Análise Itaú BBA mostra faturamento recorde de brasileiros, mas prevê problemas
Fonte: GloboEsporte.com, em 18/09/2018
Segundo estudo do ITAU, grandes clubes do futebol brasileiro perderam oportunidade de se organizarem. Investimento em estrutura e na base diminuiu em 2017. Os grandes clubes do futebol brasileiro ganham cada vez mais dinheiro, mas gastam cada vez mais, cada vez pior. E não cansam de desperdiçar oportunidades de crescer de maneira sustentável. Este é o diagnóstico que se extrai da "Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol Brasileiros - 2018", o já tradicional estudo anual elaborado pelo banco Itaú BBA.
A SITUAÇÃO DOS PRINCIPAIS RIVAIS
1. Os Paulistas
CORINTHIANS: O Corinthians tem dois "freios" que o impedem de atingir um melhor desempenho financeiro: a Arena e o clube social. O social dá prejuízo consistentemente e é coberto com recursos do futebol. Até quando será possível sem que isto impacte o esportivo? Esta é uma pergunta relevante. Há muito que enxugar, há muito que organizar para que as contas do dia-a-dia e o estádio sejam pagos. Aliás, a dívida do estádio nem está aqui, pois fica num balanço que não temos acesso. A realidade pode ser ainda mais dura. Como será o amanhã? Responda quem puder.
PALMEIRAS: O risco que o Palmeiras corre, alertam os analistas do Itaú, é o da extravagância – gastar demais, de forma desenfreada e fazer maus negócios.A gestão esportiva precisa estar atenta ao “negócio esportivo”, ou seja, à escolha certa de treinador e suporte às suas ideias, montando elencos compatíveis com elas. Precisa buscar este equilíbrio", diz a conclusão do estudo sobre as contas do Palmeiras.
SÃO PAULO: Num ano em que não conseguir vender atletas as contas simplesmente não fecharão, pois o custo da base é elevado, o custo direto é alto, ainda há dívidas vencendo e seus custos financeiros, e logo mais o Profut começa a vencer.
SANTOS: A dívida total foi de R$ 333 milhões para R$ 351 milhões. Assim, o Santos perdeu mais uma oportunidade de se organizar melhor com o dinheiro extra que entrou. O Santos precisa pensar de acordo com suas possibilidades. Gastar menos, ser mais austero. Ou em algum momento não dará tempo de salvar os pratos. O Santos deveria fazer mais do que vender jogadores.
2. Os Mineiros e os Gaúchos
INTERNACIONAL: Corte de custos, investimentos, foco na redução de dívidas e soluções que equilibrem o fluxo de caixa. Sem aceitar esta dura realidade, ficará difícil reverter o quadro atual.
GRÊMIO: O Grêmio é um exemplo de como um clube pode se organizar financeiramente e ter resultados esportivos.
CRUZEIRO: O aumento de receitas com crescimento moderado dos gastos também foi mencionado: "Assim o clube gerou caixa nas duas visões, total e recorrente, pelo segundo ano seguido. A conclusão é animadora: "O que foi feito em 2016 e 2017 credencia o clube a mudar de patamar se seguir esta estratégia por mais algum tempo. O Cruzeiro está em situação "aceitável", mas precisa de "atenção constante.
ATLÉTICO MINEIRO: Bilheteria menor e menos vendas de atletas compensaram aumento nos Direitos de TV, que devem conter luvas, mas não estão destacadas. O ano de 2017 é avaliado como "bastante bom" para o Atlético-MG já que, mesmo com menos receitas, "os custos ficaram estáveis e a composição foi, teoricamente, mais forte em receitas recorrentes, vide aumento na geração de caixa recorrente. O Atlético-MG está "em busca de um equilíbrio constante".
3. Os Cariocas
VASCO: A dívida total cresceu, impulsionada pelo aumento das dívidas bancárias e operacionais. Mesmo com venda de atletas, o clube precisou de bancos e financiamentos operacionais para honrar seus compromissos [...] para os próximos anos há uma série de dificuldades adicionais, que vão pressionar ainda mais o fluxo de caixa. O Vasco é uma "nau à deriva".
FLUMINENSE: O Fluminense está atrasado no processo de adequação financeira à realidade. Sai atrás, com pouca margem de manobra. Precisará de transparência, comunicação eficiente com a torcida e muito esforço. Anos difíceis virão. O Fluminense está em situação financeira "bastante delicada".
BOTAFOGO: O problema é o tamanho da dívida em relação à capacidade de pagamento. Quando começar a vencer os Impostos, pode haver dificuldade para o clube. Há uma "gestão pés no chão" no Botafogo, mas é preciso ainda mais austeridade.
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