sábado, 6 de agosto de 2022

Maiores Jogos da História do Flamengo: 05/07/75 - Flamengo 2 x 1 Juventus




Jogos Inesquecíveis: 05/07/1975 - Flamengo 2 x 1 Juventus

A Juventus chegou ao Rio de Janeiro como a campeã da temporada 1974/75 do Campeonato Italiano. Um timaço, com alguns dos maiores nomes da história da Seleção da Itália e do próprio futebol mundial em todos os tempos, como Zoff, Gentile, Scirea, Causio, Anastasi e Bettega. Na delegação ainda estavam Fabio Capello - que não entrou em campo naquela noite diante do Flamengo - e um jovem garoto - que também não jogou - que viria a fazer história contra a Seleção Brasileira sete anos depois, na Copa do Mundo de 1982, o centroavante Paolo Rossi.

Time da Juventus na Temporada 1975/76

Do lado rubro-negro, o time tinha uma linha defensiva que havia brilhado pelo Sub-20 entre 1972 e 1973, formada por Cantareli, Júnior, Jayme de Almeida Filho, Rondinelli e Vanderlei Luxemburgo. O meio de campo misturava a raça de Liminha ao brilho individual de dois jovens talentos também recém emergidos da base, Geraldo e Zico. E o time tinha um forte poderio ofensivo, com Doval e Zico chegando com forte presença de área, e a força de goleador do artilheiro Luisinho Lemos. O time dominou aos italianos, impondo sua qualidade técnica sobre toda a força tática dos detentores do Scudetto do Calcio.





Ficha Técnica
05/07/1975 - Flamengo 2 x 1 Juventus
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (Público: 32.332 pagantes)
Gols: Anastasi (30'1T), Doval (18'2T) e Zico (26'2T)
Fla: Cantareli, Júnior, Luís Carlos Galter, Rondinelli (Jayme) e Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo (Vanderlei) e Zico; Doval, Luisinho Lemos e Luís Paulo (Júlio César).
Téc: Joubert
Juventus: Dino Zoff, Claudio Gentile, Gaetano Scirea, Luciano Spinosi (Silvio Longobucco) e Giuseppe Furino; Antonello Cuccureddu, Franco Causio e Giuseppe Damiani (Altafini Mazzola); Pietro Anastasi, Fernando Viola e Roberto Bettega (Gian Luigi Savoldi).
Téc: Carlo Parola




A História do Jogo

O Maracanã estava em festa com mais de trinta mil pagantes para celebrar a partida amistosa entre Flamengo e Juventus no Maracanã. O confronto entre o time jovem de grande qualidade técnica vestindo vermelho e preto contra a força tática dos campeões italianos, detentores do Scudetto do Calcio. Em noite de celebração, na preliminar uma partida entre veteranos das gerações tri-campeãs cariocas em 1942-43-44 e 1953-54-55, junto a jogadores que vestiram vermelho e preto nos Anos 1960.

Veteranos vestindo a camisa vermelha e preta, contra veteranos vestindo a camisa branca do Flamengo. No time que vestiu o uniforme principal jogaram nomes como o goleiro Ari, a linha defensiva com Tomires, Pavão, Jadir e Jordan, os meio-campistas Dequinha e Rubens, e uma linha ofensiva na qual se revezaram Joel, Evaristo, Índio, Dida, Benítez, Duca, Zagallo e Babá. No time que usou o segundo uniforme jogaram o goleiro Franz, uma linha defensiva com Marinho Rodrigues, Joubert, Jaime Valente e Vanderlei, uma linha média na qual se revezaram Modesto Bria, Carlinhos, Nelsinho e o "canhota de ouro" Gérson, e uma linha de frente que teve Sá, Tião, Silva, Henrique Frade e Esquerdinha. Uma festa rubro-negra completa, reunindo várias gerações históricas da Gávea.

Quando a bola rolou no jogo principal, foi o time rubro-negro quem iniciou a partida melhor, mais bem distribuído em campo e com um maior ordenamento tático. E logo aos oito minutos do primeiro tempo, o jovem e então lateral-direito Leovegildo Júnior recebeu excelente passe de Geraldo dentro da área e bateu firme para o gol, forçando Dino Zoff a fazer grande defesa, evitando o primeiro gol. 

A partir de então foi a Juve quem cresceu na partida, criando duas boas oportunidades, e forçando Cantareli a trabalhar para impedir que os italianos saíssem na frente. Mas a partir dos vinte minutos o Flamengo retomou o controle da partida e a chegar com mais frequência à área rival, passando a voltar a criar boas oportunidades. A partida estava movimentada, com um andamento rápido.

Zoff voltou a fazer boas defesas em sequência, em ambas depois que Zico deu excelentes assistências para Luisinho, que concluiu ambas com perigo para boas defesas do arqueiro italiano. Mas foi no momento no qual o time rubro-negro estava melhor, que a Juventus conseguiu marcar seu gol. O cronômetro marcava trinta minutos do primeiro tempo quando Rondinelli falhou na intermediária, furando bisonhamente e chutando o vento, Anastasi lhe roubou a bola, avançou em direção a área, penetrou e colocou com categoria no canto de Cantareli, sem lhe dar tempo de reação: Juve 1 a 0 no Maraca.

Após sofrer o gol, o time rubro-negro passou alguns minutos anestesiado e desnorteado. A Juventus teve então maior controle por alguns minutos, porém sem conseguir criar chances de grande perigo. Nos minutos finais, o time flamenguista voltou a se tranquilizar e a voltar a ameaçar aos italianos, mas sem nenhuma oportunidade que pudesse ser chamada de "quase um empate".

Na volta para o segundo tempo, Joubert orientou o time para buscar mais as jogadas de ultrapassagem dos laterais e pontas pelos dois extremos do campo. E os ataques pelos flancos surtiram efeito, com uma sucessão de boas oportunidades nos dez minutos iniciais da etapa final.

A pressão seguiu forte, e a Juventus, acuada, não conseguia reagir e reequilibrar o jogo. A pressão acabou resultando em bola na rede. Eram dezoito minutos, quando o argentino Narciso Doval recebeu na área e bateu para o gol, com força com o pé direito, Zoff deu rebote, Scirea e Furino tentaram fechar para cortar, mas o cabeludo rubro-negro foi mais rápido do que eles e agilmente voou de cabeça sobre a bola, agachado, e deu uma forte cabeçada que saiu quase como um chute, estufando a rede! Tudo igual no Maracanã!

Sentindo o bom momento, e vendo o bom resultado das ações pelas pontas, o treinador rubro-negro lançou mais um jogador sub-20, o ponta-esquerda Júlio César, que driblador, entrou em campo infernizando a defesa italiana. Nos oito minutos subsequentes foi uma chuva de bolas em direção ao gol de Dino Zoff: Júnior, Zico, Rodrigues Neto e por fim Júlio César, que em sua primeira participação, recebeu e driblou três sequencialmente, chutando com firmeza uma bola que passou rente à trave de um atordoado Dino Zoff.

E aos vinte e seis minutos a metralhadora giratória rubro-negra enfim furou o alvo mais uma vez. Falta na intermediária, que Geraldo rolou para o lado, e Zico entrou correndo para bater forte na bola, que viajou fulminante e em linha reta e passou embaixo das pernas de Zoff. Festa magnética em vermelho e preto na arquibancada! Virada! Mengão 2 a 1! 

Quando saltou a frente no placar, o time rubro-negro diminuiu um pouco seu ímpeto e a intensidade, ainda que tenha seguido mantendo maior posse de bola. O time italiano dava sinais de exaustão física e cansaço frente ao forte ritmo flamenguista. A Juventus passou a jogar mais fechada, tentando explorar os contra-ataques. O Flamengo bem que tentou, mas não conseguiu ampliar ainda mais o placar. Mas a torcida fez a festa e ficou satisfeita com a vitória.






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