domingo, 7 de setembro de 2025

A narrativa da 3ª vez como Campeão da América em 2022


Depois de levar 21 anos para disputar pela primeira vez uma edição de Copa Libertadores da América, tendo, entre os clubes mais tradicionais do Brasil, levado menos tempo apenas do que o Grêmio para isto, o Flamengo debutou já sendo campeão em 1981. Seguiram-se então mais 38 anos até que o Flamengo regressasse a uma final, tendo em 2019 voltado a conquistar o título. Na edição anterior, em 2021, o clube havia disputado novamente a final, quando acabou derrotado por 2 a 1 pelo Palmeiras na prorrogação, no histórico lance do escorregão de Andreas Pereira que resultou no gol de Deyverson. Em 2022 conseguiu mais uma vez chegar à final, tendo sido tão só a 9ª oportunidade na história na qual tal feito foi obtido - o de chegar a 3 finais num intervalo de 4 anos -. Um feito ainda mais impressionante quando considerando que até a edição de 1965 a quantidade de participantes por ano de disputa não ia além de 10 clubes em cada edição, e que até a edição de 1988, o campeão do ano anterior entrava direto na fase semifinal.

Só 8 vezes antes isto havia acontecido. Nas três primeiras edições, o uruguaio Peñarol chegou à final três vezes seguidas, sendo duas vezes campeão e uma vez vice. Entre 1968 e 1971, o argentino Estudiantes de La Plata jogou quatro finais consecutivas, sendo três vezes campeão e ficando uma vez com o vice. Entre 1972 e 1975 foi a vez do argentino Independiente de Avellaneda também chegar a quatro finais consecutivas, tendo sido o campeão em todas as quatro. Entre 1977 e 1979, o argentino Boca Juniors disputou três finais consecutivas, vencendo duas e ficando com um vice. Entre 1985 e 1987 foi a vez do colombiano América de Cali chegar a três finais, sendo derrotado em todas elas. Entre 1989 e 1991 foi o paraguaio Olimpia quem disputou três finais seguidas, vencendo uma e sendo derrotado em duas. As duas oportunidades posteriores em que isto aconteceu foi com o São Paulo Futebol Clube com três finais consecutivas, sendo bi-campeão e perdendo a oportunidade do tri numa disputa de pênaltis, e depois com o argentino Boca Juniors que disputou quatro finais nas cinco edições disputadas entre 2000 e 2004, sendo três vezes campeão, em 2000, 2001 e 2003, e vice em 2004. Em termos comparativos, portanto, o feito do Flamengo igualava o desempenho do São Paulo do técnico Telê Santana, e só era superado por aquele Boca que tinha sido liderado dentro de campo por seu genial camisa 10 Juan Roman Riquelme.

Em sua terceira final num intervalo de quatro anos o Flamengo chegou com autoridade, fazendo a melhor campanha de um clube em toda a história da Copa Libertadores da América. O clube foi campeão em 2022 com 13 jogos disputados e 12 vitórias e 1 empate obtidos, um aproveitamento de 94,9% dos pontos disputados. Foi a única vez na história na qual um clube venceu a todos os seus jogos na fase mata-mata (play-offs) desde que este modelo foi implementado, a partir de 1989.

A largada desta campanha foi como visitante, contra o Sporting Cristal, do Peru, no dia 5 de abril de 2022 no Estádio Nacional de Lima. O time rubro-negro era novamente comandado por um treinador português - Paulo Sousa - e fazia a sua estreia em meio a um momento turbulento, uma vez que três dias antes havia perdido a final do Campeonato Carioca para o Fluminense, perdendo a oportunidade de pela primeira vez em sua história conquistar um quarto título de Estadual consecutivo. Em Lima, o time jogou desfalcado de Arrascaeta, e entrou em campo com a formação: Hugo Souza, Matheuzinho, Gustavo Henrique, David Luiz e Filipe Luís; Willian Arão, Thiago Maia, Andreas Pereira e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. O Sporting Cristal, do técnico Roberto Mosquera, de camisas e meiões azuis claros, e calções brancos, foi a campo escalado com: Duarte, Johan Madrid, Chávez, Merlo e Loyola; Leandro Sosa, Calcaterra, Castillo, Christofer Gonzáles, Irven Ávila e Percy Liza. Esta partida de estreia teve a sua realização ameaçada em função de uma crise política vivida pelo Peru naquele momento. Em função de manifestações populares nas ruas, o então presidente do país, Pedro Castillo, impês um toque de recolher na cidade. A partida chegou a ser cancelada, e a delegação flamenguista só foi informada sobre a manutenção do jogo minutos antes da bola rolar. A Conmebol negociou com as autoridades locais a manutenção da realização do jogo com portões fechados, sem a presença de público.


Quando a bola rolou, o Flamengo não tardou muito em conseguir abrir vantagem. Aos 21 minutos do 1º tempo, o time roubou a bola na saída de jogo peruana, a bola chegou ao lateral-direito Matheuzinho, que fez um excelente cruzamento que atravessou a área e encontrou Bruno Henrique entrando por trás da zaga para completar com um toque cruzado, no contrapé do goleiro. Daí em diante o jogo se seguiu sempre sob controle do Sporting Cristal, que teve diversas oportunidades para empatar, mas não conseguiu aproveitar. Até que aos 41 minutos do 2º tempo o Flamengo fechou a conta. O jovem Lázaro, que havia entrado na segunda etapa, deu uma excelente assistência em profundidade para Matheuzinho entrar pela área e bater cruzado para decretar o 2 a 0 definitivo.


Uma semana depois, pela segunda rodada, a estreia rubro-negra como visitante, contra o argentino Talleres no Maracanã. O estádio recebeu cerca de 43 mil espectadores, um público baixo para os padrões rubro-negros. Era um duelo de treinadores portugueses, já que o time argentino era comandado por Pedro Caixinha. Ele mandou como titulares a campo a: Herrera, Enzo Díaz, Benavídez, Rafael Pérez e Matías Catalán; Ignácio Méndez, Villagra, Matías Esquivel e Christian Oliva; Fértoli e Girotti. Do lado rubro-negro, com a volta de Arrascaeta, Paulo Sousa mandou a campo uma formação já muito parecida à que entraria em campo em novembro na final: Santos, Matheuzinho, Willian Arão, David Luiz e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Somente três destes jogadores não entrariam em campo entre os onze iniciais da decisão, pois Metheuzinho perderia a posição para Rodinei como lateral-direito, Léo Pereira assumiria a titularidade na zaga, e Bruno Henrique viria a sofrer uma grande lesão no joelho que o tiraria da reta final, com a dupla de ataque passando a ser formada por Gabigol e Pedro.


O Flamengo não tardou em sair em vantagem. Logo aos 9 minutos do 1º tempo o time rubro-negro entrou na área trocando passes, a bola acabou nos pés do uruguaio Giorgian De Arrascaeta, que foi derrubado e o pênalti marcado. Gabigol bateu com perfeição e abriu o placar. Aos 25 minutos saiu o segundo, numa transição rápida da defesa para o ataque, Bruno Henrique desceu pelo lado esquerdo e cruzou rasteiro, a bola encontrou o pé de Everton Ribeiro, que bateu da entrada da área e ampliou a vantagem. O jogo estava relativamente tranquilo, e o Flamengo acumulava oportunidades. Porém, antes do fim da primeira etapa, já nos acréscimos, Girotti recebeu na grande área e deu um passe de calcanhar para o meio, achando Fértoli livre dentro da área para concluir a gol e diminuir. No início do 2º tempo o jogo ficou aberto, com ambas as equipes tendo oportunidades, mas o Flamengo não tardou em matar o jogo. Aos 14 minutos, João Gomes recuperou uma bola na saída de jogo do Talleres e acionou Éverton Ribeiro, que tabelou com Bruno Henrique, recebendo de volta na área e batendo rasteiro para marcar o seu segundo gol na noite. Foi isso: 3 a 1.


A parada seguinte foi em Santiago, no Chile, contra a Universidad Católica. No Estádio San Carlos de Apoquindo, a Universidade Católica entrou em campo, escalada por seu treinador Rodrigo Valenzuela, jogando com: Pérez, Fuenzalida, Asta-Buruaga, Parot e Cristian Cuevas; Rebolledo, Juan Leiva, Galani e Felipe Gutiérrez; Orellana e Zampedri. O time rubro-negro foi a campo escalado com: Santos, Mauricio Isla, Willian Arão, Pablo e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Era a terceira dupla de zaga diferente utilizada por Paulo Sousa em três jogos.

A curiosidade daquela noite na capital chilena é que todas as bolas que balançaram a rede foram convertidas por jogadores em vermelho e preto. O Flamengo saiu em vantagem logo aos 8 minutos do 1º tempo. Bruno Henrique recebeu a bola em profundida na ponta esquerda e partiu para cima da defesa, o camisa 27 enxergou Gabigol bem colocado entrando pela área na diagonal e lançou, o camisa 9 não desperdiçou a oportunidade, batendo de primeira com a sua perna esquerda para abrir o placar. Oito minutos depois, os chilenos empataram. Orellana deu assistência para Zampedri entre os zagueiros rubro-negros, o lateral-direito chileno rubro-negro Isla tentou cortar, mas o toque na bola a desviou do goleiro Santos, marcando um gol contra.


Aos 35 minutos do 1º tempo, a dupla de ataque rubro-negra voltou a fazer a diferença: Bruno Henrique avançou novamente pela esquerda, desta vez indo até o fundo e cruzando, e encontrando, ao cruzar rasteiro, Gabigol entrando pelo meio, ele só escorou para marcar o segundo dele na noite. A Católica ameaçava, e o Flamengo se segurava. Na reta final da etapa final, aos 39 minutos, a vitória rubro-negra se consumou com jogada construída entre os atacantes reservas que tinham entrado na etapa final: Marinho, Pedro e Lázaro. Pedro apertou a saída de bola, Marinho roubou e lançou a Lázaro, que havia entrado no lugar de Bruno Henrique. O garoto revelado na base rubro-negra, pegou de primeira no ângulo: 3 a 1. Mas as emoções ainda não tinham terminado. Nos acréscimos, aos 49 minutos, Buonanote chutou, o zagueiro Pablo tentou tirar, mas a bola desviou em seu joelho e encobriu o goleiro Santos. Mais um gol contra rubro-negra na fria noite santiaguina. Final: Flamengo 3 a 2. Com três vitórias em três jogos, e com duas partidas ainda para disputar como mandante no Maracanã, a classificação estava praticamente assegurada.


Os jogos de volta começaram contra o Talleres na Argentina, em em 4 de maio no Estádio Mário Alberto Kempes, em Córdoba. Um novo confronto entre treinadores portugueses. Paulo Sousa mandou a equipe com: Santos, Mauricio Isla, Pablo, David Luiz e Filipe Luís; Willian Arão, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Os mandantes, comandados por Pedro Caixinha, entraram escalados com: Herrera, Catalán, Benavídez, Rafael Pérez e Enzo Díaz; Villagra, Ignácio Méndez e Fértoli; Matías Godoy, Girotti e Michael Santos. Uma formação mais ofensiva do que havia entrado em campo no Maracanã.


Um jogo no qual o Flamengo ficou atrás no marcador duas vezes, e buscou o empate as duas vezes. Logo aos 11 do 1º tempo o zagueiro Pablo sentiu dores na coxa esquerda e teve que sair para a entrada de Andreas Pereira, com Arão sendo recuado para atuar como zagueiro. E aos 33 minutos foi ele, Arão, quem marcou um gol, mas contra. O terceiro gol contra do Flamengo naquela edição. Um cruzamento despretensioso para a área que ele tentou cortar, mas encobriu o goleiro, um presente para os argentinos. O empate rubro-negro só saiu no início da etapa final, aos 4 minutos, com um chutaço de Arrascaeta de fora da área. Só que o empate durou pouco, pois aos 11 minutos a bola foi lançada na área nas costas do lateral chileno Isla, e Michael Santos escorou para marcar. Mas o time rubro-negro voltou a reagir. O centroavante Pedro entrou em campo aos 22 minutos do 2º tempo, e no minuto seguinte foi ele mesmo quem voltou a empatar a partida. Gabigol recuou para armar, pegou a bola na intermediária e meteu uma enfiada que deixou o camisa 21 frente a frente ao goleiro para escorar na saída dele: 2 a 2. Invencibilidade mantida, e a classificação muito perto de ser matematicamente confirmada.


Para o duelo contra a Universidade Católica no Maracanã, que recebeu mais de 43 mil torcedores, mais uma vez um público baixo para os padrões rubro-negros, num duelo o qual valia a classificação matemática em caso de vitória, o técnico Paulo Sousa mandou a campo uma equipe formada por: Hugo Souza, Matheuzinho, Rodrigo Caio, Pablo e Ayrton Lucas; Willian Arão, Andreas Pereira, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Já a equipe chilena, que havia trocado de treinador frente ao confronto anterior, havia passado a ser comandada pelo argentino Ariel Holan, que escalou sua equipe com: Sebastian Pérez, Fuenzalida, Asta-Buruaga, Alfonso Parot e Nehuén Paz; Astudillo, Ignácio Saavedra e Felipe Gutiérrez; Diego Valencia, Zampedri e Cristian Cuevas.


O momento desde a perda do título do Carioca era agitado, e o técnico português vinha sendo intensamente criticado. Sem dar tempo a um clima ruim, logo aos 6 minutos do 1º tempo o Flamengo saiu em vantagem: Arrascaeta cobrou escanteio aberto, e Arão escorou de cabeça quase da marca do pênalti, no canto, para fazer 1 a 0. Ainda no primeiro tempo, aos 39 minutos, troca de passes na intermediária e a bola chega a Matheuzinho nas lateral direita de ataque, ele cruza para a área, Bruno Henrique escora de cabeça na segunda trave, e Éverton Ribeiro aparece no meio da pequena área para cabecear para dentro do gol e ampliar a vantagem. Daí em diante, o time administrou o resultado. No fim, aos 45 do 2º tempo, o centroavante Pedro, que havia entrado na etapa final no lugar de Gabigol, fez uma bela jogada individual dentro da área, driblou os zagueiros e bateu forte para estufar as redes e colocar um 3 a 0 definitivo no marcador.


Já classificado, na última partida, o treinador Paulo Sousa, que naquele momento ninguém sabia ainda, mas fazia a sua última participação com o Flamengo na Libertadores, pouparia alguns jogadores, e testaria uma equipe começando a partida num esquema 4-2-4, iniciando com: Hugo Souza, Mauricio Isla, Pablo, David Luiz e Ayrton Lucas; Thiago Maia e João Gomes; Lázaro, Pedro, Gabigol e Marinho. O Maracanã recebeu 38 mil espectadores naquela noite de 24 de maio. O time peruano, do técnico Roberto Mosquera, foi a campo trajando um uniforme completamente diferente de seu tradicional, usando camisas e meiões brancos, e calções vermelhos. Iniciou o jogo escalada com: Duarte, Johan Madrid, Chávez, Merlo e Loyola; Calcaterra, Távara, Carlos Lora, Christofer Gonzáles, Yotún e Irven Ávila.


Aos 29 minutos do 1º tempo o Flamengo saiu em vantagem. David Luiz lançou em profundidade a Isla, que entrou por trás da zaga e ficou frente a frente ao goleiro, concluindo a gol uma bola que bateu no goleiro, e desviou no lateral Johan Madrid para ir para dentro do gol. O tento poderia ter sido creditado ao chileno, mas o árbitro assinalou como um gol contra do lateral peruano. A partida seguiu em ritmo morno, até que Pedro, aos 28 minutos do 2º tempo, cabeceou bem um cruzamento em falta cobrada por Andreas Pereira para fazer 2 a 0. Sem nada mais por ser definido a partir de então, o Sporting Cristal ainda diminuiu: aos 41 minutos, Christofer Gonzáles concluiu a gol, e Hugo Souza falhou em uma bola que era perfeitamente defensável. Foram os números finais, uma vitória rubro-negra por 2 a 1. Com 16 pontos conquistados nos 18 possíveis, o Flamengo concluiu a Fase de Grupos fazendo a sua segunda melhor campanha nas 17 participações nesta fase feitas até então, igualando os desempenhos de 5 vitórias e 1 empate obtidos nas edições de 1984 e de 2007, mas com um saldo de gols de 9 positivos, perdia para os 13 positivos da campanha de 1984. Ainda assim, o técnico Paulo Sousa vivia um momento turbulento, sob grandes contestações.


Repetindo 2019, o Flamengo trocou o treinador ao fim da 1ª Fase. Com uma campanha irregular no Campeonato Brasileiro, Paulo Sousa foi demitido, substituído por Dorival Júnior. O elenco também foi mexido. Os titulares absolutos na Fase de Grupos eram os remanescentes do título de 2019: Filipe Luís, Willian Arão, Arrascaeta, Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol. No gol, Santos e Hugo Souza se alternaram, e como lateral-direito foram utilizados Matheuzinho, Isla e Rodinei. Na zaga, David Luiz teve companheiros diferentes a cada jogo, e na cabeça de área, Thiago Maia e João Gomes revezaram ao lado de Arão.

O Flamengo se reforçou na janela de transferências do meio do ano, com a chegada ao clube de três estrangeiros, o lateral-direito uruguaio Varela, e os meio-campistas chilenos Erick Pulgar e Arturo Vidal, contratados, respectivamente a Dínamo Moscou, da Rússia, e Fiorentina e Internazionale, ambas da Itália. Além deles, foi contratado também o ponta Éverton Cebolinha ao Benfica, de Portugal. Na rota inversa, saíram o lateral chileno Isla e o cabeça de área Willian Arão, vendido ao Fenerbahce, da Turquia. Além disso, o elenco perderia também a Bruno Henrique, por uma grave lesão no joelho que o forçou a uma cirurgia, tirando-o do resto da temporada.

As mudanças no time titular promovidas por Dorival Júnior a partir de sua chegada, no entanto, foi elevando à condição de titulares, jogadores que já estavam no elenco, na reserva, durante a fase de grupos. O time titular que chegaria a mais uma final de Copa Libertadores da América era formado por Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Gabigol e Pedro. O forte elenco rubro-negro tinha um banco de reservas formado por: Hugo Souza, Matheuzinho, Fabrício Bruno, Pablo e Ayrton Lucas; Pulgar, Arturo Vidal, Victor Hugo e Diego Ribas; Marinho e Éverton Cebolinha. Ainda participavam com frequência dois garotos revelados pelas divisões de base, no Ninho do Urubu: Lázaro e Matheus França. Assim o Flamengo foi para a fase de play-offs.

O sorteio colocou ao Deportes Tolima, da Colômbia, como o adversário rubro-negro nas oitavas de final. Na primeira partida, o Flamengo iria como visitante. E aquela foi a última partida de mais um jogador que tinha atuado na Fase de Grupos e que naquele momento deixava o elenco: Andreas Pereira regressava ao Manchester United após ter sido cedido por empréstimo. O confronto foi no Estádio Manuel Morillo Toto, na cidade de Ibagué.

Os duelos de oitavas de final da Libertadores aconteceram em paralelo aos de oitavas de final da Copa do Brasil, do qual o Flamengo saiu vitorioso sobre o Atlético Mineiro. No primeiro jogo, na Colômbia, Dorival Júnior mandou a campo uma formação diferente, num esquema 4-5-1, com Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, Diego Ribas, Andreas Pereira, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; e Gabigol sozinho no ataque. Do outro lado, o técnico Hernán Torres mandou sua equipe a campo escalada com: Dominguez, Leider Riascos, Julián Quiñonez, Moya e Junior Hernández; Rovira, Ureña, Raziel Garcia e Lucumí; Luis Miranda e Juan Caicedo.


Em seu último jogo como jogador do Flamengo, foi o camisa 18 Andreas Pereira quem foi o responsável pelo gol da vitória, e um golaço, com um chute no ângulo, de fora da área, no contrapé do goleiro Dominguez, que ficou sem reação. O relógio marcava 17 minutos do 1º tempo. Desde então, o controle do jogo foi colombiano, mas o time rubro-negro resistiu e segurou o resultado. Léo Pereira, duas vezes, e o goleiro Santos impediram o empate. O Tolima chegou a balançar a rede, com Caicedo, mas o impedimento foi assinalado após revisão da arbitragem de vídeo. Assim, a vitória como visitante assegurava a vantagem na partida de volta como mandante.


O jogo no Maracanã foi um amasso histórico, celebrado com uma goleada imponente. Diante de pouco menos de 62 mil presentes no estádio, o Flamengo foi construindo sua vitória em torno da eficiência na conclusão a gol de seu centroavante Pedro, autor de 4 gols naquela noite de 6 de julho. Foi nela que Dorival Júnior mandou a campo pela primeira vez junta a formação que conquistaria o tri da Libertadores: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Gabigol e Pedro. O Tolima entreou escalado com: Cuesta, Marulanda, Julián Quiñones, e Junior Hernández; Rovira, Ureña, Cataño e Lucumí; Luis Miranda e Michael Rangel.


Um massacre no Rio de Janeiro. E aquela goleada marcou um ponto de inflexão definitivo na temporada rubro-negra, que até então se arrastava repleta de contestações. Foram precisos apenas 5 minutos para que o Flamengo inaugurasse o placar: ao fazer tabelinha com Arrascaeta, Pedro entrou na área para finalizar cruzado: 1 a 0. O segundo gol saiu aos 20 minutos, num lance no qual Éverton Ribeiro teve liberdade para lançar a Arrascaeta, que por sua vez encontrou Pedro livre na área, com um passe de calcanhar o camisa 9 deixou Gabigol em condições de marcar, mas o goleiro Cuesta defendeu; no rebote a bola voltou sobre o corpo do zagueiro Quiñones, que nada pode fazer para evitar que a bola batesse nele e entrasse: 2 a 0. Este foi o placar ao fim do 1º tempo.

Na volta do intervalo, mais gols rubro-negros foram saindo com naturalidade. Já com 1 minuto, David Luiz escorou para a área uma falta cobrada por Arrascaeta, encontrando Pedro na pequena área para ajeitar o corpo e finalizar: 3 a 0. E o segundo do centroavante rubro-negro na noite. Ainda aos 10 minutos, o Flamengo voltou a balançar a rede: Thiago Maia desarmou e serviu Gabigol, que avançou até a área, puxou para a esquerda e chutou forte: 4 a 0. Aos 17 minutos, numa cobrança de escanteio, o zagueiro Quiñones marcou, desta vez a favor, diminuindo. Aos 21 minutos, o terceiro gol do camisa 21 rubro-negro naquela noite: jogada construída de pé em pé pelo sistema ofensivo flamenguista, desde a defesa até um cruzamento de Rodinei na linha de fundo, que encontrou a Pedro, que de cabeça colocou 5 a 1 no placar.

Estava fácil, e o ataque rubro-negro seguiu atacando à defesa colombiana. Mais seis minutos se passaram e Dorival mexeu no time e, em sua primeira participação, Matheus França tabelou com Pedro e, na saída do goleiro, tocou para fazer mais um: 6 a 1. Para fechar, aos 33 minutos, Gabigol fez uma grande jogada pela esquerda e concluiu, obrigando o goleiro do Tolima a fazer uma grande defesa. Só que no rebote estava atente o artilheiro da noite, tendo Pedro tocado para marcar o seu quarto gol naquela noite: 7 a 1! Quatro gols de Pedro!


Nas quartas de final, o Flamengo teria um clássico nacional pela frente, enfrentando ao Corinthians, que tinha eliminado ao Boca Juniors nas oitavas nos pênaltis, após dois empates sem gols. Em paralelo, o Flamengo disputaria as quartas de final da Copa do Brasil contra o Athlético Paranaense. O "copeiro" time rubro-negro engrenava à medida que superava à sequência de grandes duelos pelas duas copa.

O primeiro confronto foi em Itaquera, em São Paulo, na Arena do Corinthians, que recebeu pouco mais de 45 mil pessoas para ver o confronto. O time rubro-negro levado a campo por Dorival Júnior era exatamente o mesmo que havia metido 7-1 no Tolima, a mesma escalação que viria a entrar a campo na final diante do Athlético Paranaense. Do outro lado o treinador era o português Vítor Pereira, que levou a campo para aquele duelo em 2 de agosto sua equipe inicialmente escalada com: Cássio, Fágner, o paraguaio Balbuena, o uruguaio Bruno Méndez e Lucas Piton; o colombiano Victor Cantillo, Du Queiroz, Maycon e Ádson; Gustavo Mosquito e Yuri Alberto.


O Corinthians começou pressionando, mas foi o Flamengo quem foi mais eficiente. Aos 32 minutos do 1º tempo, Arrascaeta finalizou da entrada da área para a defesa de Cássio, quase marcado o primeiro gol. Quatro minutos depois, o uruguaio abriu o placar, após falha de Cantillo na saída de bola, o camisa 14 acertou um chutaço cruzado da entrada da área que superou ao goleiro Cássio e entrou no ângulo: 1 a 0. O time rubro-negro matou definitivamente o jogo logo na volta do intervalo. Eram 5 minutos do 2º tempo quando Rodinei encontrou Gabigol na área, e ele bateu forte e colocado, de esquerda, para marcar o segundo gol rubro-negro. Desde então o time alvi-negro paulista se lançou ao ataque e pressionou por diminuir mas não conseguiu. Uma vantagem enorme conquistada pelo Flamengo já no jogo de ida, e como visitante. Restava sacramentar a vaga no Rio de Janeiro.


No jogo de volta, o Maracanã recebeu mais de 68 mil pagantes. Dorival manteve a mesmíssima escalação da primeira partida em São Paulo. Já Vítor Pereira mudou bastante a sua equipe para tentar reverter o resultado, iniciando o jogo com: Cássio, Fágner, Raul Gustavo, Bruno Méndez e Fábio Santos; Du Queiroz, o argentino Fausto Vera, Roni e Ádson; Willian e Yuri Alberto. A ansiedade estava toda do lado corinthiano. Então o time rubro-negro jogou um 1º tempo administrando a vantagem. Os paulistas pressionaram, mas seguiram sem conseguir vazar o gol do camisa 1 Santos.


Na etapa final, o Flamengo matou definitivamente o confronto logo aos 7 minutos: Arrascaeta conseguiu escapar nas costas do lateral-direito Fagner e cruzou de trivela para a área, com a bola fazendo uma curva e encontrando o centroavante Pedro entrando por trás da zaga para, de carrinho, na pequena área, escorar para dentro do gol. 1 a 0 no placar, 3 a 0 no agregado. A fatura estava liquidada. O Flamengo estava mais uma vez na semifinal!


O adversário na semi-final foi o Vélez Sarsfield, da Argentina, que nas fases anteriores tinha eliminado a duas equipes também argentinas, primeiro o River Plate e depois o Talleres. O primeiro do confronto foi no Estádio Jose Almafitani, em Buenos Aires. O time rubro-negro estava embalado por uma sequência de duelos decisivos, já que também havia avançado à semi-final na Copa do Brasil, na qual iniciou com uma vitória fora de casa contra o São Paulo. O "copeiro" time do Flamengo estava impiedoso nos duelos em mata-mata, tendo eliminado na Copa do Brasil a Palmeiras, Atlético Mineiro, Athlético Paranaense e deixando contra o São Paulo bem encaminhado, e na Libertadores a Tolima e Corinthians. Foi neste embalo que viajou para a capital argentina para o jogo de ida, disputado em 31 de agosto. O time rubro-negro entrou em campo com os 11 titulares mantidos em sequência desde a impiedosa goleada sobre o Tolima. Os argentinos, escalados por Alexander Medina, iniciaram a partida com: Hoyos, Leo Jara, De Los Santos, Valentín Gómez e Francisco Ortega; Garayalde, Santiago Cáseres e Orellano; Walter Bou, Lucas Pratto e Lucas Janson.


Em plena Argentina, com uma atuação histórica, o Flamengo amassou ao Vélez Sarsfield. O jogo já começou com o time rubro-negro dominsndo amplamente as ações e os argentinos tentando responder com truculência para segurar aquele ímpeto ofensivo em vermelho e preto. O time acumulou oportunidades boas, o Vélez só veio a ter a sua primeira real chance aos 27 minutos do 1º tempo, quando Janson recebeu na entrada da área e chutou colocado e o goleiro Santos espalmou. Logo depois, saiu o primeiro gol da noite, aos 31 minutos: Rodinei iniciou a jogada pelo lado direito de ataque, passou para Léo Pereira, que cruzou para Pedro, que livre e bem colocado só precisou de um toque para empurrar para a rede: 1 a 0. Aos 35 minutos, o Vélez ainda acertou uma cobrança de falta na trave. Mas a primeira parte, de amplo domínio rubro-negro, terminou premiada com um segundo gol ainda antes do intervalo, nos acréscimos, aos 46 minutos: roubada de bola de João Gomes, que passou para Filipe Luís, este para Pedro, que tocou para Éverton Ribeiro, que encontrou Arrascaeta, que cruzou para Gabigol, que escorou com maestria, de primeira, sem deixar a bola tocar o chão, para o meio da área, encontrando Éverton Ribeiro entrando pelo meio dos zagueiros, e com um leve toque de categoria desviou do goleiro: 2 a 0. Um passo a diante gigantesco rumo à final. Mas o ritmo no 2º tempo não foi diminuído.


Na etapa final, o Flamengo voltou a balançar a rede aos 15 minutos: mais uma troca de passes na entrada da área até Filipe Luís encontrar a Gabigol desmarcado pela direita, ele lançou em profundidade para Pedro nas costas da zaga adversária, e ele tocou com categoria na saída do goleiro: 3 a 0. O domínio rubro-negro era total! Aos 22, João Gomes lançou Gabigol na cara do gol, mas o goleiro Hoyos conseguiu desviar o toque com o pé. Aos 30 minutos, mais uma troca de passes que colocou o Vélez na roda, com a bola passando por Pedro, Éverton Ribeiro, Arturo Vidal, João Gomes e Gabigol, mas de novo ficou no quase. Já aos 37 minutos não teve jeito: Pedro iniciou fazendo o pivô e finalizou a jogada, primeiro inverteu o jogo para o chileno Vidal, que tentou dar o passe para Gabigol, mas a bola desviou na defesa e sobrou para o próprio camisa 21 chutar colocado, marcar o seu terceiro gol na noite, e decretar em definitivo a goleada: Flamengo 4 a 0! Depois de marcar 4 vezes nos 7-1 sobre o Tolima, Pedro marcou 3 vezes nos 4-0 sobre o Vélez Sarsfield. A vaga para a final parecia já estar decretada, ainda que restasse o jogo de volta no Maracanã por ser jogado.

A histórica vitória registrada no placar eletrônico do Estádio Jose Almafitani

O Maracanã recebeu mais de 66 mil pessoas na noite do feriado de 7 de setembro. Com a larga vantagem, o técnico Dorival Júnior poupou fisicamente a alguns dos titulares, lançando a campo uma equipe formada por: Santos, Rodinei, Fabrício Bruno, Pablo e Filipe Luís; João Gomes, Vidal, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Éverton Cebolinha e Pedro. O técnico argentino tentou mudar alguma coisa em relação ao primeiro confronto, e mexeu no seu onze inicial, jogando com: Burián, Leo Jara, De Los Santos, Brizuela e Francisco Ortega; Garayalde, Santiago Cáseres, Orellano Florentín; Lucas Janson e Lucas Pratto. E o aguerrido time do Vélez Sarsfield entrou no mítico estádio carioca mostrando que iria lutar para cair de pé. Aos 20 minutos do 1º tempo, o veterano centroavante Lucas Pratto, ex-jogador de São Paulo e Atlético Mineiro, e personagem na histórica final de 2019 quando defendia ao River Plate, marcou 1 a 0 para o time argentino. Mas contendo o ímpeto de luta do Vélez, aos 41 minutos do 1º tempo, Rodinei tocou para Éverton Ribeiro na direita, o camisa 7 cruzou e Pedro cabeceou para empatar ainda antes do intervalo. Um gol histórico para o atacante, que, com 12 gols marcados, passou a ser o maior artilheiro até então em única edição de Libertadores com a camisa do Flamengo.


A partida teve um ritmo mais lento no segundo tempo, com um baixo número de finalizações. O Vélez Sarsfield perdeu o seu ímpeto e o Flamengo contava os minutos para a garantia em definitivo da vaga na final. Aos 23 minutos do 2º tempo, logo depois de entrar no lugar de Everton Cebolinha, o ponta Marinho marcou o gol da virada: Pedro ganhou pelo alto no meio de campo, meteu a bola entre as pernas do defensor, e lançou para o camisa 31 na entrada da área, que acertou um chutaço no ângulo. Um golaço! 2 a 1! Mais um gol histórico, pois ainda que ninguém soubesse disto naquele momento, foi o gol que sacramentaria uma histórica campanha só com vitórias nos confrontos de mata-mata: duas vitórias nas oitavas, duas nas quartas, e duas na semi. Faltava só vencer à final, que mais uma vez seria em jogo único.


A final aconteceu quase dois meses depois da classificação na semi-final. O palco do jogo decisivo foi o Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, pertencente ao Barcelona de Guayaquil, na capital do Equador. O adversário era o Athlético Paranaense, que na outra semifinal derrubou ao Palmeiras após uma vitória por 1 a 0 em Curitiba e um empate por 2 a 2 na capital paulista. Por pouco a final da edição anterior não foi repetida! Seria o terceiro ano consecutivo com a final sendo entre dois clubes brasileiros. Isto só estava acontecendo pela 5ª vez até então na história, e em todas as cinco vezes com os dois envolvidos sendo clubes do Brasil, assim foi nas edições de 2005, 2006, 2020, 2021 e 2022.

O técnico Dorival Júnior mandou a campo a escalação que tinha se consagrado como a titular desde as oitavas de final: Santos, Rodinei, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Gabigol e Pedro. Time titular que tinha 4 remanescentes do título de 2019: Filipe Luís, Giorgian De Arrascaeta, Éverton Ribeiro e Gabriel Barbosa, o Gabigol. O time paranaense era comandado pelo veterano Luiz Felipe Scolari, e foi a campo com Bento, Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Fernandinho, Hugo Moura, Alex Santana e Vitor Bueno; Vitinho e Vitor Roque.


Final não se joga, final se ganha! O que o Flamengo precisava fazer quando entrou em campo em Guayaquil era conquistar o título. Ainda mais como um prêmio à majestosa campanha que fez até ali. E foi o que o time do Flamengo fez. Não teve uma atuação exuberante, fez o justo e suficiente para obter a vitória que lhe deu o terceiro título sul-americano, o segundo em quatro anos. O confronto se iniciou sem que o Flamengo conseguisse se impor nos primeiros minutos. O time flamenguista tinha mais posse de bola, mas não conseguia levar perigoso ao gol adversário. Aos 11 minutos, David Luiz vacilou ao tentar ajeitar de peito para trás, sem ter visto a penetração de Vitinho, que tomou sua frente, entrou pela direita da grande área e bateu cruzado para defesa de Santos. No rebote, a zaga flamenguista espanou para a lateral. Na cobrança, a bola foi alçada na área e passou por um monte de gente até alcançar a Alex Santana nas costas de Éverton Ribeiro, o volante pegou de voleio, praticamente na linha da pequena área, mas a bola espichou e saiu por cima do travessão. Foi por muito pouco que o Flamengo não saiu em desvantagem.


O acaso do destino também teve seu papel. Aos 19 minutos, Filipe Luís pisou mal no chão após uma dividida e teve que ser substituído, entrando em seu lugar Ayrton Lucas. Uma substituição que foi crucial para o desenrolar dos fatos no decorrer daquele jogo. Aos 27 minutos, Gabigol recebe na entrada da área, de costas para o gol, e toma um chute por trás aplicado pelo zagueiro Pedro Henrique, que recebe cartão amarelo do árbitro argentino Patrício Loustau. Aos 43 minutos do 1º tempo, numa troca de passes ofensiva do Flamengo, Pedro lança na ponta esquerda uma bola que parecia perdida, mas Ayrton Lucas acelera a corrida e chega na bola antes de Pedro Henrique, que dá um carrinho atrasado e com as duas pernas derruba abruptamente ao lateral rubro-negro, falta e segundo cartão amarelo, o zagueiro estava assim expulso de campo. O zagueiro reserva Matheus Felipe foi para a beira do campo, mas Scolari preferiu retardar a substituição, deixando para fazê-la no intervalo, recuando Fernandinho para atuar improvisado na zaga nos minutos finais. Um erro crucial, que mudou a história do jogo.

O Flamengo não tinha criado sequer uma chance clara de gol até aquele momento da partida. A partida demorou a ser reiniciada após a expulsão, com o time paranaense tratando de retardar o jogo. Quando a bola rolou novamente, aos 46 minutos, o Flamengo quase marcou. João Gomes pegou de primeira da entrada da área, e a bola passou tirando tinta da trave do goleiro Bento. Aos 48 minutos, nos acréscimos, Éverton Ribeiro deu uma sequência de dribles pela direita de ataque e tabelou com Rodinei, que recebeu passe projetado a frente e cruzou curva cruzado, a bola atravessou a área e encontrou Gabigol entrando por trás da linha de zaga para só escorar para dentro do gol: 1 a 0. Na final de 1981, quatro gols rubro-negros nos três jogos, e todos marcados por Zico; nas três finais de 2019, 2021 e 2022, quatro gols rubro-negros nos três jogos, e todos marcados por Gabriel Barbosa.


No 2º tempo, o Flamengo seguia com mais posse de bola e sem criar chances. Ainda assim, Gabigol perdeu chance clara aos 6 minutos, depois de ser lançado em profundidade por Arrascaeta e entrar frente a frente ao goleiro, mas chutando em cima dele. A pressão do Athlético foi aumentando, com o Flamengo cada vez mais defensivo. Um jogo tendo e nervoso, com o placar magro se estendendo e o tempo passando. Mas o Athlético também não conseguia levar perigo, tendo pouquíssimas vezes ameaçado à meta de seu ex-goleiro, Santos. A melhor oportunidade do adversário aconteceu aos 45 minutos, com falta perigosa cobrada pelo uruguaio David Terans que Santos encaixou e fez a defesa. Mas nada mais do que isso: Flamengo, Tri-Campeão da América!

Com o título de 2022, o Flamengo igualou-se em três conquistas a Santos, São Paulo, Palmeiras e Grêmio entre os brasileiros mais vezes campeões da competição. Igualou-se também a dois clubes tradicionais da América do Sul com 3 conquistas: o Nacional, de Montevidéu, e o Olimpia, de Assunção. Com mais títulos do que o Flamengo, após a conquista de 2022, só havia 5 clubes, quatro argentinos e um uruguaio: Estudiantes e River Plate com 4, Peñarol com 5, Boca Juniors com 6, e Independiente com 7.


Nenhum comentário:

Postar um comentário