quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Flamengo e Corinthians do mesmo tamanho? Faz-me rir! Piada paulistana de Natal!

Mais um adendo para o texto A Guerra-Fria no futebol do Brasil.

Abaixo, descrevo a perfeita e cirúrgica análise de Vinícius Paiva, do Blog Teoria dos Jogos. Ele foi na ferida!!! Os dados inidicam que Fluminense e Portuguesa tem torcida do mesmo tamanho??? Faz-me rir! Só a manipulação do resultado amostral explica isto. A amostra tem um % paulista de entrevistados incorreto. Só isto explica duas aberrações deste tamanho: Portuguesa igual ao Fluminense e Corinthians igual ao Flamengo.

"A maior crítica reside sobre uma metodologia que sugere viés amostral em direção a São Paulo. O empate entre Flamengo e Corinthians nada significa se comparado a outro empate registrado: o de Fluminense e Portuguesa, ambos com 1%. Absolutamente irreal. Um clube como o Fluminense possui presença maciça no Rio de Janeiro, Espírito Santo e partes de Minas Gerais, além de torcida não desprezível em Brasília e regiões do Norte e Nordeste. Ainda que o empate seja fruto de algum arredondamento (o instituto converge 1,3% ou 0,7% para 1%), é inconcebível que se considere a Lusa como detentora de metade da torcida tricolor. Ou um décimo. Um vigésimo. Nem mesmo um trigésimo.

Na opinião do sócio de um instituto de pesquisas parceiro do Blog, a explicação residiria na adoção de critérios geralmente utilizados em pesquisa eleitorais (binomiais), que quando aplicados a pesquisas de torcida (multinomiais) se mostrariam equivocados. Haveria ainda erros no plano amostral que explicariam o porquê de clubes de estados importantes como Pernambuco e Ceará sequer terem seus clubes citados. O profissional em questão preferiu não se identificar.

Em contraponto, segundo Peterson de Abreu, do IPEP Pesquisas a pesquisa Datafolha estaria correta em termos estatísticos, assim como margem de erro e intervalo de confiança seriam compatíveis com a amostra. Mas Peterson concorda que a base restrita das pesquisas em média prejudica o Flamengo – clube que tende a crescer à medida com que de interioriza.  Segundo ele, uma pesquisa em mais de mil municípios (algo praticamente inédito) não sairia por menos de R$ 1 milhão, inviável à maioria das empresas do ramo.

Ainda que o debate seja saudável, seu grande malefício é a inevitável queda na desgraça do bairrismo. Já há registros de “jornalistas” que destilaram um ódio estranhamente contido até o resultado da pesquisa. Clubes do Rio de Janeiro, Rede Globo, nada escapa da verborragia de torcedores míopes travestidos de profissionais – que infelizmente encontram algum eco entre os desprovidos de QI.

A verdade é que o Corinthians vem fazendo todo o dever de casa em prol do tão almejado posto de “torcida do tamanho do Flamengo”. Campeão de tudo, líder de receitas e referência em termos de marketing, o bando de loucos parece possuir literalmente o mundo a seus pés. Por tudo isto, é absolutamente desnecessário que se torture os números, obrigando-os a falarem o que a Fiel quer ouvir. Entre o sonho e a realidade existe uma quantidade de torcedores que, por ora, o clube paulista parece ainda não possuir".

Mais um indício de onde está a manipulação de resultados ... esta distorção capturada pelo Wálter Monteiro, em artigo no site Magia Rubro-Negra:
"Segundo o Datafolha, o Grêmio tem 26% dos torcedores na Região Sul, o Inter 13%, o Corinthians 12%, o Flamengo 6% e a Portuguesa 1%. Há outros times, óbvio, mas nem vou citar, ou melhor, só vou acrescentar que para o Datafolha Fluminense e Botafogo não tem nenhum torcedor no Sul do país.
(...)
Logo, é um erro colossal afirmar que há, no RS, SC e PR, 26% de gremistas e apenas 13% de colorados, quase do tamanho dos corintianos. Ah, mas o Corinthians é líder no Paraná. É sim, mas com cerca de 12% a 15% da torcida daquele estado - como conseguiram agora ter 12% dos 3 estados, sendo que no RS a torcida corintiana praticamente inexiste?

Descartando a hipótese de má-fé, essa distorção só nos deixa duas respostas possíveis:

a) alguém errou na totalização dos números, uma bobagenzinha qualquer na hora de cruzar as planilhas do Excel, acontece no meu trabalho, acontece no seu, por que não aconteceria no Datafolha? É só corrigir e da próxima vez caprichar na revisão;

b) A amostragem estava errada, muito errada. Aí já é um pouco mais sério, mas nada que não dê para consertar, quando se há boa vontade e desejo de fazer a coisa certa.

É isso, em síntese. Um erro localizado na Região Sul, um erro óbvio, que qualquer um seria capaz de perceber a olho nu, afetou o resultado final, porque nas demais regiões os números são mais coerentes. Basta reparar o erro e tudo volta ao normal. O Timão cresceu, é fato, mas ainda não foi dessa vez que vamos passar a coroa. Amigos do Datafolha, refaçam a totalização, por favor.

E, de quebra, avisem ao 1% de torcedores da Portuguesa de Desportos que vocês encontraram aqui no Sul (ou seja, mais de 250 mil pessoas, a julgar pelo último censo) para serem um pouco mais fiéis. A simpática Lusa lutando desesperadamente contra o rebaixamento na penúltima rodada e só 28 heróis foram ao Beira-Rio dar o seu apoio e vibrar com a surpreendente vitória - ingratos!"
 

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