domingo, 11 de dezembro de 2022

Maiores Jogos da História do Flamengo: 29/10/22 - Flamengo 1 x 0 Athlético Paranaense

 


Jogos Inesquecíveis: 29/10/2022 - Flamengo 1 x 0 Athlético Paranaense

Já diz um ditado do futebol: final não se joga, final se ganha! E o que o Flamengo realmente precisava fazer quando entrou em campo em Guayaquil, no Equador, era jogar para conquistar o título. Como um prêmio à majestosa campanha que fez até ali, contra o peso histórico que representaria perder uma final de Libertadores por um segundo ano consecutivo. E foi o que o time do Flamengo fez. Não teve uma atuação exuberante, tendo feito o justo e suficiente para obter uma vitória magra por 1 a 0 que lhe deu seu terceiro título sul-americano em sua história, o segundo em quatro anos. E o herói da conquista foi mais uma vez Gabriel Barbosa, o Gabigol, autor dos dois gols da virada sobre o River Plate na final de 2019, autor do gol na derrota perante o Palmeiras na final de 2021, e autor do gol do título de 2022. Três finais de Libertadores e quatro gols!

Com o resultado, o Flamengo concretizou a maior campanha na história da Copa Libertadores da América até então, com um aproveitamento de 94,9% dos pontos disputados, invicto com 12 vitórias e 1 empate nas 13 partidas disputadas, com um saldo de gols de 25, tendo convertido 33 tentos e sofrido apenas 8. Um desempenho fabuloso!



Ficha Técnica
29/10/2022 - Flamengo 1 x 0 Athlético Paranaense
Local: Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, Guayaquil, Equador
Gol: Gabriel Barbosa (45+3'1T)
Fla: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís (Ayrton Lucas); Thiago Maia (Vidal), João Gomes, Arrascaeta (Victor Hugo) e Éverton Ribeiro; Gabriel Barbosa (Éverton Cebolinha) e Pedro.
Téc: Dorival Júnior
Athlético: Bento, Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Fernandinho, Hugo Moura (David Terans), Alex Santana (Matheus Felipe) e Vitor Bueno (Rômulo); Vitinho (Agustín Cannobio) e Vitor Roque (Pablo).
Téc: Luiz Felipe Scolari




A História do Jogo

O confronto em Guayaquil se iniciou com Luiz Felipe Scolari tentando dar um nó tático em Dorival Júnior, e com resultado efetivo, pois o Flamengo não conseguiu se impor nos primeiros minutos. Felipão colocou um time mais jovem, para tentar explorar em velocidade a média de idade mais elevada de seu adversário, e colocou sua equipe para fazer marcação individual, homem a homem, para impedir as trocas de passe ofensivos entre Arrascaeta, Éverton Ribeiro, Gabigol e Pedro.
 
O Flamengo tinha mais posse de bola, mas não conseguia ser perigoso à defesa paranaense. E a estratégia de Felipão quase deu resultado aos 11 minutos. Lançamento na área e David Luiz vacilou, tentando ajeitar de peito para trás, sem ver a penetração de Vitinho, que tomou sua frente, entrou pela direita da grande área e bateu cruzado para defesa de Santos. No rebote, a zaga flamenguista espanou para a lateral. Na cobrança, a bola foi alçada na área e passou por um monte de gente até alcançar a Alex Santana nas costas de Éverton Ribeiro. O volante athleticano pegou de voleio, praticamente na linha da pequena área, mas a bola espichou e saiu por cima do travessão. Chance claríssima de gol do Athlético! Por muito pouco, o Flamengo não sai em desvantagem.

O primeiro momento ao acaso crucial para o destino do jogo aconteceu aos 19 minutos. Filipe Luís pisou mal no chão após uma dividida e ficou caído. Foi atendido pelos médicos, voltou a campo, mas não aguentou, pedindo substituição. Entrou em seu lugar Ayrton Lucas, mais jovem e de característica mais ofensiva. Uma substituição que seria crucial para o desenrolar dos fatos no decorrer daquela primeira etapa.

O outro lance crucial, que combinado à substituição aos 19 mudou o destino da partida, aconteceu aos 27 minutos. Passe para Gabigol na entrada da área. O camisa 9 recebe de costas para o gol e toma um chute por trás aplicado pelo zagueiro Pedro Henrique. O árbitro argentino Patrício Loustau assinala a falta e aplica o primeiro cartão amarelo da partida, que viria a ter consequências decisivas 16 minutos depois.
    
Aos 43 minutos, troca de passes ofensiva do Flamengo, e Pedro lança na ponta esquerda uma bola que parecia perdida. Mas Ayrton Lucas acelera a corrida, numa dinâmica que o veterano Filipe Luís jamais conseguiria ter feito igual, e chega na bola antes de Pedro Henrique. O movimento do lateral-esquerdo rubro-negro era na diagonal em direção à bandeira de escanteio. Ayrton chega na bola primeiro, e Pedro Henrique voa de carrinho para tentar cortar. Só que chega atrasado, depois de Ayrton Lucas já ter tocado na bola, e com as duas pernas derruba abruptamente ao lateral rubro-negro. Falta e segundo cartão amarelo para Pedro Henrique erguido. O zagueiro estava assim expulso de campo.

O zagueiro reserva Matheus Felipe vai para a beira do campo, mas Felipão prefere retardar a substituição, deixando para fazê-la no intervalo, recuando Fernandinho para atuar improvisado na zaga nos minutos finais. Um erro crucial, que mudou a história do jogo.

O Flamengo não tinha criado sequer uma chance clara de gol até aquele momento da partida. A partida demorou a ser reiniciada após a expulsão, com o time paranaense tratando de retardar o jogo. Quando a bola rolou novamente, aos 46 minutos, o Flamengo quase marcou. João Gomes pegou de primeira da entrada da área, e a bola passou tirando tinta da trave do goleiro Bento. No movimento do chute, o jogador do Athlético ficou incomodado com o pé de João Gomes ter ficado preso em seu calção e tentou criar um tumulto para tentar causar uma expulsão que igualasse numericamente as duas equipes. Os jogadores mais experientes do Flamengo entraram então em ação, tirando João do meio do empurra-empurra. E mais um tempo de jogo parado.

Quando a partida foi reiniciada, o Flamengo recuperou logo a posse e avançou ao ataque. Éverton Ribeiro deu uma sequência de dribles pela direita de ataque, tocou para Rodinei e recebeu de volta de primeira num passe projetado a frente. Ele avançou, também de primeira, tocou em curva cruzado. A bola atravessou a área e encontrou Gabigol entrando por trás da linha de zaga. O relógio marcava 48 minutos. Gabi só escorou para dentro do gol: Mengão 1 a 0. Lance revisado pela arbitragem de vídeo, e gol confirmado: Thiago Heleno dava condições para o atacante camisa 9.

Na volta do intervalo, o Athletico Paranaense recompôs seu sistema defensivo, enfim colocando Matheus Felipe no lugar de Alex Santana. O Flamengo seguia com mais posse de bola, mas seguia sem criar chances. O time não estava numa tarde inspirada. Ainda assim, Gabigol perdeu chance clara aos 6 minutos, depois de ser lançado em profundidade por Arrascaeta e entrar frente a frente ao goleiro, mas chutando em cima dele.

Felipão foi então fazendo substituições para deixar seu time mais ofensivo. Pôs mais atacantes e meias ofensivos, correndo mais riscos. O Flamengo buscava explorar os contra-ataques, mas não conseguia dominar o meio de campo, nem encaixar ataques de muito perigo. A pressão do Athlético é que foi aumentando, com o Flamengo cada vez mais defensivo. Jogo para nervos de aço... o placar magro se estendia e o tempo passava.

O Athlético, entretanto, também não conseguia levar perigo, tendo pouquíssimas vezes ameaçado à meta de seu ex-goleiro, Santos, então arqueiro do Flamengo. A melhor oportunidade aconteceu aos 45 minutos, com falta perigosa cobrada pelo uruguaio David Terans. Santos encaixou e fez a defesa. Minutos finais tensos até enfim o apito final. Flamengo, Tri-Campeão da América!

Com o título de 2022, o Flamengo igualou-se com três conquistas a Santos, São Paulo, Palmeiras e Grêmio entre os brasileiros mais vezes campeões da Libertadores. Igualou-se também a dois clubes tradicionais da América do Sul com 3 conquistas: o Nacional, de Montevidéu, e o Olimpia, de Assunção. Com mais títulos do que o Flamengo, após a conquista de 2022, só havia 5 clubes, quatro argentinos e um uruguaio: Estudiantes e River Plate com 4, Peñarol com 5, Boca Juniors com 6, e Independiente com 7.








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