terça-feira, 13 de agosto de 2024

Plano de Ação do Flamengo para o Estádio no Gasômetro


Íntegra de importante entrevista publicada no site Mundo Rubro-Negro, para servir de referência histórica aos planos de desenvolvimento e construção do Estádio do Flamengo:


Em julho de 2024, o presidente Rodolfo Landim nomeou Marcos Bodin como Vice-Presidente de Patrimônio do Flamengo para que ele se dedicasse ao projeto do estádio do Flamengo, sendo interlocutor das questões financeiras e auxiliando nas tratativas com as partes interessadas. O Mundo Rubro-Negro o entrevistou, de forma exclusiva, trazendo detalhes sobre a próxima fase do projeto.

Para entender melhor as etapas, é preciso saber que a Fase 1 já aconteceu, sendo o estudo de viabilidade técnica. Os passos seguintes foram apresentados ao Conselho Deliberativo, sendo divididos até a Fase 4.

FASE 1 - Estudo de viabilidade técnica contratado pelo Flamengo junto à consultoria Arena que embasou as negociações para convencer a Prefeitura do Rio a desapropriar o terreno do antigo Gasômetro ("Um novo distrito de entretenimento no Rio").

- Projeta que o Flamengo pode construir um estádio de 70 mil lugares no terreno, o mesmo número exigido como mínimo pelo edital de leilão do terreno, que prevê que a obra deve ser concluída em quatro anos e meio.

- Além de receber cerca de 35 jogos de futebol por ano, o estádio será uma plataforma de serviços e entretenimento que movimentará a região 365 dias por ano, atraindo visitantes diariamente, criando milhares de novos empregos e novas opções de serviços e lazer para os habitantes do entorno, criando um "Distritos de Entretenimento", onde o estádio atua como peça central na valorização urbana e social do entorno.

- Avaliação de que a construção do estádio impacta em 67 setores da economia, gerando 7,8 mil empregos e movimentando um PIB de R$ 367 milhões. Já a operação do estádio tem potencial de gerar 15 mil empregos e movimentar um PIB anual de R$ 573 milhões. Intenção de dinamizar o eixo do comércio e serviços de São Cristóvão alavancando o mercado imobiliário da região, como um eixo de expansão urbana e turística do Porto Maravilha em direção ao bairro, induzindo o crescimento e desenvolvimento imobiliário para a área de expansão e Operação Urbana Consorciada e dos imóveis adjacentes.

- Mobilização Urbana: o público a se deslocar para o estádio em dias de jogo com estimativa de que 24,5 mil torcedores usem transporte individual (carro, moto e táxis/veículos de aplicativo), 43,6 mil usem transporte público (metrô, trem, VLT, BRT e ônibus), e que quase 2 mil torcedores cheguem de bicicleta ou a pé. Previsão de obras de acesso à estação São Cristóvão e de obras na avenida Francisco Bicalho para interligar o estádio à estação Cidade Nova.

- Além do estádio com 70 mil lugares e 1.500 vagas de estacionamento, serão construídos no terreno do Gasômetro uma praça de eventos e um centro comercial.


PRÓXIMAS FASES:

Fase 2, fase atual: Elaboração do conceito de como será o estádio do Flamengo. A duração é de término em outubro de 2024.

Fase 3: Concorrência internacional para projeto arquitetônico do estádio do Flamengo.

Fase 4: Concorrência para construção do estádio do Flamengo.


Na entrevista com Marcos Bodin:

"A Fase 2 é entender exatamente como será o estádio. Que tipo de produtos serão colocados no estádio. O que você quer? Quero uma renda significativa. Então, preciso ter produtos VIPs, que agreguem serviço também".

Marcos Bodin afirmou que o maior interesse ao construir um estádio se dá pela vantagem, pelo ganho esportivo, que acontece com os jogadores se sentindo melhores dentro de casa do que fora. Pensando nos torcedores, escolheram o terreno para surtir exatamente esse efeito. Isso porque é a torcida que empurra o time e capacita o elenco a ir em busca das vitórias. Por isso, a fase é focada em discutir o que se pode fazer para produzir esse ambiente.

Por suas palavras: "O que vale no Flamengo é a torcida, então faremos o melhor espaço para a torcida. O terreno que foi escolhido é um terreno inclusivo. Tem uma acessibilidade muito boa para a população. É um terreno focado na torcida. A viabilidade do estádio está em alguns serviços e também na torcida. O que é o nosso setor principal, tem alguma forma dos jogadores se sentirem bem ali, ter algum ganho esportivo? É isso que está se desenhando na fase 2".

Ao ser questionado sobre as Fases 3 e 4, Bodin prefere focar na próxima fase e dá mais detalhes sobre os próximos passos do Flamengo. O vice de Patrimônio indica que o clube precisa se reunir com os órgãos de segurança para definir exatamente o que pode ser feito e viabilizar o conceito final do estádio: "Eu posso dar mais detalhes da fase 2. É o momento da gente convidar os órgãos competentes. Bombeiro, polícia, trânsito, e estudar em conjunto. O Flamengo tem interesse em fazer isso, sempre a quatro mãos, com os órgãos. E qualquer decisão do Flamengo vai passar pelo Conselho. A gestão passa pelo Conselho, a gestão trabalha e submete ao Conselho".

Um terço do estádio do Flamengo será popular! Já se sabe que o mínimo de capacidade, segundo o edital, é da construção do estádio do Flamengo para 70 mil pessoas. No entanto, essa capacidade pode ser maior, e a ideia é ter 80 mil lugares disponíveis. Perguntado sobre os setores populares, Marcos Bodin explica que pelo menos um terço das arquibancadas serão populares: "A premissa começa com o setor da torcida. O próprio Landim já falou de ter 15 mil de um lado, 9 mil do outro, o gol bem popular. 9 mil atrás do outro gol. Tudo focado na torcida do Flamengo. Se você fala de 70 a 80 mil, um terço do estádio, com certeza, é popular", garante.

A inauguração pode sair antes do estipulado, que foi no aniversário de 134 anos do clube, em novembro de 2029? Disse ele: "Eu te diria que a data de 2029 está muito boa. Antes, só se você tivesse um fluxo financeiro muito forte. 2029 estou mais confortável para te falar de data, não mexeria na data não".

As fases 3 e 4 são de concorrência arquitetônica e de construção, respectivamente. Bodin dá uma breve explicação, afirmando que basearão os passos dessas fases no que decidirem na fase anterior: "A Fase 3, claro que é muito interessante ter uma concorrência internacional de arquitetura, mas baseado na Fase 2. Aí você vai falar de custo, tem que ser bem definido, para não impactar em uma obra faraônica que você não tem capacidade de fazer".

Questionado sobre a preocupação de acabar tendo que arcar mais do que com os R$ 138 milhões do arremate do terreno por conta do imbróglio com a Caixa na Justiça, Bodin se limitou a dizer que o preço pago é justo, apontando a descontaminação do terreno como um custo adicional: "Eu acredito que o terreno está no preço justo. É um terreno que tem características negativas e positivas. A própria descontaminação desvaloriza o terreno. Acho que o custo vai ser a descontaminação. O terreno está em um preço justo, está bem na média que os terrenos estavam saindo na região. O ônus é a descontaminação".


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