flamengo. Antes ainda de se profissionalizar foi negociado para o modesto Germinal Beer, da Bélgica. Sonhando com um espaço no futebol europeu, de lá migrou para o ADO Den Haag, da Holanda, onde teve sua primeira experiência pela ala-direita, chegando ao ataque e recuando para recompor o sistema defensivo. No segundo semestre de 2001, quando estava com 22 anos, sentindo que o sonho de brilhar na Europa estava distante, decidiu regressar ao Brasil, retornando ao Botafogo, como reforço para a disputa do Campeonato Brasileiro de 2001, durante o qual acabou assumindo a posição de titular da lateral-direita.

Seu bom desempenho, como lateral, enfim parecia ter resolvido o problema do Botafogo naquela posição, carente de um bom jogador desde que César Prates havia deixado de jogar pelo clube em 1999. Jogou 24 partidas e marcou 1 gol com a camisa alvi-negra. Ao fim daquele ano seu contrato se encerrou, e o Botafogo o procurou interessado em renová-lo. Suas boas atuações pelo clube, no entanto, despertaram a atenção do Vasco, que acabou superando à oferta botafoguense e contratando o jogador para a disputa do Torneio Rio-São Paulo e do Campeonato Carioca de 2002. Entrosou-se perfeitamente com a dupla de atacantes formada por Romário e Euller. Após 30 partidas e 8 gols marcados pelo clube de São Januário, o Palmeiras apostou na contratação do lateral. Mais tarde, o próprio Léo Moura viria a confessar ter se arrependido desta transferência, que o havia colocado no fatídico elenco palmeirense que acabou rebaixado para a Segunda Divisão ao fim do Brasileirão de 2002.

Com o fracasso com a camisa alvi-verde, a qual vestiu apenas 9 vezes, Léo Moura não pensou duas vezes quando recebeu uma oferta do São Paulo no início da temporada de 2003, rumando para o clube do Morumbi. Vestiu a camisa do tricolor paulista durante toda aquela temporada, atuando em 38 partidas e marcando 1 gol.

No início de 2004, o Fluminense, com forte aporte financeiro da Unimed, contratou um pacote de jogadores de renome, no qual estava incluído Léo Moura, e ainda tinha a Romário, Edmundo, Ramon e Roger Flores. O camisa 2 voltava a atuar ao lado de Romário, com quem havia jogado no Vasco, mas desta vez vestindo a camisa do Fluminense. A dupla de ataque formada por Edmundo e Romário também voltava a se encontrar após ter fracassado como "Ataque dos Sonhos" no Campeonato Brasileiro de 1995, e não ter conseguido conquistar o Mundial de Clubes de 2000 com o Vasco. No Carioca de 2004, em dois jogos épicos, o Flamengo venceu por 4 a 3 durante o 1º turno, e voltou a vencer por 3 a 2 na final da Taça Guanabara. O título Estadual daquele ano acabaria sendo rubro-negro.

Após 59 jogos e 2 gols com a camisa tricolor carioca, durante o Brasileirão de 2004 Leonardo Moura foi vendido ao Braga, de Portugal, voltando a sonhar com uma carreira bem-sucedida na Europa. Mas ele jogou apenas em 8 partidas do Campeonato Português na temporada 2004/05. Foi então que o Flamengo entrou em sua vida. Contratado como reforço rubro-negro para o Brasileirão de 2005, fez sua estreia em 12 de junho de 2005, numa derrota por 4 a 2 para o Corinthians disputada em Mogi Mirim, no interior de São Paulo. Assim que chegou ao Fla, garantiu logo a titularidade e, desde então, consagrou-se como ídolo, participando ativamente de um processo de reestruturação e reerguimento do clube, que havia vivido a pior crise financeira e os piores resultados dentro de campo em sua história no período de 2002 a 2006.

O lateral conquistou aos 28 anos o primeiro título de sua carreira: Campeão da Copa do Brasil de 2006. Foi uma coroação para o bom trabalho feito pelo lateral-direito, e apenas o início de uma história com a camisa do Flamengo, que se consolidaria ainda mais nos anos seguintes. Nos três anos seguintes foi um dos principais personagens da conquista do clube como Tri-Campeão Carioca de 2007, 2008 e 2009.

No ano de 2007 ele foi fundamental na fantástica arrancada do Flamengo no Brasileirão daquele ano, tirando o time da Zona do Rebaixamento e após uma sequência incrível de vitórias levando-o para o 3º lugar da competição, garantindo a vaga na Copa Libertadores de 2008. No Brasileirão de 2009, teve grandes atuações e foi um dos pilares da conquista do Hexa-campeonato Brasileiro, escrevendo definitivamente seu nome da história do clube. A histórica façanha como Campeão Brasileiro de 2009, escreveu os nomes dos dois laterais, Léo Moura e Juan (o Juan Maldonado, não o zagueiro que nesta época brilhava na Europa), como os únicos a terem participado de todos os 5 títulos conquistados nos 4 anos entre 2006 e 2009, dois títulos nacionais e três estaduais.

Em 2010, Léo Moura ultrapassou a marca de 300 jogos pelo Flamengo. Continuava, firme e forte, como o dono da posição e da camisa 2. Mas não foi um ano bom. Havia grande expectativa em torno do "Império do Amor", dupla de ataque formada por Adriano e Vágner Love. O time perdeu a final do Carioca para o Botafogo, que era liderado pelo centroavante uruguaio Loco Abreu. Na Libertadores, caiu nas quartas de final para a Universidad de Chile, comandada pelo camisa 10 argentino Wálter Montillo. E no Brasileiro de 2010, apenas em 14º lugar entre os 20 participantes (Léo Moura, assim como toda a equipe, não teve grandes atuações e fez apenas um gol durante a competição).

No inicio de 2011, Leo Moura voltou a exibir ao grande futebol que o consagrou. O time havia sido reforçado por Ronaldinho Gaúcho, e com ele se sagrou Campeão Carioca de 2011. Era o seu 6º título expressivo em 7 anos com a camisa do Flamengo: quatro Cariocas, um Brasileiro e uma Copa do Brasil. Era a primeira vez também que ele era campeão sem ter à companhia de Juan pela lateral-esquerda.

Léo Moura voltaria a levantar duas taças expressivas ainda. Foi Campeão da Copa do Brasil de 2013, batendo ao Atlético Paranaense na final, num time que ainda tinha a Felipe no gol, Wallace Reis e Samir na zaga, André Santos na lateral-esquerda, Elias no meio, e Hernane Brocador como centroavante. Logo em seguida foi Campeão Carioca de 2014.

Escrevia uma história espetacular de títulos com a camisa 2 rubro-negra: Campeão Carioca em 2007, 2008, 2009, 2011 e 2014; Campeão da Copa do Brasil de 2006 e 2013; e Campeão Brasileiro de 2009.


Seu ciclo no Flamengo se encerrou quando ele decidiu aceitar a uma proposta do Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos. Sua última partida com a camisa do Flamengo foi em 4 de março de 2015, quando estava com 34 anos, uma idade avançada para um lateral que tinha que correr da defesa ao ataque, e voltar, durante um jogo inteiro. Ele foi aos EUA, para jogar na North American Soccer League (NASL), uma espécie de 2ª divisão no país. A aventura não deu certo. Ele atuou em apenas 10 jogos, tendo marcado 2 gols. Desiludiu-se, rompeu seu contrato e decidiu voltar ao Brasil. Em junho de 2015 o Vasco chegou a anunciar oficialmente o retorno do jogador. Especulava-se que o Fluminense corria por fora para contratá-lo. Em paralelo, Léo tentava negociar um retorno ao Flamengo, mas a diretoria do clube vetou. Os rumores de acerto com o Vasco geraram uma enxurrada de críticas tanto de torcedores vascaínos, pela sua forte identificação com a camisa rubro-negra, quanto de parte dos flamenguistas que o acusavam de traição. Frente a tanto barulho, ele decidiu abortar um retorno ao Rio de Janeiro.

Seu empresário o negociou então com o Coritiba. Léo Moura chegou a fazer exames médicos no coxa-branca e até a posar com a camisa do clube. Porém, o artigo 5 do "Regulamento da FIFA de Transferência de Jogadores" impedia que o negócio fosse concretizado, pois ele já havia atuado por duas equipes diferentes numa mesma temporada, e o regulamento em vigor proibia que usasse uma terceira. Seu retorno ao Brasil, portanto, só seria possível se fosse com a camisa do Flamengo.

Em agosto de 2015, enfim, conseguiu um novo contrato, foi jogar no Goa, da India, cujo técnico era Zico. No Campeonato Indiano, disputou 16 partidas e marcou 2 gols. Seu contrato terminou em dezembro daquele ano, e ele regressou ao Brasil. Acertou com o pequeno Metropolitano, clube da cidade de Blumenau, para disputar o Campeonato Catarinense de 2016. Foram só 6 jogos pelo clube. Ao fim do Estadual, acertou sua transferência para o Santa Cruz. Chegando a Recife, atuou por apenas 4 minutos na campanha que deu ao "Santinha" o título da Copa do Nordeste de 2016. Era o primeiro título de sua carreira com uma camisa que não a do Flamengo. Com o clube pernambucano, disputou a Série A do Brasileirão de 2016.

No início da temporada 2017, quando Léo Moura estava com 38 anos, e rumando para cumprir 39 anos, o Grêmio decidiu apostar no veterano lateral como reforço para seu elenco. E ele ainda teve tempo para construir uma história vitoriosa em Porto Alegre. Disputou exatos 100 jogos e marcou 5 gols. E ganhou mais troféus: foi Campeão da Copa Libertadores da América de 2017, Campeão da Recopa Sul-Americana de 2018, e Bi-Campeão Gaúcho em 2018 e 2019. Despediu-se do Grêmio ao fim do Campeonato Brasileiro de 2019, quando já estava com 41 anos recém-completados.

Mas o incansável Léo Moura se negava a abandonar ao futebol. Assinou contrato com o Botafogo - não o do Rio - para disputar o Campeonato Paraibano de 2020. A passagem na Paraíba no entanto foi curta, e após algumas poucas partidas, Léo Moura deu por encerrada sua carreira no futebol profissional.



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