terça-feira, 24 de maio de 2016

O futebol do Flamengo continua manco!

A situação continua a mesma. Minha opinião também. E quando a imprensa noticia que se está pensando em Marcos Braz para assumir o futebol do Flamengo, a insegurança só aumenta... 


Artigo publicado aqui há 7 meses atrás:
O futebol do Flamengo continua manco!

O Flamengo do Brasileiro 2015 foi o time do Stop and Go. And Stop! Ninguém dava muito pelo time no 1º turno. De repente chegaram Oswaldo de Oliveira e algumas contratações e o time emplacou incríveis seis vitórias consecutivas; esperança! Arrancadas como em 2007 e 2009? Na sequência, porém, seis derrotas em sete jogos, e o time não tinha condições de brigar seriamente por nada, não dava para sonhar nem com vaga em Libertadores.

O dia 28 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro, foi declarado como o Dia do Flamenguista, por ser este o dia de São Judas Tadeu. E o dia 28/10/2015 foi extremamente simbólico para definir o momento do Clube de Regatas do Flamengo. No campo administrativo-financeiro o Flamengo se tornou, nesta data, o primeiro clube do Brasil a aderir à Lei de Responsabilidade Fiscal do Futebol, o Profut. Aprovação com louvor no campo da gestão administrativa. No mesmo dia, mesmo após uma sequência de derrotas, uma festinha durante a madrugada recheada de bebidas alcóolicas e prostitutas envolveu cinco jogadores, que acabaram afastados: Marcelo Cirino, Éverton, Alan Patrick, Paulinho e Pará. A gestão futebolística seguia deixando a desejar. Por mais que o triênio 2013-15 tenha trazido avanços em profissionalização, o que se via, ainda, era uma larga caminhada até um padrão mínimo de qualidade.

A gestão do futebol do Flamengo continuava manca. Por que? Porque a estrutura de gestão do futebol ainda tinha muito a se aperfeiçoar. Um bom trabalho no futebol depende de uma boa escolha das peças de trabalho (jogadores e comissão técnica) e de uma boa liderança para manutenção da ordem dentro do vestiário e do Centro de Treinamento. Paulo Pelaipe deixou a desejar na escolha das peças, mas tinha um excelente comando do grupo, bastou para levar ao título da Copa do Brasil de 2013 (lembrem-se dos jogadores jogando-o para o alto após a conquista do título). Rodrigo Caetano é bom na escolha das peças, mas deixa a desejar no comando do grupo. O que é o ideal? Ter um profissional responsável por montar elenco e fazer escolhas (Diretor de Futebol) e um profissional responsável pela ordem e comando da tropa (Gerente de Futebol). O ideal é que este profissional que impõe respeito dentro do vestiário seja um ex-jogador.

O nome que eu gostaria de ver nesta função é o da maior liderança de campo que vi de um jogador que defendeu a camisa do Flamengo desde que acompanho futebol. Nasci em 1977, e acompanho futebol desde 1986-1987. A maior liderança que vi ser exercida na Gávea foi a do ex-zagueiro Fábio Luciano. Gostaria de vê-lo botando ordem na casa e colocando a Gávea nos eixos.

Mas só isto não basta. Gostaria de ver um CEO como Leonardo. Um cara com pensamento moderno, experiências importantes a frente de Milan, Internazionale e Paris St-Germain. Um cara que quer encontrar uma oportunidade de ajudar o clube que o projetou para o futebol. Sua função, remunerada: integralizar todo o processo de profissionalização do clube, unindo a gestão do futebol às boas práticas de gestão empresarial, com eficiente captação de recursos, transparência, modernização, trazendo verdadeiramente o padrão europeu de desempenho para o futebol do Brasil.

Mas eu ainda queria mais. Uma revolução integralizada em toda a estrutura futebolística, integralizando o trabalho nas divisões de base ao profissional. Um Vice-presidente de Futebol que não seria responsável direto na gestão do futebol, mas que faria parte dela. Um cara que liderasse um grupo de ex-jogadores como Adílio, Andrade, Jayme de Almeida, Júlio César, um time de responsáveis por dar um padrão de qualidade à formação de jogadores. A função que Zico espera. O nosso maior ídolo não é um bom formador de time, não tem a liderança necessária para comandar o vestiário de hoje em dia, nem tem o perfil empresarial de gestão. Mas teria tudo para fazer a revolução de qualidade da formação de jovens que o clube tanto anseia.

Chega de escutar o discurso "aprendemos a lição e não repetiremos mais o erro". Não há mais margem para erros. Chega de termos que escutar os Milton Neves, os Netos, os Renato Maurício Prados achincalhando-nos. Muito já foi feito, sim! Mas precisamos de muito mais!

Ter um Diretor e um Gerente no futebol não é novidade, basta revisitar Uma Breve História da Política do Flamengo.

SRN
Marcel Pereira

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